8. Make-Believe
James e Cara na capa, obviously. Outro capitulo bonitinho! Volto com mais atualizações semana que vem. Obrigada por isso, gente. Mesmo. Nunca mais eu tive uma fic tão bem recebida quanto essa.
Hall da fama:
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Boa leitura, Interns.
~o~
Encarando Harry na nova ala do hospital, Louis respira fundo e irregular.
- Ele está morrendo. Dr. Corden está morrendo.
Harry olha por entre as cortinas da janela, no quarto que Dr. Corden está descansando.
- O que ele tem?
- Estou tentando descobrir isso faz um mês.
- Dr. Tomlinson... Eu sinto muito. – Harry simpatiza com o homem a sua frente parecendo tão aflito. - Eu sei quão próximo vocês são. Isso deve ser incrivelmente difícil.
Os olhos azuis exaustos encontram os verdes. Louis assente em agradecimento.
- Deve ter um motivo de você estar o escondendo aqui.
- Eu... – o pager de Louis apita.
Ele checa o aparelho com uma careta.
- Me desculpa, eu preciso ir. Por favor, não diga nada sobre isso.
- Dr. Tomlinson! – Harry o impede. – Você não pode me falar que um dos melhores médicos que esse país já viu está morrendo e depois... Ir embora. Você quer que eu mantenha isso em segredo, mas você nem está me dizendo o que "isso" é.
Louis coça o queixo barbeado e suspira.
- Passa na minha casa depois do trabalho essa noite. Eu explicarei tudo, eu prometo.
- Eu estarei lá. – Harry estaria mais animado em ir para a casa do médico que ele tanto gosta em outra circunstância, mas essa não é a prioridade em seus pensamentos agora.
- E é sério, Harry. Nenhuma palavra sobre isso para ninguém. – Louis enfatiza, tocando no braço do estagiário e o encarando seriamente. – Nem mesmo Anna Shaffer. Prometa para mim.
Harry engole em seco, percebendo a magnitude do que está acontecendo.
- Eu prometo. – ele diz com determinação. – Você pode contar comigo.
Louis solta ele, aliviado.
- Obrigado.
O pager dele apita de novo. Louis dá um aceno breve da cabeça para Harry e vai embora, olhando tristemente para o quarto do James ao passar. Harry demonstra a própria tristeza em vê-lo assim com uma situação tão delicada. Ele inevitavelmente sente pena do James também. Como vai conseguir manter isso em segredo dos outros que estavam tão empenhados quanto ele em descobrir? Harry vai dar um jeito, só não pode quebrar a promessa.
Harry sai do corredor em construção e encontra Steve o repreendendo com o olhar.
- A não ser que você tenha desistido da medicina para se tornar um mestre de obras, eu não sei o que você estaria fazendo aí!
- Ah, hm, eu estava perdido! – Harry diz a primeira desculpa que elabora no nervosismo.
- Perdido? – Steve duvida. – Você está trabalhando aqui já faz um mês! O equipamento de construção, as lonas, os buracos na parede... Nada disso te deu uma dica que você estava indo para o lugar errado?
- Eu acho que não!
- Olha, só... Por favor, fique longe daí? – Steve fala mais calmo e paciente. - Se você se machucar lá dentro, o seguro hospitalar não vai te ajudar. Eles procurarão qualquer motivo para descartar sua reivindicação. E por mais que eu fosse gostar de me livrar de você... Também seria muita papelada, okay?
- Entendido, Dr. Aoki.
Harry se apressa para o elevador. Mas ao ir, ele não evita de olhar de volta para o corredor bloqueado e pensar no Dr. Corden sozinho lá dentro.
...
Naquela noite, Harry sobe das escadas da estação e esfrega os braços quando o vento frio noturno o atinge. Ele pega o celular e segue as direções no aplicativo do mapa para o endereço que Louis o enviou.
- Uou... A vizinhança é legal. – as direções o levaram para um prédio bonito e histórico.
Harry encontra o número de apartamento do Louis na campainha e o pressiona. Um longo momento se passa antes da porta de entrada fazer um barulho de que foi destrancada. Quando chega no andar do médico e é recebido pelo mesmo, Louis parece bem mais exausto que a última vez que Harry o viu.
Ele coça os olhos cansadamente e gesticula para Harry entrar.
- Novato. Pode entrar.
Harry fica boquiaberto com o interior do apartamento caro.
A sala tem um carpete por cima do piso cinza claro que remete a madeira, quase branco. Uma das paredes é feita com pedras em formatos de tijolos de cor cinza e tem uma lareira embutida com prateleiras de livros em cima. Bem do lado da janela enorme com uma vista para a cidade, onde um sofá bege com almofadas azul escuro e cinza está localizado a frente, complementado pela mesinha de centro. Todos os objetos em harmonia de cores e uma bela decoração.
- Caramba, bom achado. – Harry elogia.
Louis dá de ombros ao fechar a porta, olhando para a vista deslumbrante da janela que vai do chão ao teto, como se esquecesse que existia.
- Eu mal fico aqui. Vinho? – oferece, indo para a cozinha.
Tem uma garrafa de vinho na bancada, mais da metade já vazia. Duas taças ao lado dela, uma cheia.
- Sim, por favor.
Louis serve o vinho na segunda taça, enchendo mais do que Harry esperava.
- Isso... Provavelmente é o bastante.
- Hã? Ah, desculpa. – Louis o entrega a taça e segura a dele.
Ele mostra a taça para Harry com um suspiro pesado:
- À o desconhecido.
- À o desconhecido. – Harry encosta a taça na dele, brindando.
Louis se senta e toma um longo gole. Harry se junta a ele no sofá.
- Dr. Tomlinson... O que está acontecendo? Qual o diagnostico do Dr. Corden?
- Eu não sei.
- Mas você é o melhor diagnosticador do país!
Louis rir quietamente, breve e zombeteiro.
- O segundo melhor.
- Quando os sintomas dele começaram?
- Uns dois meses atrás. Começou simples. Tosse, febre e confusão. Eu percebi que ele estava tendo problemas com a memoria. Quando o confrontei, ele disse que só estava ficando velho. Mas tinha algo em seus olhos quando ele disse isso. Eu sabia que ele sabia que algo estava errado.
- O que você fez? – Harry franze o cenho.
- Toda vez que eu falava para ele tirar um tempo e descansar, ele ria e mandava eu focar nos pacientes de verdade. Progrediu para enxaqueca e febre alta. Ele não conseguia manter os fluídos baixos.
- Meningite? Pneumonia? – Harry pensa nas doenças comuns com esses sintomas, apesar de que o Louis já falou que nem ele conseguiu diagnosticar ainda.
- Eu esperava que fosse só isso. Mas aí piorou. Problemas com a respiração, disfunção do órgão.
- Ele está com sepse.
Louis apenas assente, o olhar distante.
- Eu disse para ele que ia falar para a Dra. Shaffer. Ele me seguiu e implorou para eu manter em segredo. Eu nunca o vi implorar antes. A ideia de qualquer pessoa saber que ele está doente... Pareceu quase o quebrar.
- Mas... Por que ele se sentiria assim?
- Eu passei tantas noites me perguntando isso. Às vezes, eu acho que ele só não aguenta a ideia de terem pena dele. Outras vezes eu me pergunto se ele acha que qualquer coisa que ele não consegue diagnosticar realmente não tem nenhuma solução. De qualquer forma, ele não me diz. – Louis murmura a última parte um tanto irritado.
- Então, ele não procurou por tratamento? Ele não estava nem se cuidando?
- Não. Por isso eu fiz um acordo com ele. Eu falei que manteria segredo se ele me deixasse trabalhar no caso. Ele falou que era uma perda de tempo, mas cedeu. Eu comecei a fazer exames nele com um nome falso.
- Paciente X. – Harry conclui. – Ninguém suspeitou?
- Quer dizer, além de você? – Louis toma outro gole e dá um sorriso pequeno, sem humor. – As pessoas não costumam me fazer perguntas quando peço algo.
- Mas você não falou para a dirigente Shaffer...
- Talvez a versão antiga dela teria ficado do meu lado. Mas hoje em dia, ela é a administração. O dever dela é com o Conselho Administrativo agora. Mas tem que ser feito. Quando não há um caminho, você mesmo cria um.
- Certo, mas... – Harry volta para outro detalhe. – O que os exames mostraram?
- Nada. Eu fiz todos os exames que posso pensar e nada é conclusivo. – a feição de Louis contorce em irritação novamente e depois tristeza. – E agora os rins dele estão falhando.
- É por isso que ele se afastou?
- Sim. Era impossível continuar fingindo que tudo estava bem. Ele achou que era o fim... Ele quase comprou uma passagem para deitar numa praia e morrer debaixo do sol. Eu tive que dar tudo de mim para o convencer a me deixar o tratar em segredo e o botar na diálise.
Louis olha para o lado de fora da janela ao encher a taça dele mais uma vez.
- Eu só não entendo. – ele confessa, frustrado. – Eu passei minha carreira inteira salvando vidas e resolvendo problemas. Sempre foi... Fácil. E nunca... Nunca realmente significou nada. – a voz pesa com a raiva a cobrindo. – Era como um jogo que eu zerei. Uma... Uma competição contra a morte que eu estava ganhando habilmente. E agora... – o rosto se torna vulnerável e a voz também. – Eu perdi a Bebe, e vou perder o James. As duas pessoas na Terra com quem eu me importava são as duas pessoas que eu não pude salvar.
- Dr. Corden significa muito para você, não é? – Harry diz suavemente.
Louis fica quieto por uns segundos. Ele mantém os olhos na vista lá fora enquanto bebe.
- Ele é meu mentor.
- Eu acho que é mais que isso. – Harry argumenta.
Louis confirma com a cabeça lentamente.
- Eu não sou próximo dos meus pais. Eu me tornei um médico sem o apoio e aprovação deles. Honestamente, eu nunca achei que precisaria ou iria querer a aprovação de ninguém. – Louis conta. – Quando cheguei no Edenbrook, eu sabia que queria aprender com o melhor. E Dr. Corden era... É o melhor. Eu achava que ele seria rígido comigo, mas nunca esperei que ele fosse ser tão... Tão gentil. – tem afeição nos olhos azuis ao lembrar. – Ele reconheceu meu talento e me colocou debaixo das asas. Mas ele se tornou mais que um professor. Ele se tornou...
- Família? – Harry completa por ele.
Louis assente outra vez, contornando a beirada da taça dele.
- James nunca casou. Ele não tem filhos. Eu sou tudo que ele tem. – Louis põe a taça na mesinha de centro e olha para Harry.
O olhar é intenso, quase desesperado.
- Eu não posso deixar ele morrer, Harry. E eu não posso quebrar a confiança dele. Se qualquer pessoa descobrir a verdade, ele vai viajar para aquela praia, e eu perderei qualquer chance de o salvar. Eu não sei o que fazer. Eu sou só um médico.
Louis se encurva para frente, abaixando a cabeça. Harry observa os ombros dele subirem e descerem ao estabilizar a respiração. O cacheado estica a mão delicadamente e a coloca no joelho do mais velho. Louis não se mexe.
- Eu estou aqui.
- Eu sei.
- Você vai resolver isso. – Harry fala convicto.
- Você soa tão confiante.
- Porque estou. Se tem alguém nesse mundo que pode resolver esse caso, é você.
Louis pega a taça de vinho e mexe distraidamente o liquido que sobrou:
- Eu só espero que não seja tarde demais.
...
Na manhã seguinte, Harry está indo conhecer a nova paciente. Ele nota um pequeno tumulto de estagiários cirurgiões reunidos no corredor. Zayn está no centro, sorrindo.
- Dr. Malik, esse é exatamente o tipo de comportamento proativo que gosto de ver nos meus cirurgiões. – um cirurgião da casa o elogia.
- Você vai ver muito mais que isso, Dr. Irwin.
- O resto de vocês, levem como exemplo. Não tem espaço para fantasmas na minha sala de operação.
O grupo se separa. Harry vê os outros cirurgiões fazendo carranca ao se afastarem.
- Oi, Harry! – Zayn se aproxima dele. – Veio me parabenizar na minha salvação cirúrgica incrível?
- Claro, mas parece que sou o único. Seus amigos parecem bem irritados com isso.
- Então eles deveriam ser mais ágeis. – Zayn não se importa.
- O que houve?
- Teve uma complicação e o cirurgião geral estava demorando para chegar. Então eu tomei atitude e pedi para o Dr. Irwin me falar o que fazer. Eu salvei o paciente e consegui uma cirurgia solo. Só vitorias.
- Parece que você está causando boas impressões. – Harry fica orgulhoso pelo amigo.
- E eu não sempre causo? – ele mantém a auto-estima. - E aí, você vai para o Boston Common essa noite?
- Aquele parque enorme? Para quê? – Harry sabe que é o parque no centro de Boston, mas nunca esteve lá.
- Eles fazem essa coisa chamada "Classics on the Common" uma vez por mês onde passam um filme antigo numa telona de cinema do lado de fora.
Harry se interessa por esse tipo de programa.
- Qual filme que vai passar?
- Quem sabe? – Zayn dá de ombros, despreocupado como sempre. – Algum dos anos 30. Mas várias pessoas do hospital vão estar lá e tomar umas bebidas. Eu já chamei seus companheiros de casa. Te vejo lá?
- Vou checar minha agenda. – Harry brinca.
- Tá, mas fica sabendo que seus amigos vão te obrigar a ir. Sarah está super animada.
- Valeu pelo aviso.
Zayn sorrir e vai embora.
- Harry! A pessoa que eu estava procurando!
Harry se vira e olha Yen e Steve vindo em sua direção. Deve ser sobre a paciente que ele ia conhecer.
- O departamento de emergência precisa de ajuda lá embaixo.
- Sem atalhos, Styles. – Steve se refere a ele entrar no corredor em construção da última vez.
...
Os enfermeiros o direcionam para uma mulher jovem aguardando no sala de emergência. Um homem da mesma idade que ela está sentado do lado. Ele estica a mão para balançar a de Harry, o cumprimentando entusiasmado.
- Doutor! Oi!
- Nossa. Oi e olá... – ele sorri ao cumprimentar os dois e checa a ficha. – Doris Willow?
- Sou eu. – a garota levanta a mão. - E esse é meu irmão gêmeo, Ernest Rowan.
- Willow e Rowan? – Harry fica curioso com a escolha do segundo nome. – Os dois são nomes de—
- Árvores, a gente sabe. Nossos pais são adeptos... Ao "ar livre".
- Você pode contar para o médico legal, Ernie. Eles são hippies. – Doris revela.
- Totalmente hippies.
- Sério? E vocês dois? – Harry continua o assunto para os conhecer melhor. – Seguiram os passos deles?
- Eu acho que eu diria que somos meio-termo.
- Gostamos do meio-ambiente, mas também de encanamentos internos. – Ernest diz.
- Parece um compromisso que eu poderia seguir. – Harry finaliza com um sorriso gentil.
Doris rir, coçando a pele nervosamente.
- Por quanto tempo vem sentindo a coceira, Doris? – ele começa o diagnostico.
- Hm? Eu, hã... Não tenho certeza.
- Já faz algumas semanas. – Ernest diz por ela.
Harry se aproxima e nota os angiomas de aranha escurecendo debaixo da pele dela. Nessa proximidade, Harry percebe quão frágil ela parece. A paciente encontra o olhar dele e Harry vê que estão amarelados.
- Você não procurou investigar quando começou?
- Eu levei ela para o Mass Kenmore no outro dia, mas—
- Mas o doutor foi um babaca. – Doris interrompe o irmão. - Meus amigos disseram que os médicos daqui são mais legais.
- Amigos espertos. – Harry sorrir com a indicação. – Okay, Doris, eu vou escutar sua barriga. Pode se deitar. – ele a deita gentilmente na mesa de examinação.
- E agora?
- Coloque suas mãos do seu lado desse jeito. Isso aí. – Harry vai a instruindo. – Agora vou te dar uma pequena batidinha.
Harry bate gentilmente em um dos lados do abdómen da Doris, apoiando a mão no outro lado.
- O que está fazendo? – Ernest tenta entender, sendo a primeira vez que vê isso.
- Isso foi um teste de onda fluída para ascite. Acumulação de liquido na cavidade do abdómen. O que o doutor do Mass Kenmore disse?
Doris e Ernest se entreolham nervosamente.
- Ele, hã... Não gastou muito tempo comigo. Falou que provavelmente era uma gripe.
- Uma... Gripe? – Harry estranha.
- Sim. Ele era meio suspeito. – Ernest afirma.
- Super suspeito. – Doris enfatiza. – Só porque meu peito dói, não significa que você tem que fazer a examinação inteira nos meus peitos, certo?
Harry olha para os dois, semicerrando os olhos.
- O que ele prescreveu?
- Só uns antibióticos. – Ernest responde casualmente.
- Para gripe? – Harry suspende a sobrancelha, os pegando na mentira cada vez mais. – A gripe é um vírus.
- Hã, sim! Tão burro, não é? – Doris se apressa a falar. – Ele era... Velho.
- Tão velho. Ele parecia com o Yoda. – Ernest exagera.
- Mas malvado. – Doris acrescenta. – Um Yoda malvado.
- Ooookay... – Harry arrasta a palavra. – Doris, sinto informar que não é gripe. É provável que você tenha hepatite C.
- Hepatite C?
- Parece assustador, mas hoje em dia tem cura em questão de semanas com medicação.
- Isso, hm... Soa caro. – Ernest diz sem jeito, preocupado.
- Sim. – Harry afirma em pesar. – Infelizmente, o tratamento da hepatite C é notoriosamente caro.
- Quão caro estamos falando? – Doris indaga.
- O preço de lista é aproximadamente 28.000 por mês, e você iria precisar de três meses. É muito caro, mas é importante que trate isso. Hepatite C causa danos sérios ao seu fígado. Pode levar a falência do órgão, e até câncer. Doris, isso poderia te matar.
- Mas como vamos pagar por isso? – ela fica angustiada.
- Seu plano pode ajudar. – ele sugere. - Deixa eu anotar suas informações.
- As informações do nosso plano? – Doris arregala os olhos e tenta disfarçar depois. – Nós, hã... Já demos as informações para os funcionários quando chegamos aqui! Não foi, Ernie?
- Sim! – Ernest confirma veementemente.
Harry finalmente tem a resposta que queria.
- Vocês não tem plano de saúde, tem?
Os gêmeos se entreolham novamente, sem saber o que fazer.
-...Não, não temos. – Ernest acaba admitindo.
- Normalmente, quando fico doente, eu só espero melhorar e seja lá o que for desaparecer. Mas meus sintomas pioraram.
- O Mass Kenmore nem quis consultar a Doris sem o plano. – Ernest conta a verdade.
- E definitivamente não conseguiríamos pagar 28.000 por mês!
- É, é uma besteira enorme. – Harry mostra a própria frustração e raiva nessas situações. – Acredite, faz meu estômago revirar ter que falar para um paciente que ele não pode pagar o tratamento para sobreviver.
- Mas o que podemos fazer? – ela pede por algum tipo de conselho.
- Eu não tenho certeza.
- Por favor, doutor. Eu vou fazer o que posso para ajudar a pagar o tratamento da minha irmã. Mas eu não ganho muito. Nossos pais não tem nenhuma poupança. Eles nem acreditam em medicina moderna. – Ernest se angustia.
- Eu falei para mamãe que estava doente e ela me falou para dormir com uma ametista no meu peito. – ela exemplifica.
- Já estamos cheios de dividas com a faculdade. Essa conta vai nos arruinar. Não há nada que possamos fazer? Eu conseguiria trabalhar para compensar, de alguma forma? – Ernest tenta.
- Não é um restaurante, Ernie. Não podemos lavar pratos ou algo assim. – Doris balança a cabeça. – A gente só... Vai ter que ir embora.
- Mas você escutou o que Dr. Styles falou que vai acontecer! – Ernest argumenta.
Doris levanta da mesa de examinação e vai para a saída.
- Espera. – Harry se vê falando, esticando a mão como se pudesse os pausar com o gesto. – Não vai ainda. Eu vou... Eu vou ver o que posso fazer.
- Você vai nos ajudar? – Ernest fica esperançoso.
- Eu não posso prometer nada. – Harry os prepara para o pior. - Mas eu vou tentar.
- Obrigada, Dr. Styles. - Doris sorrir fracamente com a gentileza dele.
- Uma coisa de cada vez. Não podemos te tratar até sabermos o genótipo de hepatite C que você tem. Eu vou precisa tirar sangue.
...
Mais tarde, depois de conseguir um quarto para Doris no hospital, Harry está carregando o frasco do sangue dela para o laboratório. Ele vai precisar de um médico residente para assinar o exame de sangue sem ninguém fazer perguntas.
O cacheado vê a Yen andando na direção dele.
- Oi, Harry! Tudo certo na sala de emergência?
- Sim, eu estava procurando por você.
- A seu dispor. Do que precisa?
Harry se sente divido em mentir e agir como se fosse só mais um caso normal de paciente, ou falar a verdade e arriscar não ter ajuda. Ele engole em seco. Falar a verdade de alguma forma sempre compensa. E ele não vai desistir fácil.
- Minha paciente tem hepatite C. Eu preciso de um exame de sangue para determinar o geótipo, mas... Ela não tem plano de saúde.
Yen fica em silencio por um momento.
- Ah... – ela faz uma expressão triste.
- Eu a coloquei num quarto, mas ela não tem como pagar para ficar, muito menos o tratamento. Ela quer ir embora.
- Então, eu acho que você terá que a deixar ir.
- Mas...
- Uma das coisas mais difíceis a aprender, é que você não pode ajudar todo mundo, Harry. Como um médico, sua responsabilidade é encontrar um jeito de ajudar as pessoas que você pode ajudar. – ela põe uma mão reconfortante no braço do estagiário e vai embora.
Harry se inclina contra a parede, uma onda de decepção caindo sobre ele. O que ele pode fazer agora?
...
De volta no apartamento, Harry se joga no sofá, drenado depois do dia que teve. Ele escuta a voz de Sarah o chamar do quarto dela.
- Harry, é você? Você vai para o Common?
- Sim. Eu preciso de uma—
Harry se senta quando Sarah sai do quarto.
- Distração!
- Como estou? – ela rir com a reação dele das roupas que está usando.
- Como se tivesse saído de uma máquina do tempo! Você se arrumou para combinar com o filme? – ele adivinha.
- Eu escutei falar que é uma coisa que fazem por diversão no evento, e eu quis tentar!
Sarah dá uma giradinha em seu vestido de época vermelho com um chapéuzinho para combinar e laços.
- E eu não quis te deixar de fora porque sei que você curte essas coisas também. Então eu aluguei uma para você. – ela vai no quarto e traz a roupa masculina de época para ele ver.
É um conjunto de roupa formal de cor bege, camisa social branca, gravata roxa e vermelha e um chapéu da mesma cor que o conjunto. Tem até um lencinho no bolso do terno. Harry agradece a amiga e vai para o quarto se trocar, tendo tomado banho no vestiário do hospital. Ele retorna para a sala.
- E aí? Eu me misturaria? – ele pede opinião.
- Você está elegante. Ou seja lá que elogio davam na época. – Sarah o pega pelo braço e tira uma selfie. – Okay, essa é minha nova foto favorita. Pronto para ir? Todo mundo já está lá esperando a gente.
...
Harry e Sarah andam pelo parque, se desenvencilhando das diversas pessoas jovens espalhadas pelo chão nos cobertores. Em um dos cantos do parque tem uma enorme tela de cinema instalada.
- Por aqui. – Sarah os guia. – Ed falou que conseguiram um lugar lá na frente.
Harry consegue ver a cabeça ruiva do Ed na frente da tela e acena para ele. Os companheiros de moradia estão espalhados em cima de diversos panos de picnic, junto com Zayn e Mitch.
- Olha eles! – Ed cumprimenta quando chegam perto. – Estão com o look apropriado.
Zayn e Mitch dão assobios de apreciação quando Harry e Sarah dão um giro de brincadeira.
- Deviam ter me falado. Eu iria superar vocês dois.
- Pode sonhar, Zayn. – Sarah dá língua para ele.
- Obrigado por ter essa ideia, Sarah. – Harry sorri para a amiga em agradecimento uma segunda vez.
- Não é nada. Eu amo uma desculpa para me fantasiar.
- Come aí, Harry. – Niall indica a comida que trouxeram. – Trouxemos uma cesta cheia de comida e bebidas.
Harry analisa as opções impressionantes de doces e salgados no centro do pano. Ele se pergunta se Sarah que os preparou, já que a amiga ama oportunidades de cozinhar.
- Você fez esses, Sarah?
- Na verdade, o Mitch foi legal e me deu uma carona até a padaria mais cedo.
- "Legal" foi a Sarah me deixar escolher o sabor da torta. A não ser que vocês não gostem, nesse caso, foi tudo ideia da Sarah! – ele acrescenta brincalhão.
Ed olha para cima, um sorriso bobo no rosto quando nota alguém.
- Ei, Cherry! Por aqui! – ele levanta o braço por cima das pessoas para Cherry, que o encontra e acena de volta.
- Eu te vi! Vou dar um jeito de chegar aí... Algum dia.
- Espera! – Niall fala mais baixo para só o grupo escutar. – Você chamou a vizinha para sair?
- Não! – Ed é rápido em negar, envergonhado. – Eu só... Falei para ela que estávamos vindo e que ela deveria vir também.
- Cara, isso é totalmente um encontro. – Zayn arqueia as sobrancelhas.
- Não mesmo... É só ser um vizinho amigável.
- Eu acho que você deveria investir, Ed. – Harry dá voz para a opinião. – Estou com Zayn nessa, parece um encontro para mim. E ela disse sim!
Ed cora, mas balança a cabeça em "não":
- Harry... Ela sabe que é só uma coisa de amigos.
Sarah dá um olhar para Harry e Zayn, os avisando gentilmente que deixem de lado.
- Eu aposto que ela está fodasticamente feliz em te conhecer melhor. – ela o apoia. – Eu falei certo?
- Fodasticamente sim. – Ed aprova, fazendo referencia ao personagem da série que assistiram da última vez.
- Eu escutei alguém falando fodasticamente? – Cherry finalmente os alcança.
- Foi meu amigo Ed aqui. – Zayn o aponta com a cabeça.
- Você gosta de Guerra nas Galáxias? – Cherry também pegou a referencia, se sentando com eles.
- Você gosta? – Ed se surpreende ao devolver a pergunta.
- É minha série preferida para me animar. Eu reassisto uma vez por ano!
- Mas, o que você achou do final? – eles entram no próprio mundo com o assunto.
Harry se faz confortável, conversando e rindo com os amigos enquanto todos se enchem de comida e bebidas. Música toca quando os créditos de abertura começam a passar. Zayn os lê personificando uma voz de locutor de rádio antigo.
- Charles Price e... Judy Wilson em... Amor e Guerra.
Clare chega quando o ator principal aparece na tela.
- Clare! Você não tinha dito que ia estudar na biblioteca? – Ed fica feliz de vê-la, mas também curioso.
- Eu precisava de um descanso.
- Ei, Clare. Tem lugar aqui. – Harry oferece espaço do lado dele.
Clare olha para o lugar do lado do amigo e hesita, mas vai até ele. Ela olha para a roupa do cacheado e sorrir.
- O quê? Achou engraçado?
- Não. Você consegue ficar bonito em qualquer coisa que usa.
- Você poderia tentar soar menos surpresa. – ele sorrir.
- E então? O Simon disse que não ia vir de novo, Sarah? – ela pergunta para a amiga.
- Ele está trabalhando essa noite, se é o que quer dizer.
- Sério mesmo, Sarah. Quando que você vai acordar e terminar com esse babaca? Você merece coisa melhor.
Sarah parece ter recebido um tapa na cara. Ela olha para Harry por o considerar o melhor amigo depois do primeiro mês de amizade, pedindo ajuda.
- Não fala assim, Clare. Não é da sua conta. – Harry defende porque Clare pode estar certa, mas não em falar desse jeito e na frente de todo mundo.
- Obrigada, Harry.
- Ah, qual é. Você acha ele um idiota também. – Clare revira os olhos.
- Você acha? – Sarah arregala os olhos inocentemente para Harry. – Vocês todos pensam isso do meu namorado?
- Eu só o conheci uma vez, mas... Sim, basicamente. – Zayn é direto.
- Nós já te conhecemos faz um tempo e ele só apareceu uma vez. E essa uma vez não foi legal. – Ed é mais gentil em falar.
- Ele... Mudou desde que veio para cá. Eu não queria admitir, mas... Não admitir não vai fazer ser menos verdade. – Sarah desabafa. – Nosso relacionamento é tão diferente do que costumava ser. Eu... Estou preocupada.
- Eu não sei de quem estão falando, mas você não pode resolver um problema com alguém a não ser que fale com a pessoa sobre isso. – Cherry aconselha.
- Cherry tem razão. – Ed concorda. – Talvez você só tenha que ser honesta com ele.
- Okay. – Sarah acaba aceitando. – Talvez estejam certos. Eu sei que só estão cuidando de mim, então... Obrigada.
...
- Alguém sabe o que está acontecendo nesse filme? – Zayn quebra o silencio depois de metade do filme passar.
- Judy Wilson faz o papel de uma espiã fingindo ser uma repórter. – Niall prestou atenção. – Ela foi mandada como infiltrante na sala de redação do Charles Price para mandar mensagens subliminar através do jornal. Mas suspeito que ele vai infiltrar o coração dela no lugar disso.
- Ew. – Clare reage ao clichê.
- Ah, Harry, você descobriu mais sobre o Paciente X? – Ed pergunta pro amigo, se lembrando disso.
Todos os olhos se viram para ele, intrigados. Harry congela e gagueja.
- Ai meu Deus! Você descobriu! – Sarah assume pela reação dele. – Quem é?
- É o Presidente? – Ed fala uma das pessoas que pensou. – Você tem que nos dizer agora!
- Eu não sei de nada!
- Mentira. – Clare duvida.
- Eu não sei! – Harry insiste. – Eu saí perguntando e ninguém me fala nada! Não é, Mitch?
- Hã, eu posso confirmar que você tem perguntado coisas bem estranhas para os enfermeiros, sim. – Mitch diz.
- Eu acho que provavelmente é só um caso de estudo.
Harry relaxa quando o assunto do Paciente X muda. Mantendo a promessa que fez para Louis.
...
Durante uma intermissão, Ed pede para Harry o acompanhar e comprar mais bebidas.
- Eu não te vi muito hoje.
- Sim, eu tive um dia bem difícil. – Harry anda calmamente ao lado do amigo de cadeira de rodas. – Um dos meus pacientes precisa de medicação, mas ela não tem plano de saúde. Se eu não descobrir como ajudar ela, ela vai ter que ir embora e ficar doente... Ou...
- Ou ficar saudável e financeiramente arruinada. – Ed encara o chão, raiva nos olhos.
- Você está bem? – Harry é cauteloso ao perguntar.
- Só... Atingiu um assunto pessoal. Eu nasci com um dano medular crônico. Era potencialmente fatal, mas meus pais escolheram pagar por uma cirurgia experimental. O plano não cobria os custos. O procedimento salvou minha vida, mas os deixou falidos.
- Oh, Ed... – Harry murmura, sentido pelo ruivo.
- Eles nunca comentam sobre isso, mas parte de mim sempre se sentiu culpado. Como se fosse minha culpa. Eles deram tudo para me salvar.
- Não é sua culpa. Eu tenho certeza que eles não se arrependem disso. – Harry o assegura. – Se tivessem que fazer isso tudo de novo, eles fariam.
- Eu sei. Mas é por isso que me tornei um médico. Aquele médico, o que salvou minha vida por inventar um novo procedimento? É isso que eu quero ser. Superando os limites. Avançando. E um dia, eu vou salvar as vidas que as pessoas antes achavam ser sem solução.
- Não tenho nenhuma duvida de que você vai conseguir. – Harry o encoraja.
- Ainda assim, estou bem longe disso. Mas enquanto isso, eu quero dedicar meu tempo para estudos de pesquisa. Tem alguns no Edenbrook. Os pacientes nas experiências tem o tratamento totalmente financiado pelo governo. Eu quero ajudar se puder.
- Hã, eu não sabia que eles tinham isso.
Ed está com os olhos molhados, segurando as lágrimas.
- Você vale a pena, Ed. Você sempre valeu a pena. – Harry percebe a insegurança dele.
Ed assente, tentando segurar os sentimentos.
...
Já é mais tarde e todos estão relaxando no pano e cobertas. Sarah está com o pé em cima da barriga do Mitch enquanto Ed e Cherry riem quietamente num canto afastado. Zayn se inclina para perto de Harry e abaixa a voz.
- É só eu, ou esse é o filme mais chato já feito?
- Espera, não foi ideia sua vir aqui? – Harry une a sobrancelhas.
- Todo mundo comete erros. – ele se defende. – Não adianta se arrepender mais do que necessário. Vem, vamos embora daqui.
- E fazer o quê?
- Literalmente qualquer coisa. – Zayn diz arrastado com o tédio. – Vamos viver uma aventura.
- Está bem, uma aventura será. – Harry topa.
Ele diz para os amigos que os vê depois e os dois vão embora, se abaixando para não atrapalhar os outros de ver a tela.
- E então? Que tipo de aventura está planejando? – Harry indaga quando estão de volta nas ruas.
- Você não pode planejar uma aventura. – Zayn olha para ele como se ele tivesse dito um insulto. – Você só tem que ficar aberto para uma e deixar ela te encontrar.
- Isso soa libertador.
- Porque é. Todo mundo tem oportunidades de tentar algo novo ou se divertir um pouco pelo menos algumas vezes ao dia. E eu agarro elas. Eu não quero perder nenhuma.
- Por onde você sente nossa próxima oportunidade chegando? – Harry o entretém.
- Hmmm.... – ele fecha os olhos, fingindo meditar.
Eles escutam risadas altas vindo da rua ao lado.
- Lá!
As risadas ficam cada vez mais altas até que um grupo de pessoas risonhas cobertas de glittler e fitas coloridas saem do beco. Tanto Harry quanto Zayn não reconhecem que são os caras do Queer Eye. Eles não tiveram mais tempo para assistir Netflix desde que entraram na faculdade de medicina e começaram o emprego.
- Você precisa me falar para onde estamos indo! – Jonathan exige ao puxar a mão do Bobby.
- Você vai ver! – ele responde, querendo que o outro tenha paciência.
- Ei, onde é a festa? – Zayn se intromete.
Um homem deslumbrante para ao lado dele. É o Karamo.
- Você está olhando para ela! É a festa de solteiro do Jonathan!
- Sério? Parabéns! Mas... Por que estão cobertos de brilho? – Harry se entrosa.
- Porque era o que os strippers lançaram na gente, fofo! – Jonathan joga o cabelo e dá um giro perfeito no salto alto para dramatizar.
- Putz, eu amaria ter visto isso. – Zayn curte a ideia.
- Querido, a noite só está começando. – Karamo o tranquiliza.
- Vocês tinham que ter visto o que estava dentro da caixa de presente deles. – Bobby olha para todo mundo. – E então?
- Então o quê? – Harry fica confuso.
- Vocês vão querer vir com a gente? – Karamo oferece, sendo tão espontâneo e aventureiro quanto Zayn. – Porque precisamos chegar no próximo bar agora.
Zayn olha para Harry e dá de ombros.
- Viu? Só precisa deixar a aventura te encontrar.
Harry rir e olha para três dos Fab 5. Jonathan vai se casar com Antoni, que está tendo uma festa de solteiro separada com o Tan e outros amigos. No final da programação, as duas partes iriam se encontrar para uma festa em conjunto mais reservada e particular.
- Com certeza a gente vai! – Harry aceita, os achando divertidos. – Liderem o caminho!
Os dois seguem o grupo barulhento para a outra vizinhança atrás do próximo bar.
...
Zayn está fazendo o pedido de bebidas para a galera enquanto Harry conversa com Jonathan, Bobby, Karamo e alguns amigos que os encontram por lá.
- Então, Jonathan, você é o noivo?
- Isso aí, lindo! – ele levanta o braço numa pose animada e cruza as pernas com o vestido sexy que usa. – Eu bebo de graça a noite inteira, baby!
- Como você conheceu sua cara metade? – Harry ama uma boa historia de amor.
- No mesmo dia que todos nós nos conhecemos. A gente trabalha juntos para um programa na Netflix. – Karamo que responde.
- Uou, isso soa incrível! – Harry abre um sorriso empolgado.
- Os dois começaram uma brincadeira no Instagram de fingir ser namorados. Fizeram uma conta fake de casal e tudo. Quase todo dia postavam fotos e vídeos. E adivinha?
- Eles se apaixonaram para valer?
Karamo bate nas costas de Harry sem machucar.
- Isso aí! Você é esperto.
- Parece que vocês se dão bem. – ele acha legal a união dos três e como falam um do outro, mesmo sem ter visto os cinco juntos para ter uma ideia de como realmente são.
Os olhos de Bobby vão na direção de Zayn no bar, que está esperando o bartender entregar as bebidas.
- Em outra vida, eu consideraria jogar tudo para o ar por aquele ali. – Jonathan dá a voz para os pensamentos de Bobby.
- Quem? Zayn? – Harry suspende as sobrancelhas.
- Não se ofenda, eles só estão um pouco bebados agora. Mas eu também iria querer você e seu namorado como meus daddy's. – Karamo faz a brincadeira característica.
Jonathan abraça Bobby e os dois saem cambaleando para o lado.
- Ele é só meu amigo, a gente é como irmão. – Harry abana a mão em descaso.
- Qual o problema com você? – Karamo fica boquiaberto.
- Ele é tão lindo... Um príncipe. – Jonathan suspira sonhadoramente. – Eu amo meu bae, mas tenho que reconhecer beleza quando vejo.
- Isso que é elogio vindo de você, depois de escutar por duas semanas direto que Antoni era "o único, minha alma gémea" quando começaram a namorar. – Bobby se diverte com o estado do amigo.
- Awww... Antoni! Eu amo Antoni. – Jonathan se desequilibra e Bobby o segura pelos ombros.
- Nós sabemos, querido, ele te ama também. – Karamo balança a cabeça em negação, mas está com um sorriso afetuoso.
Zayn volta para a mesa com uma bandeja cheia de bebidas impressionantes e multicoloridas.
- Eu pedi por algo especial para meus novos amigos e o bartender me deu isso.
São shots de arco-íris. Eles estão perfeitamente alinhados de acordo com a cor.
- A propósito, eu não faço ideia do que nenhum deles seja. – Zayn se livra da responsabilidade.
- Aaaaah! Tão lindos! – Jonathan se emociona.
- Eu já bebi isso antes, são bem fortes. – Karamo diz.
- Está dentro, Harry? – Zayn pergunta.
- Eu? Pode apostar que sim! – Harry pega um shot verde do final e faz brinde com os outros.
- E virem! – Bobby comanda.
Um por um, eles jogam a cabeça para trás e viram o shot. Harry põe a língua para fora e faz careta.
- Isso não tinha gosto bom.
- Mas você tomou como um campeão. – Zayn mostra o polegar, orgulhoso.
- Espera um segundo, você não bebeu nenhum. – Harry nota.
- Sim, porque sou o inteligente aqui. – o moreno tira sarro.
- Certo, vamos para o próximo lugar. Vocês vem? – Karamo anuncia.
- Claro, por que não? A oportunidade apareceu, não é? – Harry olha para Zayn, esperando confirmação.
- Exatamente os meus pensamentos.
- Eu. Vou. ME CASAR! – Jonathan comemora.
- Eu aposto que estão se arrependendo já. – Karamo rir, olhando em desculpas para a dupla de médicos.
...
Três bares depois, após se despedirem da festa de solteiro que iria se unir com o outro noivo, Zayn acompanha Harry para a estação de trem, dividindo uma lata de refrigerante e uma cestinha grande de batatas-fritas.
- O que exatamente o Jonathan escreveu no meu braço?
- Eu acho que era para ser o user dele no instagram. – Zayn dá um palpite, reconhecendo só o "@". – Mas e aí? Achou que valeu a pena pular o filme?
- Obviamente. Estou feliz que sugeriu isso. Sabe... Às vezes eu te invejo.
- Eu?
- Sim. Eu já te vi no hospital e fora dele. Você nunca parece se duvidar.
- Eu acho que isso é verdade. – Zayn joga uma batata na boca. – Eu sempre fui de ver o que quero e ir atrás. Sinceramente, não sei por que mais pessoas não fazem isso.
- Eu queria conseguir viver assim, espontaneamente. – Harry admite, se consolando com as batatas. – Sem duvidas, sem segredos.
Zayn hesita.
- Eu nunca disse que não tenho segredos.
- Hã?
Zayn estava para responder quando o trem do Harry chegou.
- Eu acho que é aqui que nos separamos. A minha casa é aqui perto e posso ir andando.
Harry pensa arduamente num problema.
- Você fica com as batatas e eu com o refri? – ele propõe.
- Acho justo. Fechado. – Zayn rir e pega as batatas, entregando o refrigerante para ele.
- Boa noite, Zayn.
- Te vejo amanhã, cara.
...
Está de madrugada e Harry está pesquisando tratamento de hepatite C no quarto dele.
- Vamos lá, tem que ter um jeito de eu conseguir o medicamento para Doris. – ele murmura quietamente para si, a mente viajando e memorias de mais cedo ressurgindo na superfície.
A atriz numa cena do filme falava para o ator que sempre considerou a verdade mais como um primeiro rascunho. Teve a Yen dizendo no hospital que a responsabilidade dele é ajudar as pessoas que pode ajudar. O Ed no parque mencionando que os pacientes nas experiências tinham o tratamento totalmente financiado pelo governo. E por fim, o Louis na noite anterior com as palavras "Mas tem que ser feito. Quando não há um caminho, você mesmo cria um".
- Hm... – Harry começa a digitar uma nova pergunta na pesquisa.
...
Na manhã seguinte, Harry anda apressadamente pelos corredores, perguntando para todos os funcionários que encontra se eles viram Anna Shaffer. Mitch é o único que o dá uma resposta mais concreta.
- Eu acho que a vi indo na direção da sala de Operação 2... Mas não há cirurgias agendadas até daqui uma hora.
Harry entra cautelosamente na sala de operação. Ele encontra Anna sozinha, olhando pensativamente para a bandeja de equipamentos. A mão pairando sobre cada bisturi, como se cumprimentasse velhos amigos. Ele se pergunta o que ela está fazendo ali, mas tem algo mais importante para fazer.
- Dra. Shaffer? – ele pigarreia para chamar a atenção dela.
Anna olha para cima, os olhos indicando uma breve surpresa em ter outra pessoa na sala.
- Dr. Styles, não é? O que posso fazer por você?
Tentando soar profissional, Harry a informa do diagnostico e situação da Doris.
- Eu entendo. E o que exatamente que você quer me pedir?
- Eu fiquei a noite inteira pesquisando, e, bem... – Harry se aproxima e a entrega alguns documentos. – Tem um estudo. Experimentos humanos para novos medicamentos. Estão procurando por gémeos fraternos para testar. Se Edenbrook concordar em recebe-los como cobaias, o governo iria subsidiar qualquer tratamento que for necessário.
Anna dá uma olhada nos documentos rapidamente.
- Você quer deliberadamente manipular o auxilio do governo para fornecer tratamento a um caso não relacionado?
- Sim, mas é a coisa certa a fazer. – Harry não recua, falando mais confiante. – Eu levo o Juramento de Hipócrates muito a sério, Dra. Shaffer. E eu acredito fortemente que deixar a Doris ir embora ou se sujeitar a uma grande divida iria a fazer mal. E isso é mais importante para mim que qualquer obrigação.
- Um sentimento nobre. Mas também um possível risco. Tome cuidado, Dr. Styles. – Anna sorrir discretamente, aprovando a determinação dele. – Muito bem. Preencha os papeis. Eu mesma os assinarei.
Harry solta a respiração, tremendamente aliviado.
- Obrigado, Dra. Shaffer. – ele sorrir.
...
Harry entra no quarto da Doris, a encontrando fora da cama, a bolsa no braço. Ela o dá um sorriso triste.
- Obrigada por tentar, Dr. Styles...
- Espera! Você não precisa ir!
Harry leva o tempo que precisa e explica o que acabou de falar com a Dra. Shaffer, enfatizando que se Doris e Ernest concordarem, Doris vai receber o medicamento que precisa, totalmente pago.
- Mas só se o Ernest concordar em participar no estudo também.
- Está falando sério? É claro que eu vou! Eu faria qualquer coisa por minha irmã.
- Eu vou trazer uma copia do contrato... E vou mandar um advogado falar com vocês sobre os requisitos.
- Obrigada, Dr. Styles. Muito obrigada. – ela o agradece profundamente.
Harry sai do quarto e encontra Yen esperando por ele.
- Estou vendo que você insistiu nesse caso.
- Me desculpa, Yen. Eu sei que você me falou para desistir—
- Eu não falei isso. Eu disse que você tinha uma responsabilidade de ajudar aqueles que você pode ajudar. E claramente, você pôde. – ela sorrir e suspira. – Eu só quero que saiba, que às vezes, não importa o quanto tente... Você não vai conseguir.
- Eu sei.
...
Harry vai para o próximo paciente com um sorriso no rosto.
- Com o que está tão feliz?
Harry olha para Louis o observando. Ele parece mais descansado que a última vez que o viu.
- Eu descobri um jeito de ajudar umas pessoas que realmente mereciam. – ele conta por cima, sabendo que alguém o atualizará dos detalhes depois. – É um sentimento bom.
- Bom trabalho, Novato. – Louis sorrir para ele.
O mais velho se inclina próximo, gentilmente tocando no braço do estagiário.
- E obrigado, por não contar para ninguém sobre... Meu paciente. Eu não achava que poderia confiar o bastante em alguém para dividir o peso, mas... Você me provou o contrário.
- Estou muito feliz de ter ajudado.
Louis aperta o braço dele suavemente em agradecimento antes de deixar a mão cair de volta para a lateral do corpo. Harry se vira e congela. Anna Shaffer está parada mais ao longe no corredor, assistindo eles dois pensativa.
~o~
No próximo episódio: Louis deixou Harry ficar por dentro de seu segredo mais obscuro. Há alguma esperança para Dr. Corden? Enquanto a competição intensifica, Dr. Tomlinson dá um caso difícil para Harry. Mas o orientador está o recompensando... Ou o punindo?
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