Discussões
Minatozaki Sana.
A vida à bordo do navio tinha os seus próprios padrões, rotinas e todos, desde o Capitão até os marinheiros, empenhavam-se em manter esta embarcação enorme funcionando sem problemas.
Momo e eu também tínhamos nossas próprias rotinas.
Passamos muito tempo durante o dia no que Dahyun chamava de 'o salão de beleza' ou na sala de estar, assistindo filmes, lendo, ouvindo música, jogando cartas.
Mas Momo estava certa, sem um trabalho, o tédio era algo constante. Especialmente porque nós duas, estávamos acostumadas a trabalhar o tempo todo, ou estudar para as aulas, ou apenas viver a vida.
Dahyun tinha organizado para Momo terminar sua graduação através de cursos on-line, usando seu sinal de internet via satélite criptografado, mas isso só ocupava parte do tempo.
Eu tinha aulas aqui e ali, estudando tudo o que me interessava, mas não estava trabalhando para uma graduação.
Quanto a Dahyun bem, ela estava sempre ocupada. Permanecia em constante comunicação com Hendery, seu guru de negócios, em Nova Iorque, para ficar a par suas empresas.
Ela sempre estava em uma chamada telefônica via satélite criptografado. E quando não estava no telefone, participava do que parecia ser um fluxo interminável de e-mails.
E quando não fazia isso, passava muito tempo trancada com Mina.
Normalmente, nós quatro jantávamos juntas e, tipicamente, era uma ocasião bastante animada.
Tornou-se mais um dos nossos rituais a bordo.
Mina saia muitas vezes, durante o dia, usando o helicóptero do navio indo à costa, para fazer um ou outro negócio misterioso.
Ela nunca dizia e eu nunca perguntava. Mas quase sempre estava a bordo para o jantar.
O jantar desta noite não foi o mais animado, na verdade, foi um pouco estranho. O humor de Momo não melhorou desde que deixou a plataforma no início da tarde.
Ela não olhava para Mina, nem falava comigo. Mina estava tão taciturna quanto de costume, exceto, talvez, mais friamente silenciosa.
Dahyun estava perdida em pensamentos, traçando planos, suponho. Mesmo sob as melhores circunstâncias, não era a melhor pessoa para bater papo e, esta noite, não estava com vontade de conversa. Então, comemos em silêncio.
Assim que terminou de comer, Mina agradeceu ao comissário de bordo, depois pediu licença da mesa e desapareceu da sala de jantar.
Dahyun a seguiu logo depois, deixando Tofu e eu sozinhas na mesa. Ela continuou a mover a comida em seu prato e deixei o silêncio entre nós permanecer por talvez três minutos e então precisei quebrá-lo.
- Não está com fome, Momo? - Ela encolheu os ombros.
- Não. Estou bem. - Bufei.
- Por favor, Moguri. Nós temos sido amigas por muito tempo para que me diga essa besteira. - Suspirou e colocou o garfo no prato com um barulho.
- Sana... eu perdi a noção do mundo. Nem sei quanto tempo estamos neste barco. Nunca sei onde estamos. E não sei quanto tempo isso continuará e, pior de tudo, até mesmo, a verdadeira razão pela qual estou aqui. Eu sei o que você, Dahyun e Mina me disseram, mas é difícil deixar toda a minha vida de lado. Eu não entendo, especialmente quando não tenho nada para me preocupar. Ela me fitou. - Não me entenda mal, eu amo você, Dahyun é legal e até mesmo Mina é bom. E este barco é absolutamente inacreditável. Mas ... só quero ir para casa.
- Eu entendo, querida. Realmente entendo. - Mudei de assento para me sentar ao seu lado. - Eu sequer tenho uma casa para voltar. Esta é a minha casa agora. E por que você está aqui... não quero que entenda isso. Por favor, confie em mim.- Ela assentiu com a cabeça.
- Eu te entendo, Sannie. Mas ouvi-la dizer essas coisas realmente não ajuda. - Momo recostou-se na cadeira, se equilibrando sobre as pernas traseiras. - Eu sei que pode parecer trivial para você, mas quando disse que estava com tesão, não era uma piada. Eu nunca fiquei tanto tempo totalmente sozinha. E não sou boa nisso.
- Está sentindo tesão? - Falei, tentando fazer uma piada. Ela apenas me encarou.
- Não, sua tola. Estou com um grande, um enorme tesão! Eu não me dou bem com o celibato. Não preciso de um namorado sério ou qualquer coisa, mas preciso de uma distração, pelo menos. Tenho necessidades.
- E essas necessidades não são atendidas no barco.
- Nem um pouco. - Apontou um dedo para mim. - E não se atreva a sugerir a Mina novamente. Nós não teremos essa conversa mais uma vez.
- Por que não? O que há de errado com Mina? - Provavelmente me arrependeria por ignorar a sua advertência, mas algo sobre sua reação à minha linha de questionamento elevou as minhas suspeitas.
- Droga, Sannie. Basta esquecer, ok? - Se levantou tão rápido que sua cadeira quase caiu. - Isso não acontecerá. Deixa pra lá.
- Caramba, Momo. Não precisa arrancar minha cabeça.- A segui quando saiu da sala de jantar e caminhou para o deck.
- Bem, você continua falando dela e está me irritando.
- Parece-me que a senhora protesta demais.- Citei para ela. Momo riu.
- Realmente? Shakespeare?
- Se a citação se encaixa.
À nossa esquerda, Ushuaia era um crescente de vida urbana contra a majestade selvagem das montanhas cobertas de neve. Momo caiu sobre o parapeito e olhou para as ondas.
- Você já teve essa sensação de que algo é uma má ideia? Algo que você não tem uma razão, não tem nenhuma prova ou qualquer coisa para realmente seguir em frente, você só tem essa sensação de que seria super, super ruim? - Olhei para ela em silêncio.
- Momo. Eu fui de olhos vendados para a residência particular de uma bilionária misteriosa a quem eu devia milhares de dólares.
- Sim, e olha como isso acabou.
- Brincou.
- Hum. Apaixonada? Mais feliz do que jamais imaginei ser possível? Fodida loucamente pela mulher mais incrível do planeta, várias vezes ao dia?
- Uau! Muito mais do que eu precisava saber.- Ela balançou a cabeça em descrença.- E o que dizer sobre todo esse negócio de ser perseguida por uma mafiosa? Fugindo por sua vida? E a parte em que você quase foi estuprada, onde foram fuziladas, agredidas, sequestradas e precisou ser resgatada por malditos mercenários? - Dei de ombros.
- Eu passaria por tudo isso novamente, se significasse estar com Dahyun. - Um silêncio longo e cheio. Finalmente, Momo me fitou atentamente, com ceticismo.
- Realmente? Você passaria? - Balancei a
cabeça lentamente.
- Passaria. Essa é a pura verdade. Quer dizer, merda, sim, é difícil. Eu nunca tive tanto medo na minha vida. Ainda tenho pesadelos, às vezes. Mais sobre o tiro em Baekhyun e Chaeyoung do que qualquer outra coisa. Não escolheria passar por tudo o que aconteceu comigo novamente, com certeza. Mas fugir disso? Não, se significasse perder Dahyun. Eu passaria por tudo e faria tudo novamente.
- Dahyun significa muito para você? - Momo perguntou. Encontrei o seu olhar.
- Mais.
- Droga. Queria ter isso. - Outro silêncio, então, ela virou e fixou os olhos sobre a cidade à distância. - Esta é a primeira vez que realmente fala sobre o que aconteceu com você.
Ela perguntou, é claro, mas não queria sobrecarregá-la com os detalhes. Nem realmente me agrada a ideia de reviver, falando sobre isso. Eu suspirei.
- Não foi bonito. Eu não tenho certeza se realmente serei capaz de falar muito sobre o que aconteceu.
- Você nunca disse que atirou em ninguém. - Não pude responder por um longo momento.
- Dahyun foi raptada por uma ex-namorada. Acordei um dia e ela apenas ... tinha sumido e não havia nada. Mina e eu fomos atrás dela. A resgatamos. Os detalhes não importam realmente. Foi horrível, uma merda. Não saber onde ela estava ou se estava viva, era terrível. Depois que voltamos, me preocupei se ela seria a mesma novamente ... e essa foi a pior parte. Chaeyoung fez algo horrível com ela. Não vou dizer o quê, porque é simplesmente muito... particular e terrível demais para dizer em voz alta. Porém, as consequências foram piores. Nós pensamos em fugir, mas, em seguida, a ex, me sequestrou. Me deu um tiro no joelho e enviou uma foto disso para Dahyun. Só para feri-la. Ela me levou a esta ilha particular no Mediterrâneo e me manteve em cativeiro em um calabouço. - Fiz uma pausa para respirar e então continuei. - Chaeyoung tinha esse cara, Baekhyun. Ele era enorme, desagradável, feio, um monstro vicioso. Eles me amarraram e me amordaçaram, eu era mantida nua. Sozinha. Estava apavorada. Achei que ela me torturaria ou me mataria apenas para chatear Dahyun, mas isso não aconteceu. Eles me deixaram lá por ... nem sei quanto tempo. Dias, acho. Eventualmente Chaeyoung apareceu com Baekhyun e uma jovem inocente. Chaeyoung segurou uma faca em meu pescoço e me forçou a assistir, enquanto seu cachorrinho treinado fazia ... coisas desprezíveis com ela. Não há nenhuma maneira de descrever o que ele fez com aquela garota. Eu nunca esquecerei. Foi...repugnante ... a coisa mais malvada que já vi. E isso foi apenas para ferrar com a minha cabeça. Por nenhuma outra razão.
- Merda, Sana! - Momo sussurrou.
- Sim. - Fiz uma pausa, outro longo momento para respirar.- Eu vomitei nos sapatos de Chaeyoung e foi quando ela cortou o meu cabelo. Ela fez isso com um canivete. Cortou-o todo, e, então, raspou meu couro cabeludo, o que foi terrível. De qualquer forma, horas mais tarde... Baekhyun veio para mim. Não era para ele estar ali, ela deu ordens, especificamente, para me deixar em paz. Ela queria toda a diversão para si e Baekhyun tinha uma tendência a estragar as coisas... ele não ficava duro, a menos que as vítimas estivessem sangrando ou, depois que estavam mortas - O rosto de Momo se contorceu.
- Ele era um necrófilo? Isso é nojento.
- Você não tem ideia. Então sim. Ele planejava. Honestamente, não quero nem saber o que ele planejava fazer comigo. Eu tinha um buraco de bala no meu joelho, não tinha comido ou bebido alguma coisa há muito tempo. Tinha sido espancada e precisava fazer xixi. Então o deixei chegar perto e dei uma tesoura em seu pescoço com minhas pernas e mijei em cima dele. No rosto. E então roubei a sua arma e atirei nele. Três vezes. Depois coloquei as suas roupas e esperei Chaeyoung aparecer. Esperei até que ela estivesse bem na minha frente e atirei nela também. Sete vezes.
- Caramba. Nem sei o que dizer, Sannie. - Ela virou e olhou para mim Lágrimas brilhavam em suas bochechas.- Eu não fazia ideia.
Limpei seu rosto, empurrei o cabelo loiro encaracolado longe de suas bochechas molhadas.
- Não chore, Momo. Estou bem agora.
- Você atirou sete vezes? - Concordei com a cabeça.
- Eu espero que você nunca saiba o que isso é. Esse tipo de ódio ... isso te consome. E então, depois que atirei nela pela primeira vez, eu simplesmente não conseguia mais parar. Foi tão bom vê-la ferida, vê-la sangrar. Vê-la morrer. Essa é a parte que me assusta, que me dá pesadelos. Eu não me sinto mal sobre isso. Ainda não sei. Quero dizer, tenho pesadelos sobre isso, porque é difícil esquecer quando você vê alguém sangrar até a morte, por sua culpa. Você vê isso mais e mais em sua mente, de novo e de novo. Mas não me arrependo e não me sinto culpada por isso.
- E você faria isso novamente, por Dahyun?
- Eu a amo muito. Se nunca tocar em uma arma, ou ver outro corpo morto enquanto viver, será fantástico. Mas por Dahyun? Sim, faria tudo novamente.
- Como esse tipo de amor te faz sentir? - A voz de Momo estava tão baixa que mal a ouvi.
- Indescritível. Amá-la não é uma escolha. Não é algo que tenha controle. Ser sua, estar com ela... é tudo de mim. Eu não sei, Moguri. É. .. tudo. E vale a pena passar pelo inferno por isso.
- Eu não tenho certeza se sou corajosa o suficiente. - Ela seguiu o caminho de uma gaivota grasnando, quando voava através do ar à noite. - Não tenho certeza se sou capaz disso.
- Você amava Hoseok. - Apontei. Ela bufou.
- Hoseok era conveniente e não gosto dele. Mas, em última análise, ele era um perdedor. O meu perdedor, é claro, mas ainda era um perdedor. O meu perdedor, é claro, mas ainda era um perdedor. Eu sempre soube disso. Ele era suficientemente bom na cama para que eu nunca precisasse ir para outro lugar, sabe? Quer dizer, eu o teria despejado se fosse o caso. Não sou nenhuma trapaceira, você sabe disso. Mas será que o amo? De jeito nenhum. Nem mesmo perto disso. Estávamos juntos há quase três anos, sim, mas foi porque era fácil. Era bom o suficiente para que não terminássemos, mas não bom o suficiente para que realmente representasse algo. Amar? Eu não sei o que é isso. - Encolheu os ombros, traçou a grade de metal frio com uma curta unha sem pintura. - Eu nunca amei e nunca amarei. Estou feliz por você, mas não é para mim. Não acontecerá comigo. Eu só ... não sei como isso aconteceria.
- Você acha que esperava amar a Dahyun? Acha que eu sabia o que fazia? Merda, você acha que sei o que faço agora? Se você se fechar para o amor, isso não acontecerá. Mas se ele vem junto, você salta e segura, com sua preciosa vida - Momo revirou os olhos.
- Sim, mãe.
- O que aconteceu com Hoseok, de qualquer maneira?
- Eu lhe disse que estava me mudando.
- Ela encolheu os ombros. - Você ligou e me pediu para vir, para ficar no barco com você, então apenas ... lhe disse que estava de mudança. Não expliquei para onde ou por quê. Ele apenas acendeu um baseado e era como: "Bem, sentirei falta de você, de te ver."
- Uau. Você está certa, ele é um perdedor.
- Era o quanto eu significava. - Acenou com a mão - A única coisa que ele perderia era a minha metade do aluguel e os boquetes. - Olhei para ela.
- Espere, o quê?
- Mesmo eu, não estou de bom humor o tempo todo.
- Então, você poderia chupá-lo? - Encolheu os ombros.
- Certo. Por que não? Levava apenas um minuto ou dois para ele calar a boca e me deixar em paz por um dia ou dois.
- Um ou dois minutos? Pensei que você disse que ele era bom na cama?
- Ok, não, eu disse que ele era bom o suficiente na cama. Nada demais. E não me importava em usar um vibrador para que pudesse gozar mais rápido. Além disso, ele tinha muito boa aparência para um cara asiático e magro.
- Mas de volta aos boquetes. Um ou dois minutos?
- Bem, se fizer isso direito, sim. Quando não são preliminares, não precisa durar para sempre. Você só ... trabalha nele até que o cara goze. Essa é a questão.
- Eu acho que você precisa de um novo conjunto de normas, Moguri. - Murmurei e tomei um tapa no braço.
- Ei, meus padrões sempre me asseguraram sexo quando precisava. Além disso, nem todas temos bilionárias, Deusas do sexo para nos dar prazer até gritarmos. - Arqueou uma sobrancelha.
- Para sua informação, você precisa pensar em arranjar uma mordaça ou algo do tipo, porque cadela, vocês gritaram bem alto. - Eu ruborizei.
- Você pode nos ouvir?
- Não, imagina!
Ela começou a gemer alto, simulando um grito de orgasmo, debatendo seu cabelo em todo o lugar, imitando Meg Ryan em Harry e Sally Feitos um para o outro.
- É assim que você soa antes de gozar. Eu não tenho a capacidade pulmonar para realmente imitá-la tendo um orgasmo. Se não soubesse, diria que ela assassinava você... mais e mais e mais... e mais. E fim.
- Cala a boca, Momo!
- E mais e mais. A noite toda. Toda noite. Caralho, mulher, você nunca faz uma pausa? Será que ela nunca se cansa, ou pode apenas te foder a noite toda? E você ainda quer saber por que quero sair do maldito navio. É como viver em um set pornô.
- Tudo bem, Momo. Eu entendo. - Fingi estar extremamente interessada em minhas cutículas. - Tentarei ser mais silenciosa. - Mas Momo não tinha acabado.
- Sabe, não sou uma voyeur ou algo do tipo, mas você grita tão alto e por tanto tempo que fiquei um pouco curiosa para saber o que esse mulher faz com você. Quer dizer, hoje cedo ela fez você gritar tão alto que Mina e eu tivemos que descer, para a parte inferior do navio e ligar a música para abafar. Deus sabe o que a tripulação escuta! E mesmo assim, juro que vocês duas balançavam o maldito barco. No meio do dia, não menos!
- Momo...
- Nós navegamos por ondas de 6 metros que não fizeram a porra desse iate porta-aviões sacudir, mas vocês duas fazem, porra? - Ela fingiu ser atirada de um lado para o outro, balançando descontroladamente. - Juro por Deus, pensei que viraríamos ou algo do tipo.
- Cale a porra da sua boca, Momo! - Gritei.
- Você cale a boca! - Gritou de volta para mim - Como uma cadela consegue dormir com você uivando a noite inteira como uma maldita gata no cio?
- Estou prestes a jogá-la ao mar. - Avisei, rindo.
- Boa. Nadarei até a praia e encontrarei um pau para me sentar. Eu juro que tenho teias de aranha em minha xoxota.
- Xoxota, Momo? Sério? Quem diz
xoxota? - Eu dava risada, porém, era o que precisava. - Você é tão vulgar, às vezes.
- Como se você fosse melhor!
- Eu nunca usaria o termo xoxota para minhas partes de senhora! É nojento!
- Partes de senhora? Quantos anos temos, doze? - Bufou e revirou os olhos. - Além disso, como você a chama? Além de partes de senhora, o que, convenhamos, é tão embaraçoso quanto chamá-la de xoxota, se não mais.
- Eu não a chamo de nada, normalmente. Quer dizer, quantas vezes você está em uma situação onde usa uma palavra real para ela?
- Na vida cotidiana, suponho que esteja certa. Mas o que dizer durante o sexo? - Ela se inclinou. - Vocês falam obscenidades?
Corei fortemente. Com Dahyun era ousada e disposta a falar palavrões. Mas com Momo? Não muito.
- Eu não falarei sobre isso com você.
- Você fala! - Ela riu como uma hiena. - Você fala muitos palavrões, não é? Apenas evitaria esta pergunta se tivesse alguma coisa para falar! Eu aposto que a chama de boceta durante o sexo, não é?
- Merda, Momo. Cale a boca, já.
- Todos podemos ouvi-la enquanto fode e você não parece se importar com isso, mas não pode contar para a sua melhor amiga se fala coisas obscenas durante o sexo?
- Depende do calor do momento, está bem? E não costumamos falar sobre esse tipo de coisa, não é?
- Bem, você nunca falou. Eu não dou à mínima. Falarei sobre qualquer coisa.
- Sério? Então, qual era a posição favorita de Hoseok? - Perguntei.
- Estilo cachorrinho. - Respondeu de imediato - O problema era que ele gostava da posição um pouco demais. Tínhamos que segurar até que eu estivesse pronta para gozar, senão explodia imediatamente. Ele só não podia segurar. Então, como tinha essa minha bunda grande contra ele, apenas ... bam, pronto.- Neguei com a cabeça.
- Você é uma sem vergonha.
- Ei, você perguntou. E, além disso, não estou mais com ele, por isso não é como se fosse vê-lo novamente.
- Então... qual é a sua posição favorita?
- Você responde primeiro. - Disse Momo.
- Não tenho uma. Gosto de todas as posições de forma igual. - Não pude conter um sorriso. - E sim, nós falamos obscenidades. O que torna isso muito mais quente.
- Tentei com Hoseok algumas vezes. Ele não conseguia dizer sem nós dois rirmos muito. Sempre acabava por soar como uma piada. Eu não sei. O cara com quem dormi antes de Hoseok gostava de falar palavrões. Ele era bom nisso, também.
- Jin, não é? - Perguntei.
- Sim, Jin. Aquele cara era bom pra caralho. Ele fazia duas coisas muito, muito bem e era basicamente tudo o que precisava, exceto por ser sexy. Ele podia falar obscenidades como ninguém e me deixava molhada e pronta só por falar. E podia chupar uma boceta por horas. Aliás, essa era a única maneira que ele me fazia gozar e ainda não gozei mais forte do que quando Jin fazia oral em mim. Mas se não fazia as duas coisas, esqueça. Seu pau era esquecível, na melhor das hipóteses, o que não seria realmente um problema se o cara soubesse usar o que tem, mas Jin não sabia. Ele e eu éramos apenas amigos de foda. Eu não acho que sei o sobrenome dele, preciso pensar sobre isso.
- Seok Jin. - Completei
- Como você sabe disso? - Dei de ombros.
- Ele me disse, quando se apresentou. Ele era assim a caricatura de uma pessoa. Pavoneava em todos os lugares, e colocava a mão na sua e apertava tão forte quanto podia e falava: "Jin, Seok Jin. Prazer em conhecê-lo, amigo". Como, pode isso? Quem realmente diz seu primeiro nome duas vezes quando se apresenta? E Jin chamava todo mundo de amigo.
- Como você sabe tudo isso?
- Você namorou ele por seis meses, Momo. Há algo de errado com sua memória? - Ela me fitou.
- Eu não diria que namoramos. Nós transamos, foi isso.
- Ok, bem, que seja. Vocês saíam o tempo todo e ele se apresentou para mim, pelo menos, três vezes, da mesma maneira todas as vezes. Ele era um babaca e nunca entendi o que viu nele.
- Além de seu tanquinho e daquele nariz lindo?
- Ele usava mais produtos de cabelo do que eu. - Momo riu.
- Ele era uma espécie de viado encubado.
- Então, você apenas o manteve por perto porque ele era bom em oral?
- Sim, basicamente. - Disse encolhendo os ombros.
- Vê o que quero dizer? Você precisa de melhores padrões. Não me lembro de alguma vez você estar com um cara que ... eu nem sei como explicar... um pacote completo. Ou eram imbecis quentes ou perdedores que não eram exatamente feios. Era como se você escolhesse intencionalmente caras que sabia que não havia chance de se apaixonar.
O humor foi embora, agora. Momo não olhava para mim, não ria mais e não me olhava com uma resposta sarcástica. Tudo que tive dela foi um ligeiro encolher de ombros.
- Eu lhe disse. Apaixonar-me por um cara? Apenas não é o meu estilo.
- E te disse, você precisa de um novo padrão.
- Conhece alguma outra misteriosa, disponível, bilionária Deusa do sexo? - Me olhou com uma expressão afiada. - E não diga Mina. Não voltaremos para o mesmo assunto. - Levantei minhas mãos em sinal de rendição.
- Eu não falei nada.
- Mas pensava nisso, apesar de tudo.
- Ela é uma mulher boa, Momo. Uma grande mulher. Salvou minha vida mais de uma vez. Me ensinou a atirar. E sabendo o quão bem Dahyun a paga, garanto que você não sofrerá por dinheiro. E ela tem uma excelente aparência. Quer dizer, não me lembro de ter conhecido outra japonesa pura tão bonita quanto ela.
O barulho de um sapato ecoou acima de nós e esticamos o pescoço para olhar para cima.
Mina estava dois decks para cima, sua expressão era inescrutável, impassível, com os olhos castanhos brilhando.
Ela olhou para nós por um momento, depois se virou e desapareceu. Momo bateu no meu braço.
- Essa é a segunda vez que ela nos ouviu falando sobre ela. Ou melhor, você tentando me jogar pra cima dela. Isso não acontecerá, então, por favor, por amor a mim, pela nossa amizade, por favor, não insista. - No entanto, olhou novamente para cima, para onde Mina estava em pé. Ergui minhas mãos novamente.
- Bem. Eu juro que não falarei mais nada.
- Perfeito. Obrigada. - E assim, ela se foi.
Eu estava maluca? Talvez. Não sei. Minha amiga não estava só com tesão, ela estava sozinha. E eu poderia dizer que muito.
Ela estava comigo, por isso não era a solidão de estar sozinha na verdade, Momo estava sozinha por si, o tipo de solidão que decorre de não ter alguém para compartilhar sua vida, alguém para conversar à noite em sussurros compartilhando um travesseiro, alguém para abraçá-la.
Apesar de sua descrição um tanto rude de seu relacionamento com Hoseok, percebi que ela sentia falta dele.
Momo podia não tê-lo amado, mas foram três anos que viveu com ele, passou todos os dias em sua companhia, a cada noite em sua cama.
Isso significava alguma coisa, não importa o quanto ela alegou o contrário. A maneira como ele a deixara ir a feriu gravemente,eu enxergava isso muito bem.
Fiquei pensando no convés por um tempo e então ouvi um passo tranquilo e assumiu que era Momo voltando. Não me virei e falei sem olhar:
- Ouça, cara de puta, me desculpe. Eu não deveria ter forçado. Prometo que não falarei de Mina novamente.
- Claramente, não sou quem esperava.
- Ouvi ela dizer atrás de mim.
- Merda, Mina! - Falei, me virando assustada.
Ela encostou-se na grade ao meu lado, com uma garrafa de cerveja na mão, um cigarro apagado entre o indicador e o dedo médio.
- É um assunto que você faria bem em esquecer, Sana. Por ela e por mim. Como ela já disse mais de uma vez, isso não acontecerá. Agradeço as suas boas intenções, mas... não. - Sua voz era como a de sempre, baixa, mas não particularmente profunda, fria ou dura. Contudo, porque o conhecia, podia ouvir um certo tom, uma melancolia ou pesar, talvez? Eu não tinha certeza e com Mina, era impossível dizer. - Uma mulher como eu não é o tipo certo para uma mulher como ela.
- Ela não tem um tipo, Mina. Essa é a questão. Os caras com quem namora ou sai ... são de todos os tipos. Pretos, brancos, italianos, amarelos, rosas, aliens, magros, baixos, altos e tudo mais.
- Por que você está me contando isso? - Perguntou e inclinou a garrafa aos lábios, engolindo um gole de cerveja.
- Eu não sei. Só acho que você e Momo...
- Nós não somos compatíveis, Sana.
- Se você me perguntasse há um ano se pensava que seria compatível com uma mulher como Dahyun, eu teria rido de você. E isso foi antes de saber sobre o seu envolvimento na morte do meu pai.
Ela suspirou, enfiou a mão no bolso da calça e pegou um isqueiro, acendeu o cigarro.
- Você está obcecada com isso, não é?
- Eu não sabia que você fumava.
- Há muita coisa que você provavelmente não sabe sobre mim. - Deu uma longa tragada, deixando a fumaça sair lentamente. - Mas não me considero um fumante porque não fumo muitas vezes ou regularmente. É um vício que me permito de vez em quando.
Deixei o silêncio pendurar por um tempo, e tentando mudar de assunto, perguntei:
- Então, quando estaremos de volta aos Estados Unidos? - Ela ergueu um ombro.
- Depende do tempo, diria que um mês mais ou menos uma semana de qualquer maneira.
- Eu preciso de algumas revistas de noivas. Pode conseguir algumas para mim na próxima vez que estiver em terra? - Ela assentiu.
- Claro que sim. - Mina me fitou. - Kim nunca diria abertamente, por isso cabe a mim. Este casamento será extremamente pequeno e particular. Não será um casamento tradicional. Queremos manter a mídia fora disso.
Não mencionei que Kim disse praticamente a mesma coisa.Concordei com a cabeça.
- Eu entendo o seu ponto. Isso apenas ...
não parece bom para mim.
- Para mim também. Mas deixe Kim
se preocupar com isso, ok? Manter todos à salvo... esse é meu trabalho. Então você apenas se concentre no planejamento deste casamento.
- Obrigada, Mina. - Balançou a cabeça,
apagou o cigarro do lado de sua garrafa de cerveja agora vazia, em seguida, jogou a guinba dentro.
- Claro, Sana.
Começou a se afastar, mas o parei, quando um pensamento me ocorreu.
- Mina?
- Sim?
- Momo... está com um pouco de febre da cabine. Além disso, tudo a está afetando. A mudança repentina, a vida em um navio, sem trabalho... está a incomodando. Então, apenas ... mantenha um olho nela, por favor? Eu não quero que ela faça nada precipitado.
- Ela é propensa a tomar decisões precipitadas, não é?
- Sob as circunstâncias corretas, sim.
Quando decide que já teve o bastante, é capaz de qualquer coisa. - Mina concordou.
- Vou manter os dois olhos sobre ela, o tempo todo. Nada acontecerá com Momo, você tem a minha palavra.
E eu sabia que a palavra de Mina era boa.
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