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Capítulo I

24 de dezembro de 2227

A sala escondia-se na escuridão que lhe convinha. A clandestinidade tinha-lhe sido exigida desde o momento da sua construção. Até um centro de investigação científico tinha direito aos seus segredos.

Mas ainda que as lâmpadas se mantivessem desligadas e as janelas nem sequer existissem, uns pontos de luz oscilavam pelo espaço. Alguns intermitentes, outros que se expandiam em longos feixes, para logo depois se recolherem, sem nunca se desligarem por completo. Pelo menos, não enquanto a máquina, no interior da sala, estivesse em funcionamento.

Evelyn fitava curiosa o engenho à sua frente. Ela não tinha receio algum. Como poderia? Ela aprendera que o medo não a levava a lado algum.

− Você tem certeza disto, Eve?

A garota focou sua atenção nos contornos do homem que movia os dedos, freneticamente, no painel luminoso junto à máquina.

− Sim – Evelyn respondeu, ainda que sentisse seus músculos tensos. Ela estava ansiosa com o que encontraria do outro lado. – É uma oportunidade única.

Russell voltou o rosto para a jovem. Ele não conseguia deixar de admirar a coragem da moça. Desde o dia em que Evelyn Brown entrara no centro como cobaia voluntária, no dia em que completara seus 18 anos de vida, que o homem a admirava. Ele lembrava-se com precisão da garota raquítica e curtos cabelos loiros que se recusara a sair do centro enquanto não a aceitassem na lista.

Por entre a escuridão, o homem tentou procurar pelo rosto frágil que enganava qualquer observador desatento. Eve tinha mais força dentro dela do que a maioria das pessoas com quem o cientista já se havia cruzado na vida.

− Você terá apenas 24 horas – salientou Russell. – O vórtex temporal ficará aberto durante todo esse tempo e só você poderá viajar através dele. Não tem como eu criar outro compatível, com você retida no outro lado. – Evelyn assentiu. Ela poderia não perceber muito de física, mas confiava nas palavras daquele homem. Afinal de contas, tinha sido ele a criar o engenho. − Não se esqueça que não pode alterar nada no passado, Eve, nem revelar quem você é ou de onde vem. As consequências são demasiado imprevisíveis.

Russell suspirou pesadamente. Custava-lhe ver aquela garota, que já tinha como filha, a arriscar-se tanto. Mas ele também sabia que aquilo era importante para ela. Passara quatro longos anos dedicado à criação da máquina do tempo, em segredo, só para ver Evelyn feliz. Um projeto fracassado do seu passado como estudante, que ganhara vida, finalmente, quando este deixara de se concentrar em si mesmo.

− Eu também não sei como esta viagem poderá afetar seu estado de saúde – confessou o homem, cabisbaixo. Como cientista, ele habituara-se a ter sempre mais perguntas do que respostas, mas inquietava-o não saber aquela em específico.

− Eu fico bem, Bobby. – Russell sentiu seu coração amolecer. Eve era a única que o tratava por seu primeiro nome. E a forma carinhosa como o fazia, sempre o levava a concordar com qualquer loucura que ela propusesse. – Eu vou em um pé e volto noutro. Você nem vai ter tempo de sentir a minha falta.

O homem de meia idade susteve as lágrimas e lançou-se a abraçar a garota. Ele duvidava que não fosse sentir saudades da única criatura à face da Terra que lhe havia tocado o coração depois de anos de luto. Na verdade, ele batalhara para não se apegar a ela, mas Evelyn emanava energias tão positivas, que era difícil resistir.

− Não esquece de meus biscoitos de açúcar – relembrou Russell ao afastar-se da moça. – Há anos que não como um!

− Pode deixar.

O silêncio pesou entre os dois. Ambos sabiam que o momento havia chegado.

Evelyn entrou na máquina e ficou olhando o amigo através da porta transparente. Russell sorriu para a garota corajosa que se mantinha calma e serena dentro de seu engenho. Ela confiava nele a cem porcento e isso fazia-o sentir-se nas nuvens.

Os pequenos recetores e emissores do interior da máquina começaram a sua atividade, de forma silenciosa, se adaptando ao material genético que captavam. A energia gerava-se, pouco a pouco, enquanto o cientista controlava as estatísticas no painel luminoso do exterior.

Evelyn começou a sentir a atmosfera mudar à sua volta. Estava mais carregada, intensa. Ela quase conseguia palpar as partículas que se agitavam no ar, ainda que não as conseguisse ver.

O nível de pressão e energia acumulada atingiu seu estado ótimo, e Russell puxou a alavanca para baixo, torcendo internamente para que tudo corresse bem.

Um intenso clarão emanou do interior da máquina, deixando o cientista cego por alguns segundos. Quando seus olhos escuros se voltaram a abrir, Evelyn já não se encontrava naquela sala, nem, muito menos, naquele tempo.


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