Testes
Minatozaki Sana.
Eu pensei que o sono viria instantaneamente. Tinha começado o dia na minha casa, em Seul, vivendo a vida como de costume.
Em questão de horas, tudo foi totalmente alterado. Agora estava em Manhattan, trancada na merda de uma torre da Rapunzel. Eu podia sair quando quisesse.
A única coisa que me segurava aqui era a minha própria teimosia, curiosidade, a necessidade de me certificar que minha única família, fosse cuidada.
Mesmo que eu tenha os deixado.
Sorri para mim mesma. Não era loira, mas meu cabelo era longo. Então, apesar de tudo, podia ser como Rapunzel, exceto por estar em uma torre.
Sempre havia muitas torres naqueles velhos contos de fadas. Isso era um conto de fadas? Se fosse, eu não era a princesa. Minha... captora? Minha provedora? O que ela era? Uma princesa encantada?
Ela poderia ser. Talvez fosse da realeza européia, lá ainda tinha realeza em alguns países.
Definitivamente ela parecia ter os maneirismos de uma aristocrata. O seu discurso, um toque de formalidade, mesmo nas situações mais privadas e íntimas, maneiras elegantes.
Ela até mesmo amaldiçoava com elegância.
Claramente muito bem educada, obviamente rica.
Tenho a sensação de que ela veio de família com dinheiro, de privilégios. E não é uma bilionária que começou 'ponto.com', alguma yuppie rica do ramo imobiliário.
Ela nasceu na riqueza, mas algo me fez pensar que também tinha feito sua fortuna. As pistas estavam lá, afinal de contas, especialmente da história de como tinha contratado Sunmi.
Não acho que quisesse revelar tanto sobre si para mim tão cedo, mas a história me disse muito sobre ela.
Esforcei-me a dormir, mas não consegui. Não havia relógios em meu quarto, então não poderia saber que horas eram.
Tinha o meu telefone em algum lugar na minha bolsa, mas a bateria estava descarregada, e, honestamente, não me importava sobre que horas eram.
Tarde, imagino. Mina tinha aparecido às quatro da tarde. Tinha acabado de chegar em casa, de uma mudança de um almoço no Outback, tinha tomado banho para tirar o cheiro do restaurante.
Passava das quatro, quase cinco horas, a partir do momento que Mina e eu deixamos o meu apartamento para chegar aqui, neste palácio de arranha-céu.
Outra hora do primeiro encontro para jantar, já deveria ter passado da meia-noite, com facilidade. O jantar tinha sido lento e arrastado.
Nós tínhamos conversado, a cada mordida. Houve longos silêncios entre nós, momentos estendidos, desprovidos de conversa vazia.
Esses silêncios, que deveriam ter sido estranhos, mas não eram. Eu não gostava de conversa fiada, a tagarelices.
Estive em dezenas de 'primeiro encontro' na minha vida, que nunca tinham ido a lugar algum, simplesmente porque não estava interessada em tagarelice fútil.
Não tinha paciência para os homens que divagavam sobre isso e aquilo. Cale a boca sobre o jogo de futebol estúpido.
Eu não poderia me importar menos sobre a porra do futebol. Foda-se os Lions, eles são uma merda e sempre vão ser, dane-se sobre as ações.
Não me importo se as ações subiram dez pontos e caíram cinco. O que isso quer dizer e em que universo devo me importar?
Se a conversa não me interessa, estou fora. Como fazer, posso pegar duzentos dólares e terminar o encontro.
Eu já estive no meio de uma refeição, e disse: "Obrigada pelo esforço, mas isso não está dando certo. Prefiro comer sozinha em silêncio do que ter conversa fiada."
E a minha mulher misteriosa, senhora alta e gostosa, parecia ser da mesma maneira. Ela não falava a menos que tivesse algo interessante a dizer, apreciei isso nela.
Não admira que eu não conseguisse dormir. Meu cérebro estava em círculos intermináveis, voando de pensamento em pensamento, como uma borboleta em um campo de flores silvestre.
Pensei no vislumbre que tive dela. Mesmo de salto provavelmente ela tinha um metro e oitenta, talvez mais não sou boa em medidas.
Toda vez que eu estive por perto, ela se moveu quase em silêncio, seus passos eram leves e rápidos.
Como quando a assisti na esquina do quarto, ela se movia com facilidade, apesar de sua altura.
Parecia ser magra e ter músculos, mas não era corpulenta. Apesar de ter uma bela bunda.
Quero dizer, isto é apenas uma conjectura baseada em, uma fração de segundo de visão mas foi a minha impressão.
Isso funciona para mim. Eu não ficava impressionada com caras que tinham músculos gigantes nos bíceps. Os músculos peitorais maiores do que os meus seios.
Se um cara era reforçado, obviamente, passava horas e horas na academia. Ficar com esse tipo de forma, requeria dedicação.
Bom para eles com certeza. Mas eu queria que o cara que estivesse namorando tivesse tempo para mim. Se ele gastava três ou quatro horas todos os dias só para ir ao ginásio, então, eram três ou quatro horas a menos que ele tinha para mim.
Me chame de egoísta, mas espero que meus namorados fossem mais dedicados a mim do que ao seu peso.
Além disso, por que você precisa ser tão grande? Vai levantar coisas pesadas o dia inteiro? Rotineiramente precisa levantar uma coisa de duzentos quilos?
Hum, provavelmente não. O que você encontra na vida cotidiana que pesaria duzentos quilos? Não conseguia pensar em nada.
Não me dê um cara que esteja em boa forma que não possa manter uma conversa interessante em qualquer dia da semana.
Dê-me um cara que possa ficar um bom tempo, sem ter de flexionar seus músculos seis vezes por minuto, só para ter certeza de que eles ainda estão lá.
Eu gostaria de dizer. "Sim, amigo, você ainda tem seus músculos. Eles não foram embora nos últimos cinco minutos". E não, não estou impressionada com o quanto você pode levantar.
Você pode me levar para a cama? Pode durar o tempo suficiente para me fazer gozar? Essas são as coisas importantes.
Leve-me para a cama, me faça gozar. Se conseguir essas coisas, vou ficar impressionada.
Era por isso que, aos vinte e um anos eu ainda era solteira. A maioria dos caras não passam no teste do primeiro encontro, muito menos no teste de longa duração para manter o meu interesse por mais de um mês.
Esportes, filmes, trabalho, FORA. Olhe os meus músculos, eu sou forte. Cale a boca, EU NÃO ME IMPORTO. Use os músculos do seu crânio, e em seguida o de suas calças.
Impressione-me com o seu vocabulário e depois com a sua atenção sexual. Veja, essa era a outra coisa.
Realmente não preciso de um cara capaz de ir por horas e horas. Isso fica chato pra caralho, se for muito rápido, é fraco.
De verdade, prefiro gozar rápido e intensamente do que ser fodida por horas a fio. Quero dizer, não me interprete mal, eu adoro sexo. É ótimo. Mas horas do mesmo? Provavelmente não.
Descubra o que me faz gemer e depois faça isso até que eu goze. Garanto que se fizer isso, você goza também.
Isso é como funciona para mim e provavelmente, para a maioria das outras mulheres, aposto.
Exceto que, a maioria dos caras parecia não conseguir isso. Eles pensam que quanto mais duro, mais rápido e mais tempo significava melhor, quando na realidade, muitas vezes não era o caso.
A mulher misteriosa? Puta merda. Ela podia me excitar com meras palavras. Um sussurro no meu ouvido. Um toque no meu rosto.
Um beijo no meu queixo, já me tinha contorcendo, molhada e dolorida no jantar e ela só me deu um beijo, um beijo bastante casto por sinal. Sem língua, sem carícias.
Minha calcinha ficou molhada. Merda, ela me excitou mais com alguns beijos na mão e braço do que qualquer outro cara tinha conseguido em uma noite inteira de muito sexo.
Não era difícil me fazer ficar quente e com tesão, nem era difícil me fazer gozar. Me acho média.
Não tenho nenhum gatilho na minha mente e raramente gozava mais de uma vez. Se o cara prestasse atenção aos meus sinais, poderia me derrubar muito facilmente.
O que aconteceu no jantar? Irreal. Apenas, totalmente irreal. Acho que durante toda minha vida estive errada sobre minha opção sexual.
Saí da cama, vestida com camisa e calcinha, caminhei pela sala meus pensamentos ainda disparados.
Doía. No fundo, entre as minhas pernas. Ela me deixou quente, me deixou pendurada. Não gosto disso.
Eu não estava em algum tipo de frenesi sexual, apenas levemente frustrada. Ela me deixou curiosa, querendo saber, precisando.
Finalmente, eu não aguentava mais. Deixei o meu quarto e caminhei em direção à cozinha.
Não me incomodei em me cobrir, uma vez que apenas Sunmi estaria por perto para me ver, supondo que ela ainda estivesse acordada.
Misteriosa Mulher-Deusa, eu realmente precisava descobrir seu nome. Ela disse que estaria em seus aposentos privados.
É mesmo! Aposentos privados? Quem mais falava assim? A adolescente de mente suja em mim, queria fazer uma piada sobre isso.
Quando confrontada com situações que eu tinha dificuldade em lidar, reagia com humor, geralmente obsceno e impróprio.
Depois de algumas voltas, encontrei a cozinha industrial, escura, escancarada, ecoando.
Um fogão a gás de oito bocas, um exaustor brilhante, duplo forno, um forno de pizza de pedra, com uma pá de cabo longo, encostada na parede, uma grande ilha com uma tábua de corte branca correndo na frente da bancada, refrigeradores e contêineres prateados.
Esta era uma cozinha de restaurante, feita em grau de luxo. Havia uma cabine de refrigeração, uma cabine de freezer, e um refrigerador de quase dois metros de altura, abastecido de vinho, com garrafa após garrafa, do que eu assumi eram milhares de dólares em vinho gelado.
Havia um outro frigorífico independente dedicado a nada mais que as cervejas Stella Artois, Newcastle, Smithwicks, Guinness, Harp, Yuengling, Duvel, Chimay, cada tipo de cerveja que você poderia imaginar, exceto a doméstica e barata.
Sem Bud Light ou Coors aqui. Provavelmente não deveria dizer a ela que eu raramente bebia outra coisa, apenas Bud Light.
Isso se devia às restrições orçamentárias do que a preferência de gosto. Eu escolhi uma Harp, vasculhei meia dúzia de gavetas até encontrar um abridor de garrafas.
Andei com cerveja na mão, até que encontrei o recanto de café da manhã. Estava com o meu nariz perto do vidro, olhando para a cidade ainda movimentada.
Senti o cheiro dela antes de ouvi-la. Honestamente, não a ouvi chegar. Senti o cheiro do seu perfume e sua presença atrás de mim.
- Não se vire. - Ela murmurou.
- Não vou - A sala atrás de nós estava escura, então não havia reflexo dela na janela. Uma admissão gaguejou para cima e para fora. Eu tinha que saber o que ela faria. Este era o meu teste para ela. - Olhei, mais cedo. Quando ia virando a esquina. Você é alta e tem cabelo castanho. - Houve uma hesitação significativa, antes dela responder.
- Por que me disse? Eu nunca iria saber. - Dei de ombros, engoli um bocado de cerveja.
- Não sei. Uma mentira, mas não poderia lhe dizer a verdadeira razão.
- Hmmm. - Eu ouvi o líquido sendo engolido de um gargalo de garrafa, deduzi que ela estava bebendo cerveja também. - Você não deveria ter espiado, Sana.
- Eu sei. Sinto muito. - Estranhamente, foi um verdadeiro pedido de desculpas.
Por que isso importa? Eu não poderia responder a essa pergunta, exceto dizer o que fiz.
Não havia nenhum ponto em negar seu efeito sobre mim, não adianta negar que eu queria sua aprovação e confiança. Foi ela quem criou esta reação em mim?
Ela estava longe o suficiente, atrás de mim não estávamos nos tocando, mas perto o suficiente para que eu sentisse o calor vindo de seu corpo.
Deveria ter me sentido auto consciente sobre a minha vestimenta, ou a falta dela mas não estava. Não com ela. E mais uma vez, por que eu não estava? Eu não era uma puritana, nem era tímida.
Poderia balançar em um biquíni sem me sentir auto consciente, mas não era um show. Eu não mostrava mais pele do que me sentia confortável.
A camiseta que estava vestindo, mal cobria a minha bunda, deixando quase toda a metade inferior à mostra para ela. E isso não me incomodava nem um pouco.
Senti-me à vontade, apesar de estar seminua em torno de uma mulher que eu tinha conhecido há menos tempo do que tinha levado para voar da Coréia até aqui.
- Eu lhe disse para não falhar no teste.
- Sim, você disse.
- E ainda assim você espiou.
- Sou uma menina curiosa, o que posso dizer?
- Você é uma menina má. - Sua voz era baixa, escura, grossa com promessa.
- Sim. - Ouvi a grossa provocação na minha voz e me perguntei quem era. - Não era eu, certamente. O que você vai fazer sobre isso? - Engoli em seco, esperando por sua resposta.
Senti seus dedos apertarem o algodão da minha camiseta, levantando-a. Ela deixou descansar na curva da minha bunda.
A calcinha que eu usava, estava em algum lugar entre lingerie e calcinhas básicas. Era o tipo de calcinha rendada que ficava moldada na minha bunda, cortando apertada entre as nádegas.
De cor rosa claro, confortável, sexy. Agora me sentia revelada, exposta. Eu não estava respirando. Não ousava. Tinha sido má. Desobediente.
Mesmo pensando nesses termos, me fez contorcer com desconforto. Eu não era uma criança que se preocupava com a desobediência.
Mas ainda assim o sentimento persistiu, medo estava misturado com a excitação.
Algo quente e áspero segurou minha bunda. Balancei, quase deixando cair minha cerveja. Tentei respirar.
Estava ficando tonta por ter prendido a respiração por tanto tempo. Sua mão acariciou primeiro um lado e depois o outro. Ela tragou uma respiração curta e afiada.
- Maldição, Sana. Tão malditamente perfeita. - Suas palavras não tinham realmente significado para mim, parecia, tropeçando para fora de sua boca, em um murmúrio quase inaudível.
Estava prestes a objetar, para lembrar-lhe que não era perfeita, quando ela falou de novo. Mais alto, para mim neste momento.
- Não vá mais espreitar, sim?
Mais uma vez, abri minha boca para falar quando fui cortada. Desta vez, por um rápido e ardente tapa na minha nádega direita.
Não foi duro, não doeu. Ela só, me surpreendeu. Eu engasguei com o contato inesperado em seguida, o nó na garganta se transformou em outra coisa quando a palma da sua mão alisou e suavizou a minha carne irritada.
- Não vai mais espreitar, sim? - Seu tom era de alerta, exigindo uma resposta.
Eu estava muito surpresa e confusa para formar palavras. Balancei a cabeça, esperando que bastaria. Aparentemente não.
Um tapa afiado veio para o lado esquerdo do meu bumbum, mais uma vez, seguido imediatamente por um círculo suave de sua mão quente.
- Não... mais... espreitar. Sim?
- Sim... sim. - A resposta voou dos meus lábios, sem fôlego. Traguei em uma respiração longa, finalmente capaz de respirar.
- Isso não foi tão ruim, não é? - A Sua mão repousava sobre a curva do meu quadril, casual, possessiva. Familiar. Como se pertencesse a ela.
- Eu pensei que, pensei que você disse que não ia fazer isso.
- Machuquei você?
- Não. - Admiti.
- Foi um lembrete. Espero respostas quando faço perguntas. Nunca, nunca lhe causarei dor. Um pouco de ardência, isso é tudo. - Sua respiração voou sobre o meu pescoço, sua voz ressoou em meu ouvido. Deus, eu queria tanto virar.
- E você gostou, não foi? - Sabia que tinha de responder.
- Sim. - Respondi em apenas um suspiro, não contava como discurso. Foi um sussurro de mortificação.
- Se você realmente não gosta de alguma coisa, se isso faz com que você se sinta desconfortável ou com dor, me diga. Eu deveria, em todas as circunstâncias, ser capaz de ler suas respostas para o que faço, mas se por algum motivo eu perder alguma coisa, diga-me. Mas, por favor, para o nosso bem, examine antes de me pedir para parar. Descubra se você realmente quer que eu pare. Ou se você está apenas com medo de gostar de algo novo.
Tomei um gole da minha cerveja e depois, em um gesto instintivo que me surpreendeu tanto quanto ela, eu acho, inclinei minha cabeça para trás até que encontrei o seu peito. Mantive meus olhos fechados, por nosso acordo.
- Isso tudo é assim... muito. - Me ouvi admitir. - Tão diferente. Tão estranho. Então assustador. Eu não sei o que está acontecendo comigo. Você fez algo. Apenas, não sei, sem tentar. Como se você soubesse todos os meus interruptores e botões. Mas não teria como saber. Não teria como saber o que me faz vibrar. Nenhuma quantidade de perseguição, me olhando de longe, poderia dizer-lhe o que me excita.
- Sim, você está certa. - Sua voz, vindo de tão perto, a partir de seu peito, por cima da minha cabeça. Era alta, pura energia e vibração. - Eu lhe disse, Sana. Posso lê-la como um livro. Você está com medo, mas quer isso. Odeia o fato de eu afetá-la tanto, mas gosta em igual medida. O medo é que o tornará muito mais emocionante.
A garrafa tocou a madeira, e, em seguida, ela pegou a minha e colocou-a para baixo, bem em cima da mesa atrás de nós.
Suas mãos deslizaram pelos meus braços. Seu corpo se erguia atrás de mim. Sua respiração soprou no meu pescoço.
- Olhos fechados, Sana.
- Eles estão.
- Ótimo. - Uma breve pausa. - Você confia em mim?
- Eu estou tentando. Vou chegar lá.
- Eu estou no controle aqui mas, isso ainda se move em sua velocidade. Vou empurrar seus limites, empurrá-los para além do que você pensa que estará confortável, mas não tão rápido para que tenha medo.
Dedos enredando com os meus, grandes, duros e quentes, entrelaçamento com a minha pequena mão trêmula.. - Diga-me o que quer. Agora. Uma coisa que você quer sentir. - Não houve hesitação.
- Outro beijo.
- Boa menina. - Odiava essa frase, a forma como era dita, elogiando minha resposta.
- Eu não sou um cão de merda, por isso nada de 'boa menina' comigo. - Ela riu.
- Melindrosa, sensível.
- Não sou sensível. Só me ressinto com alguém falando comigo como se eu fosse um poodle, que finalmente conseguiu sentar-se ao comando.
Tinha pensado que, com esta pequena farpa, que o clima para o beijo teria ido. Mas não. Oh, não.
Meus olhos ainda fechados, eu ainda sentia sua respiração sobre o meu rosto, pele suave deslizando contra a minha mandíbula, lábios quentes roçando os meus.
E, assim tão rápido, a minha queixa foi esquecida. Torci no lugar, meus pés permanecendo plantados, meu torso girando e inclinando-se para trás. Era uma oferta, uma outra maneira de mostrar a ela que eu queria isso.
Você lembra quando eu disse que não durmo com o cara no primeiro encontro? Bem, raramente beijo no primeiro encontro.
Não era uma puritana, já disse antes. Só não acredito em mergulhar de cabeça em um relacionamento físico sem algum tipo de ligação emocional ou pessoal.
Não esperava que o amor de um cara que eu estava namorando fosse para sempre.
Não esperava um romance que me varresse para fora de mim, embora teria sido bom, mas eu esperava que ele colocasse algum tipo de esforço em me conhecer, antes que tentasse entrar na minha calça.
Então, por que diabos eu estava deixando esta mulher me beijar? Por que eu estava pedindo-lhe para me dar um beijo?
Ela admitiu ter me seguido por um longo tempo. Ela sabia coisas sobre mim que ninguém devia saber. Isso ainda estava na parte de trás da minha cabeça, essa pergunta, por que ela cuidou de mim?
Poderia realmente ser chamado de 'perseguição' mesmo ela nunca tendo feito contato?
Para mim, um perseguidor era alguém que observava cada movimento seu, lhe enviava cartas assustadoras e fazia telefonemas com respiração ofegante, que estivesse fora de sua janela do quarto e via você se trocar, se masturbando durante todo o tempo.
Um perseguidor era alguém com uma obsessão, uma paixão perigosa, insalubre. Pode ser ingenuidade, mas eu não acredito que a minha Mulher Misteriosa seja isso.
Definitivamente ingênua. Quer dizer, olhe onde eu estava. Eu tinha sido recolhida. Recolhida. Isso ainda me irritava.
- Você nunca consegue desligar seu cérebro, não é? - Senti suas palavras na minha boca, me arrastando para fora de meus pensamentos.
- Não, realmente não.
- O que estava pensando? - Perguntou. - Deve ter sido bem fascinante, senão fosse, eu seria capaz de distraí-la, fazê-la me beijar.
- Desculpe. Eu só, toda esta situação é bastante bizarra. Não beijo no primeiro encontro. Não obedeço. E não posso esquecer que você me olhava, que sabe qualquer coisa sobre mim.
Mudei de posição no seu abraço, estendi minha mão e mexi os dedos até que ela colocou a cerveja na minha mão.
- Você pode me ler. Já disse e é verdade. Isso me assusta também. Eu estou, muito assustada. Posso parar de sentir medo, ou perigo, mas não posso parar de tentar descobrir esta situação. E sim, realmente não posso entrar em uma sessão de amasso, quando meu cérebro está funcionando a um milhão de quilômetros por segundo, tentando descobrir no que diabos me meti. - Tomei um gole e suspirei depois de engolir. - E por quê?
Senti sua presença recuar um pouco, a ouvi tomar um gole de sua cerveja.
Me virei de volta e olhei para fora da janela. Foi um esforço enorme não olhar e por algum motivo, continuei a fazer.
- Tudo isso é compreensível. - Ela fez uma pausa para beber. - Por que você? Vamos apenas dizer, por enquanto, que tenho meus motivos. Escolhi você, porque te quero. Sei que realmente não ajuda, mas é tudo o que estou disposta a dizer no momento. Portanto, o que eu poderia fazer para aliviar alguns de seus medos? - Bati minha unha contra a garrafa.
- Não sei. Um nome? Um apelido? Algo que eu pudesse chamá-la? Não tem que ser o seu nome verdadeiro, apenas algo.
- Hmmm. Isso é um pedido razoável, suponho. - Sua respiração era profunda. Você pode me chamar de Kim.
- Kim?
- Sim. Kim. É um dos meus nomes.
- Você tem mais de um? - Ela riu.
- Claro. Você não? Minatozaki Sana. Pode- se, possivelmente, chamá-la de Sana, ou Minatozaki. Da mesma forma, parte do meu nome é Kim. É uma verdade que estou lhe dando, e para uma mulher reclusa e privada como sou, o presente não é pequeno. Quando colocado dessa forma.
- Obrigada.
- Não tem de que.- Ela estava ali atrás de mim, perto e quente mais uma vez. Com os olhos fechados.- Fiz o que me pediu. - Fechei os olhos, forcei minha respiração ficar normal, quando meu instinto era de prendê-la, suspensa e ansiosa até que soubesse o que ela iria fazer.
Inspire, expire. Eu era uma bola de tensão, ombros agrupados, com os punhos cerrados, uma mão em torno de minha garrafa de cerveja e a outra cravando as unhas na minha palma.
Em um esforço para provar algo, se a mim ou a ela, não tinha certeza, nem mesmo o que estava tentando provar. Inclinei a cabeça para trás e terminei a minha cerveja em quatro longos goles.
É claro, então tive que cobrir a boca e soltei um arroto silencioso por muito tempo.
- Filisteu. - Disse ela, com um sotaque divertido em sua voz. Eu ri.
- Ei, eu tentei abafá-lo.
- É verdade. Agora, você está pronta?
- Sim.
- Ótimo. - Ela pegou minha garrafa e colocou-a para baixo.
Suas mãos em concha nos meus cotovelos, deslizou até os meus ombros. Eu tremi, e ela sentiu minha tensão subir.
- Você está tensa novamente. Relaxe, Saan. Não vou lhe machucar. Certamente você sabe, pelo menos, até agora.
Tentei me forçar a relaxar, mas isso é claro, era uma contradição. Você não pode se forçar a relaxar. Seus polegares circularam os nós nos músculos das minhas costas, seus dedos massageando meus ombros. Isso ajudou.
E então eu senti ela colocar o cabelo que tampava meu pescoço, por cima do ombro. Minha língua saiu e correu em meus lábios, antecipando seu toque, seu beijo.
O que recebi foi uma lufada fresca, soprando, até que tremi e seus lábios se encontraram na minha carne, o calor de sua boca tomou conta de mim.
Cada parte minha relaxou e contraiu de uma só vez, a tensão se afastando até mesmo a ânsia se expandindo e esforçando.
Outro beijo, na inclinação do meu pescoço. Seu dedo puxou de lado a gola da minha camiseta, e os seus lábios tocaram meu ombro.
Ela se aproximou, perto da minha garganta agora. Uma mão segurou o grosso maço do meu cabelo de lado e a outra escavou pelo meu braço, dedos roçando na parte externa do meu peito, sem sutiã.
Os tremores eram constantes agora, cada toque fazendo a minha pele arrepiar e meus músculos tremerem. Inclinei a cabeça para o lado, seus lábios vagaram sobre meu pescoço para beijar minha garganta.
Senti seu cabelo roçando meu queixo e ombro, seu corpo inclinando-se sobre mim.
Estendi uma mão, me afogando com uma respiração profunda, nervos estridentes quanto ousei tocá-la de volta.
Meus dedos deslizaram ao longo da parte de trás do seu pescoço, através de sua linha fina, em seu cabelo macio.
Ouvi um rosnar profundo sair do seu peito, desaprovação ou prazer, eu não poderia dizer, mas ela não me impediu.
Deixei meus dedos enroscarem no cabelo macio e longo, perguntando para mim mesma, por que esta situação, por que esta mulher, não encontrando respostas e nem mesmo muito carinho.
Kim beijou atrás da minha orelha e suas mãos caíam na minha frente, deslizando pelo algodão da minha camiseta com um toque muito leve.
Ela segurou a barra inferior, punhos agrupados em cada uma das minhas coxas. Eu estava congelada, sem respirar.
Tinha certeza que até mesmo o meu sangue parou de bombear por um momento.
- Tão fino algodão. - Murmurou, sua voz era áspera com a sugestão. - Eu poderia destruí-lo facilmente. Você ficaria nua para mim, muito facilmente. Eu poderia beijá-la, em todos os lugares.
Coloquei minha mão sobre a dela, entre os punhos, mantendo a minha camiseta para baixo.
- Kim ... não.
- Não? - Senti suas mãos se estendem para além, senti o algodão começa a ceder.- Você ainda está com medo, Sana? Não quer sentir meus lábios em sua pele? Eu sei que sim. Você quer isso. Tem medo de querer isso. Você tem medo de se dar para mim. Mas quer e muito. Você realmente já deu a si mesma a um homem antes? Eu não acho que você tenha feito isso. E, certamente, nunca a uma mulher. Não a uma mulher como eu.
- Uma mulher. - Engoli em seco, lutando por palavras. Ela tinha meu cérebro em espiral, meu corpo trêmulo, meu sangue trovejando, meu senso comum em erosão e meus sentidos zumbindo.
- Uma mulher como você? Sim, Sana. Uma mulher como eu. - Outro puxão de seus punhos e ouvi um rasgo distinto. - Uma mulher que sabe exatamente o que quer, e exatamente como obtê-lo.
- E o que você quer? - Estava tentando, tão duro, manter a calma e falhando miseravelmente. Rrrrrrip. Eu senti o ar fresco no meu umbigo.
- Fazer você gozar. - Rrrripppp. - Mais forte que você já teve em sua vida.
- Merda ... - Ouvi-la gritar. - Sentir você tremer sob minhas mãos. Rrrrrrrrrrrriiiip. A camiseta foi rasgada até o espaço entre meus seios. Mais um puxão e ela ficaria livre. - Eu vou fazê-la gozar com tanta força que você vai chorar.
- Kim... - Eu não tinha certeza, por isso disse o seu nome. Como um argumento? Tenha misericórdia? Por favor, sim, eu quero isso? Nenhuma pista. Só que seu nome era tudo o que saiu.
- Sim, Sana. Você vai estar dizendo isso muito alto. Você pode gritar tão alto quanto queira, coisa doce. Ninguém pode ouvi-la. - Suas palavras deveriam ter me apavorado, mas elas só fizeram minhas coxas tremerem e meu coração baquear, em antecipação. - Você está pronta?
- Não...
- Bem, pelo menos é honesta sobre isso. - Rrrrriiippp. Tudo que segurava a camiseta no meu corpo eram as mangas e sua presença atrás de mim. - Você pode me dizer para parar a qualquer momento, Sana. Eu vou. Imediatamente.
Pare. A palavra não sairia. Eu tinha parado de respirar novamente e tive que tragar uma golfada de oxigênio antes de desmaiar.
Minhas mãos tremiam ao meu lado, meus olhos bem fechados. Eu ainda estava coberta, porém, o resto da camisa rasgada descansava nas bordas exteriores da minha auréola.
- A contração das minhas mãos, Sana. Isso é tudo o que vai demorar. Para ficar nua para mim. - Ela passou a ponta do dedo ao longo da minha clavícula, brincando com a gola da camisa rasgada.
- Ou, uma palavra da sua boca. Mas você tem que escolher. Agora. Diga-me para parar, agora. Sabe o que vai acontecer se você não fizer?
- O... o quê?
- Vou usar a camisa como uma venda para os seus olhos, vou deitá-la aqui no chão. E vou fazê-la gozar, e de novo e novamente. Até que você não possa respirar e se mover. Até que você esteja louca de êxtase. - Foda-se. Eu queria isso. Como eu queria isso.
- E, você?
- E eu? - Ela parecia perplexa.
- O que você vai querer de mim? Em troca?
- O que eu quero? Apenas os seus gemidos, Sana. Apenas o rubor em sua pele perfeita. Nada mais. Isso era bom demais para ser verdade.
Essa era uma lição que eu aprendi cedo na vida. Se parece bom demais para ser verdade, provavelmente é. Ela traçou o oco na base da minha garganta com um dedo.
- Ou, me diga para parar. E vou deixá-la sozinha, você poderá ir para a cama. Vamos retomar isto uma outra noite, mas para esta, você estaria a salvo.
Salva. Eu queria segurança? Sim e não. Não duvidava de sua capacidade de fazer exatamente o que estava prometendo e não queria nem pensar, em quanto tempo fazia desde que eu tinha tido um orgasmo.
Mas também precisava saber se ela realmente pararia quando eu pedisse. O problema era, testá-la me deixaria doendo e frustrada.
No entanto isso tinha que ser feito. Eu nunca seria capaz de confiar nela totalmente, a menos que soubesse que ela era tão boa quanto sua palavra.
Suas mãos estavam prontas para puxar a minha camisa pra longe e se isso acontecesse, eu estaria perdida em seu toque.
- Pare. - Estava orgulhosa de mim mesma por conseguir dizer a palavra, por fazê-la soar forte, com certeza. Todas as coisas que eu não estava sentindo naquele momento. Suas mãos congelaram na hora que a palavra saiu da minha boca.
- Como quiser. - Senti ela se afastar, todo o meu corpo doía e gritava lhe pedindo para voltar. Que me tocasse, terminasse, fizesse o que ela tinha prometido que faria.
- É muito cedo. - Expliquei.
- Querida, não precisa se explicar. Eu entendo completamente.
- Você não está zangada? - Por que diabos me importo? Por que soava tão insinuante, tão fraco, me sentia pequena? Ugh.
- Não, claro que não. Talvez um pouco desapontada. Não com você, por si só, mas simplesmente fiquei querendo. Eu não acho que talvez você entenda a profundidade da minha atração e desejo por você. Mas vai entender. - Eu cheirava a ela, a sentia perto, sua voz de repente zumbindo no meu ouvido. - Você vai. Você quer. Está me testando, Sana. Não pense que eu perdi isso. Então, se é para eu ganhar a sua confiança. Já passei no teste? - Inclinei meus ombros, respirei fundo. Assenti.
- Sim, Kim. Você passou. Obrigada.
- Conte até sessenta e então poderá ir.
- Tudo bem.
- Boa noite, Sana... de novo.
- Boa noite, Kim.
Ouvi seus passos recuarem e contei até sessenta. Perdi a conta, pensando em como ela me chamou de 'querida'.
Eventualmente, assumi que mais de um minuto tinha passado, então voltei para o meu quarto segurando as bordas da minha camisa juntas.
Me sentei na cama, com os restos rasgados de minha segunda camiseta favorita de dormir no meu colo. Como ela facilmente a rasgou.
Agarrei as extremidades da parte de trás da camiseta e puxei. Mal estiquei o pano.
Tive que exercer toda a minha força para conseguir rasgar a bainha, ela tinha feito isso facilmente, para ela era como rasgar uma folha de papel.
Apesar de toda a sua força óbvia, seu toque nunca tinha sido nada menos do que requintadamente suave.
Ela tinha me dado um nome. Deu, quando obviamente não queria.
Parte de mim pensava que foi o suficiente, eu podia confiar nela, poderia deixar tudo o que estava para acontecer, acontecer.
Mas outra parte me segurou. Ela me disse que estava guardando um segredo que mudaria tudo. Para mim, para ela e para nós. O estranho era que já havia um 'nós'.
Coloquei uma camiseta nova e me deitei na cama. Em vez de tentar dormir, deixei minha mente vagar, me deixei imaginar o que seria quando, apenas deixasse seguir.
Para ceder totalmente ao que ela queria. Algo me disse que seria danado de bom, incrível.
Basta levar um dia de cada vez. Isso foi o que eu disse a mim mesma. Um dia, uma experiência de cada vez. Estava toda dolorida. Precisando que ela terminasse o que tinha começado, recusando-me a fazê-lo eu mesma.
Entretanto, quando o pedaço de escuridão entre as cortinas fechadas começou a virar cinza, adormeci.
Sonhei com grandes mãos me tocando suavemente. Eu sonhei com aquelas mãos puxando os cobertores até mais perto do meu queixo, de uma silhueta no canto do cômodo.
Quando acordei com um raio de sol da manhã, jurei que senti o cheiro de seu perfume no meu quarto.
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