Convite
Minatozaki Sana.
Fui deixada sozinha a maior parte do tempo no dia seguinte. Encontrei uma variedade surpreendente do meu iogurte favorito, na geladeira da cozinha secundária.
Levei um pote dele para o recanto de café da manhã, mas foi um erro, uma vez que tudo o que eu conseguia pensar era o que tinha acontecido ali horas antes.
Passei o dia na biblioteca, vagando de prateleira para prateleira, rolando as escadas com minha mão estendida, fingindo que era Bela.
Lendo um pouco disso, um pouco daquilo, enrolando-me nas cadeiras como um gato.
Quer dizer, se você estivesse em uma biblioteca gigantesca sozinha e essa biblioteca tivesse escadas rolantes, você não faria o mesmo? Era uma tentação irresistível.
Antes de hoje eu nunca tive um dia sem fazer absolutamente nada desde que era adolescente, então foi glorioso.
Eu poderia ou não, sentar no sofá do meu quarto para algo como, ficar duas horas sob o sol, observando a mudança da cidade através das janelas.
Tive um almoço preguiçoso na copa, em seguida parti para explorar por conta própria.
Já tinha uma boa ideia do layout do local pela turnê de Sunmi, mas era um apartamento gigante, eu ainda ficava um pouco perdida indo da biblioteca para a cozinha e, a partir do hall de entrada para o meu quarto.
Depois de alguns circuitos pelos corredores, sabia meu caminho de volta.
Lembrava do pequeno corredor que levava ao quarto de Kim, no final da tarde me encontrei do lado de fora dessa porta observando, querendo saber o que estava além dela.
O que ela estava fazendo? Estava mesmo aqui? Talvez ela tivesse saído de helicóptero para um encontro de negócios em algum lugar da cidade.
Ou talvez, ela estivesse sentada em um couraçado de mogno, rabiscando com uma caneta-tinteiro uma papelada fina e branca.
Eu não a via fazendo algo tão mundano como verificar e-mail ou fazendo chamadas telefônicas, embora soubesse que ela devia fazer essas coisas.
Estava perdida nessas reflexões quando a maçaneta girou e a porta começou a deslizar, abrindo.
Imediatamente, girei de costas para a porta. A velocidade e o entusiasmo com que o fiz me surpreendeu.
No entanto, sabia por que tinha feito isso. Eu havia me comprometido com o jogo, queria que ela se revelasse para mim em seu próprio tempo.
Furtivamente tive uma ideia de como trapacear. Nunca fui o tipo de garota que ia à procura do meu presente de aniversário ou Natal.
A maior parte da diversão, para mim, era a surpresa, não saber o que ia encontrar quando rasgasse o papel de embrulho na manhã de Natal.
- Sana - Ouvi a surpresa em sua voz. - O que você está fazendo?
Honestamente, me perguntando o que você estava fazendo ali. Queria saber como eram os seus quartos. Ouvi um passo suave atrás de mim, o clique do fechamento da porta e depois a mão na minha cintura.
- Eu não ia tentar entrar, só estava vagando por aí e acabei aqui.
- Na verdade, você não poderia entrar mesmo que tentasse. A porta tem um cadeado codificado para a minha impressão digital.
- Oh. Você realmente leva a sua privacidade a sério, não é? - Ela riu.
- Você não tem ideia. Todo o edifício é reforçado para resistir a um ataque direto de mísseis. Não há nenhuma entrada para a garagem, sem uma impressão digital e uma varredura de retina. O elevador que a trouxe até aqui também exige uma impressão digital e é um dos dois únicos pontos de acesso a este andar. Eu tenho meu próprio elevador privativo e garagem, é claro. O acesso às portas da frente também é garantido através de portas codificadas. As únicas pessoas que têm acesso à garagem e a este apartamento, como eu disse quando nos conhecemos, são Sunmi e Mina, ambas as quais você já se encontrou, e Hendery, a quem não conhece, e provavelmente não conhecerá tão cedo. Ele não vem aqui muitas vezes.
- Isso é um pouco louco, honestamente. - Quase podia a ouvir encolher dos seus ombros.
- Suponho que sim. Tenho minhas razões para tomar tais precauções. Não é meramente paranóia ociosa.
- Você tem inimigos, então?
- Nenhum deles precisa da sua atenção. - Seu tom claramente encerrando o assunto.- Você já foi à ópera?
- Ópera? Não. Porquê?
- Você se importaria de me acompanhar?
- De olhos vendados?
- Sim, é claro.
- Parece estranho, mas com certeza. Por que não?
- Muito bem. Você deve se preparar, então. Eu tenho um vestido para você usar. Sunmi vai levá-lo à você e ajudá-la a se preparar. Vamos dizer que, em uma hora?
- Eu posso estar pronta em uma hora.
- Excelente. Adeus por enquanto, Sana. - Ouvi um som eletrônico a porta se abriu e fechou ela se foi.
Voltei para o meu quarto, me despi e entrei no chuveiro. Me deixe dizer, puta merda.
Não foi apenas um chuveiro. Era uma lavagem de carro, para a porra de um ser humano.
Além do chuveiro gigante diretamente acima, havia oito bicos ajustáveis fixados na parede, bem como uma ducha para aqueles lugares difíceis de alcançar.
Era o chuveiro mais glorioso da minha vida. Eu não queria sair. Fiquei até o último pingo de tensão me deixar, quando já estava quase com queimaduras, espancada pelo spray, deixei meus músculos absorverem o calor.
No entanto, tinha que me lavar e sair, o que eu fiz com relutância. Podia me ver em um monte de banhos de chuveiro, no futuro.
Eu estava me enxugando quando Sunmi apareceu, um saco de vestido sobre o braço dela.
- Perdoe-me, senhorita. Eu só estava trazendo seu vestido. - Ela colocou a bolsa em cima da cama e abriu o zíper.
- Meu nome é Sana - Disse a ela, era desconfortável ter alguém me tratando com qualquer tipo de deferência. Era estranho e eu não gostava disso.
- Certamente. Você gostaria de minha ajuda?
- Certamente? - Enrolei a toalha em volta do meu tronco e vi como Sunmi delicadamente retirou o vestido.
Eu queria saber como ela parecia para que pudesse escolher roupas íntimas apropriadas.
Quase bufei quando percebi meus pensamentos. Roupas íntimas apropriadas. O discurso formal de Kim e Sunmi estava passando para mim.
Normalmente, eu teria apenas pensado na 'calcinha certa'.
O vestido era diferente de tudo que já tinha visto. Na vida real, pelo menos.
Quer dizer, eu assisti aos Globos de Ouro e MAMA's o suficiente para saber que este era um vestido caro. Era deslumbrante. Incrível. Era o tipo de coisa que Miley Cyrus ou Atrisd Bergés
usariam. Não eu.
Engoli em seco quando Sunmi segurou o vestido pelo cabide. Ela assentiu com a cabeça enquanto avaliava a forma como ele ficaria em mim.
- O vestido. Disse Sunmi, me olhando com curiosidade. - É um Prada. - Engasguei.
- É. O que?
- Senhorita minha patroa não poupa despesas.
- Ela me disse que seu nome era Kim - Falei percebendo que Sunmi estava sob uma liminar para não revelar nada sobre ela.
- Ah... Sra. Kim. Sim. Ela achou que eu deveria informá-la sobre isso.
- Este é um vestido da Prada? Quanto que custa tal coisa? Eu não tinha como saber. Muito. Um monte de dólares. Como isso é possível? Eu pensei que eles eram feitos sob medida.
- A logística de como ela conseguiu estão além de mim. Mas ela me garantiu que vai servir perfeitamente. - Sunmi estendeu o vestido em cima da cama e entrou no armário, vasculhou a gaveta de lingerie, me entregou um conjunto de cetim preto.
Sutiã sem alças, uma pequena tanga. Olhei de relance para a etiqueta do sutiã, Fredericks de Hollywood. Do meu tamanho, é claro.
- Isso vai servir, eu acho. - Ela se virou quando deixei cair a toalha e vesti a roupa íntima, em seguida o sutiã, meus seios quase se perderam dentro da peça. Eu tinha seios pequenos.
Quer dizer, eu era bem dotada, mas este sutiã faria magia literal no meu decote.
Ela vasculhou outra seção do armário, e me entregou um roupão de seda azul escuro.
Vesti e amarrei, na verdade, suspirei em voz alta com a sensação de luxo do tecido fresco contra minha pele.
- Por que não vamos arrumar o seu cabelo e fazer maquiagem, dai então poderemos ver o efeito total. Venha, sente-se. - Ela me levou para a penteadeira, puxou a cadeira para mim e enfiou os dedos pelo meu cabelo.
- Você vai arrumar o meu cabelo? - Sunmi assentiu.
- Sim. Claro.
- Mas você é a governanta dela, e ainda faz cabelo e maquiagem? - Ela sorriu para mim, o primeiro sorriso caloroso, genuíno que eu vi nela.
- 'Governanta' não é realmente uma palavra exata para definir os meus deveres, acho. Eu faço o que a Sra. Kim precisa. Mina cuida da segurança geral e de sua segurança pessoal, além de atuar como motorista. Eunwoo assume assuntos de negócios, bem como de suas necessidades pessoais.
- Existe alguma coisa que você não pode fazer? - Ela sorriu de novo quando começou a escovar meu cabelo.
- Fechar um negócio. Atirar com uma arma. - Apontou para o vestido, deitado na cama. - E usar esse vestido.
[...]
Trinta minutos mais tarde, o meu cabelo caía sobre meus ombros em cachos soltos, varrido dos meus olhos e pulverizado para durar a noite toda.
Merda, ela era boa. Meu cabelo parecia incrível. E com a mesma habilidade eficiente, ela fez a minha maquiagem.
Base luminosa, um pouco de blush, olhos esfumaçados, brilhante, batom doce 'maçã vermelha'. Sunmi deu um passo para trás quando terminou, acenando com a cabeça.
- Ok. Acho que isso está bom. Você é muito bonita, senhorita Sana. - Sorri para ela.
- Obrigada, Sunmi. Quero dizer, por fazer meu cabelo e maquiagem. Parece incrível. Melhor do que eu poderia ter feito por mim mesma, isso é certo.
- É, não importa. O prazer foi meu. De verdade. - Ela hesitou, como se deliberasse se devia ou não dizer mais. Lambeu os lábios, me olhando nos olhos e, em seguida para longe. - A Sra. Kim, como você deve ter notado, é extremamente privada. Ela vive sozinha, gasta quase todo o seu tempo trabalhando. Eu sou, na maioria das vezes, a única pessoa aqui. Assim, ter alguém em casa é agradável. Ter outra mulher que converse? É realmente um prazer.
- Você se sente sozinha, não é? - Ela encolheu os ombros.
- Às vezes. - Senti isso nela e me perguntava se era casada, se tinha filhos, ou se vivia aqui, vivia para servir a Kim.
Eu não acho que perguntar de imediato seria educado, então não o fiz. Em vez disso, apenas me inclinei para lhe dar um abraço hesitante.
- Bem, estou aqui. Por quanto tempo, não sei. Mas, enquanto eu estiver, podemos ser amigas.
- Isso seria. - Ela suspirou, como se caçasse a palavra certa. - Legal. Seria bom. - Fitou o relógio e seus olhos se arregalaram. - Precisamos terminar, você precisa ficar pronta. Mina estará pronta para buscá-la às seis, com precisão. Nem Mina, nem a Sra. Kim valorizam o atraso.
- Sim, de alguma forma isso não me surpreende. - Respirei profundamente. - Vamos colocar este vestido, então.
Sunmi segurou o vestido para mim, enquanto eu cautelosamente entrava nele, ajustando as saias e montado o corpete para os meus seios.
Puta merda. Este vestido era apertado. Quero dizer, se ajustava, mas era moldado para as minhas curvas, como uma segunda pele.
Algo me disse que andar com ele seria complicado. Eu muito raramente usava vestidos apertados.
Era verde-esmeralda combinando, sem mangas, bainha varrendo o chão em volta dos meus pés com espaço de sobra para um par de saltos.
Ele parecia um pouco com o vestido que Jennifer Lawrence usou no prêmio SAG, na verdade apenas o material e a cor eram diferentes.
Havia um par de sapatos de saltos pretos combinando com o vestido. Merda. Estes apetrechos, provavelmente, valiam mais do que eu ganharia em toda a minha vida.
Sunmi pegou do bolso do avental, uma grande caixa preta. Quando ela abriu, tive que me equilibrar com uma mão na parede.
Deitado no cetim preto dentro da caixa estava um colar de esmeraldas, nele havia um pingente com uma esmeralda do tamanho do meu polegar em forma de lágrima, suspenso em uma corrente tecida com fios trançados de platina.
Ainda havia um par de brincos de esmeralda combinando também com a forma de lágrima, tecido com platina torcida e trançada.
- Nossa... puta merda, Sunmi. - Mordi o lábio, só para me certificar de que não estava sonhando. - Eu não posso usar isso. É não posso sequer imaginar o quanto isso custa. É emprestado? - Sunmi arqueou a sobrancelha.
- Emprestado? Certamente que não. A
Sra. Kim não tem necessidade de pedir
emprestado joias. - Seu tom era divertido, quase de desprezo. - Não de mim, mas do conceito de empréstimos. Ela comprou este conjunto para você, para esta ocasião.
- Eu.. eu... Hum... Nem sei o que dizer.
- Respirei fundo, estendi um dedo para tocar o pingente do colar. - Vou me sentir exuberante vestindo assim. Não sei se posso fazer isso.
- Você é uma mulher muito bonita, senhorita Sana. Não tem absolutamente nenhuma necessidade de se absolutamente nenhuma necessidade de se sentir exuberante. Além disso, você vai ter um jantar privado com a Sra. Kim, assim como vai estar sentada em um camarote para a ópera. Você não vai andar no tapete vermelho, como se costuma dizer. - Ela colocou a mão no meu ombro nu, a palma da mão era fria, seca e reconfortante. - Você pode fazer isso.
- Eu posso fazer. Posso fazer isso. - Respirei fundo mais uma vez. Forcei a minha voz. - Eu posso fazer isso.
- Agora vire, para que eu possa colocar as jóias. - Me virei e senti descansar o colar no meu esterno. Era pesado e frio. Agora, os brincos. Ela colocou o pino através de minha orelha, o prendeu, repetiu o processo do outro lado. - Perfeito. Vamos olhá-la através do espelho.
Fomos juntas para o armário, um termo que não descrevia o espaço que era maior do que todo o meu apartamento de Seul, ela me posicionou na frente do espelho de três vias.
Quando vi a minha imagem refletida, tive que piscar duramente para conter as lágrimas. Eu não parecia ser eu. Parecia uma criatura elegante, sofisticada, que se assemelhava comigo.
A maneira como Sunmi fez meu cabelo e maquiagem acentuava meus olhos castanhos claros, até minha pele naturalmente pálida estava um pouco bronzeada e o vestido... Jesus, o vestido.
Ele abraçava cada curva, fez meus seios parecerem enormes e redondos e eu disse para mim mesma, muito perfeito e fez dos meus quadris bastante generosos, uma figura de ampulheta.
Meus ombros pareciam magros e afilados, meu peito e curva da garganta, elegante. O colar e brincos brilhavam à luz incandescente, sua cor um jogo perfeito para o vestido, além disso, compensava meu tom de pele como se fosse feito para mim.
- Você consegue respirar, Sana. - Sunmi segurou meus ombros, me senti estranhamente perto e ligada a esta mulher que mal conhecia.
- Obrigada. - Ela assentiu com um pequeno sorriso e sumiu para dentro do armário, abriu uma gaveta e tirou uma bolsa preta fina. Valentino.
- Vai precisar disso.- Havia gavetas cheias de bolsas? Como eu não tinha descoberto isso?
Precisava explorar mais este armário que era fantasia de uma mulher, em design e conteúdo. Minha mente girava.
Encontrei a minha velha bolsa no armário, peguei a minha carteira de motorista, algum dinheiro e meu cartão de débito.
Duvidava que fosse precisar de tudo isso, mas não parecia certo sair sem eles.
Desliguei meu celular e percebi, naquele momento, que não tinha ligado para Momo.
Ela ficaria chateada, com ciúmes e preocupada. Merda. Eu teria que ligar do carro. Fechei a bolsa e acenei para Sunmi.
- Eu estou pronta.
- Vou levá-la para o telhado, então.
- O telhado? - Sunmi balançou a cabeça, me levando pelo conjunto de salas em um ritmo rápido.
- Sim. Mina estará voando diretamente para o jantar. A Sra. Kim irá encontrá-la no restaurante, vocês vão juntas de lá para o Met.
Nós fomos para cima, saindo depois de um curto passeio, em um grande heliporto onde Mina estava à espera, em pé, com as mãos cruzadas atrás das costas.
Ela estava na frente de um helicóptero preto e lustroso, grande o suficiente para levar pelo menos quatro pessoas, possivelmente mais.
- Vou tentar. Obrigada por me dizer, Sunmi - Me virei e a abracei de novo. Ela estava dura, como se não costumasse ser abraçada. - Por tudo.
- O prazer foi meu, senhorita Sana. Agora vá. Tenha uma noite divertida. - Acenei para ela, e depois cruzei o heliporto para encontrar Mina.
- Olá de novo, Mina. - Ela inclinou a cabeça para mim.
- Senhorita Sana. - Estendeu a mão em direção ao helicóptero. - Se estiver pronta?
Balancei a cabeça e ela abriu a porta estendendo a mão para me ajudar a entrar. Olhei dentro da aeronave e percebi que não poderia entrar sozinha.
- É, não vou ser capaz de chegar até lá com este vestido. - Mina não disse nada, apenas colocou as mãos na minha cintura e me levantou.
Ela fez isso com tanta facilidade, como se eu não pesasse nada. Seu toque era metódico, platônico, não persistente.
Assim que eu estava dentro e acomodada, ela fechou a porta. Peguei meu telefone na minha bolsa.
Tinha um número de telefone no 'favoritos' da tela do meu iPhone: Moguri. Ela era, na verdade, um dos poucos contatos que eu tinha.
Marquei o número e segurei o telefone na minha orelha, enquanto Mina deslizava no assento do piloto e começava a aquecer o motor, ligando interruptores e consultando uma prancheta, fazendo todo tipo de coisas em preparação para a decolagem.
- Sana! - A voz de Momo foi um grito estridente, tão alto que segurei o telefone longe do meu ouvido. Mina virou no banco e me deu um olhar divertido.
- Onde diabos você esteve, sua fedorenta? Coloquei o telefone de volta ao meu ouvido e suspirei no alto-falante.
- Moguri, se acalme. Você está fazendo meus ouvidos sangrarem.
- Você disse que ia me ligar de novo, Sannie. Isso tem tipo, dois dias. Estava prestes a chamar a polícia.
- Não faça isso, Momo. Por favor. Realmente. Não faça isso. Estou bem, totalmente bem.
- Você não foi desmembrada ou torturada, não é?
- Desde que estou te ligando, provavelmente não. - Ouvi o zumbido do motor ficando mais alto. - Olhe, não tenho muito tempo, então só queria ligar e dizer que estou bem.
- Que barulho é esse?
- Esse é o motor do helicóptero.
- Helicóptero? - Ri do tom incrédulo e preocupado de sua voz.
- Sim, helicóptero. Estou em um helicóptero particular, prestes a ser levada para jantar com o meu benfeitor. - Por alguma razão, não achei que deveria dizer a Momo o que estava acontecendo mesmo que ela fosse a única pessoa em todo o mundo que eu confiasse plenamente. - E então nós iremos para a ópera.
- A ópera? Helicóptero particular? Que diabos está acontecendo, sua fedorenta? - Suspirei.
- Eu não sei nem por onde começar.
O motor rugia agora, o que tornava a conversa difícil. - Você está sentada?
- Por quê?
- Porque você tem que estar. Estou usando um vestido Prada, Moguri, Sapatos combinando. Colar e brincos de esmeraldas, que poderiam pagar por uma merda de mansão. A bolsa é Valentino.
- Porra, Santo Jesus torrado, Sana!
- Jesus torrado? - Ela rosnou.
- Não tire sarro da minha tomada de posse inventiva. Um vestido Prada personalizado? Você tem alguma ideia de quanto custa?
- Momo, isso é apenas a ponta do iceberg. - Mina olhou para mim por cima do ombro e circulou seu dedo indicador, o que significava que ela estava prestes a ligar os rotores.
- Escute, tenho que ir. Mas saiba que estou bem. Isto é, estou bem com isso, Momo.. Poderia ser bom. Muito bom. Ela é interessante.
- Ela? Não era ele? Como ela é? Qual o seu nome? Virou gay?
- Não sei como ela se parece, ainda. Provavelmente não deveria dizer muito mais. Ela é muito discreta. E ainda não sei se sou gay.
- Mas você a conheceu?
- Sim.
- No entanto, você não sabe como ela se parece? - Suspirei.
- Momo, é complicado. Vou lhe dizer o que puder, quando eu puder. Por enquanto, só não se preocupe comigo. Estou bem.
- Ok, garota. Basta ter cuidado. Pessoas ricas são estranhas. Ela fez um som beijando. Vá, então. Eu não quero atrapalhar seu passeio de helicóptero de fantasia, para o seu jantar chique e ópera extravagante, Senhorita Fantasia Quase Gay.
- Cale a boca, Momo. Não seja idiota.
- Não posso evitar, aprendi com você.
- Claro que aprendeu. Tchau.
- Tchau.- Desliguei, coloquei meu telefone na bolsa no modo vibrar.
- Desculpe, Mina. Estou pronta agora.
- Está tudo bem, senhorita Sana. Você foi muito cautelosa com sua amiga. Isso é bom. Ela vai gostar de saber disso.
Ela ligou um interruptor, os rotores ligaram e começaram a zumbir. Em seguida apontou para um par de fones de ouvido com um microfone pendurado nas proximidades.
Coloque isso. Cuidadosamente coloquei o fone de ouvido, consciente do meu cabelo. O ruído dos motores e rotores zumbiram. Eu podia ouvir claramente Hamilton quando ele disse: - Aperte o cinto, por favor.
Botei o cinto de segurança e tive que segurar o braço da poltrona quando o helicóptero levantou do chão, fazendo com que meu estômago caísse.
Para cima e para cima, depois nivelou, inclinando para a esquerda, me dando uma visão panorâmica e incrível de Manhattan, através da janela ao meu lado.
- Puta merda. A cidade parece tão diferente dessa perspectiva.
- Verdade. - Mina respondeu, claramente através do fone de ouvido.
- Não sabia que você era uma piloto Mina. - Ela soltou uma risada.
- Há muitas, muitas coisas que não sabe sobre mim, senhorita Minatozaki.
- Como o quê? - Ela não respondeu de imediato, em vez disso, tocou um botão e despejou algum tipo de informação de voo e plano oficial, em um canal de rádio diferente. Quando terminou, voltou ao meu canal e falou.
- Tal como ... eu sou licenciada para pilotar helicópteros, assim como aviões, tudo, desde aviões a monomotores, até mesmo as aeronaves militares pesadas, como C-130. Eu voei dezenas de milhares de horas, como civil e nas forças armadas.
- Achei mesmo que você parecia ter estado no exército. - Comentei e ela acenou com a cabeça.
- Sim, senhora. Ranger, Exército do Japão, aposentada.
- E há quanto tempo trabalha para a Sra. Kim? - Ela se virou para me fitar.
- Ela lhe deu seu nome? - Mina parecia surpresa.
- Só isso.
- Isso é impressionante. Eu trabalhado diretamente para Sra. Kim há cinco anos e para a sua empresa há oito. Ou seja, tenho trabalhado para ela por um total de oito anos, cinco dos quais eu passei como sua motorista e piloto.
- E guarda-costas, e investigadora particular.
- Sim e essas coisas. - Me interrompeu e voltou a falar. - Trabalhei diretamente para o Sra. Kim por quase um ano antes que ela me dissesse o seu nome. E você o obteve em 48 horas. Muito impressionante.
- Tudo que fiz foi perguntar. - Mina riu.
- Eu perguntei, também. Depois de um mês e meio. Sabe o que ela disse? "Faça mais uma pergunta pessoal, Mina e você vai acabar com uma pá, recolhendo estrume de elefante para o circo."
- Na verdade, ela usou a palavra 'bosta'? - Mina concordou.
- Sim, senhora. Ela não gosta de palavrões na maioria das circunstâncias. Se ela disser, você sabe que é tão sério quanto um maldito ataque cardíaco. - Ela me deu um outro olhar, um inquisitivo, curioso. - Quando eu mostrei a ela o que eu descobri sobre o seu namorado... Bangchan, ela ficou mais chateada do que eu jamais vi. Ela disse e passo a citar. "Certifique-se de que a peça vil de merda não encoste um dedo nela, Mina. Certifique-se de que ele saiba a quem ela pertence. Se ele resistir porra, enterre-o." - Eu tremi.
- Obviamente Bangchan não resistiu. Falei. - A voz de Mina soou fria e aterrorizante.
- Não lhe deixei muita escolha.
- Eu não quero saber o que isso significa, não é?
- Não. Provavelmente não.
O silêncio se estendeu entre nós. Tentei não pensar em Bangchan, ou sobre o que tinha visto no arquivo. Eu queria aproveitar esta noite, esta experiência.
Concentrei-me na visão do lado de fora da minha janela, Manhattan, estava abaixo de mim, banhada pela luz dourada do início da noite.
Mina manobrou o helicóptero pela terceira vez, e então senti que íamos mais baixo, vi quando nos aproximamos de um arranha- céu com um heliporto no telhado.
Em breve, o prédio era o meu ponto de vista e descemos direto. Um pouso suave e seguro.
- Espere um momento para que os rotores parem. - Disse Mina. - Não quero que estrague o seu cabelo. - Ela apertou um interruptor e rugido do motor, virou um gemido recuando, os rotores diminuindo até pararem.
Ela saiu e abriu a porta, colocou as mãos na minha cintura e me abaixou. Apontou para a porta mais próxima.
- Por aqui, por favor.
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