Sequestrada
Kim Dahyun.
Minha cabeça latejava. Esse foi o meu primeiro pensamento. Ela latejava e doía como o diabo.
Parecia que mil martelos batiam no meu crânio. Por que minha cabeça doía tanto?
Tentei tocar minha testa, mas não consegui. Minha mão não se movia. Eu puxei, mas estava ... presa. Abri meus olhos, dolorosamente devagar. Até minhas pálpebras estavam feridas.
A luz ofuscante agrediu minha visão. Tive que piscar, apertar os olhos e virar minha cabeça para o lado. Fechei-os novamente e olhei através das pálpebras entreabertas.
A luz intensa era do Sol e refletia em ondas como várias navalhas. Uma gaivota grasnou. Uma águia-pescadora lamentou.
Eu podia ouvir as ondas quebrando do lado de fora. Oh, minha cabeça ... estava preguiçosa, pesada. E estava tendo problemas para me orientar.
Aos poucos, meus olhos se ajustaram à luz e estiquei o pescoço, procurando uma dica de onde estava, ou porque as minhas mãos foram amarradas. Isto era um novo jogo de Sana?
Puxei forte, mas meu pulso estava preso firmemente ao pé da cama. Pé da cama? A cama no castelo não tem pés.
Era uma cama de plataforma, a cabeceira era montada diretamente na parede. E o castelo não estava no mar. Este brilho incrível me fez lembrar de algo. Algo familiar, antigo, uma memória assombrada.
Eu virei a cabeça me esforçando para ver pela janela, telhados brancos de topo achatado, edifícios caiados brancos com portas azuis e persianas, mais alguns telhados e cúpulas pintadas do mesmo azul brilhante distintivo.
Podia ver que os edifícios desciam a encosta em fileiras cerradas, rochas nuas espreitavam através dos lugares, o mar ondulando ao longe, muito abaixo. Em um instante, eu sabia exatamente onde estava. Oia, Grécia.
Merda. Não, não. Merda, merda, não. Como vim parar aqui? O azul do mar era perfeito ondulando com uma crista espumosa ocasional e velas o pontilhavam, não existe nenhum lugar na Terra como o mar Egeu.
Oia é uma cidade esculpida na rocha em uma ilha a duzentos e quarenta quilômetros do sudeste de Atenas, uma pitoresca aldeia fundamentalmente no mar Egeu.
Son Seunghyun mantinha uma propriedade em Oia. Forcei meus braços e pernas. Estava presa à cama de braços abertos.
Trilhos de bronze de cinco centímetros de diâmetro se estendiam entre os robustos postes verticais em cada canto, algemas me mantinham no lugar.
A cabeceira foi fixada a uma parede com janelas de correr em um círculo quase
completo em torno do quarto, que era claramente arredondado, oferecendo uma vista espetacular de toda a ilha, com a pequena vila de pescadores de Ormos Armeni visível ao sul.
Ouvi uma maçaneta girar e voltei minha atenção para a porta em frente à cama. Ela era escura de madeira grossa, reforçada com trincos pretos de metal trancadas pelo lado de fora.
A porta se abriu, revelando a única mulher em todo o mundo que eu teria dado toda a minha fortuna para nunca mais ver novamente. Son Chaeyoung.
O tempo havia a favorecido. Quinze anos atrás, Chaeyoung era uma menina, doce adolescente de dezenove anos, magra, delicada e quase demasiadamente bonita. Agora?
Ela era toda mulher, um pouco de peso havia lhe dado mais curvas e a tornava ainda mais bonita. Seu cabelo castanho grosso, pendurado até cintura em mechas soltas brilhando ao Sol, escuros como as asas de um corvo.
Sua pele tinha o bronzeado impecável de uma mulher grega criada ao Sol do mar Egeu. Ela usava um vestido branco, sem mangas, com um corte em V profundo entre os seios, a bainha estava um pouco acima dos tornozelos.
O vestido era longo e esvoaçante, moldado com tanta força em suas curvas que chegava a ser indecentemente revelador.
Seus olhos, no entanto. Aqueles não haviam mudado. Negros como a noite, brilhando com uma inteligência perversa, fria, cruel, calculista.
Predadores. Sedutores. Aqueles olhos poderiam pousar e fazer você se contorcer, não importava quem fosse.
Acho que mesmo seu pai tinha medo de Chaeyoung e isso queria dizer algo. Já que uma vez assisti Seunghyun cortar a garganta de um homem com uma faca e voltar a comer tranquilamente.
Ela ficou ao pé da cama, com um braço em volta da cintura, a outra mão na boca, batendo dois dedos em seus lábios com uma postura pensativa.
Seu quadril foi para o lado e o joelho dobrou. Chaeyoung nunca sentava ou ficava de pé como os outros, ela posava. Estava sempre ciente de como parecia e como seria vista.
- Kim. Meu Deus, Kim. A idade fica bem em você. - Sua voz estava um pouco mais profunda, suave e ela falou em Japonês com um leve sotaque.
- Você também, Chaeyoung.
- É bom vê-la, devo dizer.
- Na verdade não posso dizer que concordo. - Puxei minha mão contra a amarração. - Deixe-me ir. Deixe-me ir agora e podemos esquecer que isso aconteceu. Isso não tem que ser uma grande coisa.
Ela sorriu, a curva de seus lábios me lembrando, de alguma forma, uma cobra de olho em um rato infeliz.
- Oh, não. Oh, não, não, não. Eu não acho que você entenda, querida Kim. Você não entende nada.
- O que, Chaeyoung? O que eu não entendo?
- Isso. - Ela acenou para mim, as amarrações e a cama. - Esta situação.
Tive que afastar o meu medo. Chaeyoung tinha sido malditamente capaz de qualquer coisa há quinze anos. Algo me dizia que ela era ainda mais perigosa e imprevisível agora.
- Então, me ajude a entender. Por que estou aqui? Por que estou algemada à cama?
- Você gostava de jogar esses jogos comigo, Kim. Não se lembra daquela noite? Você deve se lembrar. Chipre? Sim, era Chipre. O Four Seasons. Você se reuniu com ...? Lee? Lee Taeyong? Você faria um negócio tão bom naquela noite. Eu acho que se lembra disso, na verdade sei que sim. Sua memória é espetacular ... você fez um acordo com Uri, o enganou e escalpelou. Ele previa e não podia fazer porra nenhuma. Fiquei muito orgulhosa de você naquela noite. E eu mostrei. Deixei você amarrar minhas mãos na varanda e me foder por trás até que gritei tão alto que as pessoas reclamaram, mas é claro que todo mundo sabe que não podem me dizer o que fazer, então elas não poderiam nos fazer ficar quietas. Você me deixou te amarrar também. Lembra? Eu usei seus cadarços. Essa foi uma boa noite. - Ela mordeu o lábio inferior e balançou as sobrancelhas. - Diga que se lembra, Kim. - Eu me lembrei, e como. Você não esquece alguém igual a Chaeyoung.
- É claro que me lembro. Mas Chaeyoung , isso foi há 15 anos. As coisas mudaram. - Tentei manter minha voz baixa e calma. - Muita coisa mudou. Você tentou me matar, se lembra. E agora me sequestra? Venha. Me desamarre e deixe-me ir.
- Oh, não. Eu não penso assim. Você não está se recordando direito. - Ela se moveu ao redor da cama ao meu lado. - Não tentei matá-la, sua boba. Isso foi o papai. Ele sentiu que você perdeu a utilidade, além disso, havia o fato de que você estava me abandonando... ele não ficou feliz. E até tentei falar com ele sobre isso.
- Chaeyoung... Park me disse que você o enviou. Antes de eu colocar uma bala em seu cérebro, ele contou que você tinha pagado cem mil euros para me matar. E me contou que o instruiu a me fazer sofrer. - Fiz uma pausa para ser entendida. - Se ele apenas tivesse atirado em mim, teria dado certo. Sequer o vi chegando. Mas ele tentou me machucar primeiro. E esse foi o seu erro. Eu deixei isso no passado, Chaeyoung. Não uso contra você. Não tentei me vingar. Fiz o meu próprio caminho e te deixei em paz.
- Você me deixou, Kim. - Sua voz era baixa e rosnando - Você me deixou!
- Seu pai queria que eu fosse uma assassina. Ele queria que eu fizesse coisas que não estava confortável. E não aceitaria um não como resposta, então caí fora.
- Você não pode simplesmente lucrar sobre nós, Kim. Não é tão simples assim.
- Deveria ter sido.
- Mas não é. Não é. Você é minha. - Ela se inclinou, tocando a longa unha vermelho-sangue no meu peito, sobre o lençol que ainda está me cobrindo. - Eu vou deixar você ter algum tempo para pensar, tudo bem? Te deixei se divertir. Eu queria que ... você tivesse um pouco mais velha. Achava que era muito jovem para me apreciar naquela época. Eu não gosto de crianças e você era apenas uma. Você precisava de um pouco de tempero, então quando foi embora, eu decidi deixá-la ir. Mas você é minha. Sempre foi. Era a minha favorita, Kim. Já houve outros, é claro, mas nenhum deles era você. Eles não podiam me satisfazer do jeito que você fazia, mesmo naquela época. Eu a mantive no meu radar, sabe. E sei que teve muitas para praticar. Você deve ser capaz de me satisfazer agora. Tem sido um longo tempo desde que estive realmente satisfeita.
Mal contive um estremecimento.
- Chaeyoung, isso é loucura. Você tem que me deixar ir. Eu não sou sua. Estou apaixonada por outra pessoa, tudo bem?
Ela estreitou os olhos e vi alguma coisa em seu olhar: uma pitada de algo escuro, maníaco e insano. Ciúme.
- Aquela... Criatura minúscula e horrível não é sua dona. Eu sou. - Abruptamente se endireitou e virou, examinando as unhas. - Mas não importa. Alec deve ter tomado conta dela agora. - Meu sangue gelou.
- Chaeyoung o que você fez? - Ela não respondeu, apenas girou a cabeça para sorrir maliciosamente. - O QUE VOCÊ FEZ? - Gritei tão alto que minha voz ficou rouca na última parte.
- Eliminando distrações desnecessárias, minha querida, Kim Dahyun. Isso é tudo. - Mordeu a unha do polegar timidamente, um gesto coreografado de despreocupação gelada.
- Se você machucá-la, então ... é melhor rezar para que eu não fique livre. Eu vou matar você. Não machuco mulheres, mas se fizer mal a um cabelo de Sana, vai pagar por isso. Você vai se arrepender.
- Você não vai fazer nenhuma maldita coisa, Kim. - Girou nos calcanhares, pegou o lençol caído sobre o meu peito e jogou para trás. Eu estava completamente nua por baixo, um fato que tentei não pensar até então.- Você ficou mole. Sempre teve a sua amiga Mina fazendo o trabalho sujo. Não finja, tudo bem? Te conheço melhor do que isso.
- Se você pensou por um segundo que eu amoleci, então não sabe nada sobre mim, Chaeyoung. - Arqueou uma sobrancelha.
- Ah. Há um pouco daquela base de aço que você costumava ter. - Ela empoleirou seu quadril na borda da cama, parcialmente de frente para mim. Eu a fitei, encarando-a debaixo, me recusando a recuar enquanto seus dedos repousavam sobre meu peito e faziam cócegas descendo.
- Outras partes suas costumavam ser como aço, também. - Tentei afastar, me retorcendo para evitar o toque dela. - Eu gostei dessa mudança. - Sorriu olhando meu peitoral
- Não me toque, sua vibora.
Não havia nenhum lugar para ir, e ela ignorou os meus esforços para ficar longe da sua mão exploradora, assim como ignorou o meu protesto e o insulto.
Sua atenção estava voltada para o meu corpo, os olhos sem rumo e devoradores, seus lábios curvados em um sorriso cruel.
- Você costumava responder tão lindamente, Kim. Mal tinha que tocá-la e estava pronta para vir para cima de mim. Você ainda é receptível? Humm? - Colocou os dedos em volta do meu pênis flácido.
Fechei os olhos e lembrei naquele dia, 15 anos atrás, quando ela tinha enviado Park para me torturar e matar.
Eu pensei sobre a dor da sua faca nas minhas costas, a centímetros de perfurar meu coração.
Lembrei da luta, cada movimento de agonia, brigando contra a arma em seus dedos. Recordei de atirar no joelho e pressionar a arma na sua testa, até que ele me contou que Chaeyoung o havia mandado.
Como ela descobriu o meu plano para desaparecer e obviamente não estava disposta a me deixar ir tão facilmente.
Pela primeira vez em 15 anos, eu pensei sobre o momento em que tinha puxado o gatilho. Park estava tentando conseguir uma pistola escondida, então tive que matá-lo. O sangue espirrou por toda parte.
Vomitei sobre todo o corpo de Park que ainda se contorcia. Com a faca ainda nas costas, corri. Encontrei meu veleiro estocado em preparação para a minha partida.
Naveguei em direção à Atenas, mas só me distanciei até Milos, antes que tivesse que parar e procurar um médico. Eu lhe paguei dez mil dólares para me tratar e manter silêncio sobre o assunto.
O programa de auto distração deu certo, porque Chaeyoung chiou em frustração e saltou para fora da cama. Ela andou por todo o quarto, furiosa com a minha falta de resposta aos seus cuidados.
- Você não está cooperando, Kim. Isso não é como deveria ser. - Soltei uma risada.
- O que você achou que eu acordaria, sequestrada, algemada a uma cama e estaria feliz em te ver? - Ela virou-se para me encarar, os olhos brilhando de fúria.
- Você... vai ... ser minha. Eu tenho certeza disso.. Você é minha.
- Eu pertenço a Sana, não a você. - Soube que assim que as palavras saíram da minha boca que eu não deveria ter dito.
- Ela já ia morrer, mas agora? Vai sofrer primeiro. Eu acho que vou trazê-la. Talvez faça com que ela me assista te foder. Talvez eu tome o que quero, te mato e depois ela.- Se inclinou sobre mim novamente, acariciando meu peito, minhas coxas, meu pau e meus testículos, seu toque suave, em contraste com as suas palavras. - Eu vou fazer isso sozinha, também. Tive muita prática, sabe. E tenho algumas técnicas bastante agradáveis.- Lambeu os lábios, mudando de tática abruptamente. -Mas primeiro? Tenho que fazer você ficar dura. Prefiro não drogá-la, mas vou, se tiver. Vamos tentar uma coisa primeiro. Você costumava adorar.
Ela colocou a boca em mim, começou a trabalhar suave e insistentemente, com habilidade. Mantive minha mente ocupada, pensei em todos os piores momentos da minha vida, todas as memórias dolorosas, embaraçosas, horríveis.
Qualquer coisa para não responder. Concentrei-me no horror da minha posição, na raiva. Na minha vergonha. Não funcionou.
Ela teve a resposta que queria e pareceu tomar satisfação imensa e vocal nesse fato. Chaeyoung parou quando me sentiu começar a endurecer, cuspiu-me com um pop molhado.
- Aqui estamos. Caramba, Dahyun. Você é mais bonita do que me lembrava. Vou aproveitar isto muito, muito mais. - Havia uma pequena mesa ao lado da cama, com duas gavetas.
Ela abriu uma, tirou um pequeno anel de borracha e um frasco de lubrificante. Eu ainda não estava totalmente dura.
Chaeyoung esguichou um pouco de lubrificante na palma da mão e espalhou sobre o anel, depois em mim. Fechei os olhos e tentei me forçar a amolecer, pensei nos espasmos do corpo de Park, o sangue e coágulos inundando a rua.
Começou a funcionar, mas ela já tinha me colocado o anel peniano e foi me acariciando com dureza e rapidez, bombadas vigorosas de suas mãos.
Eu odiava que tinha tão pouco controle sobre meu corpo. Que não conseguia parar a resposta à estimulação física. Eu não estava excitada, mas meu corpo traidor respondeu fora do meu controle.
Isso, dói. O anel foi feito para alguém muito menor e o fluxo de sangue era restrito, então eu não podia diminuir mesmo se quisesse.
Me desculpe, Sana. Eu te amo.
- Por que você está lutando contra, sua tola? Não se lembra de todos os bons momentos que tivemos juntas? - Ela estava sentada ao meu lado novamente, agindo calma e fria como se não estivesse me forçando.
- Me lembro de nunca ser capaz de satisfazê-la. E nada que eu fazia era bom o bastante. Me lembro de você gritando comigo quando gozei cedo demais. Lembro de você me convencer a deixá-la me amarrar, e então não me deixou ir. Desse jeito aqui. Você tinha me amarrado por horas naquela noite em Chipre. Isso é o que me lembro. - Falei com os dentes cerrados, provando a repulsa na minha língua, no fundo da minha garganta como bile amarga.- Você sempre foi uma maldita psicopata. Eu percebi na primeira vez que nós transamos. Você sempre queria mais. Outra coisa. Algo ainda mais fodido.
Eu estava deslizando. Regredindo. Meu discurso foi revertido para a forma como falava na época, uma linguagem vulgar com o sotaque japonês.
Trabalhei duro para me distanciar do que eu tinha sido, trabalhei duro para limpar o meu discurso. Havia parado de xingar, ajeitado o meu sotaque, tanto quanto possível, falando corretamente, formalmente.
Obrigando-me a falar, olhar e agir como a mulher que queria ser: uma respeitável empresária legítima. Merda eu mudei fisicamente também, retirei meus seios e comecei a malhar. Quinze minutos com Chaeyoung e já estava regredindo. Ela apenas sorria.
- Oh, Kim. Você não faz ideia. - Falava enquanto acariciava meu comprimento, quase sem fazer nada. Afagando. - Eu tenho praticado para isso. Conheço você, Kim. E sabia que iria brigar comigo. Mas você não pode. Não pode lutar contra mim. E está tentando agora. Você está tentando pensar em outra coisa para não reagir. Não é? Mas é só ... parar de lutar por um momento e sentir. É uma sensação boa, não é? Dói, um pouco. Estou apenas começando, Kim. Lute o quanto quiser, mas você vai dar para mim. Vai me dar o que eu quero.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro