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Consequências

Minatozaki Sana.

Eu estava na proa do iate, um cobertor envolto em torno dos meus ombros. Amanhecia. O sol estava se levantando sobre a estranha silhueta de Alexandria.

Pináculos. A redução gradual cônica ou piramidal de uma estrutura no topo de um edifício, geralmente uma igreja ou torre, altos e finos, perfuravam a paisagem da cidade, ao lado de torres arredondadas e cúpulas espiraladas.

Uma voz alta, fina, oscilando, quebrou o silêncio, chamando em um estranho cântico. Ouvi passos arrastados atrás de mim, e não precisava virar para saber quem era.

- Isso é um muezim. No Islā, o encarregado de anunciar em voz alta, do alto das almádenas o momento das cinco preces diárias

- O canto? - Me virei e olhei para ela, que tinha uma toalha enrolada na cintura, nua, exceto por isso. Acenou com a cabeça.

- Sim. Ele está chamando os fiéis à oração. Você vai ouvir isso cinco vezes por dia.

Nós nos sentamos juntas, lado a lado, ouvindo o chamado do muezim ecoando em toda a cidade.

Depois de alguns minutos, o canto desapareceu, e ficamos com o som suave das ondas contra o barco. Eu podia sentir Dahyun ruminar, pensando, tentando formular um pensamento.

- Isso não acabou. - Falou, mais uma vez com a voz suave e suas palavras nítidas e formais. Ela virá por mim. - E agora, por você e Mina. Voltará, e vai usar os recursos do seu pai.

- O que vamos fazer? - Ela soltou um longo suspiro.

Eu deveria escondê-la em algum lugar. O canto mais distante da terra. Indonésia. Rússia. Tierra Del Fuego, No Brasil, Amazonas. Colocá-la em um pequeno apartamento. Tendo a certeza de que nem eu mesma saiba a sua localização precisa.

Colocar um guarda e pagar-lhe o suficiente para garantir a sua lealdade inabalável.

Girei sobre minha bunda para encará-la, pressionando meus joelhos em sua coxa.

- Não, Kim. Isso não vai acontecer. Eu não serei separada de você novamente.

- Preciso mantê-la segura. Não posso deixá-la se apossar de você. Eu não posso. E não vou.- Resmungou a última parte, pronunciando as sílabas com aumento do veneno.

- Então não deixe. Mas não vou deixar você fora da minha vista. Atravessei o mundo para encontrá-la, Kim. Arrisquei minha vida. - Tomei suas mãos nas minhas. Eu fui alvejada. Perseguida em um carro. Vi homens morrerem. E ... provavelmente matei pelo menos uma pessoa sozinha. Só para estar ao seu lado.

Ela retirou suas mãos das minhas.

- Eu sei. - Sua voz tremia, suave e triste. - Eu sei, Sana. E... me odeio por-

- E eu faria tudo de novo. Em um piscar de olhos. Sei que não acabou, que estamos em perigo e o que estamos enfrentando.

- Não. Você não sabe.- Ela se levantou, caminhou em direção ao mesmo ponto da proa, segurando o corrimão. A toalha abaixou em sua cintura, expondo o arco muscular de seus quadris.

- Você realmente não sabe. O que você viu? Aqueles homens? Eles eram ... apenas seu pessoal doméstico. Nem isso. Uma guarda esqueleto. Seu pai dirigia um... não é meramente um cartel ou qualquer coisa tão simples assim. É mais do que isso. Ela tem um império, Sana. Acesso a literalmente tudo. Um pequeno exército e não é exagero. Ela pode comandar tanques. Lança-foguetes. E nós temos ... Mina.

- E você, e eu. - Ela acenou com a cabeça.

- É verdade. Mas eu ainda estou fraca por ter sido drogada. Ainda posso sentir a droga no meu sangue. E, além disso ... não estou bem. - Kim olhou para mim por cima do ombro. - E você?

- Eu não sou ninguém. Sou apenas a sua namorada, e não há nada que eu possa realmente fazer, não é? -Abaixei a cabeça e olhei para o convés entre meus pés. - Esse é o ponto, certo?

- Sana... - Ela estava claramente confusa com o rumo da conversa, pela minha auto aversão repentina e mordaz.

- É verdade, você sabe disso.- Me levantei, apertei mais o cobertor ao meu redor, mudei para o corrimão de estibordo e me inclinei. - É verdade, eu sei disso. Aprendi algumas coisas ao resgatar você, Kim.

- Sana, isso não é ... - Continuei.

- Percebi o quão inútil eu sou. Tenho uma licenciatura que nunca vou usar e nem planejei. Serviço social? O que diabos eu estava pensando? Não sou uma empreendedora como você. Não tenho um conjunto definido de habilidades específicas, ou... qualquer coisa. Sou sua namorada e isso é tudo. Sei que você me ama. Não duvido disso. E não quero nem duvidar, porque você ama. Como é aquele ditado estúpido sobre cavalos de presente?

- Cavalo dado não se olha os dentes.

- Sim. Isso. Seja lá o que quer dizer. Eu não vou reclamar, é o meu ponto. Você me ama. O porquê, não tenho certeza. E não me importo. Estou feliz, porque eu te amo, e não sei o que faria sem você. Você ... me salvou primeiro, Kim. Eu ia morrer de fome, ou virar uma sem-teto, se você não tivesse feito o que fez. E agora estou aqui. Eu tenho você e as memórias dos últimos meses que passamos juntas. Vendo o mundo? Deus, Dahyun, esses meses foram os melhores da minha vida. Mas quando você sumiu, eu percebi... fui forcada a me perguntar, o que eu faço? E não pude chegar a uma resposta.

Kim não respondeu de imediato. Me perdi no movimento da água a poucos metros abaixo, tentando ver através da escuridão sempre em movimento.

Eu a senti ao meu lado, mas não conseguia me virar para encará-la. Ela não me tocou.

Simplesmente se inclinou sobre o corrimão ao meu lado. Isso deveria ter sido uma bandeira de advertência para mim, mas eu estava tão perdida em minha própria crise que não percebi.

- Acho que você deveria saber. Antes de sairmos de Nova York juntas, eu fiz algumas ... disposições. Se alguma coisa acontecer comigo, você vai estar amparada. Com isso quero dizer, cada único centavo dos meus ativos líquidos pertence a você. A estrutura da minha empresa será deslocada para simplificar as coisas, o que significa apenas vender e combinar subsidiários, todos os rendimentos a partir daí irão para você também.

- Mas, Dahyun, eu sou...

- A única pessoa que me interessa. Arranjei para que Sunmi e Mina ficassem amparadas também, mas tanto quanto me preocupo e confio neles, elas ainda são apenas amigas e empregadas. Você ... eu não sei. Família, suponho. A mulher que eu amo. Não falo com meu pai desde o dia em que ele me cortou e me expulsou. Nem vou, nunca. Não tenho irmãos, não tenho mãe, nenhuma outra família, sem dependentes, ninguém. Só você. - Ela agarrou o corrimão e torceu as mãos em torno dele, como se quisesse estrangulá-lo.

- Eu não tenho planos de deixar nada acontecer comigo. Pretendo viver. Pretendo fazer tudo ao meu alcance para manter você e eu vivas, não importa o que aconteça. Meu único ponto em contar-lhe sobre as disposições que fiz, é para tranquilizá-la. Você nunca vai enfrentar a falta de moradia ou a fome novamente. Nunca. De fato ... e se decidir que deseja deixar-me ... se nós terminarmos, quero dizer que será igualmente amparada. O suficiente para que nunca tenha que trabalhar um dia em sua vida, mesmo se você resolvesse agir tão descontroladamente quanto possa imaginar.

- Dahyun - Tive que parar e respirar. - Me deixe ver se entendi. Se eu fosse deixar você, lhe dizer que gostaria de voltar para Detroit e ... nem sei o que faria, mas apenas hipoteticamente

- Se você quiser isso, eu a deixaria ir. Lutaria por você... até que estivesse claro que realmente quisesse ir. Mas se fizesse, eu chamaria Hendery. Ele, então, estabeleceria uma série particular de contas em seu nome, dando-lhe acesso ilimitado a 1,6 bilhões de dólares.- Ela bateu no corrimão com o dedo indicador. - Essa conta já está configurada, na verdade, com algo como metade desse valor nela. É apenas em seu nome. Não posso acessá-la, e, ao atingir esse número, o acesso de Hendery como executor será cancelado, deixando-a como única parte no controle. - Minha mente girava.

- Dahyun, eu não ... entendo. - Ela deu de ombros.

- Eu não quero que você se sinta dependente de mim. Depois que todo este problema for resolvido, vou dar-lhe os códigos e os cartões que precisa para acessar o dinheiro. Dessa forma, poderá fazer o que quiser. Você pode descobrir o que quer. Ser uma artista? Você pode sentar-se durante todo o dia e tentar. Vou contratar os melhores artistas do mundo para ensinar-lhe. Quer cozinhar? Sunmi pode lhe ensinar. Quer ser uma filantropa? Voltar para a faculdade e colar um grau diferente? Possuir um negócio? Eu vou fazer isso acontecer. Qualquer coisa que quiser. Mas você nunca vai precisar me pedir um centavo. Se parar de me amar, isso ainda permanecerá.

- Por que? - Ela estava dura, retesada e tensa.

- Você sabe. - As duas palavras mal foram sussurradas, um murmúrio quase perdido entre o barulho da água e o som da brisa.

- Meu pai. - Acenou com a cabeça.

- Exatamente.- Soltou um suspiro, olhando para a imensidão do oceano. - Foi um acidente. Eu disse a verdade, Sana. Juro para você, o que falei era a verdade. Nunca quis que isso acontecesse que o seu pai morresse. Mas ele morreu, e é minha culpa. Quando Junmyeon se foi, eu fui responsável pela direção que sua vida tomou. Só eu sou responsável.

- Eu não quero seu dinheiro, Kim.

- É uma pena. Você o tem. Não precisa tocá-lo, se quiser. Pode fingir que não está lá. Mas ele está lá, e é seu, você queira ou não. - Esfreguei o meu rosto.

- Quanto foi que você disse?

- 1,6 bilhões de dólares. - Deu de ombros. - Acho um número bastante específico, mas Hendery fez algum tipo de equação elaborada. O número é formulado para permitir-lhe viver uma vida realmente de ... excesso ... e nunca terá que pensar sobre o que está gastando. Carros, casas, funcionários, impostos, viagens para qualquer lugar, durante o tempo que você quiser. A menos que decida que quer ser dona ... eu nem sei, dezenas de casas de cinquenta milhões de dólares, ou algo assim, você não poderia jamais gastar tudo. É assim que ele disse que chegou ao número. Supondo uma determinada quantidade de dinheiro gasta por dia, todos os dias, por cem anos. - Tentei invocar as palavras e não consegui.

- Kim, Isso é loucura. Eu não acho que posso sequer imaginar quanto dinheiro é.

- Você não pode. Realmente não pode, Sana. Você poderia gastar um milhão de dólares a cada dia por um ano inteiro, e ainda queimar... seira apenas um terço disso.

- Eu não posso sequer entender um milhão de dólares, Kim, muito menos um bilhão.

- Esse é o ponto. - Nós ficamos em silêncio depois disso, ambas perdidas em nossos próprios pensamentos.

Passei muito tempo deliberadamente não pensando sobre a revelação de Kim em relação ao meu pai. Eu não podia. Não havia razão para isso.

Eu a amava, e se pensasse sobre o que aconteceu entre ela e meu pai, ficaria louca. Não podia pensar sobre o que Kim havia me dito sobre ele e tampouco, como ela não tinha sido totalmente legítima em seus negócios.

Mas isso não importava. Não mais. Não agora. Papai estava morto. Ele tinha estado morto por um longo tempo. Eu tinha curado tanto quanto jamais faria. Saber que Kim foi quem puxou o gatilho... acidentalmente ... não muda a realidade da morte de papai, não muda o que passei depois disto.

Então, intencionalmente permaneci em negação. Não conseguia mudar os fatos, e não sabia o que fazer com a verdade.

Só afastei tudo, me recusei a pensar sobre isso, e gostava de estar com Kim. Saudável? Talvez não. Mas o que mais eu poderia fazer?

E agora, com tudo o que tinha acontecido desde que acordei sozinha na Itália, importava menos ainda. O que importava era que eu tinha Kim de volta. Ela estava viva. Estávamos juntas.

Girei, me virando para encará-la. Cheguei mais perto para que pudesse olhar para o seu rosto. Ele estava fechado, em branco, sem expressão, exceto por uma leve ruga entre as sobrancelhas.

- Dahyun? - Coloquei minha mão em seu peito, me tranquilizei com a batida constante do seu pulso sob minha palma. - No início você disse que não estava bem.

Ela não se virou para me abraçar, não envolveu seus braços em minha volta, não olhou para mim.

- Eu não estou.

- Fale comigo. - Negou com a cabeça.

- Eu não posso. Não sei como.

- Por favor, Dahyun. Fale comigo. Diga-me o que aconteceu.

Ela se afastou da grade, segurando o metal de modo que ficou curvada, uma postura de conflito torturada, empurrando e puxando ao mesmo tempo, como se fosse incapaz até mesmo de compreender dentro de si o que queria fazer.

Endireitando abruptamente, se afastou de mim, esfregando as mãos pelo cabelo.

- Eu não posso, Sana. Eu não posso.

Saiu andando e segui-a.

- Por que? - Não respondeu, apenas se virou e passou por mim, segurando a toalha na cintura.

- Eu não posso, só... não posso. Está bem?

A deixei ir. Fiquei no convés sozinha por alguns minutos, juntando meus pensamentos. Devo procurá-la? Ficar atrás dela, até que me diga? Ou deveria deixá-la ir?

Eu tinha uma vaga ideia sobre o que tinha acontecido. A sensação de vazio no estômago. Um nó de medo. As algemas em seus pulsos e tornozelos.

O fato de que havia sido algemada nua em uma cama, incapaz de escapar. O fato de que ela tinha dado a Kim uma droga ilegal, experimental para forçar sua libido até a exaustão...

Os fatos somaram ao horror que eu não tinha certeza se sabia como lidar. Mas eu tinha que descobrir. Tinha que saber o que ela tinha feito para Kim.

A raiva que eu sentia dentro de mim estava borbulhando para a superfície, tornando-se cada vez mais potente e assustadora em sua intensidade.

Afastando a raiva, desci para os quartos, encontrei Dahyun no chuveiro. Sua enorme, poderosa estrutura era muito grande para o pequeno espaço.

Ela estava caída no chão, curvada, cabeça entre os joelhos. A água corria fria, e sua pele estava avermelhada de ser esfregada. Eu desliguei o jato, desdobrei uma toalha.

- Dahyun. Estou aqui. Está tudo bem. Vamos lá para fora.

Seu cabelo estava molhado e colado ao crânio, seus braços em volta dos joelhos, com as mãos agarradas na frente dela.

- Eu preciso de um momento, Sana.

Me agachei ao seu lado. Toquei seu ombro e senti meu coração partir quando ela se encolheu para longe de mim.

- Kim  por favor. Sou eu. Está bem? Só saia do banho, pelo menos.

Desdobrou-se devagar, cautelosamente, tremendo.

Enrolei a toalha em torno de seu corpo, esfregando suavemente, secando a pele, ombros, braços, peito, cintura, pernas hesitei, e depois sequei suas costas, em seguida, a sua frente, pensando de uma maneira geral, no que estaria sentindo se tivesse sido submetida ao que eu temia que ela foi.

Terminei de secar seu cabelo e enrolei uma toalha limpa e seca ao redor de sua cintura. Kim ficou parada durante tudo isso, não reagindo, sequer ligeiramente. Eu queria chorar por sua letargia.

Tínhamos tomado banho juntas dezenas de vezes e sempre uma secava a outra. Ela adorava me assistir secar seu corpo com a toalha, por toda parte e eu sempre fiz isso da maneira que acabei de fazer.

Geralmente, pelo tempo que eu tinha ido para o seu cabelo, ela já estaria excitada, mesmo que tivesse acabado de ter sexo.

O fato de que Dahyun não estava olhando para mim ... fazia com que meu estômago se revoltasse, meu peito apertasse, meu coração doesse.

Mina sempre parecia saber exatamente o que precisava ser feito e tinha deixado um monte de roupas novas na cama, cueca, jeans, uma camiseta, um moletom com zíper, meias grossas e botas resistentes.

Ajudei Kim a se vestir, me sentindo mais doente a cada momento. Quando tinha vestido a calça e a camiseta ela caiu na cama, sentada na borda e olhando para o chão entre seus pés descalços.

- O que você quer, Sana? - Sua voz era baixa, distante. Me sentei ao seu lado.

- Me diga o que aconteceu. Diga-me, Dahyun. Tudo.

- Por que?

- Eu tenho que saber. - Não respondeu por um longo, longo tempo.

Me sentei em silêncio, esperando, sem tocá-la. Eventualmente, ela soltou um suspiro profundo, deixou o ar sair e começou.

- Tenho certeza que tranquei as portas antes de irmos para a cama naquela noite. Eu defini o alarme. Lembro-me de fazê-lo. Você caiu no sono, depois que nós ... depois. Coloquei você na cama, mas ainda não estava cansada. Fiquei acordada por um tempo, respondi alguns e-mails de Hendery. Quando finalmente me senti cansada o suficiente para dormir, desliguei tudo. Coloquei nossos telefones nos carregadores, tranquei tudo, liguei o alarme outra vez. Eu me lembro que ... acordei por uma fração de segundo. Senti um aperto no meu pescoço. Consegui abrir os olhos o suficiente para ver um homem que não conhecia em cima de mim, com uma seringa na mão. Então senti essa frieza correndo através de mim. Lutei contra ele, Sana. Lutei muito, mas não podia fazer nenhuma maldita coisa. Fui derrubada. Tudo ficou escuro. E quando acordei, estava algemada à cama onde me encontrou.

Ela engoliu em seco, segurou a cabeça entre as mãos, as palmas em suas têmporas, os dedos enroscados em seu cabelo.

Assim que abri meus olhos e olhei em volta, eu sabia onde estava. Sabia quem tinha me pego..

- Chaeyoung.

- Sim. Son Chaeyoung. Estou assumindo que Mina falou sobre o que ela sabia?

Ela me fitou e eu assenti. - Bem, estou supondo que agora você me entende bem o suficiente para saber que não sou precisamente aberta com informações sobre o meu passado. Eu só disse a Mina o suficiente para permitir-lhe manter o controle sobre a situação. Havia passado tempo suficiente, o que me tornou complacente, suponho. Eu deveria ter sabido melhor.

- Quanto tempo?

- Quanto tempo o que?

- Quanto tempo se passou? - Inclinou a cabeça, apoiando os cotovelos sobre os joelhos.

- Dez anos. Quase no mesmo dia, na verdade. É o que, final de setembro agora? Eu fiz a minha mudança para fugir da operação de Son em 28 de agosto. Me lembro da data exata. Era uma terça-feira. Tinha tudo planejado. O dinheiro economizado em uma dúzia de bancos ao redor do mundo. Um barco pronto. Eu ia navegar para Istambul e ir por terra de lá para a França, em seguida, tomar um trem para Londres e voar de lá para Nova York. Eles nunca me encontrariam. Ninguém nunca me encontraria. Só que ... não contei com Chaeyoung. Ela sabia de alguma forma. Não os detalhes, mas pressentiu o fato de que eu estava planejando sair. E não estava disposta a deixar isso acontecer. Ela era possessiva comigo. Insanamente, na verdade. Eu sabia disso, mas pensei que se escapulisse, ela finalmente superaria.

Kim fez uma pausa, respirando lenta e profundamente, olhando para a parede como se estivesse vendo os acontecimentos de dez anos atrás.

- Sabia que ela era louca. Tinha visto isso. Era parte da razão pela qual eu estava saindo. Nós duas estávamos em um clube uma noite. Eu tinha acabado de fechar um grande negócio. Vendido uma dúzia de caixas de AKs 47 que valia talvez meio milhão, para este pequeno traficante israelense, por mais de dois milhões. Nós estávamos comemorando. Chaeyoung foi até o banheiro, e fiquei no bar, bebendo. Uma menina veio para pegar algumas bebidas, me viu e começou a bater papo. Inocente o suficiente. Nem estava flertando. Fiz questão de parecer desinteressada, mas não fui rude. Falei, talvez meia dúzia de palavras. Mal a olhei. Nós conversamos sobre o maldito clima. - Me fitou e voltou a ficar com o olhar perdido.- Bem, Chaeyoung voltou e nos viu conversando, supondo o pior, eu acho. Não sei. Ela veio, sentou-se ao meu lado e a menina saiu. Pensei que era isso, tinha acabado. Dormi até tarde. Ou cedo. Chaeyoung sempre foi uma madrugadora, não importava a hora que íamos para a cama. Então acordei no meio da manhã e ela não estava lá. Não é grande coisa, certo? Fiz um pouco de café, comi um bagel e salmão defumado. Fui tomar um banho, e Deus... Ainda posso vê-la. A menina do clube. Suas mãos estavam amarradas no clube. Suas mãos estavam amarradas no chuveiro, e ela estava ... torturada. Foda-se, foi horrível. Ela teve sua garganta cortada, eventualmente, mas não antes de Chaeyoung ter feito um monte de outras coisas. Isto foi fodidamente horrível, Sana. Apenas por falar comigo. E ninguém pôde fazer nada. Fui me encontrar com Chaeyoung e confrontá-la, e ela agiu como se não soubesse do que eu estava falando. Quando voltei para o nosso quarto, o corpo sumiu, nenhum sinal de que ele sequer esteve lá. Não houve relatório da polícia, nenhum relatório de pessoas desaparecidas, sem obituário. Nada. Para todos os efeitos, a menina tinha apenas desaparecido. As pessoas sabiam, apesar de tudo.

Eu queria chorar por ela, mas não me atrevi.

- Deus, Dahyun. Isso é tão ... horrível.

- Eu não podia provar nada. Ninguém a tinha visto, ninguém sequer disse uma palavra sobre o assunto. E Chaeyoung jogou de inocente. Mas, mais tarde, naquela noite, fez questão de me dizer que eu era dela. Ela tinha um pequeno sorriso no rosto o tempo todo em que estávamos...

Ela cortou sua fala, acenando com a mão.

- Dahyun, está tudo bem. Estamos juntas agora. Eu te amo. Isso é tudo que importa.- Concordou com a cabeça.

- Sim. - Uma longa pausa. - De qualquer forma. O ponto é, eu tentei sair. E ela mandou um cara atrás de mim. Não apenas para me matar, mas para me fazer sofrer primeiro. Se ele tivesse atirado por trás, eu nunca teria tido chance. Mas ele tentou me aleijar primeiro. Apunhalou-me pelas costas. Nós lutamos e eu ganhei. Fiz ele me dizer quem o tinha enviado e por que. Ele me contou. Coloquei uma bala em seu crânio. Isso é algo que nunca vou me esquecer. Fui embora e pensei que fosse isso. Acabei em Nova York, usei o dinheiro que tinha guardado para comprar uma casa em Long Island. A transformei. Fiz todo o trabalho sozinha. Vendi com lucro, fiz de novo. Comprei um complexo de apartamentos no Bronx, consertei-os e aluguei. Tinha um negócio que ia bem dentro de poucos anos, ganhando muito dinheiro. Dinheiro legítimo. Diversificado. Contratei alguém para manter o negócio imobiliário, comecei a comprar empresas falidas, melhorando-as e as vendendo. Então conheci o seu pai... e nessa altura, não tinha ouvido um pio sobre Chaeyoung ou o pai dela. Pensei que eles eram história antiga. E então, dez anos mais tarde, acordei algemada à cama na propriedade de Chaeyoung em Oia. - Deslizei para fora da cama, me ajoelhei entre os seus joelhos. Levei suas mãos na minha.

- Dahyun? O que ela fez com você? - Fechou os olhos, tentou puxar suas mãos. Falou com os dentes cerrados.

- Ela ... você sabe.

- Me diga. - Seu peito arfava, as veias se destacando verdes em seu pescoço, na testa.

- Você realmente quer me ouvir dizer isso? Tudo bem. Ela me deixou nua, me algemou à cama e me apalpou. Me deixou dura. Me fodeu. Eu não a deixava me fazer gozar e ela ficou louca. Me colocou um anel peniano, para a minha ereção não ir embora. Não era possível. Fiz tudo o que podia. Tentei impedi-la. Empurrava os punhos com tanta força que meus pulsos começaram a sangrar. Estava tão dura que doía. Fiquei dura por muito tempo. Não a deixei me fazer gozar. Então ela me forçou a pílula. Dois de seus capangas abriram a minha boca e colocaram a pílula na minha língua. Forçaram para manter meu maxilar fechado e apertaram meu nariz, então tive que engolir para respirar. Quase engasguei. Pouco tempo depois, ela voltou. E desta vez... bem, você viu como eu estava. Me transformei em um monstro. Eu ainda lutei contra isso. Lutei por ... você. Sabia que era errado. A necessidade, era errada. Não era eu. Mas não podia parar. Não conseguia parar o meu corpo de reagir aos produtos químicos. Eu tentei, Sana. Tentei. Foda-se ...

Sua voz se quebrou. Seus ombros tremiam. Ela colocou o queixo contra seu peito e estremeceu, e suas mãos apertaram as minhas, fechando ao redor dos meus dedos, me esmagando.

Deixei-a, engoli o grito de dor. Um gemido a deixou, raspando entre os seus dentes cerrados.

Ela ficou em cima de mim e me estuprou. Ela gozou em mim de novo e de novo, e eu tentei segurar, mesmo que doesse. Fez uma pausa.

- Fez o que queria mas não foi o suficiente. Ela queria me quebrar. Mas me segurei, não sei como. Então a pílula se desgastou. Você viu o que aconteceu, os efeitos colaterais da droga deixando meu sistema. Passei por aquilo. Chaeyoung voltou, me encontrou coberta de vômito. E não podia foder uma mulher coberta de vômito, por isso, mandou seus capangas tirarem as algemas. Tentei fugir. Vomitei tudo sobre um deles e consegui pegar sua arma no processo. Atirei nele. Mas não conseguia ficar em pé sozinha. Eles me
limparam. Isso doeu bastante. - Ela parou, esfregando seu rosto, em seguida, começou de novo. - Eu não iria tomar a pílula pela segunda vez. Então, Chaeyoung decidiu... divertir-se. Me afogou. Jogou água na minha boca. No meu nariz. Era como afogamento, mas pior. Pânico. Você não consegue respirar, e ela sabia exatamente quando parar, então eu não iria realmente morrer. E então recomeçava. Ela usou um momento em que eu estava tentando recuperar o fôlego para colocar a pílula em minha boca, e continuou a derramar água na minha garganta engoli sem perceber. Mesmo depois Chaeyoung continuou me torturando. Só para me machucar. Porque ela gostava disso. - Kim finalmente abriu os olhos e me fitou. E então você e Mina me salvaram.

- Dahyun... Eu não sabia o que dizer.

- Nunca dei-lhe a satisfação que ela queria. Se você não tivesse me resgatado, eu teria sucumbido. Ela teria vencido.

Abaixou a cabeça, fechou os olhos. - Ela me quebrou. Não dei o que ela queria de mim. Não deixei-a me fazer gozar. Mas ainda me sinto quebrada.

Retirei minhas mãos das dela, as estendi e tomei seu rosto em minhas mãos.

- Não. Ela não a quebrou. Você não está quebrada, Dahyun.

- Sim. Estou. Eu estou.- Puxou o rosto das minhas mãos. - Olha o que fiz para você. Eu a prendi à cama. Eu quase ... quase fiz o que ela fez comigo. Eu fiz isso com você. Só porque você não lutou não significa ... - Ela sufocou, engasgou, começou de novo. - Eu iria te obrigar. Brutalizá-la. - Eu não conseguia parar as lágrimas.

- Não. Dahyun, não. - agarrei seu rosto. - Por favor. - Balancei a cabeça, Olhe para mim, Dahyun.

Ela torceu o rosto do meu aperto, fechou os olhos e se recusou a encontrar o meu olhar.

- Isso não vai acontecer de novo, eu prometo. - Ela murmurou as palavras, sílabas caindo dos seus lábios, como pedras frias, duras.

- Dahyun, não. Olhe para mim. Não foi assim.

Eu estava mentindo um pouco. Não tinha sido minha Dahyun querendo fazendo amor comigo, não tinha sido minha Kim querendo me foder. Aquilo era outra pessoa, algo mais.

Ela não me forçou. Tinha parado. Mas o que tinha feito quando ela estava no auge da droga, não tinha sido nós, também.

Eu não conseguia descobrir o que era ou como me sentia sobre isso, mas não éramos nós. Kim não olhava para mim.

Não podia me tocar. Não me deixou tocá-la. Eu coloquei uma palma em sua bochecha, tentando ser gentil e carinhosa. Ela se encolheu mantendo distância. E isso me assustou.

- Dahyun, por favor... não se afaste de mim agora. Por favor, não. - Ela não respondeu. Nem sequer reconheceu as minhas palavras.

- Olhe para mim, Kim. Por favor!- Negou com a cabeça. Pânico correu quente no meu sangue. - OLHE PARA MIM! - Gritei. Ela se encolheu, seus olhos estavam apagados. Estava quieta. Sem resistência.

- Está bem, Sana. Eu estou olhando para você. - Solucei.

- Eu sinto muito, Dahyun. Sinto muito, muito. - Eu não deveria ter Caí no chão, chorando. Ela não me tocou. Não me confortou. Não disse uma palavra. Me obriguei a parar e sentei. Olhei para ela. - Você não me brutalizou, Dahyun. Você não me forçou.

- Tudo bem.- Sua voz era plana.

- Kim? Me levantei, cambaleei para trás, me encostando na parede. - Dahyun? - Ela piscou, olhou para mim.

- Sim?

- Diga algo.

- O que você gostaria que eu dissesse, Sana? - Sem entonação, sem inflexão, nenhuma Kim.

Eu a tinha perdido. Ela se foi. Balancei minha cabeça, ajoelhei e me arrastei em sua direção. Coloquei as mãos sobre os joelhos. Ela me fitou com indiferença.

- Kim? Por favor. Não faça isso. Não vá para longe de mim. Esta sou eu, ok? Me desculpe, eu gritei com você. Eu só... estou com medo. Estou confusa. Estou com raiva. Não de você, dela.

- Está tudo bem. Não importa.

- Isso importa, Dahyun. Não está tudo bem.

- Está bem.

Queria gritar com ela de novo, lhe dizer para acordar, para voltar para mim, mas eu não podia. Caí para trás na minha bunda, lutando contra as lágrimas, soluçando, o peito arfando.

Me sentei por um longo tempo, apenas observando Kim. Ela por sua vez, se sentou olhando para o espaço, imóvel, em branco.

Eventualmente, me levantei, limpei o meu rosto, e andei para a porta. Virei para olhar de novo para Kim.

- Está a deixando vencer. Vai deixá-la quebrar você. Eu te amo, Dahyun. Estou aqui. Vou lutar por você. Eu vou lutar por nós. Mas se você desistir, pelo que lutarei?

Fui para cima, encontrei Mina ao leme, pés apoiados, com um cigarro ardente entre dois dedos, um livro na outra mão. Quando ela me viu, colocou o livro virado para baixo.

- Como ela está? - Só neguei com a cabeça.

- Nada ... nada bem. Não conseguiria contar a Mina o que tinha acontecido. Achei que ela adivinharia muito perto da verdade.

- Dê-lhe tempo.-  Dei de ombros.

- Eu acho que sim.

- Estive esperando para decidir o que devemos fazer, onde devemos ir em seguida. Devemos estar seguras aqui por um tempo, mas eles têm contatos em todo o mundo. E vão receber notícias que nós estamos aqui em breve. Precisamos de um plano.- Me senti fria e vazia.

- Apenas ... nos leve de volta para Nova York. Se a cadela quiser, ela pode vir nos pegar.

Sana, não acho que isso é- - Nivelei um olhar para ela, e a expressão no meu rosto era tudo o que precisava. Ela ergueu as mãos em sinal de rendição.

- Está bem. Está bem. Nova York.

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