3. What's Done Is Done
Oioi, família! Já beberam água e comeram bem hoje? Espero que sim! Não quero prolongar muito as notas porque os caps já são bem longos, então deixa só eu dar amor e gratidão para nossos residentes dos comentários do cap passado:
niallbundadepastel, sunriseihl, RafaPotterMalfoy, MariaClaraKlem, louehssweet, kinghouis, hslt_18, LarryxHor4n, hwithlv, MilyDuda0, sweetiecurlyyy, hsrryscherryline, BeatrizAlmeidaFerre7, mina_joonie, SoutJB, Mayara150110, WooThyWins, loueh101, claratpwk, loverficsy, dessagiocavalcante, AnaLuuh794, moonlouiesun, signoflarry, 01just_little_girl, yngbldshiniest, Angel_Fallen15, Carol_styles, alwaysfallingxx e cadelinhah_HL
Boa leitura, Residents! 👩⚕️👨⚕️
~o~
Harry fica de pé do lado de Louis, olhando através da janela para os pacientes indo para a entrada.
- Nós sempre contamos com o orçamento do estado para manter nossas portas abertas. A clínica gratuita, mais enfermeiros, até essa equipe... e agora...
- Quanto tempo nós temos?
- Eu diria que um ano. Talvez menos. - Louis disse quietamente. - Se você estiver preocupado com seu emprego, não fique. Você é um residente ilustre. Você vai ficar a salvo.
- Bem, não é comigo que estou preocupado. - Harry balança a cabeça. - E quanto as pessoas daqui que estão contando com nós?
- Seu coração está no lugar certo. Não somos nós que sofreremos mais. Eles que vão. - ele acena com a cabeça para as pessoas no estacionamento. - Os cortes no orçamento são em todo o estado. Estaremos longe de ser a única vítima. Os hospitais que sobreviverem vão ficar superlotados e faltando pessoal. Em breve, a proposta do orçamento do estado vai para o legislativo. Vai ter debate, mas é improvável que sejamos salvos. Muito dinheiro pode ser economizado nos cortando.
- Então o que fazemos?
- A única coisa que podemos fazer... Nós ajudamos as pessoas o máximo que pudermos.
- É isso? - Harry não se convence. - De jeito nenhum. Tem que ter um jeito de consertar isso! Eu sei que tem! Podemos encontrar mais financiamento. Cortar nossas despesas. Alguma coisa! - ele se agita.
- Pode muito bem ter um jeito. Mas essa ideia virá de você ou de mim? Edenbrook tem a equipe inteira de administração trabalhando nisso. Não vai ajudar em nada colocar esse fardo na cabeça dos funcionários. Eles precisam estar absolutamente focados nos pacientes. - Louis dá uma pausa. - E é por isso que não podemos contar para mais ninguém.
- Você não pode estar falando sério.
- Se falarmos pra qualquer um, vai se espalhar como fogo. Harry, você é um médico agora. - Louis pontua. - Você precisa aceitar o fato de que algumas coisas são maiores do que a gente... Algumas coisas não podemos controlar. Essa é uma delas.
- Você está me pedindo para esconder isso dos meus amigos.
Os amigos que estão com o emprego na linha. E que também se preocupam com os pacientes.
- Não, eu estou pedindo para você controlar o que você pode controlar. E agora mesmo, isso seria a informação. A notícia vai se espalhar eventualmente. Mas se conseguirmos manter nossos colegas focados no que importa, por um mês, um dia, uma hora... Essa não é a coisa certa a fazer?
- Se é tão importante ficar quieto sobre isso... então por que você me contou?
- Eu... eu não sei. - Louis abaixou o olhar. - Por algum motivo, eu senti que deveria.
- É exatamente assim que me sinto agora. Não consegue ver? - Harry murmura.
- Eu entendo. - Louis assente. - Faça o que você achar que é certo. Eu confio em você. Só... por favor, pensa sobre o que eu falei—
Harry estica o braço e pega na mão de Louis, dando um aperto. Querendo tirar a aflição do rosto dele.
- Obrigado por me contar, Louis.
- Eu sabia que você conseguiria lidar. - Louis dá um aperto de volta.
Nesse momento, a porta se abre, e Yuki e Clara entram. Harry rapidamente solta a mão de Louis antes que eles notem.
- Me permitam que eu os apresente a Steve Durham. Ou melhor, o cérebro dele. - Yuki coloca uma série de imagens de tomografia computadorizada no iluminador de filme.
- Eu não vejo nada de errado. - Harry analisou. - Sem necrose, sem tumores, sem calcificação. Para o que estou olhando?
- Exatamente. - Yuki sorrir. - Para o que não estamos olhando?
- Sem tempo para brincadeiras, Aoki. Desembucha. - Louis o apressa.
- Durham originalmente veio para a sala de emergência a pedido da esposa. Várias semanas com várias dores de cabeça. Formigamento...
- E mais recentemente, a perda da visão periférica. Mas o médico que o atendeu não conseguiu descobrir o que é. - Clara inteirou. - Ele o mandou para nós.
- O que mais nós sabemos? - Harry questionou.
- Os exames de sangue voltaram com indicação de meningite.
- Ok, mas isso poderia ser causado por qualquer coisa. Viral, fúngico, um parasita, um cisto...
- Nós já o colocamos num espectro completo de antibióticos para controlar isso, mas não houve nenhuma melhoria ainda. É o melhor que podemos fazer no momento.
A equipe discute mais e mais possibilidades.
- Hmm. Campo de visão... que tal glaucoma? Pode ser confundida por enxaqueca se deixada sem tratamento. Eu vou fazer os exames e dar o relatório. - Harry voluntariou. - Eu gostaria de uma chance de falar com Durham cara a cara, de qualquer forma.
- Muito bem. Nos informe depois. - Louis permitiu.
Enquanto Harry sai do escritório e vai para o quarto do Steve, o peso total da revelação do Louis começa a atingi-lo. Será esse o fim do Edenbrook de como o conhece? Ele passa pelos corredores. Todo médico, enfermeiro e paciente que vê está fazendo suas coisas como sempre.
Como Harry pode se manter contido sabendo o que sabe? Mas ele pode realmente dar esse fardo para todo o resto com o mesmo conhecimento?
Não demora muito e Harry está fazendo um teste de pressão ocular no Durham. Ele checa os resultados.
- Bem dentro da faixa normal. Então não é glaucoma.
- Então, estamos de volta à estaca zero? - a esposa diz.
- Está tudo bem, amor! Estamos com os melhores médicos do mundo. Eu ficarei novinho em folha a qualquer dia. - Steve sorriu para ela.
- Como você não está preocupado com isso? Você se preocupa com tudo!
A esposa de Steve gentilmente acaricia a testa do marido, em adoração.
- Eu escuto mesmo que sua equipe é supostamente ótima, mas... Eu só não sei como vamos conseguir bancar todos esses exames.
- Você pode relaxar, sra. Durham. A equipe de diagnóstico só cobra o que o paciente pode pagar baseado em sua situação financeira.
Steve de repente se contrai de dor.
- Parece que meu estômago... Ugh...
- Eu vou aumentar sua morfina e ver se isso—
- Por favor, não. - Steve o corta rapidamente. - Estou meio receoso dos medicamentos. Eu prefiro aguentar a dor.
- É escolha sua. Mas se você estiver afim, eu gostaria de saber sobre sua história.
- Minhas respostas não vão ser muito interessantes. Eu e minha esposa temos vivido uma vida quieta aqui em Boston faz vinte anos.
- Trinta anos, Steve. - ela corrige.
- Posso perguntar quando foi a última vez que você ficou doente? - Harry começa a investigar.
- Não consigo lembrar. Eu mal pego resfriados. Sempre tive um sistema imunológico forte.
- Até quando ele estava no Green Corps, ele nunca ficava doente. A mãe estava tão preocupada de ele pegar alguma doença desconhecida.
- Você esteve no Green Corps? Isso é bem legal. - Harry se impressiona.
- Antes de nos conhecermos. Ele é tão caseiro. - ela olha para o marido com afeição. - É difícil imaginar ele viajando pelo mundo, corrigindo erros, lutando por justiça...
- Você faz soar mais nobre do que era. Além do mais, foi... Há muito tempo atrás. - ele estica a mão para pegar o copo de água, esbarrando no objeto e derramando tudo na sra. Durham. - Ah, inferno. Desculpa, querida. Dedos desajeitados.
- Está tudo bem. Eu sei que sua visão periférica tem piorado ultimamente.
Hm. Eles sabiam que a visão periférica dele estava pior, mas ele estava olhando direto para o copo agora mesmo.
- Steve, me faz um favor. Tenta pegar essa caneta para mim.
Steve tenta esticar a mão para pegar a caneta que Harry está segurando, mas erra. Harry então pressiona duas canetas a uma curta distância contra o braço dele.
- Olha para o outro lado. Você sente minha caneta?
- Sim, eu sinto.
Ele não falou nada sobre ser duas canetas nos dois pontos separados. O toque discriminativo dele está falhando. Mas isso não restringe o caso ainda.
- Doutor... Qual o problema? Ah Deus... Está ficando pior? - a sra. Durham fica ansiosa.
Harry vai ser sincero, é melhor ser direto.
- É o toque discriminativo dele. A habilidade de distinguir entre diferentes pontos de contato na pele.
- Ah não... Ah não... Steve...
- Isso não soa bom, doutor. O que significa? - Steve fica apreensivo também.
- Significa que temos mais uma peça do quebra-cabeça. Quanto mais soubermos, mais rápido podemos resolver isso. Isso que importa.
O casal assente com a cabeça, mas Harry não tem certeza se eles confiam nele.
...
Mais tarde, Harry ouviu por acaso Steve Aoki dando bronca em alguém.
- Ok, me observe atentamente porque é um procedimento muito complicado... Primeiro você abre a ficha. Aí você vira a página. E aí você vira a página de novo.
- Eu entendi, Dr. Aoki. - Gabriella fechou a cara.
- Entende? Porque "ler a ficha de um paciente" não é o tipo de coisa que achei que um interno erraria hoje.
- Ei! Qual o problema aqui? - Harry franziu o cenho e se aproximou deles.
- Sua interna pediu nitrofurantoína para uma paciente da U.T.I. com histórico de icterícia. Por sorte, nossos enfermeiros conseguem ler, o que evitou um encontro da Müller aqui com o tribunal.
- Eu disse que entendi. - ela dá ênfase.
- Dr. Aoki, eu tomo conta disso. - Harry interviu. - Ela é minha interna. Isso é minha responsabilidade. Deixa que eu limpo a bagunça.
Steve se acalma, cruzando os braços. Ele assente.
- Fique à vontade.
Steve vai embora, falando sozinho.
- Esse cara deveria fazer um Raio-X para a gente descobrir o que está enfiado na bunda dele. - ela fez careta.
- Müller, você precisa ser mais cuidadosa. - Harry a repreendeu, mas não sem gentileza. - Você poderia ter entrado numa grande encrenca. Da próxima vez, peça ajuda.
- Você não estava aqui. Eu achei que os rins dele iam falhar. - ela demonstra a real desanimação. - Eu precisava agir. O que eu deveria ter feito? Só esperar?
- Sim. Você sempre tem que pensar em como vai se explicar se algo der errado. Ok?
-...Está bem. Entendi.
...
Depois de um longo expediente, Harry e Clare estão se dirigindo para o vestiário quando olham um aglomerado de médicos animados se reunindo.
- Não precisam empurrar, tem mais do que o bastante para todo mundo! - um homem fala por cima deles, sorrindo.
- Que diabos é isso? - Clare estreita os olhos.
O antigo inimigo de Harry, Simon Cowell, está entregando aos jovens médicos um belo brinde com a marca da Panacea Labs.
- Você precisa de um novo estetoscópio? Aqui está. E você, jovem rapaz, você ficaria ótimo com um desses.
- Uma pasta de couro? Essa é realmente legítima. Mas achei que companhias de farmácia não pudessem mais distribuir brindes. - o tal rapaz responde.
- Não tem problema se for "educacional". E eu acho que você vai educar muitas pessoas sobre como melhorar esse lugar.
- Simon, fica longe dos nossos internos. - Harry se irritou após assistir a interação.
- Isso é jeito de falar com seu "parceiro" valioso? - Simon falou em desdém. - A Panacea Labs está realizando testes clínicos aqui, lembra? O pequeno acordo do seu amado Dr. Tomlinson com o diabo? Eu irei monitorar pessoalmente esses testes. Enquanto faço isso, achei que poderia dar uma mão para a próxima geração de ótimos médicos.
Ele distribui mais brindes para os colegas de trabalho ansiosos do Harry.
- Se algum de vocês estiver interessado em palestras ou acordos de consultoria, a Panacea Labs terá o maior prazer em pagar seus honorários. Contem para todos os amigos!
- Nossos... "honorários"? - Harry repete.
Simon dá um sorriso presunçoso para Clare, a olhando de baixo a cima.
- E você, docinho? Aposto que você conseguiria manter a atenção de uma audiência.
- Você não vai nos fazer prescrever mais de suas porcarias caras só porque veio aqui agindo como um Papai Noel empurrador de comprimidos. - ela faz uma careta de nojo.
- Dra. Uchima, não é? - Simon lê no crachá. - Olha, eu sou um cara bom depois que você me conhece. Eu vou ter um escritório lá em cima.
- Que se dane, vamos sair daqui, Harry. - Clare pega no braço dele e o puxa pra longe.
Simon chama por eles enquanto se vão:
- Passem a qualquer hora... só estou aqui para ajudar.
...
Harry e Clare estão tomando uma bebida com Sarah no Rendezvous's, que está tão cheio quanto sempre. Harry vê Ed praticando um aperto de mãos de rotina complicado com Matt, o interno dele.
- Bate o punho... dedos espirituais reversos.. e explosão!
- Cara, esse é o aperto de mãos mais legal de todos! - Matt se entusiasma.
- Merda, os internos estão aqui. - Clare olha nervosamente ao redor. - Eu estava esperando evitar—
- Olá, doutora Uchima!
- May, eu te falei. - ela suspira quando a moça a encontra. - Fora do hospital, eu não te conheço, e você não me conhece.
- Ah, nesse caso, deixa eu me apresentar. - ela diz inocentemente. - Meu nome é Mayara May Pereira e eu...
Enquanto Clare tenta mandar Mayara embora, Harry se vira para Sarah.
- Como está seu interno? Adam, certo?
- Adam? Ele é ótimo! Ele tem tanto... potencial! Eu consigo ver. Como está Gabriella?
Harry dá uma olhada no bar, onde outra vez Gabriella está bebendo sozinha, igual naquela primeira noite que se conheceram.
- Gabriella? Ela é talentosa. Ela é boa nisso, acho que vai ajudar muitas pessoas. - Harry conseguia enxergar além do erro cometido.
- Isso é tudo que importa.
Katie entra e se afunda na mesa com eles, parecendo abatida.
- Ah não. Conta para a gente o que aconteceu? - Harry se preocupa.
- Sabe como Dra. Rosario me escolheu para dar assistência naquela apresentação?
- Sim! - Sarah respondeu pelos dois. - Essa é uma grande oportunidade para você!
- Uma que achei que tinha conquistado. - Katie diz com um bico. - Mas acabou que ela estava só querendo bajular a minha tia. Alguma vez já sentiram como se tivessem algo de que não podem escapar? Como se estivesse preso a consequência de algo que você nunca teve o controle?
Harry pensa na revelação do Louis essa manhã.
- Sim... Às vezes... - ele admite baixinho.
- Essa atitude não te levará a lugar algum. - Sarah procura levantar o astral da mesa. - Você sempre tem a palavra sobre o que faz com esse momento, agora. E agora mesmo, eu acho que você deveria escolher tomar uma bebida com seus colegas de quarto.
- Mensagem recebida. - Katie sorrir.
...
Na manhã seguinte, Harry está trabalhando teorias com Louis e Clara quando Yuki entra apressado.
- Durham acabou de ter uma convulsão.
- Qual o status? - Harry entrou no modo alerta.
- Aconteceu por uns cinco minutos. Eu coloquei uma enfermeira para monitorá-lo por uma hora.
- Droga, está piorando. - Louis atravessa a mão no cabelo. - Tem que ter algo que estamos deixando passar.
- O que tem para deixar passar? Eles tem orgulho de dizer que são caseiros entediantes. Vida pacata e saudável. - Clara pontua.
- Isso é o que eles dizem. - Harry dá ênfase.
- Você acha que eles estão mentindo? - Louis indaga.
- Eu acho que as pessoas escondem coisas... Para o bem ou para o mal.
Louis pausa com isso, pressentindo o que Harry quis dizer.
- Ok, então começaremos a cavar. Vou pegar o consentimento deles para uma visita ao lar, e podemos procurar a casa deles.
- Você vai para a casa deles?
- Nós fazemos isso meio que com frequência. Nos ajuda a ter uma visão clara da vida do paciente em contexto, e é na maioria das vezes a chave para resolver o quebra-cabeça. - Louis explicou. - Se importa de vir comigo, Styles?
...
Um tempo depois, Harry está de carona no carro de Louis enquanto vão em direção da casa dos Durham que fica logo na saída da cidade.
- Então, com qual frequência você acaba inspecionando a casa dos pacientes? - Harry puxa assunto.
- Só quando necessário. E só com permissão.
- Eu acho que isso soa voyeurista. - Harry ergueu as sobrancelhas em provocação, mas depois falou mais sério. - Você não se sente nem um pouco estranho em mexer nas coisas de totais estranhos atrás de pistas?
- Estamos tentando salvar a vida deles aqui, lembra? Não em encontrar escândalos. E se você pensar sobre o que temos que fazer com o próprio corpo deles, eu chamaria isso de muito mais invasivo.
- Justo. - Harry teve de admitir. - Obrigado por me convidar para vir junto.
- É uma ótima oportunidade de aprendizado para um doutor jovem.
- Verdade... - Harry o analisa. - Mas é realmente só isso? Seja sincero. Você não queria passar algum tempo sozinho comigo? - sorriu de lado e atrevido.
- Harry... - ele repreendeu.
- Relaxa, só estou tirando uma com você. - Harry deu de ombros.
- Bem... Para não dizer que não, se eu tivesse que ser acompanhado por alguém nessa tarefa... Poderia ter vindo com alguém muito pior que você. - Louis murmura.
- Vai com calma, Louis. Com elogios como esse, posso perder minha cabeça.
Um sorrisinho curva os lábios do mais velho.
Um breve tempo depois, eles estacionam do lado de fora da residência dos Durham, uma casa pitoresca e solitária de frente para Quincy Bay.
- Então, algum conselho sobre como fazer isso?
- Você não pode tentar vasculhar cada canto da casa. É impossível, e levará tempo demais. - eles andaram lado a lado até a entrada. - Para ser eficiente, eu acho que a melhor forma de fazer isso é se colocando no lugar do paciente. Com o que sabe sobre ele, imagine que é ele e segue com seu dia. Olha onde isso te leva e coleta amostras.
- Roleplay, né? Vou fazer uma tentativa.
Louis usa as chaves da Sra. Durham para destrancar a porta da frente, e os dois entram. A sala de estar é simples e limpa. Mas a coisa que Harry mais nota é as janelas largas que dão de frente para a baía tranquila.
- Uou... É tão pacifico. - ele murmurou. - Posso entender porquê esses dois gostam daqui. Se eu morasse aqui, eu iria amar me aconchegar com um livro. Esse seria o lugar perfeito para escapar de tudo.
- Concordo. Me pergunto se é isso que estão fazendo aqui.
- O quê?
- Escapando.
- Você iria querer morar aqui? - Harry indaga.
Louis encara o lado de fora da janela, contemplando... como se a pergunta de Harry carregasse um significado mais profundo.
- Eu... quero poder querer isso. Se isso fizer sentido.
-...Não muito. - Harry ergue as sobrancelhas, esperando que elabore.
- O que quero dizer é que eu gostaria de ser o tipo de pessoa que iria querer isso. O tipo de pessoa que se aposentaria aqui e ficaria em paz. Mas ao mesmo tempo eu não acho que algum dia vou me livrar de uma certa... inquietação. - Louis parece em transe com a baía por um momento antes de balançar a cabeça para se acordar. - Ok, vamos começar a procurar.
- Imaginando que somos Sr. e Sra. Durham.
Harry respira fundo, tentando se imaginar na cabeça de pessoas que acabou de conhecer. Ele anda do sofá para a cozinha, checando a geladeira e despensa. E vai para o banheiro, onde explora o armário de remédios.
Nada de interesse ainda. Eles são exatamente tão excepcionais quanto tinham dito ser. Depois, ele e Louis checam a estufa, procurando por pesticidas ou produtos químicos.
- Mistura para vasos é conhecido por criar bactérias. Se tiver sido ingerido acidentalmente, pode levar a doença dos legionários. Explicaria as dores de cabeça, mas não os outros sintomas.
- Boa sacada. Se tiver a mínima chance, pegue uma amostra. - Louis instruiu.
Mais tarde, Harry está na suíte do casal.
- Louis, você pode me ajudar aqui? - ele chama pela casa. - Não consigo alcançar.
Louis entra no quarto, encontrando Harry tentando pegar álbuns de fotografias do topo de um armário perto da cama.
- Eu vou segurar a cadeira. - ele oferece, firmando a cadeira enquanto Harry está em cima dela, se esticando para pegar os álbuns.
- Consegui—Aaaah!
Harry perdeu o equilíbrio do próprio corpo, desajeitado como é, e caiu para trás.
- Cuidado! - Louis reagiu rápido e o pegou nos braços antes que deslizasse da cadeira.
- Uou. Boa pegada. - Harry ficou aliviado.
- Normalmente essas visitas domiciliares não deveriam acabar com a gente precisando de atenção médica. - Louis provoca.
Eles riem e olham nos olhos um do outro, deixando o momento durar. Harry consegue ver Louis lutando para se conter.
- Sabe, você não precisa exibir por quanto tempo consegue me segurar. - Harry provocou de volta.
- Ah. Certo. - ele finalmente solta Harry e arruma o jaleco.
Harry sai da cadeira.
- Enfim, onde a gente estava? - Louis pigarreou.
Juntos, eles sentam na lateral da cama e examinam as fotos.
- Interessante.
- O que você achou? - Harry olha para o álbum na mão de Louis.
- Olha aqui, - ele aponta. - Fotos de infância da sra. Durham. Fotos de bebê. Algumas da faculdade, na casa dos vinte.
- O que é tão especial sobre elas? - Harry não seguia a linha de raciocínio.
- Não tem nenhuma do Steve. Na verdade, não parece ter nenhuma foto do Steve de antes de se conhecerem.
- Existe muitas explicações para isso, mas...
- Algo me diz que não estamos tendo noção da coisa toda.
- Exatamente o que pensei. - Harry se inquieta.
- Acho que acabamos por aqui. Vamos levar as amostras de volta para o Edenbrook. Temos exames para fazer...
...
Na manhã seguinte, Harry está com Katie pedindo café da manhã de um delivery da vizinhança.
- Nossa, nem sei o que pedir! - ele observa o cardápio nos painéis. - Tudo parece tão bom, e meus olhos estão definitivamente maiores que meu estômago.
- Se você estivesse falando literalmente, isso daria um caso interessante—
De repente, o homem atrás deles na fila aperta o peito e cai no chão, inconsciente.
- Katie! Acho que ele está tendo um ataque cardíaco! - Harry se coloca no chão do lado do homem e pega o pulso dele enquanto os outros clientes encaram em horror.
Katie se vira e aponta diretamente para um homem próximo.
- Senhor, eu preciso que você ligue para 9-1-1.
- Estou discando agora!
- Eu começarei as compressões—
- Harry, para! - Katie o impede. - Olha! As unhas dele... - ela mostra a mão do homem.
A ponta dos dedos estão se tornando azuis.
- Os lábios estão ficando azuis também. - Harry repara. - O que significa...
- Isso não é um ataque cardíaco. É uma embolia pulmonar. Compressões no peito poderia estressar os pulmões ou desalojar a embolia e matar ele.
- Que bom que você me impediu!
Minutos depois, a porta do delivery se abre com tudo.
- Abram caminho! - Liam e os colegas paramédicos empurram uma maca em direção a eles. - O que temos aqui, doutores?
- Homem, casa dos 40. Achamos que ele teve uma embolia pulmonar. O coloque em anticoagulantes agora mesmo. - Katie informa.
- Colocaremos, doutora. Bom salvamento.
A equipe do Liam leva o homem para a ambulância enquanto Harry e Katie andam de volta para o apartamento.
- Katie, essa foi por pouco! Se você não tivesse me parado—
- Você teria percebido no segundo que olhasse para os lábios dele. - ela balança a cabeça. - Eu só notei primeiro.
- Doutores, esperem! Vocês esqueceram seu café da manhã!
Os dois se viram e encontram o homem que tinha ligado para 9-1-1 correndo até eles com uma sacola grande de entrega.
- Ah, obrigada!
- Você foi realmente incrível lá. - o cara sorriu.
- Ela é uma das melhores médicas no Edenbrook. - Harry faz questão de dizer, orgulhoso da amiga.
- Eu não duvido disso. É necessário uma cabeça muito fria sob pressão para notar um detalhe como cianose.
- Cianose? Você é um médico também? - Katie se dá conta.
- Para falar a verdade, eu sou. No Mass Kenmore. Nosso hospital sempre precisa de médicos cabeça fria e motivados. - ele tira um cartão de contato do bolso e entrega para Katie. - Me deixa saber se algum dia procurar por uma mudança de ares.
O homem sorriu de novo e correu de volta para o delivery. Katie assiste ele ir, a boca aberta.
- Katie, olha para você, sendo recrutada nas ruas! - Harry riu.
- Isso... não foi uma oferta real de emprego, foi? - ela ainda não podia acreditar.
- Eu acho que foi. É doido!
- Isso não é a coisa mais doida... - ela encara o cartão do homem, estampado com o nome "Dr. Avan Jogia". - Ele nem sabia meu nome.
...
Harry está sozinho no escritório de diagnóstico, revisando o caso do Durham quando nota alguém perambulando o corredor através das paredes de vidro do escritório. Harry tem certeza que já o viu antes. É o homem que entrou na clínica gratuita perguntando pelos funcionários e depois foi embora.
Harry vai para o corredor.
- Com licença, senhor? - ele se aproximou. - Posso te ajudar?
- Estou meio perdido. - o homem confessou. - Nunca estive nesse andar antes. Me disseram que ele mudou de escritório. Dr. Louis Tomlinson. Conhece ele?
- O escritório dele é bem aqui, mas ele não está. Você é um paciente dele?
- Frequentemente, mas hoje não. Sou o pai dele.
- Pai dele? - Harry se surpreende, agora entendendo a familiaridade da feição física.
- Mark Tomlinson. Prazer em conhecer. - eles apertam as mãos.
- Eu sou Dr. Harry Styles. Eu trabalho com seu filho.
- Ah! Styles! - Mark sorriu em reconhecimento. - O Novato! Ele falou sobre você.
- Nada de ruim, eu espero. - Harry sorriu de volta, sentindo um frio na barriga com essa revelação.
- Louis não me conta tudo, mas pelo o que parecia, você o irritava algumas vezes. Eu levaria isso como elogio quando se trata dele. - o homem disse bem humorado.
- Levarei como um. - Harry assentiu, rindo. - Se você quiser esperar aqui dentro até ele voltar, tenho certeza que não tem problema.
- Eu, hã... Estou meio que apressado. Eu preciso voltar logo para minha cidade, mas eu tenho algo que realmente preciso conversar com ele. Você... Acha que pode me ajudar a localizar ele?
Harry se perguntou do que isso se tratava. Mas ele não se importaria de conhecer melhor o pai de Louis e o ajudar.
- Sabe, eu estou travado num caso faz um tempinho e seria bom um intervalo.
- Então você vai me ajudar? Ótimo!
Os dois caminham pelos corredores sinuosos do Edenbrook.
- Por acaso você conhece algum truque do Louis quando ele trava num caso? - Harry puxa conversa.
- Eu gostaria de poder te dizer algo, mas o trabalho do meu filho sempre foi algo privado quando se trata de mim. Mas ele é como um cachorro com um osso nas coisas. Quando ele pega um, nunca larga.
- Ele puxou essa teimosia do senhor? - divertimento cintilou nos olhos do cacheado.
- Quando se trata de dedicação no meu trabalho? Meus chefes te diriam que não. Meu filho e eu somos tão diferentes quanto diferente pode ser.
- E a mãe dele? Ele puxou mais para ela?
- Eu acho que sim. Mas ela não esteve presente faz um tempo.
Melhor mudar de assunto.
- Com o que você trabalha?
- Conserto de cabos. Faz uns trinta e cinco anos. Não importa quão chique a tecnologia se torne, todos ainda precisam de cabos para isso. Creio que do mesmo jeito que sempre vão precisar de médicos, agora que penso sobre isso. - refletiu. - Temos que ser gratos pela segurança do trabalho.
- A maior parte do nosso trabalho é diagnosticar onde está o problema, e costuma ser um problema em como algo do corpo está sendo transmitido para outras partes. - Harry reflete junto. - Então acho que seu trabalho e do seu filho é mais similar do que pensa.
- Ha! Você deveria falar isso para ele. - Mark riu. - Ele vai se divertir com isso.
Harry se lembrou da conversa que teve na casa de Louis muito tempo atrás. Ele tinha dito que não era muito próximo dos pais e não recebeu a aprovação ou apoio deles na carreira de medicina. Pode ser uma boa ver o outro lado disso.
- Ele sempre quis ser médico?
- Não, mas ele sempre quis resolver mistérios. Teve uma pequena época em que ele quis ser um detetive. Pode imaginar?
- Mais ou menos. - Harry sorriu, dando de ombros. - Ele é meio como um detetive agora. Você queria que ele fosse um policial?
- De jeito nenhum! - o pai descartou a ideia. - Eu queria que ele fosse um jogador de futebol! Você já viu quão bom ele é jogando bola? Não puxou isso para mim também!
Logo, eles alcançaram o posto dos enfermeiros.
- Hey, Mitch, você sabe onde o Dr. Tomlinson está? - Harry perguntou para o amigo enfermeiro.
- Ele disse que ia dar uma caminhada do lado de fora para pensar no caso do Durham.
- Caramba. Quem sabe onde ele está agora? - Mark se desanimou.
- Eu tenho uma ideia. - Harry disse. - Me siga...
Harry o direcionou para o lado de fora e caminhou pela quadra.
- Obrigado por isso. Eu não venho muito aqui. - Mark dizia. - Normalmente, ele vem me visitar em casa. Mas eu gosto de ver em primeira mão o que ele está aprontando.
- Você deve ter muito orgulho dele. - Harry imaginou. - Ele é o melhor diagnosticador da geração dele.
- É claro. - Mark afirmou. - Mas eu sou um pai. Eu sentiria orgulho dele até se fizesse panquecas e não fosse particularmente bom nisso... O que, a propósito, ele não é.
- Ah, então ele tem uma fraqueza afinal.
Harry sabe mais ou menos do Louis criança, que se metia em encrenca e conseguia se livrar delas com o carisma. Mas ele não tinha noção de como era o Louis adolescente antes da faculdade e emprego.
- Então, Mark, como ele era como um adolescente? Tenho o pressentimento que ele dava trabalho.
- Você não poderia pedir por um filho melhor, - Mark negou com a cabeça. - Especialmente como um pai solteiro. Ele estudava muito, fazia os deveres, as tarefas dentro de casa, encontrava empregos de meio período. Eu nunca tive que o motivar para nada. Tudo vinha de dentro dele.
Esse era o pressentimento principal. Não o surpreende muito, Louis continua sendo esse homem e pessoa extraordinária. Eles se aproximam da cafeteria preferida do Louis.
- Ele gosta de vir aqui para pensar em casos difíceis. - Harry explica. - Aposto que está aí dentro.
- Ótimo. Você parece o conhecer bem.
- Acho que sim. - Harry tinha as dúvidas. - Às vezes ele é meio que um livro fechado. Você tem algum conselho de como trabalhar com ele?
- Hmmm... Essa é a coisa sobre o jeito que Louis pensa. Para ele, tudo, e eu quero dizer tudo, segue um conjunto de regras. A vida é sobre descobrir as regras do mundo... e as suas próprias. E então você permanece fiel aos dois, não importa o quê. - Mark recitou as palavras que uma vez escutou o filho proferir. - Fez sentido?
- Sim. - Harry conseguia visualizar isso saindo da boca do Louis. - Eu acho que fez.
Eles entram na cafeteria e veem Louis sentado com uma caneca vazia de café e um livro, encarando pensativamente para a rua.
- Louis. - Mark chama.
Louis desperta a atenção, como se acordasse de um sonho.
- Pai? O que você está— Harry?
- Ele me ajudou a te encontrar. Ele foi realmente uma grande ajuda. - Mark diz em tom agradecido.
- Ele sempre é. - Louis sorrir pequeno.
- Não foi nada. - Harry sorriu tímido de volta.
- Pai, por que você não me disse que estava vindo?
- Eu disse. Eu mandei algumas mensagens. Assumi que estivesse ocupado. - o homem foi compreensivo.
- Me desculpa estar fora de contato. As coisas têm estado... complicadas. - Louis diz por cima. - Mas eu ainda irei para sua casa mês que vem.
- Isso é algo que achei que você deveria escutar em pessoa. É... é a sua mãe, Louis. Ela me fez uma ligação.
Uma frieza atravessou o rosto de Louis, mas ele se mantém calmo.
- Eu não estou interessado.
- Ela disse que quer te ver—
- Eu disse que não estou interessado, pai. - Louis corta.
- Me desculpem, eu deveria voltar. - Harry nota a tensão entre eles e do quão delicado e pessoal é o assunto. - E vocês deveriam conversar sozinhos.
- Obrigado por me ajudar, Dr. Styles. Deixa eu pelo menos te dar um café pelo seu tempo. Acho que Louis e eu ficaremos aqui por um tempo. - Mark ofereceu.
Harry começa a protestar, mas Mark já estava indo para o Caixa. Harry se senta de frente para Louis.
- Desculpa por ele. Ele não deveria ter te metido nisso. - Louis franze o cenho.
- Está tudo bem, sério. - Harry diz, o observando atentamente. - Mas você está bem? Quer dizer, se sua mãe não esteve presente—
- Não é diferente de um estranho entrando no hospital pedindo para me ver. - Louis deu de ombros.
- Um estranho?
- Sim. Eu não vejo minha mãe desde que ela nos deixou vinte e cinco anos atrás.
Harry estica o braço na mesa e põe a mão em cima da dele. Louis não se afastou, ao invés disso gentilmente acariciou a mão de Harry com o polegar.
- Eu estou aqui por você. - Harry fez questão de reforçar, mas tem impressão que Louis já sabe.
- Estou falando sério, Harry. - Louis assegurou. - Isso não significa nada. Eu nem sei porquê meu pai fez esse caminho todo para me contar. Mas, de qualquer forma... Aprecio você estar aqui.
Mark retornou com o café para levar. Harry se levantou e aceitou.
- Obrigado de novo, Harry.
- Claro.
- Eu te verei no escritório, Dr. Styles... - Louis olhou para ele. - Isso não vai demorar muito.
Harry assentiu com a cabeça e foi para a saída, dando uma última olhada na mesa deles. Mark está falando, quietamente e inclinado por cima da mesa... E Louis está mais uma vez encarando a visão através da janela, o olhar frio e duro.
...
Harry e Louis vão para o quarto do Steve Durham o checar mais tarde... e encontram a cama dele vazia.
- Onde diabos está meu paciente? - Louis franze o cenho, preocupado.
- Louis... Na condição dele, Durham é um perigo para si mesmo. Temos que encontrá-lo.
Eles dois andam rápido pelos corredores enquanto Louis chama os seguranças, mas não demora muito e um grito pega a atenção deles.
- Lá em cima! - uma enfermeira aponta.
Harry olha para cima. No quarto andar, alguém está subindo a sacada com vista para o átrio. É o paciente perdido deles.
- Essa queda vai matar ele! - Louis se exaspera, correndo. - Droga, vem!
Harry e Louis correm para as escadas em direção do Durham, que está se agarrando a sacada com um sorriso largo no rosto.
- Steve, por favor... o que está fazendo?! - a mulher dele estava junto, em pânico. - Você vai se machucar!
- Do que você está falando? Fizemos isso centenas de vezes. - ele nota Harry e Louis. - Alex! Tommy! Vamos lá, vocês não são frangotes, são?
Alex e Tommy? Ele está alucinando. Nesse caso, a melhor aproximação seria...
- Eu não sou frangote. - Harry fingiu ser o tal Alex. - Você que é. Eu encontrei um lugar muito mais legal de pular.
- Sério? Onde? - Durham foi persuadido.
- Vem, por aqui. Eu vou te mostrar. - Harry gesticulou com a mão para ele descer e o seguir.
- Tá, tudo bem. - ele aceitou facilmente. - Mas é melhor ser tão bom quanto você diz.
Durham desce da sacada em segurança. No momento que ele desce, Louis o agarra e prende gentilmente contra o chão.
- Ei! Não é justo, Tommy!
- Steve... Steve, o que está acontecendo com você? - sra. Durham está perplexa.
Ele finalmente olha para a esposa.
- Nossa, Fiona! Você sempre fica tão linda nesse biquíni.
- O quê? Ai Deus... Doutores, vocês precisam entender, esse não é ele. Esse não é meu Steve. - ela leva a mão para a boca.
- Sra. Durham, quem é Fiona? E quem é Alex e Tommy? - Harry interroga.
- Eu não faço ideia... - ela nega com a cabeça.
- Onde você acha que estamos agora mesmo, Steve? - Louis pergunta diretamente para ele.
- No mesmo rio que temos mergulhado o mês todo. Você bateu sua cabeça ou algo assim, Tommy? Qual ééé, me solta e todos podemos pular juntos. Fiona, eu vou até segurar sua mão.
É aí que Harry se dá conta, unindo todas as peças:
- Eu... acho que sei o que tem de errado com ele.
...
Durham está inconsciente, deitado de lado enquanto Harry faz uma punção lombar para coletar o líquido cefalorraquidiano. E então os dois médicos estão no laboratório onde o analista clínico espia pelo microscópio e dá uma afirmação séria com a cabeça para Harry e Louis.
- Você estava certo, Styles. - Louis disse.
- Acho que o que não se sabe, ainda pode te machucar...
- Não só isso. O passado nunca fica enterrado para sempre.
Eles encontram a sra. Durham sentada sozinha na sala de espera, olhos vermelhos com as lágrimas. Ela se levanta quando eles se aproximam.
- Vocês tem alguma resposta para mim? Por favor...
- Seguindo o palpite, eu procurei o histórico do Steve no Green Corps. Alguns dos colegas dele lá se chamavam Alex, Tommy e Fiona. Daí nós prosseguimos em coletar líquido cefalorraquidiano para um teste de laboratório de pesquisa de doenças venéreas e... - a partir daqui Harry fala com mais cautela. - Sra. Durham, eu quero que você lembre que isso não é um reflexo de quem Steve é, ou o quanto ele te ama.
- Eu sei disso... Mas por favor, só me fala o que está acontecendo. Eu não aguento mais não saber.
- Nós confirmamos que Steve tem sífilis terciária.
- O quê—Sífilis? Ele tem uma D.S.T.? - ela se choca. - Isso não pode ser verdade. Durham nunca me trairia.
- Não achamos que ele tenha traído. - Louis diz calmamente. - Sífilis pode ser latente por décadas antes de chegar a fase terciária. Nem é mais infecciosa.
- É mais provável que ele tenha pegado isso muito antes de te conhecer. A maioria dos sintomas físicos são resultado da bactéria infeccionando o sistema nervoso central.
- E as... as memórias? As alucinações? - ela vai processando devagar.
- A doença atrofiou algumas partes do cérebro dele. - Harry fala.
- Vocês podem parar isso, certo?
- Sim. - Harry confirma a esperança. - Com vários dias de penicilina intravenosa, podemos interromper a progressão.
- Mas sra. Durham, eu sinto dizer que o dano já feito é irreversível. - Louis conclui com a parte mais difícil.
- Você quer dizer... que ele não se lembrará de mim?
- Ele vai em alguns dias. Na maioria dos dias, até. Mas... é possível que ele terá episódios semelhantes de novo.
Ela cai nos braços de Harry quando ele termina de falar. Ele bate gentilmente nas costas dela enquanto o corpo dela se balança com o choro.
- Eu ainda teria amado ele. Por que ele não me contou? - ela queria entender.
- Ele pode não ter percebido o que era naquela época—
- Não a sífilis. - ela interrompe. - Ele... Ele nunca me disse como ele era antes. Quem ele era. Todo esse tempo... Por que ele escondeu isso de mim?
- Eu não sei. Mas talvez porque ele estava com medo? - Harry tenta ver pelo lado dele. - Ele era uma pessoa diferente quando te conheceu. Ou por causa de você. Se ele te contasse sobre o passado... você poderia ter o visto diferente. Talvez, ele achou que te perderia por completo.
- E agora... Eu que estou perdendo ele.
Uma pausa e o choro diminuía. Em algum momento Louis tinha os dado privacidade porque um deles dois precisava voltar ao trabalho.
- Sra. Durham... Quando visitamos sua casa, não conseguimos achar uma única foto da juventude do Steve. É como se a vida dele tivesse começado quando te conheceu... porque para ele, começou.
- A minha também. - ela estremece, se abraçando a Harry até que as lágrimas cessaram.
Harry não teve certeza de quanto tempo ficaram abraçados, mas mais tarde se encontrou andando pelos corredores, tentando se reorientar no próximo caso. Bem nessa hora, Ed passa com a cadeira de rodas, sorrindo de orelha a orelha.
- Ei, Harry, vem! Você precisa ver isso!
- Hã?
Ed gesticula animadamente. Harry o segue ainda em transe pelos corredores até...
- Ta-dã! Bem-vindo a mais nova sala de descanso dos médicos! - o ruivo apresenta.
- Eles acabaram de finalizar a remodelação. - Claire também estava presente. - Deve ter sido caro.
Os amigos estavam todos lá, maravilhados com o ambiente aconchegante e elegante com uma cozinha equipada em uma das paredes, uma televisão, sofás e mesinha. Zayn se joga numa cadeira confortável:
- Ok, isso é bem legal.
- Tem duas geladeiras! Duas! - Sarah se empolga. - Já viram tanta luxúria?
Eles parecem tão... felizes. Mas Harry não pôde evitar de pensar no tempo se esvaindo... a crise do orçamento eminente... O destino incerto do Edenbrook.
- E não esqueça da melhor parte... Bam! - Ed indicou. - A mesa de pebolim!
- Ah pode crer. Dois contra dois, vamos nessa. - Zayn se levanta. - Harry, tá dentro?
Louis pediu para Harry manter a informação sob controle para o bem deles, mas ele pode mesmo continuar a esconder isso? A resposta é óbvia e a mesma que Louis teve ao contar para Harry.
- Eu preciso contar algo para vocês...
- Hm? O que foi? - Ed inclina a cabeça ainda com um sorriso.
Harry os reúne nos sofás.
- Eu não deveria estar falando sobre isso... Mas se aprendi algo hoje, é que as pessoas sempre merecem saber a verdade. Sempre.
- Harry? Do que você está falando? - Sarah ficou receosa, e eles finalmente notaram a tensão no amigo.
Harry respira fundo e conta tudo para eles.
~o~
No próximo episódio: Harry compartilhou o segredo dos futuros problemas do Edenbrook para os amigos. Como eles vão lidar com a notícia, e o hospital conseguirá sobreviver? Harry cuida de uma pintora atingida com cegueira repentina à medida que as consequências da decisão recente se complicam.
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