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T r ê s


Clare






Com amargura encaro a aproximação de meu aniversário, os dias parecem passar rápido demais para o meu gosto, a ansiedade tem me impossibilitado de ter noites de sono e de ter apetite para comer, não sei o que fazer, vive com a esperança de um dia poder sair deste lugar e me livrar das amarras que prendem meu destino e minha vida a essa mulher e agora que a oportunidade se estende a minha frente sinto-me cada vez mais doente em ter que escolher, abandonar meu filho em prol da liberdade dolorosa ou aceitar o fardo que é viver nas mãos da inimiga da minha felicidade e em troca posso viver com Ryan... Meu Deus, por que há sempre decisões tão difíceis de serem tomadas? 



_Clare? Terra chamando Clare... -- Desperto dos meus devaneios com a voz de Ceci em meu ouvido e seus dedos me cutucando na cintura, ah, a fito e ela estreita os olhos com impaciência. -- Estou chamando você a muito tempo, sabe o quanto é horrível não saber o que esse olhar significa?


_Significa que estou pensando e você acaba de me atrapalhar, Ceci. -- Ela faz careta, pisco lentamente com paciência, isso é algo que tenho mais do que gostaria. -- O que estava dizendo?


_Você deveria ser mais expressiva, garota. Assusta as pessoas assim... estava eu dizendo que Ry é muito parecido com você, em uma maneira muito enervante. -- Solto um suspiro fitando meu filho no colo de Aurora, a tarde está muito agradável pois aquele projeto de ser humano não se encontra, graças a Deus. me remexo na cadeira inquieta com a observação dos olhos misto de Cecília. -- Falo sério, vocês sorriem da mesma forma, isso quando você lembra que é humana e sorri, mas a semelhança é grande agora que ele está crescendo. 



_Não vejo como pode ser possível, somos o completo oposto um do outro, além de que Ryan é lindo, não o compare comigo. -- Sei estou soando amarga, mas é verdade, não tenho muita estima por mim e não quero que meu filho seja como eu, ele é muito melhor, puro e sem marcas. -- Pare de me beliscar.


_Você está está falando besteiras, que outra forma eu tenho de impedir você de ser tão boba? É claro que você também é linda, um pouco pálida demais, alias pegue sol, sol faz bem, você tem uma aparência muito frágil. -- Frágil, nunca fui frágil, posso suportar muitas coisas graças a dor que fui exposta desde que me lembro de ser alguém. Ceci me encara de cima a baixo e balança a cabeça. -- Veja isso, você é incrivelmente linda, só não recebe o tratamento adequado, vive enclausurada, seu rosto vive abatido e você sempre está com essa cara inexpressiva como se carregasse o peso do mundo nas costas, pode ser verdade, mas você precisa viver, maninha. Porquê nunca solta o cabelo? E porquê sempre anda de calça e camisas grandes demais? Clare, sinto que você pode estar doente, anêmica ou sei lá, o que acha de ir em um médico, podemos ir em um...



_Ceci, agradeço a preocupação, entendo tudo o que disse e na verdade não quero ter que responder suas perguntas nesse momento, um médico? Garanto que um médico jamais será capaz de resolver meus problemas. -- Debocho internamente, se um doutor pudesse aliviar, pelo menos, um décimo da minha aflição ele seria um anjo não um médico! Ela revira os olhos jogando o brilhoso cabelo castanho dourado para trás graciosamente, também queria poder ser graciosa, mas não posso, dou batidinhas em sua mão sobre meu colo. -- Não estou doente, estou preocupada, quanto a palidez e morbidade é algo que me acompanha desde que nasci, fazem parte de mim, não pense nisso, apenas se esforce em estudar e ser uma boa garota, concentre suas energias em ir embora deste lugar, isso me deixará muito feliz.


_Pare de me falar essas coisas como se você fosse sumir de repente, por tudo que é mais sagrado, me apavora! -- Sorrio da sua expressão de choro, Ceci e seu sentimentalismo exagerado, suspiro voltando a atenção para o meu anjinho loiro. -- Você se preocupa com todos, mas não quer que ninguém se preocupe com você, o quão hipócrita é isso, dona Clare?


_Suponho que seja muito, no entanto diferentemente do restante do mundo, ninguém pode me ajudar além de mim mesma. Sabe o que digo sobre esperança? É o que me move, enquanto houver esperanças seguirei encontrando vida, seja egoísta algumas vezes na vida e verá que estará fazendo um grande bem a si mesma. -- Sinto os fracos raios solares adentrarem os tecidos e aquecerem meus ossos, isso é bom, sol e calor.


_Você fala como uma velha, credo. Sempre que abre essa boca é para fazer as pessoas se sentirem idiotas, sai de perto de mim, sua chata. 


Ela rosna levantando e faz careta indo até Ry pisando duro, inclino a cabeça para o lado, eu sei Ceci, eu sou entediante. Esse é o meu destino, me tornar uma velha antipática e resmungona? A possibilidade de assusta e me diverte na mesma medida, mas guardo minhas risadas para mim mesma, a muito descobri que sentimentos e expressão só dificultavam minha vida, por isso aprendi a me manter sempre mórbida e inexpressiva, assim ninguém sabe que tipos de demônios preciso vencer em meu interior sempre que respiro, assim quem deseja me ver destruída jamais terá esse prazer, assim escondo de mim mesma que na verdade sou mais fraca do que tento transparecer, assim somente eu sei sobre mim e assim tenho conseguido sobreviver, nunca imaginei que ocultar um sorriso ou esconder uma dor lancinante fosse tão benéfico para a minha integridade física. 


Quantas vezes aquela mulher já ficou indignada por não me ver chorar ou implorar por qualquer coisa, quantas vezes já não rir internamente quando ela saia frustrada por não ter acesso aos danos mentais que tentou infligir em mim? Foram inúmeras, milhares, e em todas eu sai vitoriosa mesmo que destruída, porque a diversão não existe se não houverem expressões ou sons para demostrar, e quando eu enfim aprendi isso a muito tempo passei a me emprenhar ser mestre em manter a postura impassível e neutra, nada pode penetrar a barreira que eu mesma criei ao meu redor, essa é a minha maneira de me proteger e por mais que quem eu ame sofra por não conseguir me compreender sem que eu diga como estou, tem se provado um método eficaz. Aqui dentro sou somente eu comigo mesma lutando por sanidade e paz, algo que parece estar cada vez mais distante da minha realidade. Porém sou Clare, insistente demais em me manter viva e teimosa demais para desistir, e até que o último fio de esperança se rompa eu estarei aqui, de pé.




* * *



Aguardo que venha até mim, assim como em todos os anos desde que vim parar nesse lugar, sempre durante a madrugada, é irônico que me chame de rata quando quem se esconde e rasteja na sujeira seja ela. Passaram-se horas desde que todos foram deitar, me mantenho acordada sabendo que o que me aguarda pode ser pior do que tudo que já enfrentei antes, ela está diferente, fria, contida e calma, e eu estou ansiosa, agitada e inquieta, mas por fora mantenho minha forma inalterada. Ouço os passos pesados se aproximando pela escada que dá em meu quarto no porão, venha de uma vez, criatura obscura. A porta se abre em um rangido fantasmagórico, sorrio internamente, tudo deve ser sempre muito dramático.


_Ah, você está me esperando? Assim acaba toda a diversão, querida. -- Não é? Talvez, só talvez, esse seja o objetivo, minha cara. Ela passa da porta e está segurando a bolsa preta em que carrega os mais variados objetos de tortura, sua imagem embrulha meu estomago e digo a mim mesma que odeio criaturas ruivas. -- Sua cara me enche de nojo, como é possível que seja sempre assim? Não acha que mereço ao menos um sorriso, ratinha?


Fico em silêncio e espero que se posicione na mesinha ao canto, meu corpo sofre involuntariamente de espasmo de adrenalina, posso não externar, mas meu corpo sabe do que está por vir e teme tanto quanto teme senti-la. Levando fitando calmamente o ser de descendência diabólica, as mão passando nas cordas, chicotes e objetos pontiagudos, ela me fita e ergue as sobrancelhas, sim senhora. Levanto e tiro as roupas ficando apenas com a calcinha e o sutiã, a humilhação é maior do que a dor em muitas vezes, aperto a mandíbula e viro de costas até estar de frente para a parede que mais vi em toda a minha vida. 


_Sempre obediente, sempre boazinha, você tinha tanto potencial... poderia ser mais, poderia viver de outra forma, mas você não quis. -- Ser como você? Eu prefiro morrer a ser um monstro, lembro da sua proposta a alguns anos de me poupar se eu aceitasse ser como ela, uma psicopata. Um calafrio sobe pela minha espinha. engulo a ansiedade ao ouvi-la se movimentar como uma entidade atrás de mim, Deus, se você me ouve... faça tudo ser rápido, não peço que não doa ou ainda que não aconteça. apenas peço que seja rápido. -- O que me restou? Castigá-la por ser tão burra e ainda assim eu deixe que você tivesse o mínimo de regalias e o que ganho em troca? Você achou mesmo que eu não saberia sobre seu plano idiota de ir embora? Achou que seus passos foram dados por conta própria? Eu sei tudo sobre você... 



Sinto lágrimas pesadas descerem sem meu consentimento, é claro que ela saberia, a maldição do sofrimento que carrego é maior do que minha vontade de sobreviver, eu sempre soubesse que não havia um futuro para mim longe dessa prisão, é o meu destino afinal. E Deus, eu ousei mesmo em sonhar com o mundo lá fora? Não estava pronta para a força do golpe que me atinge na costela, o ar me falta e por alguns segundos perco a consciência, me seguro na parede gemendo baixo e o mais controlado que consigo, isso foi uma barra de ferro?! Posso sentir meu corpo irradiando a dor para todos os membros como se fosse fogo e lava. Minha cabeça pulsa fortemente.



_EU CONFIEI EM VOCÊ! Não esperava que mesmo após anos você fosse capaz de pensar em me abandonar, sua maldita ingrata! -- Mais um golpe, nas pernas, ofego incapaz de ficar em completo silêncio, ela está possuída, grita e rosna e bate com força. Há anos acreditei que sua força havia diminuído! Isso não pode ser normal, uma mulher de mais de sessenta e tantos anos ter tanta força! -- Vagabunda! O que a faz pensar que eu deixei você ir? O QUE? Você pertence a mim! A mim! Eu cuidei de você quando ninguém mais a quis, fedelha nojenta! Te dei casa, comida e tudo o que você não merecia e você só me trouxe desgosto, desgosto! Rata!


Sinto as pontas do chicote me surrar com intensidade, perplexa demais para chorar e enlouquecida demais para sentir começo a rir, o que foi que ela disse?! Ah, ela é totalmente insana... gargalho e as chicotadas param, encosto o rosto na parede e imagino o quanto esse lugar esteja carregado de energias negativas nesse momento pois até mesmo eu me sinto apoderada de algo ruim, mal sei discernir a origem da risada que sai dos meus lábios, essa mulher não sabe mesmo o que eu me tornei... talvez seja a hora de mostrar a ela. 



_Como... como ousa rir! PARE já como isso! Pare agora! Você enlouqueceu, sua criatura imunda! Você quer morrer?! -- Sim! Sim, por favor! Faça isso, mordo os lábios assentindo, ela ofega, me viro bem a tempo de vê-la horrorizada. Paro de rir e mantenho apenas um sorrisinho de canto enquanto cruzo os braços, meu corpo dói tanto e mesmo assim isso não me impede de estar de pé. -- O que porra se apossou de você, praga?!


_Me desculpe, estava rindo porque foi muito engraçado, sinto muitíssimo, senhora diretora. A verdade é que desejo que me mate agora e me poupe de ter que ouvi-la discursar por mais um segundo que seja, ah. -- Solto mais risadas enquanto ela me chicoteia repetidamente até ficar cansada e ofegante, me recupero sem ar de tanto que estou rindo. -- Terminamos? Isso é tudo o que pode fazer? Me bater não causa mais nenhum efeito em mim, graças a senhora sou muito resistente, devo agradecer? Veja, não estou sendo cínica, sou realmente grata por me treinar, mas jamais diga que cuidou de mim, por favor, fere minhas memórias e o meu ego.


Soou calma e controlada a fitando por alguns segundos enquanto inclina a cabeça para o lado, a crise de risos da lugar a um mal-estar terrível e doloroso, odeio ter que agir dessa forma, mas se serve para deixá-la sem reação como agora então devo suportar, me sento no sofá-cama e visto a calça e a camisa devagar enquanto a senhora com o rosto transtornado me encara como se estivesse vendo o próprio demônio, Deus me livre ser o seu reflexo, isso nunca. Espero que se recupere da estupefação e me mantenho quieta sentada e se um dia tive medo dela agora só restou a pena e a vontade de levá-la a um hospital, as pessoas nunca sabem quando chega a hora de se tratar, suspiro e deixo transparecer toda a minha compaixão, não gosto de ser assim, afinal ela tem sido o conjunto de todos os meus pesadelos, mas acredito, ou tento acreditar, que todos tem o direito de se arrepender e melhorar, mesmo alguém como ela, porque acreditar nisso me dá esperanças de que eu tenho o mesmo direito. Antes que ela avance em minha direção uso meu tom de desprezo que a faz estagnar no lugar.


_Antes que a senhora me ameace usando meu filho, Cecília ou até mesmo Aurora ou qualquer outra pessoa, saiba que se ousar tocar neles seu sonho se tornará real, eu serei sua versão jovem e atualizada, porém diferentemente do que você é eu voltarei toda a minha atenção a você, farei da senhora e sua morte meu objetivo. Você não irá conseguir parar de pensar em mim, serei como a sua sombra como você foi a minha e não descansarei até que esteja implorando pela sua vida, você diz que sou sua, tola, na verdade é você que me pertence, Lúcia... -- Deixo que minha voz fique mais rouca a medida que falo lentamente, nesse momento estou me divertindo mais do que deveria, ela tem um tremelique quando ouve seu nome sair da minha boca como uma maldição, sei que ela pode estar assustada agora, mas quando se recuperar ainda irá me atazanar, irá encontrar uma maneira de me impedir de sair, eu sei, o chicote cai da sua mão e seus olhos estão arregalados como se visse um mostro, exatamente, veja o que você fez! -- De todos os motivos do mundo que me impediram de por um fim nisso tudo saiba que o que mais pesou foi aquela criança e se você tirar de mim o que me mantém controlada irei exterminar você como se fosse não passasse de um rato, escute bem, assim como achou que sabia tudo sobre mim, eu também sei tudo sobre você, sei sua rotina e tudo o que faz durante cada segundo do dia, matá-la seria a coisa mais fácil para mim, mas eu ainda não quero. No entanto, se você me irritar, me ameaçar ou tocar em mim outra vez nem que seja um pouquinho pode esquecer que um dia fui uma boa menina, haverão pedaços seus em cada canto dessa cidade e no estomago de todos os vira-latas que vivem nas ruas. Sim, eu sou louca, deixei você se divertir, mas agora chega, tente machucar os meus e você vai sofrer tanto que vai duvidar até que o sol nasce, vai apenas lembrar que ele se põe. 


Não sei de onde tirei tanta besteira, entretanto mantenho minha fachada, faço uma expressão sombria que vi em um filme e para a minha surpresa a diretora fica da cor dos cabelos e sai do meu quarto como se estivesse em chamas, está completamente perturbada com o que viu e ouviu, espero até que esteja realmente longe e expiro deixando toda pressão que estava guardando sair em forma de lágrimas, por um momento considerei mesmo tudo aquilo? Ah Clare, não perca a sanidade... engulo em seco socando meu peito em busca de alguma sensação diferente da que sinto, me sinto imunda por ter que fazer o que fiz, espero apenas que esse show de horrores tenha valido a pena, senão não irei me perdoar pelas palavras que saíram da minha boca. Fecho os olhos voltando os ritmos cardíacos a pulsação normal, me deito virando de costas e a dor dos machucados me limita.


_Um dia tudo isso vai passar... não será mais de que uma lembrança distante, acredite! Pare de chorar, você não é assim. Controle-se.


*  *  *




_Mãe! 


Ah, meu Deus... corro antes que Ryan caia do berço, meu coração erra as batidas a medida que o alcanço a tempo, sinto que acabo de envelhecer uns dez anos! Agarro seu corpo rechonchudo e cheiroso e nós dois aterrissamos no tapete fofo, me preparo para repreendê-lo mas veja só, ele sorrir para mim... um sorriso largo e cheio de covinhas e então ri a beça, esqueço o susto.


_Ry! Você está se divertindo, seu bobinho! -- Estreito os olhos e falo com uma voz besta que só utilizo com ele, meu bebê, suas mãos tocam meus cabelos e ele enterra o rosto em meu pescoço, o abraço apertado. -- Meu amor, não pode descer sozinho do berço, por favor. Você poderia ter se machucado, é divertido? Suponho que seja mesmo muito divertido, não é?


_Shimmm!


É claro, mordo sua bochecha, sua risada é como o sol, quente e linda, aquece meus ossos e me trás esperança de dias melhores. Minhas noites são sempre sombrias e cercadas por pesadelos, mas as minhas manhãs são alegres e muito calorosas. Mais de um ano se passou e continuo confinada a esse lugar, mais presa do que jamais estive, atadas por cordas mais fortes e mais trevosa do que imaginei ser possível, desde que disse e fiz o que fiz a diretora tem sido implacável e cruel comigo, embora nada tenha mudado além da sua presença odiosa agora ser quase nula nas dependências do orfanato e com isso tenhamos diminuído um tanto das surras ela ainda me tortura com ameaças a minha própria vida, porém nunca mais ousou falar qualquer coisa sobre meu filho ou Cecília ou qualquer outra pessoa além de mim mesma após o acordo. Me sinto satisfeita por mantê-los seguros ao mesmo tempo em que sinto as paredes desse lugar se fechando sobre mim, me confinando e me deixando sem ar. A ansiedade tem me consumido pouco a pouco e agora de fato me sinto apodrecendo por dentro, não dá mais para ignorar o quando estou no limite da razão, não passo de uma prisioneira em um castelo sem sol, cinza e obscuro. A cada pesadelo novo e estranho que se mistura com as minhas lembranças um pedaço da minha capacidade de suportar se vai, o passado e o presente se sobrepõem, recordações da minha infância se distorcem em minha mente agitada e o meu corpo está implorando por alívio imediato.


Sou proibida de ir a qualquer lugar além do porão ou do quarto de Ryan, agora há dois guardas que circulam pelo lugar para impedir qualquer tentativa de fuga de minha parte, eles são criaturas sombrias e quando tenho o azar de vê-los eles me encaram com algo semelhante ao desprezo e ao ódio da diretora, minha comida foi reduzida, meu número de idas ao banheiro, minha quantidade de água, agora já nem posso levar Ryan ao pátio para brincar com as pedrinhas que ele tanto gosta, Ceci e Aurora estão muito preocupadas comigo, dizem que isso não está certo e que eu deveria ser levada a um médico pois a cada dia fico com uma aparência pior do que a fantasmagórica e desprovida de cor. A verdade é que não contei a elas o pacto que fui forçada a fazer para mantê-las em relativa segurança, aquela mulher satânica me ofereceu um acordo um dia depois do meu ato de rebeldia: 



_Se prometer agora e de joelhos que jamais irá tentar fugir de mim eu não irei me livrar daquele menino e da praga, os deixarei em paz, tudo o que quero em troca é a sua obediência total querida, isso é tudo o que posso fazer por você nesse momento e talvez um dia eu a perdoe por tamanha falta de respeito. Se negar... terei um prazer especial em demitir aquela velha intrometida, em vender a linda bonequinha e por fim dar o seu precioso menino para o primeiro vagabundo que passar na rua para que faça o que bem entender com ele. Você queria escolhas, não? Não disse que era não era mais uma boa menina? Pois bem, decida agora, vai me desafiar ou vai obedecer tudo o que eu mandar como sempre foi, Clare? A vida deles está em suas mãos, ratinha."


Sem alternativas e cansada de tanto resistir aceitei, desisti da luta para ganhar a guerra, mas a batalha parece estar longe de acontecer, meus planos são ficar aqui até que Cecília faça seus dezoito anos e possa enfim ir embora, faltam apenas mais alguns meses, não sei exatamente se meu corpo é capaz de suportar mais oito meses, mas estou me esforçando, a cada dia mais. Se Ceci sair e Aurora também me sobrará apenas Ryan e então irei fazer um pedido a Aurora, para que adote o meu filho provisoriamente e então nada mais será capaz de me manter aqui, no momento, porém, há vidas que dependem do quanto posso ser obediente e por eles faço qualquer coisa, mesmo que não sobre nada no fim, eu vou conseguir. Não acreditei que viveria um ditado, mesmo sofrendo e tendo que viver como um animal me sinto feliz por poder proporcionar uma vida suportável ao meu filho, ele pode dormir, comer e brincar, nada mais importa. Ontem, durante um dos raros momentos em que posso ver a minha irmãzinha, Ceci me perguntou se eu ainda tinha esperanças de uma vida melhor e pela primeira vez em muito tempo ou em toda a minha vida me vi sem resposta. Há, Clare? Há esperanças ainda ou estou sendo apenas teimosa? Não faço ideia e a cada hora que passa tenho menos noção do mundo e da realidade. Agora sobrevivo por um objetivo e alcançá-lo é o que me ajuda a abrir os olhos, eu não teria chegado até aqui se não fosse meu Ryan, olhar para ele me faz respirar e sobreviver mesmo que tudo o que eu mais deseje seja... o sono eterno. 


O que me conforta é saber que só preciso sair daqui e denunciar essa mulher, se vão acreditar em mim? Não sei, é provável que haja pelo menos uma investigação, se minhas memórias são reais essa entidade tem envolvimento com um mundo sombrio e assustador, tráfico humano, crimes e evito imaginar do que mais ela é capaz, as marcas em meu corpo devem ser o suficiente para registrar a queixa e espero do fundo do coração que a internem ou que a prendam em uma lugar fortificado, há algo de perturbador em seu comportamento e não entendo como as pessoas parecem não notar que convivem com uma psicopata e que ela é como uma erva daninha que apodrece tudo ao seu redor e infecta de maldade tudo o que toca. Se meu sofrimento puder ser usado para que outras pessoas não sofram que seja, pode não haver mais esperança para mim, mas posso ser a esperança de outra pessoa se conseguir retirar essa mulher da sociedade e então, se me restarem forças irei perseguir o rastro do ultimo fio de esperança que restar no mundo para voltar para o meu filho e a para minha irmã. E se não restarem... meu destino é apenas um e lutar contra ele já não funciona mais, o abraçarei e irei com ele para onde quer que seja meu local de descanso.






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Lembrem-se que o livro está passando por edição e está sendo REPOSTADO, vocês ainda verão muitas alterações e antes que perguntem quero avisar que o livro irá para a Amazon logo logo, após ser completamente editado e postado deixarei por duas semanas ele completo na plataforma até retirar e então ficará somente a degustação, tanto desde quanto dos outros dois, Te Enlouquecendo também será retirado e estarei postando Te Querendo quando os dois estiverem e o mesmo vale para o livro do Dante, estejam atentas aos avisos, por gentileza. Ok, ajudem-me. Posso contar com seu apoio e confiança?

Bjjsss e continua...

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