5. Influence
LEEROY, HMM!
Como estão, lindes que cat ama?! O ano começou com chave de ouro graças a Harry Styles e TPWK. O resto nem vale a pena comentar, se façam de egípcias. Saudades do Louis.
Cute as a button every single one of you do cap passado: MariaClaraKlem, alwaysfallingxx, loueh101, hsrryscherryline, LarryxHor4n, niallbundadepastel, hazznextolou, sunriseihl, lizz_sunflower, 01just_little_girl, Lily_milq, loverficsy, kinghouis, BeatrizAlmeidaFerre7, MilyDuda0, cadelinhah_HL, hslt_18, larryshipper282015, luisa_bp07, mina_joonie e Angel_Fallen15 não esqueçam de beber água e comer bem, pls.
Boa leitura, Residents!
~o~
Alguns dias mais tarde, Ed está levando Harry e Liam numa caminhada distraída perto do campus da Universidade de Boston pela manhã.
- Deve ser em algum lugar por aqui. Talvez só mais alguns quarteirões. - Ed murmurou mais para si mesmo.
- Estou confuso. - Liam disse. - Eu achei que você estava nos levando para um novo food truck.
- Sim! - Ed confirma. - "Ghost Peppers." O atrativo deles é que você nunca sabe onde eles vão aparecer. Como um fantasma, eu acho?
- Isso... não parece o melhor modelo de negócios. - Harry diz devagar.
- Cria uma coisa mística. Eles postam um enigma no Pictagram uma hora antes de chegarem. Você só precisa estar no lugar certo na hora certa—
Ed é interrompido pelo som estridente de aço e vidro se quebrando. Harry se vira para ver fumaça subindo de um acidente de carro na ponte da Universidade de Boston.
- Que porr... vamos! - Liam age por instinto.
Harry e Ed correm atrás dele para a cena do acidente. Vitimas saem de dentro dos carros, atordoados. Um conjunto de marcas de freios está riscado para longe da batida.
- Ah não. - Harry segue com o olhar para onde elas levam.
Parte do trilho de concreto está quebrado. Harry corre para a beirada e dá uma olhada. Um carro está pendurado verticalmente por cima da água, preso em cabos ao longo da ponte. Ele mal consegue ver o lado de dentro, onde um adolescente grita por ajuda.
- Deus, vai cair! Por favor, me ajuda!
- Ed, liga para 9-1-1. - Liam ordena firmemente.
- Já estou ligando.
Liam estuda o trajeto dos cabos friamente.
- Liam, você não está pensando em descer lá... - Harry observa o amigo com cautela e preocupação, apesar de também estar angustiado com a situação da vitima. - Você não tem nenhum equipamento! Você vai deslizar, ou seu peso fará o carro cair! Espera pelos socorristas!
- Não posso. - Liam já estava de cabeça feita. - Os cabos não vão aguentar. Eu voltarei logo.
- Quê? - Ed vira a cabeça com tudo para ele. - Mesmo se você conseguir descer lá sem arrebentar os cabos... e se você não conseguir subir de volta?
- Eu tenho que tentar, Ed. Como você disse... lugar certo, na hora certa.
Harry olha com horror enquanto Liam pega num cabo e lentamente desce até o carro. Os cabos ressoam ameaçadoramente enquanto ele delicadamente abre a porta traseira do carro.
- Vem até mim devagar. Sem movimentos súbitos. - Liam instrui o adolescente.
- Okay... - o adolescente diz incerto.
Desesperado para ajudar, Harry olha em volta e vê uns caiaques amarrados no teto de uma Van ali perto. Harry vai os desamarrar e joga a corda para eles, fazendo o nó do outro lado num poste de rua.
O garoto sobe por cima dos assentos. Ele estica a mão para Liam e a agarra.
- Te peguei. Se segura nos meus ombros, ok?
Enquanto Liam movimenta o garoto para as costas dele, Harry nota os parafusos estalando para fora do suporte dos cabos.
- Liam, a corda, agora! - Harry grita.
Escutando o alarme na voz de Harry, Liam pula, o garoto agarrado nas costas dele. Ele pega na corda bem na hora que os cabos arrebentam. O carro cai, afundando no rio.
- Ai meu Deus, eles conseguiram? Eu não consigo ver! - Ed pergunta assustado.
- Eles conseguiram. - Harry diz com um sorriso de alivio.
Alguns metros abaixo, Liam está balançando na corda, o garoto pendurado nele. Liam olha para cima e sorrir.
...
Minutos mais tarde, socorristas estão na cena, e Liam reporta para a supervisora enquanto Harry e Ed dão atenção para os outros feridos. Logo, Liam retorna para eles.
- Então, herói, está com fome? - Harry checa. - Acho que perdemos o food truck misterioso do Ed, mas vou te bancar qualquer comida.
- Seus chefes vão te dar uma medalha ou algo assim? - Ed sorrir.
- Na verdade, eles me deram uma suspensão. - Liam dá de ombros, desanimado.
- Espera, quê? - Harry franze o cenho. - Isso é sacanagem!
Harry se mexe em direção da supervisora do Liam.
- Posso te ajudar?
- Licença, por que você suspendeu ele? - Harry pergunta educadamente. - Eu vi a coisa toda. Ele salvou a vida do garoto.
- Salvou? Ou ele colocou o garoto e ele mesmo em risco desnecessário que poderia ter matado ambos? - a mulher rebateu. - Ele tem um coração grande. Mas é irresponsável. - ela suspira. - Ele recebeu vários avisos, e continua fazendo isso. É só quem ele é. O cara não tem interesse em mudar.
A supervisora se afasta. Abismado, Harry volta para Liam e Ed.
- Liam... eu sinto muito.
- Ei, não se preocupa com isso. - Liam abana a mão. - Agora, onde está aquele food truck?
- Você ainda quer ir? - Ed se surpreende.
- Tudo vai se resolver. Prometo. - Liam os assegura. - E não sei sobre vocês dois, mas estou faminto.
Liam anda na direção que eles estavam indo originalmente, deixando Harry e Ed olhando um para o outro atônitos.
...
Depois, Harry vai para o Edenbrook, a mente ainda na suspensão de Liam. Ele vê Louis parado no corredor, mandíbula enrijecida e dedos apertando a raiz do nariz. O homem levanta o olhar e vê Harry.
-...Novato. - Louis dá ênfase no apelido antigo, uma calma falsa na voz. - Você tem algo a dizer a seu favor?
- Sobre? - a expressão de Harry cai imediatamente.
Louis leva Harry para virar o corredor e aponta para a janela do quarto dos pacientes da equipe de diagnóstico.
- Sobre isso.
O quarto está lotado de pessoas. Yuki e Clara estão lá, disputando com uma equipe de filmagem e toda uma comitiva rodeando a cama de Zendaya.
- Essa mulher muito insistente chegou e nos disse que fomos "contratados". Aparentemente preço não é problema. O conselho está vibrando.
Harry pensa em como Louis rejeitou a sugestão de solicitar pacientes ricos para cobrir os custos da equipe... e como ele mandou mensagem para a estrela jovem da mídia social mesmo assim.
- Dr. Tomlinson, eu não—
- Guarde sua justificativa. - Louis interrompe. - Nós falaremos sobre isso depois. No momento, temos trabalho a fazer.
Harry abre a porta e encontra a equipe de filmagem da Zendaya já gravando. Clara está sentada do lado da cama de Zendaya, cruzando as mãos com força.
- Eu sou uma inscrita de longa-data, e francamente, sua rotina de cuidados de pele matinais em cinco passos mudou minha vida. - Clara diz.
- Sério? Isso é um grande elogio de alguém que a pele é tão radiante quanto a sua. - Zendaya sorrir em agradecimento.
- Certo, desliga essas câmeras. Quero todos fora daqui. - Louis ordena firmemente.
Todas as câmeras se viram para o encarar.
- Me desculpa, doutor, mas meus fãs vem comigo para todo lugar. Eu sou 100% honesta e aberta com eles. Tenho uma reputação a manter. - Zendaya olha diretamente para uma das câmeras. - Essa é minha promessa para vocês. Eu nunca irei esconder nada. Sou toda a favor de revelar a vida em todos seus altos e baixos.
- Tenho certeza que você encontrará tempo para editar isso depois. - Yuki murmura.
- Editar? Estamos numa livestream agora mesmo. Diga oi!
- 400 mil pessoas assistindo enquanto falamos. - uma das moças filmando informa, enfiando a câmera no rosto de Louis.
Louis abre a boca, pronto para brigar com todos eles, quando Harry intervém:
- Zendaya, seus fãs entendem confidencialidade. Tenho certeza que eles amam sua honestidade, mas você quer que eles respeitem privacidade também, certo?
- Esse é um bom ponto. Viram isso, ZSwaggers? Tem uma diferença entre honestidade e privacidade, e todos tem direito de ambos. Ok. Tonya, Darryl, vamos acabar aqui por enquanto. - ela pede para o pessoal da filmagem.
- Pode deixar, Zendaya. - Tonya diz.
- Dr. Styles? Por que você não toma a liderança desse caso? - Louis suspende a sobrancelha para ele.
- Sim, Dr. Tomlinson. Ok, Zendaya, pode nos falar sobre seus sintomas? - Harry pede.
- Então, como você sabe, se tiver acompanhado meu blog—
- Não acompanhamos. - Louis diz.
- Eu perdi 20 quilos nas últimas três semanas. - ela continua como se não tivesse escutado. - Minha energia está totalmente esgotada. Me sinto tonta e cansada o tempo inteiro.
- O que seus médicos anteriores acharam? - Clara pergunta.
- Que eu tenho feito isso comigo mesma. Mas toda minha marca é sobre saúde e bem-estar. Isso não é uma coisa psicológica, eu juro. - ela diz, desanimada.
- Você tem comido esses dias? - Harry indaga.
- Meu apetite se foi, mas tenho me feito comer o máximo que posso. De qualquer forma, estou tão fraca que acho que nem serei capaz de usar os ingressos de acesso total que promotores me deram para a Boston T-Party. Sabe, o festival de música?
- Zendaya, você saiu do país recentemente?
- Faz um ano que não. Eu tenho outro prazo de publicação para um livro em seis meses, e devo aos meus patrocinadores pelo menos oitos posts por dia. Construir uma marca não dá tempo para realmente viajar, a não ser que viajar seja sua marca. - ela explica para Harry.
- E a sua é...
- Beleza. - Zendaya completa para Clara. - De dentro para fora. O que é mais fácil quando você não está definhando e lutando contra mais trolls que o normal. Eu procurei online. Vocês acham que... pode ser câncer? - ela se preocupa.
- Seja o que for, Zendaya, nós iremos lutar contra isso juntos. - Harry afirma. - E o primeiro passo nisso é eu fazer um monte de exames para descobrir o que está acontecendo.
- Obrigada, doutor. - ela sorrir.
Enquanto Harry sai, Zendaya faz a equipe ligar as câmeras de novo.
- Desculpem por isso, ZSwaggers! Estou de volta, e tenho grandes notícias! Esse lugar tem os doutores mais gatos de todos!
A equipe de diagnostico se apressa pelo corredor.
- Ok, eu quero ela curada e fora daqui o mais cedo possível. Façam exame para o básico: gastroenterite, hipertireoidismo, infecção viral... - Louis vai dizendo.
- Eu gostaria de falar mais um pouco com ela. Depressão é frequentemente causa de perda de peso, e a garota realmente parece um pouco sobrecarregada. - Clara diz ao lado de Harry.
- Não percebi que você era uma fã dela. - ele diz.
- Hã? Eu não sou. - Clara dá de ombros. - Eu nem sabia quem ela era até cinco minutos atrás.
- Mas... você disse que a rotina de cuidado de pele—
- Eu li sobre ela quando ela chegou. Eu gosto de estar preparada.
- Ok, claro, mas por que mentiu para ela sobre ser uma fã? - Harry se incomodou.
- Pelo o que li, para uma garota que desabafa para as câmeras o dia todo, ela é fechada em entrevistas de verdade. Isso significa que ela só se abre para os fãs. Eu queria que ela fosse transparente conosco. Daí... - ela deixou no ar a conclusão já implícita.
- Uau, Clara, isso é errado. - Harry entende que a intenção foi boa, ele espera que sim, mas não concorda com ela. - Como os pacientes devem confiar na gente se você mente para eles do início?
- Uma mentirinha branda dessas? - ela põe a mão no peito. - O quê, você acha que é mais ético não fazer tudo que podemos para diagnosticar a paciente? Quantos pacientes já mentiram para você? Incluindo mentiras de omissão.
- Vários.
- Claro. - ela prova o ponto. - Alguns nem percebem que estão se retendo. Nós precisamos da verdade completa para fazer nosso trabalho. Você sabe disso tão bem quanto qualquer um. - ela sorrir e se afasta.
Harry se vira e vê Louis mais atrás, andando de um lado para o outro no corredor, mãos no quadril. Quando ele pega o olhar de Harry, ele suspira profundamente e se inclina contra a parede, braços cruzados.
- Você agiu por trás das minhas costas. Nós conversamos sobre solicitar pacientes, e você fez mesmo assim.
- Louis, eu queria fazer isso pelo hospital antes, mas agora é pela Zendaya. Ela pode ser linda e rica, mas ela ainda é um ser humano. Ela ainda é uma pessoa doente que ninguém mais pode ajudar. - Harry se lembra dos comentários nada informativos e do que ela dizia nos vídeos sobre todo médico a ignorar.
- Isso pode ser verdade, mas você não vê onde isso vai dar?
- Você me disse que tínhamos que controlar o que podemos controlar. Isso está dentro do nosso controle. Não podemos só tentar? Só dessa vez?
Louis olha pela janela para o quarto da paciente onde Zendaya está sorrindo alegremente para a câmera.
- Não mais, não está no nosso controle. Quando você começa a fazer exceções para seus princípios... as exceções viram a regra. - Louis desfaz o rosto fechado, transparecendo o lado protetor que tem com Harry. - Eu não quero que você aprenda isso do jeito difícil.
Louis endireita a postura e ajusta o jaleco. Harry mordisca o lábio, quase incapaz de desviar o olhar.
- Vai tomar conta daqueles exames, Dr. Styles. - ele se afasta, desaparecendo ao virar o corredor.
...
O expediente de Harry acaba mais tarde nessa noite. Exausto com o dia longo, ele vai para o vestiário onde escuta aplausos do fundo do corredor.
- Bom trabalho, Dra. Müller! - é a Yennefer.
- Er, não é nada. - Gabriella sorrir timidamente.
- O que aconteceu aqui? - Harry se aproxima, curioso sobre a interna dele.
- Sua interna acabou de pegar uma dissecção aórtica mal diagnosticada. - Yen relatou.
- Dr. Aoki pensou que era síndrome coronariana aguda e quase matou o cara! - Matt adicionou animadamente.
- Perdão? - Steve o fuzilou com o olhar.
- Ah, ele está dizendo que você quase matou o cara. - Mayara diz inocentemente, achando que Steve não tinha escutado direito.
- Eu entendi essa parte, Dra. Pereira. - Steve se acalma. - Mas sim. Eu tenho que agradecer Dra. Müller por pensar rápido. Muito bom trabalho. De verdade.
Steve e Yen voltam ao trabalho enquanto o grupo de internos parabenizam a Gabriella. Nossa, Harry não acha que já a viu sorrir tanto assim.
- Bom trabalho. - Adam sorrir de lado com os braços cruzados. - Muitos de nós estávamos indo para o Rendezvous's agora. Quer vir?
- É! Você tem que vir celebrar! - Matt encoraja. - Steve te deve uma, estou com tanta inveja.
- Eu iria, mas ainda tenho vários pacientes para checar antes de ficar liberada, então... - Gabriella instintivamente olha na direção de Harry com uma esperança cautelosa.
- Dra. Müller... - Harry faz um pequeno suspense, sabendo exatamente o que ela espera ouvir. - Vai celebrar, eu cuido desses pacientes.
- Sério? - ela se surpreende.
- Sim, sério. Você fez por merecer.
- Da hora. Vem, Gabriella! - Matt chama.
Os outros internos se apressaram para sair e Gabriella entrega as fichas para Harry.
- Obrigada por isso, Dr. Styles.
- É claro... Suas amizades vão te ajudar a aguentar esse ano. Eu não teria passado pelo meu sem meus colegas internos. Vocês precisam apoiar um ao outro. Então por essa noite, seu trabalho é investir nessas relações. - Harry dá a ordem com um sorriso.
Gabrielle revira os olhos, mas não evita de sorrir.
- Farei meu melhor.
- Eu sei que fará.
Enquanto Gabriella se apressa atrás dos outros internos, Harry folheia as fichas dela e marcha de volta para as enfermarias com os pés cansados.
...
Na manhã seguinte, Harry acorda no dia de folga com um barulho vindo da sala. Esfregando os olhos, ele tropeça para fora do quarto.
Liam está sentado no sofá entre Ed e Clare jogando video game, com Rocket se aninhando a eles.
- Ok, então se eu quiser pular eu aperto "A" e... eu acho que morri. - Liam piscou sem emoção para o personagem morrendo.
- Isso é porque você acabou de pular de um penhasco, cara. - Clare rir.
- Ei, Liam, o que te traz aqui? - Harry cumprimenta o amigo com uma batida de mão.
- Harry, desculpa se te acordamos. - ele sorrir constrangido. - Ed prometeu encontrar um novo hobby para mim, agora que estou suspenso e tudo.
- Todos te demos companhia quando você foi suspenso ano passado, Harry. É só natural que a gente faça o mesmo por ele. - Ed diz.
Hm... falando nisso, a Zendaya tinha mencionado ingressos para um festival de música que ela não podia usar, mas aposta que os amigos dele amariam ir e isso animaria o Liam.
- Acho que tenho uma ideia. - Harry faz mistério. - Me deem um segundo.
Ele pega o celular e manda uma mensagem direta para Zendaya. Momentos depois, ela responde com um documento anexo e a mensagem "Aproveite! Tira várias fotos para me mandar!". Harry agradece e pensa em como ela é um anjo.
- Ei, gente. Como se sentiriam sobre ir no festival de música hoje?
- Puff. Quem dera. Mesmo se os ingressos não fossem 400 cada, eles estão esgotados. - Clare nem dá atenção.
- Bem, adivinha quem acabou de ganhar ingressos com acesso total de uma certa influencer da atualidade?
- Mentira! - Ed larga o controle, boquiaberto. - Você está falando sério?
- Isso soa muito divertido. Estou dentro. - Liam aceita.
- Digam para os outros. Eu vou me arrumar. - Harry pisca para eles.
Ele volta para o quarto, toma um banho breve e se veste com uma calça jeans preta, camisa cinza de gola canoa, jaqueta azul clara e bandana azul escura com bolinhas brancas amarrada no pescoço. Tênis nos pés no lugar das botas usuais.
...
Harry chega em Cambridge, junto com os amigos e um fluxo de milhares de outros jovens.
- Caramba, esse lugar está lotado! - ele olha em volta, processando os palcos enormes, a variedade de vendedores de comida, as filas sinuosas de barracas de bebida, as instalações de artes ecléticas e os jogos de gramado absurdos.
- Vejam a programação desse ano. - Ed mostra um panfleto. - As bandas tem integrantes com 17 anos que são muito populares, ou bandas que eram populares quando nós tínhamos 17 anos.
- Diga para a sua paciente que eu devo uma para ela. - Zayn dá um tapinha no ombro de Harry.
- Fale por mim também, H. - Katie bate no outro ombro dele.
- Você deveria ser um influencer. - Clare reflete.
- Diga isso para meus 3 mil seguidores. - Harry rir.
Cada um dos amigos toma a frente para fazer alguma coisa por perto. Harry tenta decidir o que fazer primeiro. Ele encontra Cara dando uma olhada nos jogos. Ela se depara com uma pilha gratuita de blocos gigantes de jenga ao ar livre.
- Topa um jogo?
Harry e Cara se alternam, tirando blocos da torre e os recolocando precariamente no topo. A torre cresce, mas oscila perigosamente na brisa.
- Ei, você é muito boa nisso! - Harry diz.
- Sabe, não é muito diferente do meu trabalho atual, embaralhando as finanças do Edenbrook. Tirando dinheiro de uma parte, e esperando que a gente faça chegar mais longe em outra. - Cara faz a comparação.
- Isso soa tão estressante. Com tantas pessoas contando com isso.
- E é. Mas estou longe de estar sozinha. E mantém minha mente distraída... dessa coisa toda. - Cara gesticula para o torso infectado pelo câncer.
- Está tudo bem se preocupar com você mesma também. Eu sei que você disse que precisava de um propósito. Mas espero que você ainda esteja se permitindo sentir o que está sentindo. - Harry reforça o mais importante.
- Eu estou, com certeza. - ela garante. - Mas me ajuda a ficar focada. Principalmente quando temos que estar um passo à frente dos outros.
- Que outros?
- O corte de orçamento afeta mais do que o Edenbrook, lembra. É todo hospital do estado, alguns mais do que outros. Edenbrook está no meio dos piores, mas Kenmore está sendo muito atingido também, por exemplo. E seja lá que solução milagrosa esteja por aí, eles estão procurando por ela também, sabe? E se for algo que nós dois não podemos ter, então...
Cara puxa outro bloco, e a torre inteira finalmente cai pelo gramado.
- Oh. - Harry encara os blocos jogados, tentando afastar a imagem do hospital terminando desse jeito.
...
Harry e Sarah foram pegar comida para todos dos food trucks estacionados na beirada do festival.
- Vejamos... Aah, vamos pegar pierogi e poke bowl! - Sarah propõe.
- Esses bolinhos de risoto caseiros parecem interessantes, e aqueles wraps de frango... - Harry diz também.
Eles vão atrás de cada um.
- Ok, acho que precisamos parar agora. Meu estômago dói só de olhar para tudo isso. - Sarah põe as mãos na barriga com a quantidade de comida que pediram.
Enquanto esperam os pedidos ficarem prontos, Harry se junta a ela numa parte boa e ensolarada do gramado, assistindo as pessoas passarem.
- Graças a Deus encontramos um lugar para sentar, meus pés estão me matando.
- Acabamos de chegar, Sarah! - Harry rir, suspendendo as sobrancelhas para ela. - Como seus pés já estão cansados?
- O trabalho tem sido caótico ultimamente.
- Sinto muito—
- Não, é ótimo! - Sarah afasta rapidamente a preocupação que viu se formando no rosto do amigo. - Internos são complicados, mas Adam é o melhor. Ele fica me dizendo quão sortudo ele é por me ter como residente dele. Significa tanto para mim.
- Eu acho que ele é incrivelmente sortudo. - Harry assente veementemente. - Eu teria adorado te ter como minha residente.
- De verdade? - Sarah sorrir.
- Está brincando? - Harry bufa por ela sequer cogitar que não. - Sarah, nós nos conhecemos porque você arriscou o próprio pescoço para me livrar dos sermões do Dr. Tomlinson. E eu era um total estranho para você. Você se importa com as pessoas. Adam deve enxergar isso.
- Aww, obrigada, Harry. - Sarah aperta a bochecha dele, fazendo os dois rirem.
...
Quando bate a sede, Harry praticamente salta até Katie que está quase na frente da fila da barraca de bebidas.
- Você quer algo? - ela o vê se aproximando. - Se decide logo, está quase na minha vez de pedir.
Depois que pediram as bebidas, eles retornam para a mesa de piquenique na sombra que os amigos estão sentados terminando de comer e tendo conversas paralelas. Harry toma um gole grande e refrescante e nota Katie só encarando sem expressão para a dela.
- Eles te deram a bebida errada? - ele a desperta dos pensamentos.
- Hã? Ah, não... - Katie sorrir meio forçado. - Só viajei um pouco.
- O que está se passando pela sua cabeça?
- Ugh, é só que eu ainda não contei para tia Anna sobre eu querer me transferir para Mass Kenmore. E eu só sei que ela vai tentar mudar minha decisão.
- Achei que você tivesse dito que sua mente está feita. - Harry inclina a cabeça, tomando outro gole.
- E está. Mas você sabe como pode ser com algumas pessoas... quando elas só tem um tipo de poder em você. - Katie franze a testa.
- Sim, mas você precisa confiar em si mesma. Você percorreu um longo caminho esse ano. Você é a autora da sua própria vida agora, e ninguém vai tirar isso de você. - Harry diz firmemente. - Mas você não quer esconder suas grandes decisões de alguém que se importa com você. Você precisa falar para ela, e saber que não será influenciada.
- Ok, você tem razão. Eu consigo fazer isso. Espero. - Katie respira fundo, se preparando psicologicamente. - Chega disso. Vamos só beber com os outros e aproveitar o dia.
...
Com todos de barriga cheia e satisfeitos, Harry estava acompanhando o grupo quando Liam ficou para trás encarando a instalação de arte inescrutável, onde dançarinos vestidos de elastano estão girando dentro de uma bolha de plástico colorida.
- O que você acha que está acontecendo aqui?
- Vai saber. - Harry vai para mais perto observar com ele.
- Bem, supostamente arte deve te fazer sentir algo. E eu certamente me sinto confuso. Então acho que está funcionando!
- É só isso que está sentindo? - Harry se vira para ele, um significado por trás.
- Está perguntando sobre minha suspensão? Eu disse que não estou preocupado com isso. De qualquer forma, eles estavam provavelmente certos em me suspender. - Liam diz.
- Então fala para seus chefes que você vai parar. Você fará o que eles pedirem.
- Acho que ambos iríamos saber que não é verdade. - Liam faz uma careta com sorriso. - Eu nunca fiz isso para um pouco de adrenalina, ou porque sou teimoso. Eu só... nunca fui capaz de não me envolver. É quem eu sou, para o bem ou para o mal. E não consigo me imaginar sendo diferente.
- Liam... eu não quero que você seja diferente.
- Ótimo. Porque acho que você terá que lidar comigo do jeito que sou.
Nesse momento, alguns dos dançarinos de elastano saem da bolha e começam a girar em volta do Liam.
- Ok, acho que isso é o bastante. Vamos alcançar os outros. - ele se assusta.
- Não posso acreditar. - Harry gargalha. - Algo finalmente assustou Liam Payne!
...
O festival continua, e o sol de verão some por baixo do horizonte antes dos grandes shows da noite. Harry e os amigos estão bem na frente do palco principal numa multidão tão grande que ele nem consegue enxergar onde termina.
- Lá vem eles! - Clare diz.
- Eu nem sei quem são, mas não ligo. Estou animado. - Zayn expressa o pensamento da maioria do grupo.
A multidão grita quando a banda entra no palco e uma música R&B sensual e com baixo pesado explode nos enormes alto-falantes. Ao redor de Harry, os festivaleiros deixam a música assumir o controle, dançando no ritmo.
Harry dança loucamente com Clare que está mais perto dele.
- Tá sendo muito legal curtir algo assim sem custar uma perna ou braço pelos ingressos! - ela berra por cima da música.
- Demais! Tudo é mais relaxante quando é de graça. - Harry berra de volta. - Como você está indo, a propósito? Sem os aumentos e tudo.
- Eu acharei um jeito de fazer funcionar. Ficará tudo bem. Mas não quero pensar nisso agora.
- Então, no que você quer pensar? - Harry levanta os braços num passo desajeitado.
- Esse momento, o agora! - ela imita o movimento, empolgada.
Mais tarde, entre as apresentações de bandas, Zayn diz sem fôlego:
- Sério mesmo, Harry, você tem que agradecer sua paciente por nós.
- Eu vou.
- Eu sei! Nós todos deveríamos tirar uma foto agradecendo Zendaya e marcando ela. - Sarah dá a ideia.
Se virando, para o palco aparecer atrás deles, os amigos se pressionam uns com os outros para uma selfie no celular do Zayn.
- Que bom que tenho um braço longo. - ele comenta e tira a foto. - Ok, tirei! E acabei de postar...
Zayn desfaz o rosto alegre, distraído com outra coisa no celular.
- Zayn, o que foi? - Harry pergunta, todos se entreolhando com a mudança de comportamento repentino.
Zayn rapidamente põe o celular no bolso.
- Eu preciso ir pra casa.
- Já? A atração principal está para entrar! - Sarah diz.
- Sim, eu tenho que... estudar.
- Estudar? - Clare não acredita, igual os outros. - Desde quando você sabe ler, lacaio do bisturi?
Zayn só ignora ela e se espreme para fora da multidão.
- Sem retorica? Estranho. - Clare franze o cenho.
- O que será que tem de errado com ele... - Harry observa ele sumir.
...
Tarde da noite, Harry fala para os outros que quer checar Zayn e pega o metrô para a casa dele. Ele sobe para o andar do apartamento do amigo e para de frente para a porta. Harry escuta movimento do lado de dentro.
- Zayn? Vamos, abre. - Harry bate e fala alto para ser escutado. - Eu quero saber como você está. Você agiu esquisito mais cedo. A galera se preocupou—
A porta se abre. Uma adolescente vibrante encara Harry, dando uma olhada de baixo a cima sem se impressionar.
- Que drama.
- Ah, desculpa, eu devo ter batido na porta errada! - Harry pede desculpas, não reconhecendo a garota como alguém relacionada a Zayn.
- Ugh, Waliyha, eu te falei para deixar meus vizinhos em paz—
Harry e a garota olham para o corredor a tempo de ver Zayn saindo do elevador. Harry não consegue ver o rosto dele escondido atrás de várias sacolas de compra equilibradas precariamente nos braços.
- Não é minha culpa. Esse esquisitão estava na porta. - ela dá de ombros.
- Oi. - Harry sorrir sem jeito e acena.
Zayn deixa as sacolas caírem. Ele encara Harry, chocado e claramente nervoso.
- Ah, e aí, er... o que está fazendo aqui?
- Estávamos preocupados com você e eu me voluntariei para checar.
Zayn leva o tempo dele recolhendo as sacolas e Harry se agacha para ajudar.
- Vamos... Vamos para dentro para conversar. - Zayn diz, quase relutante.
Waliyha chuta a porta para fechar atrás deles e se joga no sofá de Zayn, ligando a TV. Zayn suspira e põe as sacolas na bancada.
- Zayn, você sabe que pode conversar comigo, não sabe? - Harry vai para o lado dele. - Se tem algo acontecendo, você pode me dizer. Eu farei o que puder para ajudar.
Os ombros de Zayn se encolhem. Ele olha para Harry, o olhar impotente.
- Obrigado, Harry. Waliyha é minha irmãzinha. Wali, esse é Harry. - ele os apresenta. - Waliyha está só visitando.
- Até parece. É aqui que eu moro agora. - ela corrige o irmão. - Eu não fugi de casa só para voltar.
- Waliyha! - Zayn repreende.
- O quê? Não vou mentir sobre isso. Lá em casa é uma droga, então eu saí e não vou voltar. Fim de historia.
- Lá em casa não é uma droga.
- Como você saberia disso? - Waliyha se irrita. - Você não volta para lá faz tempo.
Zayn percorre uma mão pelo cabelo, cerrando os dentes. Harry o puxa para um canto, abaixando a voz.
- Zayn, isso parece bem sério.
- Essa é minha família.
- O que isso quer dizer? - Harry franze o cenho.
Zayn suspira. Harry pode ver o quanto ele não quer contar isso.
- Para tornar breve uma longa historia, minha família costumava ser bem conhecida. Meu pai foi para a cadeia por uso indevido de informação privilegiada. Minha mãe se livrou por testemunhar contra ele, apesar de ela ter ajudado ele durante o negocio todo.
A mente de Harry começa a lembrar uma série de historias de quando estava na escola.
- Puta merda. Sua família são os Maliks? - ele nunca que iria se atentar ou fazer a ligação. - Os "magnatas de propriedades que viraram criminosos de colarinho branco" Maliks?
- Sim. Wali mora com eles no Havaí. Nosso pai entrou em liberdade condicional um tempo atrás. Por "bom comportamento".
- Estou começando a entender porquê ela fugiu.
- Meus pais moram num complexo enorme. - Zayn rebate, fechando a cara. - Waliyha tem um quarto do tamanho desse apartamento, três piscinas para escolher e um cavalo que ela nunca cavalga. Acredite, ela está ótima em casa. Isso é só uma rebeldia estúpida.
- Quando ela chegou? - Harry permanece calmo.
- Umas horas atrás. - Zayn se acalma levemente também. - Eu estou tentando colocar ela num voo de volta para o Havaí, mas não tenho dinheiro para um voo de emergência sobrando por aí.
- Você não pode ligar para seus pais?
- Não. De jeito nenhum. - Zayn fecha a cara outra vez. - Eu não falo com eles. E eles retornam o favor. E agora tenho que descobrir como alimentar ela.
- O que você quer dizer com "descobrir"? - Harry bufa. - Ela vai se tornar num bicho do mal se você errar?
- Não, eu quis dizer que não cozinho. - Zayn explica. - Essas mãos são para cortar pessoas, não vegetais. Normalmente, eu só peço entrega.
Harry olha para as sacolas de compra.
- Então o que você vai fazer com tudo isso?
- Não sei. Esperar pelo melhor? A não ser que você saiba como cozinhar? - Zayn olha para ele numa mistura de expectativa, desculpa e pedido de ajuda.
- Zayn, claro que sei. Sou um adulto. - Harry diz com um falso tom de superioridade.
- Pode me ajudar? - o moreno se ajoelha dramaticamente e dá o melhor olhar de pidão, unindo as mãos na frente do corpo. - Por favor, Harry. Eu te deveria o maior favor do mundo.
Harry gesticula para ele levantar.
- Tenho certeza que podemos pensar em algo com tudo isso. O que acha de macarrão?
- Se você que for fazer, acho ótimo. Ei Waliyha, você quer macarrão?
Waliyha dá de ombros.
- Vou considerar isso um sim. - Harry diz.
Ele espia as sacolas de compras e tira opções respeitáveis de ingredientes: pacote de macarrão, carne moída, cebola, cogumelo, tomate e um pote de molho de macarrão.
- Não será chique, mas é algo a mais do que um cheeseburger.
- Então, o que fazemos primeiro? - Zayn pede direções.
- Preciso que você coloque uma panela com água para ferver. - Harry dá a tarefa.
- Excelente. Essa é a única coisa de cozinha que eu já sei como fazer.
- Ferver água não é cozinhar, Zayn. É tão básico que nem é uma habilidade. - Waliyha provoca o irmão.
- Você virou uma expert em cozinhar do nada? - o irmão a encara.
- Se ser capaz de fazer mais do que ferver água é sua definição para grandeza na culinária, então sim, Zayn, eu sou uma maldita masterchef. - ela retruca.
Harry não pode deixar de sorrir com o atrevimento da garota.
- Ei, Waliyha, se quiser dar comentário, vai ter que fazer isso do lado daqui. De preferencia enquanto ajuda. - Harry diz, meio que achando que ela ia recusar, mas a garota joga o controle remoto para o lado e vai até eles.
- O que precisa que eu faça? - ela se prontifica.
- Por que você não dá uma olhada na água e coloca o macarrão quando ferver? Zayn pode usar as habilidades de cirurgião para cortar os vegetais e eu começarei a preparar a carne.
- Eu definitivamente posso cortar coisas. - Zayn põe as mãos na cintura.
Harry olha curiosamente para Waliyha enquanto ela monitora a água fervendo. Ele consegue ver um pouco do Zayn nela, tanto na aparência como no nível de confiança. Mas tem outra coisa. Uma parede erguida.
- Então, Waliyha, como que foi crescer com esse cara de irmão mais velho? - ele puxa assunto, querendo que ela se solte mais.
Waliyha dá de ombros de novo.
- Sei lá. Ele pulou fora quando eu estava na escola primaria.
Zayn lança um olhar para ela tanto de culpa como defensivo.
- Eu não pulei fora, eu fui para a faculdade.
- E nunca voltou. - ela disse carrancuda.
- Eu liguei.
- Sim. Valeu.
- Vocês devem ter sido próximos em algum momento, se você veio por todo esse caminho para ficar com ele agora. - Harry observa, dissipando a tensão se formando.
- Eu acho que ele costumava ser bem engraçado.
- Costumava ser? - Zayn se indigna.
- Tudo que vi você fazer desde que cheguei aqui foi pirar e me dispensar. O júri ainda está avaliando, mas está se inclinando fortemente para um consenso. - ela brinca.
Harry tira a carne do fogo e substitui pelos vegetais que Zayn cortou. Pouco tempo depois, ele serve três pratos perfeitos de macarrão apresentáveis.
- Isso até que não foi tão difícil. - Zayn conclui.
- Só fizemos um jantar de nível de estudante, Zayn. Isso foi cozinhar no modo fácil. - Harry avisa.
Os três se sentam na mesa de jantar pequena do Zayn e comem.
- Isso está delicioso.
- É muito bom. - Waliyha concorda e elogia com o irmão.
- De nada. - Harry sorrir para eles.
Meia hora depois, Waliyha boceja e se levanta.
- Tem alguma cama que eu possa me deitar?
- Pega a minha. Só não vai mexer nas minhas coisas. - Zayn dá condição.
- Como se você tivesse algo que eu quisesse ver. - Waliyha se vira para Harry e sorrir para ele. - Obrigada pelo jantar, Harry. Bom saber que não morrerei de fome na minha primeira noite aqui.
- Vai pra caaaama! - Zayn arrasta as mãos pelo rosto.
E então ela vai. A porta do quarto de Zayn batendo alto. Zayn suspira e recolhe os pratos do jantar, deixando na pia com o resto da louça suja. Os dois amigos vão para o sofá.
- Sinto que você está me julgando.
- Não julgando, mas Zayn, eu te conheço faz um ano e você tem uma irmãzinha da qual nunca falou para a gente. Eu achei que você fosse próximo da gente.
- Eu sou. Mas Waliyha e eu não somos. Inferno, eu mal conheço ela. - ele diz tristemente.
- Por quê?
- Eu sempre planejei ir para uma faculdade o mais longe possível de casa. Meus pais e eu nunca fomos muito próximos, mas eu tinha intenção de voltar e visitar. Mas aí no último ano da escola, meu pai foi para a prisão e todo detalhe de nossas vidas foi jogado por todos os jornais.
- Isso deve ter sido complicado. - Harry simpatiza.
- Foi um inferno. Meus pais arruinaram um monte de pessoas enquanto estavam executando o esquema deles. Crianças na escola tiveram famílias que perderam dinheiro por causa deles. E não parou quando eu fui para a faculdade. - Zayn não esconde a revolta. - Todo mundo me reconhecia. Todo mundo me enchia o saco pelo o que eles fizeram. E eu nem podia deixar de concordar com eles. Meus pais fizeram tudo aquilo.
- Mas você não. - Harry diz firme.
- Sim. Enfim, eu não consegui aguentar ver minha mãe e meu pai depois disso, então não vi. Eu ainda ligava toda semana ou por aí para falar com Waliyha, mas não tem tanta coisa que um calouro universitário pode falar para uma menina de seis anos, sabe?
- Quando foi a última vez que você falou com a Waliyha antes de agora?
- Eu mandei uma mensagem de aniversário para ela seis meses atrás.
- Zayn. - Harry não pôde deixar de reprovar.
- É, esse tom na sua voz é o motivo de eu não ter dito nada disso.
- Seus pais realmente eram tão ruins?
- Você quer dizer, além de serem burlões? Sim. Eles eram uma merda. Pelo menos, eram uma merda comigo. Eles tinham muita expectativa que eu não cumpria. - Zayn diz.
- Mas você é um cirurgião. - Harry dá ênfase.
- Eu não quis desde sempre ser um cirurgião, Harry. E de qualquer forma, eles queriam que eu fosse um advogado. Por razões que se tornaram bem óbvias quando os policiais bateram na nossa porta.
- Então você se rebelou?
- Ah sim. - Zayn assente. - Eu tinha cabelo grande e uma jaqueta de couro e saía escondido na maioria das noites. Meu pai me pegava voltando e a gente acordava a casa com gritos. Ele me falava como eu era uma decepção e eu falava para ele enfiar a decepção no cu.
- Mas eles só eram assim com você? - Harry tenta ver o lado de Waliyha.
- Sim. Waliyha sempre foi a princesinha perfeita deles. Ela não comete erros e pode ser o que ela quiser. Eu não sei por que ela decidiu criar essa historinha do nada. Não é como se ela tivesse que lidar com o que eu lidei.
- Zayn... - Harry falou cauteloso. - Algo fez ela voar 15 horas de distancia dos seus pais. Uma adolescente não se esforça esse tanto se tiver as coisas fáceis em casa.
- Eu.. acho que isso é verdade. - Zayn pensa duas vezes.
- Você perguntou para ela por que ela fugiu?
- Talvez? Eu não sei. Provavelmente não. A noite tem sido meio que um borrão desde que ela me mandou mensagem dizendo que estava sentada do lado de fora do meu apartamento. - Zayn olha para a porta fechada do quarto. - Eu acho que posso tentar conversar com ela amanhã. Propriamente.
- Soa como uma boa ideia. - Harry sorrir.
Zayn se inclina para trás, apoiando a cabeça na parte de trás do sofá com uma careta:
- Parece que irei dormir aqui essa noite.
- Eu vou deixar você descansar.
- Sério, eu posso passar a noite acordado no trabalho ou num club, mas uma noite lidando com Waliyha e estou exausto. - Zayn levanta e acompanha Harry para a porta. - Agradece todo mundo pela preocupação e obrigado por fazer isso mais fácil de lidar.
- Sem problemas. Ela parece ser uma garota legal.
- Você acha? - Zayn se surpreende.
- Sim. E sabe o que mais eu acho?
- Diga.
- Eu acho que você tem a capacidade de ser um bom irmão mais velho. - Harry o olha pontualmente.
Zayn bufou, mas deu um sorriso.
- Veremos.
...
Na manhã seguinte, Harry, Sarah e Clare chegam no trabalho e encontram Simon Cowell conversando com dois médicos.
- Viu, esse é o poder da Panacea. Não se perguntem o que podemos fazer por seus pacientes... perguntem o que podemos fazer por vocês.
- Ugh, esse cara me dá arrepios. - Sarah fica enjoada só de olhar e escutar ele.
- Ele é um parasita. Não deixa ele te atingir. - Clare faz cara de desgosto.
- Sim, eu definitivamente vou ficar longe. - Harry murmura.
Harry se separa das meninas e se junta com a equipe para checar o andamento de Zendaya, interrompendo o novo vídeo dela avaliando a comida de hospital.
- Você deu negativo para citomegalovírus humano, negativo para colite ulcerosa e D.I.I. - Clara disse.
- Igual para gastroenterite e hipertireoidismo. - Yuki disse.
- Também testamos seu sangue para contagem de células. Nenhum sinal de qualquer tipo de câncer ainda. - Harry disse por último.
Zendaya olha direto para a câmera, o rosto contorcido de emoção.
- Bem, isso é um alívio, ZSwaggers. Mas a palavra "ainda" vai me manter acordada durante a noite.
- Zendaya, eu preciso que você foque em nos ajudar a solucionar isso, e não melodramaticamente narrar todo pensamento seu. - Louis diz sem expressão.
- Ele é tão malvado, mas se safa disso porque é lindo. - Zendaya faz bico, ainda falando para a câmera. - O que isso diz da nossa sociedade?
Louis solta um grunhido de impaciência.
- Zendaya, você avalia muitos produtos de pele no seu canal. É possível que a exposição a químicos tenha causado isso. - Harry toma as rédeas para não enlouquecer Louis.
- Você tem uma lista de todos os produtos que você já teve ou testou? - Yuki pergunta.
- Não em mãos... Na verdade, espera, aqui! - ela mostra o celular para eles.
- Isso é só seu perfil. - Harry constata.
- Exatamente. Eu fiz uma avaliação para tudo que já usei nos últimos cinco anos nele.
...
Mais tarde naquela noite, depois de cuidar da interna, de cumprir horas na clínica gratuita e atender outros casos, Harry põe a cabeça dentro do escritório de diagnóstico. Louis está reclinado no sofá do escritório pessoal, a tela do notebook refletindo nos óculos de leitura. Como um homem pode ser tão sexy só sentado e usando óculos? É um mistério que nem Harry saberia diagnosticar a resposta.
- Você tem alguma ideia de como fazer isso? - Louis indaga, sabendo que a sensação de ser observado é o Harry, sem nem olhar para cima.
Harry entra e se senta ao lado dele no sofá. Na tela de Louis tem uma página de login para o Pictagram. Louis retira os óculos.
- Estou tentando inspecionar a rede social da paciente para o histórico de produtos dela, mas não me permite fazer isso sem uma conta. - ele elabora.
- Estranho, achei que velhos já estivessem usando as redes sociais hoje em dia. - Harry provocou.
- Fique sabendo que eu só tenho 37 anos. - Louis se defende, bem humorado. - Eu sou tecnicamente a geração Y!
- Então, o que você está esperando? Hora de se juntar ao século 21. - Harry se aproxima um pouco mais, olhando para a tela com ele.
Eles conseguem sentir o cheiro fraco do perfume do outro depois de um dia de trabalho e o calor da proximidade física.
- Ok, como faço isso? Você pode me mostrar? Não tenho certeza se aguento sozinho.
- Claro. Fico feliz em ajudar. - é a maior verdade sobre Harry, mas especialmente se fosse para ajudar Louis.
- Para ser claro, faremos isso com uma condição. Você nunca vai falar disso para ninguém. - Louis olha de soslaio para Harry, um sorrisinho nos lábios.
- Não prometo nada. - Harry devolve o sorrisinho e olhar.
Louis balança a cabeça com um ar de divertimento. Ele clica em "Cadastrar" e põe o nome dele.
- Ok, ele quer uma foto de perfil.
- Você tem alguma no notebook?
- Não... mas creio que deve ter algumas online que posso usar. - Louis pesquisa o próprio nome no google imagens. - Onde as pessoas conseguiram tudo isso? - ele fica abismado com todas as fotos de si mesmo que nunca teve a noção de que existiam.
- Ha, olha! - Harry aponta para uma. - Você está sem camisa numa praia nessa aqui! Acho que algum fã te reconheceu. - o mais novo aprecia o corpo do médico.
Harry é um dos maiores fãs do Louis, se não o maior, como o orgulho e possessividade tendia a falar, mas antes de entrar no Edenbrook ele nunca se preocupou em pesquisar sobre a aparência por trás do nome que tanto admirava. Ele só lia todos os trabalhos feitos por Louis. O próprio cara não era de se exibir com fotos no que dependia dele.
Quem diria que o rosto de Louis—o corpo, a voz, o sorriso, os olhos, o cheiro—tomaria todos os pensamentos de Harry hoje em dia. Ele é lindo e chama atenção com isso, mas rostinho bonito pode ser só apreciado, ou significar apenas um amigo. Um bom exemplo é o Zayn que parece um modelo e é uma ótima pessoa. O que não dá para ignorar foi o que sentiu depois de conhecer Louis melhor. Algo único e só dele que atraiu Harry como ninguém antes.
- A internet é aterrorizante. - Louis despertou ele para o momento atual. - Ok, qual eu uso?
Harry diria a da praia, mas prefere não dar mais motivos para babarem no Louis. Ele fala a segunda foto que o faz babar também.
- Essa da jaqueta. Você parece tão autoritário... - Harry fala baixo, corando levemente ao lembrar desse tipo de expressão e comportamento com eles dois na cama.
- Eu acho que essa foi tirada quando eu estava na Amazônia esse verão. Na verdade... sim, a foto é de um link ligado a um artigo sobre nosso trabalho por lá. - ele checa.
Harry lê o artigo.
- Está dizendo aí que você salvou muitas pessoas.
- Não o bastante. - Louis disse sombriamente, a mandíbula endurecendo. - Eu vi muitas coisas ruins. O jeito que o governo trata os povos indígenas da Amazônia... você nunca se esquece. Acho que eu não estava de humor para fotos nesse tempo.
Se a razão por trás da expressão dura de Louis era quente antes, agora se tornou um tanto triste.
- Eu consigo imaginar que sim.
- Ok, próximo... - Louis colocou a foto no perfil. - De onde eu sou? Doncaster, Inglaterra.
- Você gostou de crescer por lá? - Harry aproveita para perguntar, algo de que ainda não falaram muito.
- Eu não teria gostado de crescer em lugar nenhum. Eu sempre senti que minha idade me impedia de fazer as coisas que eu queria, explorar as coisas que eu queria. Eu odiava não ser levado a sério. Fui seriamente subestimado, por adultos e professores. E sempre que me provava capaz, eles achavam que eu estava os diminuindo.
- Você estava? - Harry encostou o ombro com o dele.
-...Não o tempo todo. - Louis rir, um relance do atrevimento do passado no rosto. - Ok, agora está me fazendo escolher interesses. - ele volta a atenção para a conta. - Qual o ponto disso?
- Em teoria? Se conectar com comunidades. Na prática? Anúncios direcionados.
- Por que tantas pessoas usam esse lixo?
- Redes sociais podem ser bem úteis. Tem os lados negativos, mas na verdade é bem legal a facilidade de manter contato com pessoas ao redor do mundo todo. - Harry dá a opinião dele. - Eu sei que normalmente é uma conexão rasa... mas é melhor do que perder as pessoas para sempre.
- Hm. Acho que consigo entender isso. - Louis diz. - Certo, estou dando uma olhada nos M's... eles não têm medicina listado como interesse.
- Não é para ser seu trabalho. Você tem interesses fora do trabalho. - Harry dá uma olhada na lista. - Vamos ver, que tal... Música?
- Eu tocava violoncelo quando era mais novo. - Louis conta.
- Eu queria que tivéssemos uma foto disso para seu perfil. - Harry mostra as covinhas. - Aposto que o Louis pequeno era fofo.
- Eu era. - Louis sorrir de lado. - E eu achava o violoncelo muito calmante. As vibrações profundas da corda...
- O que aconteceu com esse seu lado?
- Na maior parte foi porque parei de praticar quando meu vizinho de Doncaster, que odiava o barulho, sabe, quebrou meu violoncelo em pedaços.
- Que babaca! - Harry se enfurece e fica triste ao mesmo tempo, protetor com o Louis atual.
- Sim, mas eu tive minha vingança. Eu detonei o jardim muito amado dele. - Louis mostra o olhar atrevido outra vez.
- Meu Deus! - Harry fica boquiaberto, rindo.
- Eu era meio que um pestinha naquela época. - Louis não tem vergonha de admitir.
- Posso ver.
- Ok, vejamos. "Faça sua primeira publicação". Que tal "Não, obrigado."
- Ah, me dá isso aqui. - Harry tomou o notebook das mãos dele por um segundo e digitou. - Deixa eu escrever uma coisa.
O daddy do Harry.
- E postado!
Louis olha o que ele escreveu e fica paralisado por uns segundos.
- Harry. - ele diz num tom de repreensão e irritação.
Perfeito. Harry mostra a língua para ele, gostando de o irritar e provocar de vez em quando. Seria melhor ainda se Louis o punisse. Mas... eles têm que separar as coisas agora. Harry suspira quando Louis apenas o encara silenciosamente.
Harry apaga o post e refaz.
Harry é o melhor e não sei o que faria sem ele.
- Está mais para um brat e minha inconveniência pessoal. - Louis olha para a nova publicação e bufa, evitando um sorriso.
- Parabéns. Você é oficialmente usuário de uma rede social. Agora você é a geração Y. - Harry bate as mãos em palmas comemorativas e baixas.
- Espera, ele quer que eu adicione minha primeira amizade dentre essas "pessoas que eu talvez conheça". Hm, você está aqui. - ele clica em adicionar amigo no perfil do Harry.
- Uou, que honra. Estou tendo um momento fanboy e me sentindo lisonjeado. - Harry sorrir bobamente.
- Você deveria. Meu primeiro, último e único amigo do Pictagram. - Louis decide. - Agora, vamos ao que interessa. Como eu encontro o perfil da Zendaya?
Harry ajuda Louis a procurar pelo nome da Zendaya e entrar no perfil dela.
- Ok, e agora nesse ícone de um envelope. Foi assim que você contatou ela quando você...? - o sorriso de Louis subitamente some e ele parece perdido em pensamentos.
- Louis? - toda a animação que Harry sentia se afundou no estômago, lembrando que Louis falou que queria conversar sobre isso. - Olha, se isso é sobre eu ter ido atrás dela...
- Está tudo bem, Harry. - ele tranquiliza. - Você mal tem que se explicar. Eu sempre entendi porquê você quis fazer isso. Na realidade, você fazer isso apesar da minha recusa explícita me ensinou uma coisa.
- O quê? - ele hesita, com medo da resposta.
- Que eu preciso te ver como um colega de trabalho agora. Um parceiro. - Louis encontra os olhos dele. - Você não é mais um interno. Você não é nem só um residente. Você é um igual. E isso significa que vamos discordar às vezes. Fundamentalmente. E saber disso me ajuda a te ver numa luz mais verdadeira.
- Essa luz é ruim? - Harry quer ter certeza porque não pareceu uma resposta ruim, como temia.
- Não. É... uma luz complicada. Mas nunca é ruim ver como as coisas realmente são. - Louis procura a expressão de Harry, como se estivesse atrás de algum tipo de verdade universal. - E eu quero conhecer você, como você realmente é.
Vem um som de notificação do notebook enquanto uma nova publicação na página de Zendaya foi postada, uma selfie dela parecendo lindamente para baixo na cama de hospital.
- Bem, Zendaya está trabalhando, então acho que nós deveríamos trabalhar também. - Harry pigarreia.
- Certo. Vamos começar. - Louis muda a atenção para o perfil.
- Você procura e lê os nomes dos produtos que ela avaliou, e eu vou criar uma lista com as datas de uso e os ingredientes dentro deles. Nós devemos ser capazes de encontrar se algum está a envenenando.
Entre os dois, eles conseguem analisar rapidamente os vídeos de Zendaya.
- Ok, esse se chama Corretivo Aphrodite Radiance. - Louis nomeia.
- Esse tem dimeticona, policeno hidrogenado e propanodiol. - Harry pesquisa.
Louis continua atrás da próxima avaliação de produto, mas algo chama a atenção de Harry.
- Espera, volta! Dá play nesse vídeo.
- Ei, ZSwaggers! Estou aqui com uma das minhas melhores amigas de todas, que está visitando lá de Wisconsin. Então, vocês sabem que gosto de provar iguarias regionais porque acho que faz parte de realmente conhecer as pessoas, e essa noite nós faremos... bife tártaro! Estou meio nervosa...
- Bife tártaro? Você está pensando o que estou pensando? - Louis compartilha um sorriso de sabichão com Harry.
- Eu acho que acabamos de solucionar isso.
...
Na manhã seguinte, Harry joga o resultado do exame de Zendaya na mesa com um sorriso.
- Taenia saginata!
- Você está brincando. Por favor, diz que está brincando. - Clara sorrir.
- Ai não. Pobre garota... - Yuki faz uma careta.
- Styles descobriu isso ontem. Excelente trabalho. - Louis dá todos os créditos para ele por ter reparado na coisa certa.
- Eu não acho que ela vai receber isso muito bem. É bem... nojento. - Yuki diz.
- Eu sou malvada por querer estar lá quando você dar essa notícia nas câmeras para todos os fãs dela?
- Um pouco, Clara, sim! - Yuki franze o cenho.
- Mostrar nas câmeras é escolha dela, não nossa. Nós simplesmente damos o diagnostico. Styles, você descobriu essa. É toda sua. - Louis diz.
...
Harry lidera a equipe para o quarto de Zendaya. Ela se senta ansiosamente com o retorno deles. A equipe de filmagem prepara as câmeras.
- Vocês descobriram algo?
- Ah, pode apostar que descobrimos - Clara fala quase cantarolando.
- Vá em frente, Dr. Styles. - Louis gesticula.
- Espera, eu quero fazer uma live disso. Eu quero meus seguidores comigo quando eu escutar as noticias. Seja lá o que for. Tonya, grava.
- Estamos ao vivo. - Tonya diz.
Um notebook ali perto mostra a live em andamento, com comentários e emojis aparecendo de centenas e centenas de pessoas.
- Bem, eu não acho que você queira um milhão de pessoas no quarto para isso. - Harry dá um aviso amigável.
O rosto de Zendaya murcha, se enchendo de pavor.
- É ruim assim?
- Não. Mas é pessoal. - Harry esclarece. - Você pode ser uma celebridade, Zendaya, mas você ainda tem direito à privacidade. E se esses seguidores realmente se importam, então eles entendem isso.
- Ok... ZSwaggers, vocês escutaram o doutor. - Zendaya se direciona a eles. - Eu voltarei logo com noticias. Ah, espero que sejam boas!
As câmeras desligam e Zendaya dá toda a atenção para Harry.
- Pode mandar, Dr. Styles.
- Zendaya, você tem uma solitária.
- Ew! Uma solitária? Tipo, um verme de verdade? Dentro de mim? Comendo tudo?
- Basicamente. E estimamos que tem 1 metro de comprimento neste momento, com forma adulta.
Ela encara o estômago com cara de nojo.
- Como diabos isso entrou aí?
- sua amostra de fezes nos diz que você tem uma cepa de taenia saginata, que se transfere para humanos quase que exclusivamente através de larvas em carne crua.
Zendaya leva as mãos para a boca em choque.
- Bife tártaro. - ela lembra da comida.
- Pelo lado bom, você não tem câncer, e se livrar desse verme é fácil tomando alguns comprimidos e me deixando checar suas fezes de novo daqui três meses. - ele explica o tratamento.
- Eu não acredito que quase falei para todos meus fãs na câmera. Isso teria sido tão mortificante.
Harry senta do lado da paciente e põe uma mão no ombro dela.
- Essa é sua vida, Zendaya. Sua para compartilhar ou manter privado. É sua escolha.
- Você tem razão, Dr. Styles. A escolha é minha e eu escolho contar ao mundo que tenho um verme gigante no intestino. - ela diz determinada.
- Mas por quê? - por essa Clara não esperava.
- Porque beleza é minha marca, Dra. Hirata. E a verdade é a maior beleza que existe.
...
Mais tarde, Harry encontra Louis e o entrega uma prancheta.
- Os papéis de liberação da Zendaya. Eu pensei em te dar a satisfação de os assinar. - Harry sorriu.
- Não se importe se eu assinar. - Louis devolve o sorriso.
James se aproxima enquanto Louis faz a assinatura na página.
- Louis, você tem um momento? O Conselho de Administração quer uma palavra.
- O conselho? O que eles querem? - Louis fica alerto.
- À luz do déficit orçamentário, eles decidiram que a equipe deveria mudar o foco principal para pacientes de alto padrão para pagar pelo trabalho de caridade. - James diz com o semblante desanimado, imaginando a reação de Louis.
- Não. - Louis corta, seco e frio.
- Esse último caso foi um grande sucesso para você e o hospital. Eles disseram que pode ajudar o Edenbrook, Louis—
- Eu não farei isso com seu legado. - ele corta outra vez, irritado. - Eu vou dizer para eles que vou pular fora.
- E a quem isso ajudaria? - James fica mais sério, racionalizando. - Está fora de nosso controle agora, Louis. Venha.
- Louis, eu... - Harry tenta falar, o peito apertado.
Louis olha para ele, rápido demais para Harry saber se tinha acusação no olhar. Louis segue James pelo corredor, e então é engolido pela sala de reuniões.
~o~
No próximo episodio: O plano de Harry para ajudar a salvar Edenbrook está ganhando força, mas o que isso significa para o relacionamento dele com o mentor? Um paciente rico faz Harry competir pelo tratamento dele. Isso vai trazer consequências fora do hospital?
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