Casa
Kim Dahyun.
A guerra dentro de mim era, um ataque furioso de tesão contra o medo, a memória e o pesadelo.
Sana estava nua na minha frente, pele alva perfeita, curvas exuberantes, cabelo escuro longo, de quem acabou de acordar e despenteado pelo vento, olhos avermelhados e molhados de lágrimas.
Estava tentando esconder suas emoções, tentando ser forte, mas eu podia lê-la como um livro. Sana não podia se esconder e eu odiava que ela sentisse que era necessário.
Ela precisava de mim. Me queria. O que tinha acontecido entre nós no barco... tinha a fodido, não me importava o que me dizia.
Só estava suportando. Me perdoando. Mas ela ainda... duvidava. Eu sentia e via isso. Não estava certo.
Sana sabia que eu não estava lúcida e não tinha sido nós. Ainda era algo que eu não podia entender, não conseguia definir adequadamente ou explicar a mim mesma.
E agora aqui, nua e disposta, dizendo que me amava. Implorando-me para tocá-la. Para amá-la. E nossa! Como eu queria. Precisava dela.
Tenho que lembrar a nós duas quem eu era e saber que Chaeyoung não havia, de alguma forma, me privado da minha capacidade de amar, de ser gentil e apaixonada ... isso era tão importante quanto, saber que se ela não me roubou minha força e virilidade.
Mas eu sentia medo.
Profundamente enraizado, poderoso, agarrado, paralisante. E o medo não é viril.
Na primeira vez quando fugi de Chaeyoung e seu pai, eu tinha algum dinheiro e meu nome. Nunca usei um falso. Nunca fingi ser outra pessoa que não fosse eu mesma.
No entanto, quando corri do clã Kim, eu não estava fugindo só do espectro de morte, que Seunghyun e Chaeyoung queriam me envolver, mas sim da minha própria falta de controle com Chaeyoung.
Eu concordei com ela de muitas maneiras. Tinha cedido uma e outra vez. Fiz coisas, deixei-a fazer coisas que não queria.
Tudo porque eu tinha medo. Mais do que jamais revelaria a Sana ou mesmo admitiria para mim mesma.
Enterrei aquilo tudo tão profundamente quanto podia.
Uma vez que fiquei livre de Chaeyoung, deixei esquecido e em negação, por quase uma década.
E agora tudo ressurgiu. Cenas do passado retornaram, piscando diante dos meus olhos. Eu fiquei paralisada.
Não apenas pelo que Chaeyoung tinha feito comigo, enquanto estava algemada naquela cama. Poderia superar. Eu resisti. Ela não tinha me quebrado. Aguentei e lutei.
Os pesadelos reais vieram das lembranças de noites dos anos passados, as que passei me perguntando o que Chaeyoung me obrigaria a fazer depois. Eu era apenas uma criança.
Uma virgem quando nos conhecemos, não nesse sentido. Não era inocente, mas de forma alguma preparada para a loucura e crueldade insaciável de uma mulher como Chaeyoung.
Com certeza tive medo dela. Ainda tenho. Não temo a maldade. Nem a morte. Violência, sangue e tortura, não temo isso.
O desejo imprevisível de sangue, a crueldade por causa do sadismo e o jeito que ela saboreava o medo, prazer em agonia, manipulação e a loucura ... isso eu temia.
Agora tudo havia sido multiplicado, saber que essa mulher matou o pai e está no controle de toda a organização.
Então, estar ali com Sana nua e esperando por mim para ser sua mulher ... a mulher que eu era, que tinha sido e deveria ser, tudo o que eu poderia sentir era o medo de tempos passados.
Medo lembrado. A sensação de sujeira deixada em mim depois de Chaeyoung finalmente me deixar. Querendo esfregar minha pele até sangrar para eliminar a película de auto aversão.
No passado quando finalmente fugi para Nova York, não toquei uma mulher por mais de um ano.
Não conseguia olhar para uma mulher, não podia suportar ser tocada, beijada, ou falar, a menos que fosse sobre negócio.
E a primeira vez que, finalmente, estive com uma, era uma acompanhante. Uma prostituta de luxo. Os termos foram definidos antes da hora.
Não haveria encontro. Sem ilusão de romance. Ela não falaria. Não me tocaria. Se quisesse que eu parasse, diria meu nome: "Senhorita Kim"... naquela hipótese, receberia metade do pagamento e sairia imediatamente.
A primeira vez, eu fui uma bastarda. Paguei o triplo. Não a machuquei, mas tinha sido rude, dura, exigente.
Fiz o que precisava fazer para aliviar a dor e então a mandei para casa. Não falei nenhuma palavra. Havia sido brusca, fria e cruel.
Da próxima vez, com a próxima prostituta de luxo, me forcei a ir mais devagar, ser amável e gentil. Conforme o tempo passou, aprendi um equilíbrio. Estabelecia minhas exigências no início.
Deixava bem claro que esta era para ser uma transação unilateral, nada mais. Tratava-se de eu pegar o que precisava e estava acabado. Então, uma das acompanhantes quebrou as regras.
Ela me beijou. Me tocou. E recusou-se a fingir que gozou. Todos fingiam, eu sabia disso e não me importava. Esta, não fingiu. Me deixou fazer o que quisesse e então ... me beijou.
Perguntou se eu queria tentar de novo, mas desta vez sem negócio, sem dinheiro mudando de mãos. Apenas duas mulheres na cama juntas. E me falou que queria gozar também.
Eu concordei. Não segui sua liderança, mas em vez de simplesmente tomar o que queria, prestei atenção a seus sinais físicos e tentei fazê-la gozar.
Ao fazer isso, descobri um prazer mais profundo. Algo mais quente e mais intenso do que o meu próprio orgasmo.
Fazer aquela acompanhante ... cujo nome nunca sequer perguntei ... sentir prazer me deu alguma coisa, me fez ter uma revelação.
Quando a noite terminou e a garota finalmente voltou para casa, sentei-me na varanda do meu apartamento, pensando. Refletindo. E decidi embarcar em uma missão.
Em vez de ter prazer, eu daria. De acordo com as minhas condições, sob o meu controle. Então descobri o nome daquela acompanhante. Lalisa Manobam. Lhe mandei um cheque de meio milhão de dólares e uma nota agradecendo-lhe por me ensinar uma lição valiosa.
Em seguida conheci Sana. Houve outras mulheres no período entre aquele primeiro encontro e o envio do primeiro cheque para ela.
Mas quando tomei a minha decisão, quando soube, sem dúvida que tinha que fazê-la minha, parei de ver outras pessoas.
Cortei os laços com o serviço de acompanhantes.
Apaguei todos os números de telefone de mulheres dispostas e discretas que eu tinha de plantão.
Ao longo de um ano, nenhum simples toque, nenhum olhar. No momento que tive Sana dormindo no meu quarto de hóspedes, enlouqueci de desejo.
Eu a construí em minha mente. Feito dela uma ... deusa. Era essa mulher que mudaria a minha vida, uma sem comparação.
A transformei em algo que nenhuma pessoa jamais poderia cumprir. E então Sana fez o impossível. Ela não só correspondeu às minhas expectativas, mas as despedaçou. Desafiou.
Superou e me fez precisar dela ainda mais desesperadamente. Eu disse-lhe meu segredo, esperando que fosse o fim.
Ela se foi e nadei em desespero. Mas retornou e me levou adiante. Deu-me a vida de volta. Curou-me. Fez-me acreditar no amor.
Eu lhe disse que a amava, mas não conhecia o amor. Só precisava e queria ela. O que era isso, amor? Eu não sabia. Ela havia me ensinado. Ainda estava me ensinando.
Sua voz no presente me tirou do silêncio. Estava perdida em meus pensamentos por quem sabe quanto tempo, a água do chuveiro enviando vapor esvoaçante ao nosso redor.
- Kim? - Sua voz era suave, hesitante. Ela estendeu a mão para mim, em convite. - Entre no chuveiro comigo. Nós não temos que fazer nada. Basta estar perto de mim. Você não tem que fazer ou dizer qualquer coisa. Apenas ... fique aqui comigo, está bem? - A conformação na sua voz me cortava profundamente e matava.
Eu estava falhando. Ainda de cueca, fui puxada para o chuveiro de qualquer maneira e deixei.
Sana ajustou a temperatura para que não ficasse escaldante e voltou para debaixo do chuveiro, de frente para mim, permitindo que a água quente fluísse por suas costas e seus cabelos, que ficaram grudados em sua cabeça e na sua bochecha.
Ela inclinou e passou as mãos pelo cabelo, colocando-o para trás, deixando a água correr sobre o seu rosto e em sua boca.
Eu não conseguia desviar o olhar. Assisti quando ela cuspiu a boca cheia de água e vi como se fundiu em seu peito, junto com os jatos do chuveiro acima.
Assisti quando Sana girou, deixando a água quente bater em sua pele perfeita até que ficasse rosa.
Observei, meus olhos seguindo suas curvas enquanto se inclinava para pegar o frasco de xampu debaixo da bancada, e vi quando cobriu seu cabelo com espuma.
Eu estava com frio, molhada com a névoa e o vapor sem estar sob o jato quente. Minha cueca estava molhada, moldada na minha pele.
Assisti, mas não toquei. Mil pensamentos ferviam na minha mente: Será que mereço tocá-la? Eu quase abusei dela? Seria possível? Não fazia sentido, mas lá estava.
Me sentia como se tivesse de alguma forma violentado a mulher que amava. Quebrado sua confiança, machucado. Rompido alguma coisa entre nós.
Sua beleza sensual reduzia os meus medos, sua necessidade evidente de mim despedaçava minha confusão, e a vulnerabilidade em seus olhos golpeava a minha dúvida.
Ela passou a esponja sobre os seios, esfregando as pontas rosadas, deslizando as mãos escorregadias sobre um e depois o outro.
Minha garganta fechou e meu coração começou a martelar. Pela primeira vez nesses dias de frenesi tumultuados, senti meu pulso martelar forte, o calor na minha pele, o desejo me endurecendo e não tive medo disso.
Eu tinha que pegar de volta alguma aparência de mim mesma.
Sou Kim Dahyun. Estou no controle. Não vou ser reduzida a uma fraca pela vontade de Son Chaeyoung.
Obriguei-me a acreditar nisso. Eu senti e agarrei à cortina frágil de determinação.
Encontrei os olhos castanhos pálidos de Sana, deixando-a ver dentro de mim, não escondendo o turbilhão de conflitos, não escondendo a fome, o tesão, o medo, a incerteza.
Estava tudo lá, mas eu estava no controle disso. Me obriguei a estar. Cerrei os punhos e liberei, deixando escapar uma respiração lenta.
Tirei a cueca encharcada e chutei para o lado. O tecido molhado atingiu a parede de mármore com um tapa, pendurou ali por um momento, e então deslizou para o chão.
Os olhos de Sana se arregalaram, suas narinas abriram e ela congelou no lugar, a esponja pairando em sua barriga. Dei um passo em sua direção, encontrando a minha voz.
- Não pare agora, Sana. - Minha voz era baixa, um murmúrio rosnado. - Continue a lavar-se para mim.
Seu lábio inferior tremeu e sua boca entreabriu ligeiramente, os olhos carregados com a mesma infinidade de emoções que ferviam nos meus.
Ela passou a língua ao longo de seu lábio superior, não em um movimento sedutor, mas um de dúvida.
Fiquei a poucos centímetros dela, os picos dos seios a um fio de cabelo de distância do meu peito. Se ela respirasse fundo, a nossa carne se encontraria. Mas não o fez.
Ela não estava respirando e nem eu. Isto era, nós duas sabíamos, um momento que nos definiria. Ele nos reconstruiria, ou iria nos destruir.
Sana tocou o estômago com a esponja, movendo em pequenos círculos, com os olhos em mim.
Eu podia ver a esperança florescer no castanho do seu olhar, e era uma flor tão delicada, tão frágil, uma coisa tão pequena, precisando de um toque suave para fomentá-la para a vida.
Movi para ficar sob o fluxo da água, e seu olhar passou pelo meu corpo, da cabeça aos pés e de volta para a minha virilha.
Sob seu olhar, senti-me contorcer, endurecer e florescer uma plena ereção. Ela piscou com força e apertou a esponja, colocou uma dose de sabonete na esponja branca, apertou e torceu. E então estendeu a mão para mim.
- Acho que estou limpa. - Disse, com a voz trêmula.
Senti a esponja tocar meu peito, e se já não estava respirando antes, toda a capacidade de respirar deixou meu corpo naquele instante, sentindo a esponja na minha pele e uma de suas mãos em meu peito, espalhando o sabão.
Sua outra mão subiu até deslizar pelo cume do meu ombro, descansando o seu polegar perto da minha clavícula e os dedos na base do meu pescoço.
A esponja se arqueou sobre o meu peito, descendo para o meu quadril. Sua cabeça curvou para cima novamente, seus olhos fixos nos meus, ela se inclinou, aos poucos, lentamente, olhar no meu, observando minha reação.
A água caía quente, tirando o sabão. Seus lábios tocaram minha a pele e meu coração parou de bater.
Meu ritmo provavelmente falhou e então ela me beijou de novo, deslizando seus lábios sobre o meu coração, e ele voltou a bater com o calor suave de sua boca, batendo mais forte do que antes.
Pisquei contra a água no meu rosto e observei-a beijar meu peito sobre o meu coração, uma, duas, três vezes.
Deslizou a esponja por toda as minhas costas para cima e para baixo, inclinando-se contra mim e beijando meu peito, meu ombro, a base do meu pescoço, beijos lentos, cuidadosos acariciando minhas costas com o sabonete, sua mão e a esponja.
Minha garganta estava grossa, um caroço grande alojado ali. Sana deixou a água tirar o sabão, moveu-se por trás de mim e senti seus seios lisos, macios, úmidos e firmes contra as minhas costas.
Sua mão se moveu sobre meu peito, sobre o meu esterno. E me inclinei para trás, pressionando as costas nela, que respirou contra meu ouvido, seus lábios na minha orelha, sem sussurrar ou beijar, apenas ali, respirando, uma presença.
A esponja moveu para o meu quadril, pela minha barriga para o outro lado. Deus, o toque dos seus lábios, o calor suave da sua carne contra a minha, a sua presença, calma e reconfortante, o amor, a esperança e a determinação exalando dela.
Absorvi tudo isso e deixei se espalhar como uma pomada cicatrizante nas minhas feridas internas. Sentei-me no banco e Sana se moveu para ficar na minha frente. Minhas mãos repousavam sobre minhas coxas.
Passamos um bom tempo na corrente de água quente, o meu olhar vagando do seu rosto para os seus seios e até seu núcleo, para as coxas.
O dela se movia sobre mim da mesma forma, como se reaprendesse o meu corpo, minhas características, como se me visse pela primeira vez.
- Eu preciso - Sana começou, mas não conseguiu terminar, sua voz falhando.
- O que, Sana? Diga-me. - Olhei para ela.
- Suas mãos. Em... mim. Preciso que você me toque. Por favor. Em qualquer lugar. Apenas ... abrace-me ... toque-me... - Sua voz tremia, despedaçada. - Por favor.
Como se o seu pedido fosse uma chave destrancando algemas invisíveis em torno dos meus pulsos, as minhas mãos levantaram e foram descansar em seus quadris.
Ela suspirou de alívio. Seus olhos se fecharam, e eu podia senti-la tremendo inteira. Nervosismo? Medo? Necessidade? Eram todos os três.
Deslizei minhas mãos para cima dos seus quadris até a cintura, e ela apoiou as mãos sobre os meus ombros.
Corri minhas mãos em suas costas, espalhando a água em sua pele, degustando o jato do chuveiro em meus lábios.
Fechei os olhos e me senti caindo para frente. Caindo. Caindo. Minha boca se abriu e os meus lábios tocaram a quente, macia, molhada, pele do seu estômago sob a minha boca.
- Um beijo. - Sua voz embaraçou em um gemido ofegante, quase um soluço.
Movi minhas mãos para baixo em suas costas, descendo em sua coluna para segurar seus quadris mais uma vez, e os meus lábios deslizaram para beijar-lhe as costelas, e depois entre os seios perfeitos, agora minhas mãos estavam segurando-a para mim, sobre a sua bunda.
Eu não estava ciente de agarrá-la ali, mas em algum momento o fiz, e Sana estava encostada em mim, no meu beijo.
Eu massageava o músculo e carne da bunda dela, amassando, acariciando. Descansei minha cabeça em seu estômago e soltei um suspiro.
- Sana. Nossa, minha Sana. - Era uma oração de alívio.
- Sim, Dahyun. Sua. Sua Sana.
- Por que? - Beijei-a novamente, bem entre seus seios, em seguida, lhe fitei. - Por que? - Ela sabia o que eu estava perguntando.
- Porque você me fez sua. Porque quero ser sua. Eu amo saber que pertenço a você. - Segurou minha cabeça entre as mãos, os dedos enrolando no cabelo na minha nuca, polegares raspando nas minhas bochechas, minhas orelhas.
Inclinei o meu rosto para trás, então fiquei olhando para cima, seu olhar esmeralda predominantemente comovido.
- E Dahyun... você é minha. Você não pertence a ela. Pertence a mim. Não é? - Essa última parte era igualmente um apelo, demanda e declaração.
- Sim... - Suspirei.- Pertenço. Completamente.
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