CAPITULO 3
Ser Feliz não é ter uma vida perfeita, mas sim reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios e perdas.
Autor Desconhecido.
Dois dias se passaram e ainda não dei nenhum passo como pedido naquele papel que o terapeuta me deu. Minha prima insiste muito para eu tentar. Mais já pedi para ela desistir de ficar insistindo comigo. Então tomo uma decisão.
-Rose.- grito por ela no quarto.
Depois de uns instantes ela entra no quarto.
-O que foi? Precisa de alguma coisa?- ela fala.
-Me trás o notebook pra mim.
-Está bem.- ela vai até a comoda e pega e me trás.- Vai fazer o que?
-Vou comprar outra cadeira de rodas. Uma mais melhor, eletrica e moderna.
-Opaaa que noticia maravilhosa. Até quem fim você está começando a fazer o que o terapeuta gostoso falou.- ela fala animada.
-Vou ignorar a ultima parte que você disse. E tem outra, vou fazer apenas isso.- falo mechendo no note.
-Pode parar. Adorei aquela parte do "sair e se divertir".
-Não. Agora me deixa que vou ver aqui. Você fica muito entusiasmada por qualquer coisa.- falo tentando me manter ocupada pesquisando.
-Ah para neh, Milly. Você sabe que estou aqui pra te ajudar.
-Vai me ajudar muito me deixando sozinha prima.- falo apontando a porta pra ela.
-Ok. Vou estar no meu quarto. Qualquer coisa me chama.- eu apenos balanço a cabeça afirmando. E ela entao sai.
Entro em um site e começo a buscar por cadeiras elétricas. Dou uma pesquisada a respeito de cada uma e enfim faço minha compra.
Alguns dias depois...
O interfone do apartamento toca, eu deitada no sofá acordo com o barulho.
-Rose...Rose...tem alguém lá em baixo.- eu grito.
Vejo então minha prima saindo da cozinha com um avental e enxugando as mãos em um pano de prato.
-Estou indo. Calma calma...- ela atende o interfone.- Oi quem é?...ok pode subir.
-Quem era?- pergunto.
-Sua encomenda chegou.- ela fala.
-Me leva para o quarto e recebe para mim.
-Vou nada. Já devem estar subindo. E inclusive a encomenda é sua. Vai que veio faltando algum parafuso ou a roda está solta? Te vira. Vou só abrir a porta.
-Por favor. Nao quero que ninguem me veja assim..
-Assim como? Despenteada? Perai, vou te fazer um coque.- ela fala rindo.
-Você me paga Rose.- falo cruzando os braços de raiva.
Alguns minutos a campainha toca. Rose vai até a porta e abre.
Dois homens entram carregando uma caixa grande.
-Podem deixar aí mesmo.- eu falo e eles deixam a caixa no local em que falei.
-Quer verificar a embalagem antes de abrirmos?- um deles fala.
-Não, podem ficar a vontade.- falo.
-A cadeira vem desmontada?- minha prima pergunta.
-Sim. Mais vamos montar rapidinho.- o homem responde.
-Tá certo. Vou estar na cozinha. Qualquer coisa é só me chamar.
Rose sai da sala indo para a cozinha. Os homens abrem a caixa e começam a montagem da minha nova cadeira.
Após alguns minutos estava pronto para uso. Depois de algumas explicações os entregadores se despedem e vão embora.
-Vamos estrear hoje essa belezura.- minha prima aparece na porta da cozinha.
-Podemos sim. Me coloca que vou para o meu quarto.
-Você sabe que não quis dizer isso.
-Sei mais não vou a lugar nenhum. Quero voltar para o meu quarto Rose.- falo.
-Sabe estou cansando desse seu mal humor. Sua bipolaridade. Para um pouco Milly. Tanta gente mal tem como comprar uma cadeira igual essa sua. Alias nem essa sua antiga conseguem ter. Você pode ter tudo já reparou.- ela fala me apontando o dedo.
-Sério que posso? Tem certeza? Posso ter minha família de volta? Posso ser uma pessoa normal?- falo chorando.
-Já chega Milly. Sua família sou eu. Só eu estou aqui para cuidar de você. Eu deixei tudo de lado para cuidar de você. Você é uma pessoa normal. Para e analisa, porque até hoje ninguem sabe o porque você está nessa cadeira.- ela fala me sentando na cadeira.
-Me deixa em paz. Volta pra sua vida então. Não quero ser um estorvo na vida de ninguém mais.
-Você não passa de uma ingrata mesmo.- ela grita comigo e sai da sala me deixando sozinha sentada na cadeira.
Não consigo parar de chorar. Não consigo parar de pensar no que estou fazendo com minha vida. Com a vida dela. Aperto o botão para movimentar a cadeira para frente. Vou até a porta e consigo abrir. Saio pela primeira vez sozinha de dentro do apartamento. Vou em direção do elevador e preciono o botão. Logo a porta se abre. Nao havendo ninguém dentro eu entro dentro e aperto o botão para o terraço. Enxugo as lagrimas que insiste em rolar.
Chego ao ultimo andar. Saio do elevador e vejo a claridade da luz do sol. Movimento a cadeira até o parapeito.
Sua altura bem elevada de cerca de um metro e meio. Não consigo ao menos enxergar lá em baixo. Paro na frente dessa unica barreira que me impede de fazer algo para acabar com todo esse sofrimento. Choro derrotada pelas minhas proprias dificuldades.
Parece que vejo novamente um filme em minha memoria o momento em que eu discutia com meu pai. O momento em que ele perdeu a direção com meus irmãos dormindo no banco trasseiro. A hora em que um minuto de conciência vejo meu pai todo machucado tentando respirar e morrendo ao meu lado.
A dor é dão grande que mal consigo respirar sozinha. Tento arrumar forças para me apoiar no parapeito do prédio. Consigo com muita dificuldade ficar apoiada com meus braços. Vejo os predios vizinhos. E quando as minhas forças se esvaem eu acabo caindo fora da cadeira me batendo com força contra o chão.
Sem forças e sentindo dor nos braços não consigo nem ao menos levantar o corpo do chão. Logo não vejo mais nada e tudo se torna escuridão para mim.
Não vejo as horas se passarem e eu ali caída no chão acordo vendo que já é noite.
Ouço risadas ao longe e conversas. Decido então pedir por socorro.
-Socorro. Por favor alguém. Eu estou aqui.- eu falo e continuo ouvindo as risadas.-SOCORRRO. SOCORRRRO... ALGUÉM ME AJUDA.
-Você escutou alguém gritar por socorro Bruno?- uma voz feminina fala.
-Eu não ouvi nada.- ouço um homem falar.
-SOCORRO, SOCCCORRRO.- tento gritar o mais alto que consigo.
Vejo de lado escuro saindo duas pessoas.
-Parece que tem alguém ali naquele canto Bruno.- vejo agora na claridade de uma luz uma mulher loira com um vestido curto..
-Estou vendo.- ele corre em minha direção.-Meu Deuss o que você está fazendo aqui moça.-ele fala tentando me ajudar a levantar.
-Ai ai está doendo.- eu grito de dor.
-Lucy liga para a emergencia agora.- ele fala para a mulher.
-Estou ligando.- ela fala com o celular na mão.- Não tem sinal de torre aqui. Calma ai. Vou procurar onde encontro sinal.- ela fala se afastando e tropeçando entre os saltos altos.
-Fica calma. Vamos pedir ajuda para você.- ele fala tentando me tranquilizar.
-Me coloca na minha cadeira por favor.- eu imploro.- Não preciso de ninguém da emergencia.
-Minha amiga está chamando socorro para você. Não posso te tirar do chão. Vai se você se machucou gravemente.- ele fala.
-Eu quero sair daqui. Me levanta daqui agora. Por favor.- eu peço com os olhos em lagrimas.
Logo a mulher vem correndo para perto.
-Eles já estão vindo.- ela fala.
-Vamos esperar eles chegarem moça.- ele fala.
Contrariada e chorando agora de raiva por não me tirarem do chão e me fazerem esperar no chão fico calada esperando o tal socorro chegar...
Olá meus amores. Desculpem a demora. Espero que gostem. Se estiver curtindo não deixem de votar e deixar um comentario aqui para me motivar a continuar escrevendo essa obra. Beijos e até a proxima...
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro