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53_ Paz

Paz.

Tudo o que senti em mim quando entrei pela porta da minha casa, foi paz.

Tirei os meus sapatos, sentei-me no sofá após acender a luz e fechei os olhos. Era insano. A minha mente esteve tão barulhenta e atordoada por tantos anos que agora que eu não tinha mais peso algum, eu me sentia calma. Sentia que podia dar um passo de cada vez sem tropeçar.

Cresci sofrendo com a separação dos meus pais. Quando criança pensava que a culpa deles terem se separado era minha e me doía ver meus colegas da escola encontrando os pais no portão e eu tinha um motorista.

Pareceu até que reclamei de barriga cheia. Nossa, coitada da rica que tinha um motorista particular que buscava ela na escola. Mas, para uma criança que não entende, a mãe ali no portão fazia muita falta.

Na adolescência comecei a sofrer com as inseguranças. Eu não conseguia fazer nada direito, ia mal na escola,  acreditava não ter nenhum talento e tinha uma mãe que só sabia jogar na minha cara que eu era uma imprestável. A minha mente era tão conturbada com pensamentos negativos que eu não conseguia nem pensar direito.

Depois fui morar com meu pai, mas as sequelas da minha mãe continuaram em mim. Aderi uma obsessão pelo meu corpo e queria ser mais magra a todo custo. Eu nunca estive a cima do peso, mas me achava gorda o suficiente para pular refeições e acabar passando mal. Como eu não era boa em nada, queria ao menos ser alguma coisa por fora.

Me recuperei aos poucos e decidi que colocaria minha vida nos eixos. Entrei pra CA, arrumei um emprego, me formei na escola e aluguei minha primeira casa. Lembro até hoje de quando entrei aqui pela primeira vez e disse ao locatário que era perfeito. Era pequeno, mas era aconchegante. Eu amei de cara a porta cor de rosa pastel e a imensa janela no quarto, onde eu, certamente, colocaria minha cama perto.

Ali eu teria um novo começo. Nem tudo foram flores. Ainda tive problemas com meus pensamentos, mas preenchi minha agenda o suficiente para não ter tempo de pensar nessas coisas.

Agora... Eu estava em paz. Minha mente já não parecia um turbilhão. Eu não queria correr para fazer alguma coisa só para não pensar em algo negativo. Eu estava bem. Os únicos pensamentos que eu tinha era de que eu conseguiria seguir em frente. Tudo daria certo. E mesmo se algo não desse, é porque não era para dar mesmo.

Acho que nunca dormi tão bem quanto naquele dia.

[...]

ㅡ Arg... Segundas. ㅡ Kevin resmungou. Estávamos Íris, Kevin e eu no elevador, subindo para o andar da nossa primeira aula de street do dia.

ㅡ Parece que esse fim de semana com o Trevor te fez bem. ㅡ Íris comentou e eu olhei para ela. ㅡ Você parece até mais... Iluminada.

ㅡ Talvez. ㅡ Sorri e olhei para o espelho atrás de nós. Ajeitei o meu cabelo e sorri novamente para o meu reflexo. O fim de semana com Trevor contribuiu muito, mas era a minha paz que me deixava leve assim.

Saímos quando o elevador abriu as portas e já entramos na nossa sala. Mônica passou parte da aula passando uma coreografia nova e parte falando sobre o casamento dela, que já seria na semana que vem. Ela disse a lista dos padrinhos e eu não fiquei surpresa quando meu nome estava junto do de Trevor.

Falando nele, ele não havia ido a aula, pois foi buscar a mãe no aeroporto e, certamente, passaria o dia com ela.

A aula de street acabou e eu pretendia ir para casa. Não tinha ballet na segunda-feira e eu só precisava pegar no trabalho mais tarde. Contudo, Trevor me ligou antes que eu saísse da CA.

Trevor- Minha mãe disse que não vai comer hoje se você não vier jantar com a gente.

Sophia- O que?

Ri e olhei de um lado para o outro para atravessar a rua.

Trevor- Eu disse a ela que você trabalha a noite, mas ela está insistindo. Quer te conhecer de qualquer jeito. Ela prefere um jantar formal aqui em casa, mas é bem capaz de aparecer na cafeteria se você não vir.

Sophia- Ah, eu saí da CA agora. Posso tentar implorar para minha chefe para mudar meu turno e pegar agora. Aí saio 18h e consigo ir em casa me arrumar.

Trevor- Não quero te causar problemas. Minha mãe vai entender se não conseguir vir.

Sophia- Não custa nada tentar, né? Estou perto da cafeteria mesmo. Passo lá. Se a minha chefe ignorante não deixar, te aviso.

Trevor- Ta bom. Qualquer coisa, me liga.

Sophia- Pode deixar.

Trevor- Te amo.

Sophia- Te amo.

Desliguei e segui na direção da Cafeteria. Entrei e já passei direto para as escadas. O escritório dela ficava no segundo andar, geralmente com a porta bem fechada. Parei na beirada da escada quando percebi que a porta estava aberta.

ㅡ Eu não posso fazer isso. ㅡ A ouvi dizer.

ㅡ Por que não? É tão simples! Ela nem trabalha aqui a tanto tempo mesmo. ㅡ Logo depois, a voz de Isadora.

ㅡ Ela é uma ótima funcionária, Isa! Sabe muito bem que quem limpa sua bagunça e ajeita as coisas que você faz de qualquer jeito aqui é ela. ㅡ Elas estavam falando de mim??

ㅡ Ai, mas o que mais tem aqui nessa cidade são pessoas desempregadas que podem pegar o lugar dela. ㅡ A garota resmungou.

ㅡ Por que você quer tanto que eu a demita? O que você tanto tem contra a Sophia?

ㅡ Ela é insuportável, cara! Trata todo mundo aqui mal. ㅡ Apertei os olhos e balancei a cabeça.

ㅡ Ah, qual é, Isa? ㅡ A mulher riu. ㅡ Sabemos bem que quem trata as pessoas mal aqui é você. Se quer mesmo que eu demita a Sophia, quero um bom motivo.

Um silêncio pairou pela sala até que escutei a garota bufar.

ㅡ Ela quem tomou o meu lugar na CA. ㅡ Franzi o cenho. ㅡ Ela estava na mesma audição que eu e eles disseram que só aceitariam uma pessoa daquela audição. E foi ela quem passou. Eu sei que eles teriam me escolhido se não fosse por ela. Eles tinham gostado de mim!

ㅡ Eu sinto muito por isso, mas não acho que a culpa tenha sido dela, ué. Ela estava lá pelo mesmo motivo que você e eles a escolheram. Se tivesse tentado mais vezes, talvez tivesse passado.

ㅡ Eu não vou tentar mais vezes! Se eles escolheram não me ter lá, eles quem perdem. ㅡ Ouvi outra risada da chefe.

ㅡ Você e esse orgulho. Puxou esse jeito prepotente de quem?

ㅡ Não sei, talvez da minha mãe.

ㅡ Eu não tenho nada a ver com isso. ㅡ Espera... A Isadora era filha dela? Por isso ela sempre fazia todas as vontades dela? ㅡ Mas, isso já faz tantos anos, Isa. Por que ainda pensa nisso? Por que quer fazer isso com a Sophia agora?

ㅡ Lembra que eu te disse que estava afim de um cara que conheci na inauguração daquele barzinho? ㅡ Apertei os olhos. ㅡ Pois é, ele está namorando com ela. Pelo visto ela adora tomar a minha frente e fazer o que eu quero.

ㅡ Isadora... Eu não posso demitir uma funcionária por passar numa audição e namorar um cara aleatório que a minha filha ficou afim do nada. Isso aqui não é bagunça, não. É a minha empresa. Eu já faço demais as suas vontades aqui e só não te demiti a muito tempo porque prefiro você onde posso ver.

ㅡ Inventa qualquer coisa, então. ㅡ Dei um passo a frente na intenção de ir até a porta, mas parei quando ela voltou a falar. ㅡ Se quiser, eu ajudo. Inventar coisas sobre ela é um dom que eu tenho.

ㅡ Eu te disse que esses perfis fakes que está criando para falar dela pode de dar problema. ㅡ Foi aí que minha ficha caiu. Não era Flávia quem estava fazendo aquilo, era a Isadora! Cara, por que? Eu nunca fiz nada para essa garota! A audição? O que eu podia fazer? Era uma audição! O intuito é cada um dar o seu melhor para ser escolhido. Ela não tentou outras vezes porque não quis, porque eu tentei várias até conseguir entrar lá.

E outra, o Trevor? Sério? Ela quer que eu perca meu emprego e cria perfis fakes para falar de mim por causa de um cara que ela viu num bar? O quanto a pessoa tem que estar com a vida totalmente desinteressante para se meter tanto na minha?

Apareci na porta do escritório com a expressão mais natural possível. Não demonstrei choque ou raiva, apenas apareci como se nada daquilo me importasse. Afinal, não importava. Eu não quero mais viver minha vida baseada no que alguém acha ou pensa de mim.

Não gosta de mim? Foi algo que eu fiz? Me desculpa mesmo! Não gosta de mim? Eu não fiz nada? Vou continuar sem fazer nada, porque não me importo.

Os olhos arregalados da chefe para mim fez com que a garota também olhasse para trás. Pensei seriamente em pedir demissão naquele momento. Eu não gosto de lá mesmo. E não tenho porque estar num lugar com tanto ódio em cima de mim. Mas... Moro sozinha e pago contas, então enquanto não arrumar outro emprego, preciso me segurar e agir a minha maneira.

ㅡ Posso pegar o turno agora para sair mais cedo? Tenho um compromisso importante. ㅡ As duas pareceram surpresas com a minha pergunta. Certamente esperavam que eu fizesse um escândalo ou coisa do tipo. Mas, pessoas como a Isadora querem exatamente isso. Ela fez o que fez porque quer me tirar do meu equilibro. Quer me fez fazer um escândalo e demonstrar o quantos as ações dela afetam negativamente a minha vida. Então... Fiz o contrário.

ㅡ Po-pode. ㅡ A chefe gaguejou ainda com uma expressão de confusão no rosto.

Saí daquela sala sem dizer mais nada. Estava orgulhosa de mim por não ter surtado, passado mal ou me afetado com tudo aquilo.

Agora é só caçar outro lugar para trabalhar...

•••
Continua...

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