Capítulo 15 - Tristeza e Destruição
O som dos golpes ecoava pela floresta escura e sinistra, interrompido apenas pelo som abafado das sombras sendo obliteradas.
— Que droga! Esses malditos não acabam nunca? — gritou Igros, seus punhos se chocando violentamente contra as formas de sombra, que se dissipavam em nuvens de névoa negra.
Ele girou no ar com um chute devastador, esmagando outro inimigo. Seu rosto estava marcado por suor e fúria contida.
— Sinceramente, já chega disso. — Len falou enquanto se posicionava atrás do irmão, erguendo uma mão gelada e envolta em cristais de gelo. — Já faz quase uma hora que Harry foi levado. É hora de terminar com isso.
— Só tenta não transformar tudo em um deserto de gelo, ok? — rebateu Igros, com uma voz grave e cheia de sarcasmo.
Len ignorou o comentário. Ele fechou os olhos, respirou fundo e deixou o ar escapar lentamente, visível como uma névoa gelada na atmosfera úmida. Seus braços se levantaram suavemente, alinhando-se com os ombros enquanto ele reunia energia.
O ambiente ao redor começou a mudar. O calor natural da praça foi substituído por um frio crescente e cortante. O chão ficou branco, coberto por uma camada de gelo reluzente. O céu, antes estrelado, fechou-se em um turbilhão de nuvens carregadas que despejavam neve.
Igros deu alguns passos para trás, já acostumado com o poder do irmão, mas ainda cauteloso. Ele recuou cerca de duzentos metros.
— Expansão Glacial... — murmurou Len, sua voz baixa e controlada, enquanto exalava um sopro que cristalizou o ar à sua frente.
Cristais de gelo começaram a cobrir partes de seu corpo, formando uma armadura natural em seus ombros e pernas. Em questão de segundos, a paisagem mudou completamente. Árvores, arbustos, e até o solo estavam congelados em um raio de 150 metros. O som dos soldados de sombra cessou. Nenhum deles conseguia resistir ao frio.
Len abriu os olhos, agora com um brilho frio e determinado. Ele deu alguns passos, sua respiração calma enviando plumas de vapor no ar congelado.
— Vocês dependiam das sombras formadas pelo chão e pelas árvores... Agora que não há mais sombras, acabou para vocês.
Do outro lado, Igros observava à distância. Ele sorriu, balançando a cabeça antes de gritar:
— Ei, Len! Vamos sair daqui, já deu por hoje.
Len caminhou lentamente para fora do campo congelado, encontrando Igros.
— Não vai descongelar? — perguntou o irmão, curioso.
— Não. Melhor deixar assim. Se eu descongelar, elas podem voltar. Vamos atrás do grupo. — Len deu um sorriso de lado, zombando levemente. — Além disso, você foi rápido em sair do alcance, hein?
— Hah, nada demais. Só usando minha inteligência superior. — Igros riu, dando um leve soco no ombro do irmão.
Os dois saíram da floresta, deixando para trás o cenário gélido e assustador, e seguiram para o hotel onde estavam hospedados.
∆
Enquanto isso, em outra parte da cidade, Saya e Heyzel passeavam pelas ruas iluminadas ao lado de Oton.
— O que estão achando da cidade? — perguntou Oton, andando com passos relaxados, mas atento aos arredores.
— Estou amando! — respondeu Saya com animação, seus olhos brilhando como as luzes da rua.
— É muito diferente do nosso mundo. Tudo aqui parece tão único... tão mágico. — Heyzel concordou, sua voz serena, mas cheia de admiração.
— Ótimo! — Oton sorriu, satisfeito com o entusiasmo. — Já está anoitecendo, então vamos aproveitar e visitar o Vale dos Tempos. O céu de lá é uma visão que vocês nunca esquecerão.
Após receberem uma mensagem de Len confirmando que ele também iria ao Vale, todos seguiram para o destino.
O Vale dos Tempos era indescritível. Assim que chegaram, a escuridão da noite revelou um espetáculo celeste de estrelas, nebulosas e planetas visíveis a olho nu. A lua brilhava intensamente, refletindo em um riacho cristalino que serpenteava pelo local.
— É ainda mais lindo do que imaginei... — murmurou Saya, maravilhada.
Oton os guiou pelas esculturas dos antigos deuses, cujos olhos brilhavam com cores vibrantes.
— Impressionante, não? — comentou ele. — O brilho nos olhos das estátuas foi recriado pelo povo daqui, usando as cores originais dos deuses.
Enquanto exploravam, Len percebeu algo estranho. Ao longe, nuvens negras se formavam, e trovões iluminavam uma área destruída. Sem hesitar, ele alertou o grupo, e todos correram em direção à tempestade.
Quando chegaram, a visão era devastadora: árvores caídas, buracos profundos no chão, e partes das montanhas desmoronadas. Len sentiu algo familiar e correu à frente, ignorando os gritos do irmão.
Parado no centro da destruição, ele viu. Harry estava caído, com um buraco no peito. A dor o congelou. Sua respiração ficou presa, e flocos de neve começaram a se formar ao seu redor.
— Por favor... não se aproxime mais... — pediu ele a Saya, que se aproximava hesitante.
Apesar do aviso, Saya seguiu em frente. Ao ver o corpo de Harry, ela caiu de joelhos, o choro explodindo de sua garganta.
— Harry... não... por favor, você não pode me deixar...
Saya explodia com sua aura esmagadora, causando leves tremores no ambiente. Len, silencioso, ficou observando enquanto a dor consumia o grupo. Até que Kazuki apareceu, trazendo uma réstia de esperança.
— Ele não está morto por dentro — afirmou Kazuki, firme. — Mas precisamos voltar para tratá-lo.
Acertando rapidamente Saya, em sua nuca, ele a faz desmaiar, para que pudessem sair dali antes que ela causasse mais destruição.
Carregando Harry, Heyzel pegava Saya. O grupo deixou o Vale, com a determinação de enfrentar o que quer que tivesse causado tamanha tragédia.
∆
— Como foi a missão? — perguntou uma voz, oculta nas sombras.
— Exatamente como o planejado. Ele sabe que não é forte o suficiente.
— Excelente. Uma peça a menos no tabuleiro.
E a sala mergulhou no silêncio.
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