13. Admission
Senhores passageiros (leitores), a turbulência continua. Permaneçam sentados (ou deitados). Admito que tô só os Larents quando fazem algo do nada e se deliciam com as reações da gente. Eles são eu vendo a reação de vocês nesse capitulo, após acompanhar cada comentário e saber o quanto vão se surpreender.
Users do meu coração e estrelinhas:
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Boa leitura, Interns!
~o~
Uns dias depois, Yen e Steve dispensam os Internos após os rodízios.
- Styles, Jones, Uchima, Horan e Sheeran. Vocês ficam. Precisamos conversar. – Steve impede a saída deles.
Harry compartilha um olhar nervoso com os amigos de casa. Katie encontra o olhar de Harry por um momento antes de sair com os outros Internos.
- Qual o problema? – Harry pergunta.
- Chefe Shaffer quer questionar cada um individualmente sobre o que aconteceu com sra. Martinez. – Yen fala apreensiva por eles.
- Por quê? – Niall fica na defensiva. – A gente nem estava no caso da Martinez!
- Eu sei... E eu já falei para ela o quanto eu confio e respeito cada um de vocês.
- Mas até isso ser resolvido, cada um de vocês vai fazer par com outro Interno para seus casos. – Steve informa.
- Vocês vão nos dar babás? – Clare faz careta com a novidade e revira os olhos.
- É... Só uma precaução. – Yen tenta amenizar o clima. – Tudo vai se acalmar logo.
Os dois residentes se afastam, deixando um silencio cheio de tensão.
- Eles sabem, não sabem? – Sarah quebra o silencio.
- É claro que sabem! Vocês não achavam que iam realmente escapar dessa, achavam? – Niall critica.
- Eles não sabem, Niall. – Clare o encara duramente. – É por isso que estão nos pressionando. Se soubessem, já teriam nos chutado pela bunda.
- Mas quem poderia saber qual era nosso plano? – Ed procura entender esse buraco na narrativa.
- Katie. – Clare é rápida em acusar. – Você viu o rosto dela quando Steve falou para a gente ficar para trás.
- O que vamos fazer? – Sarah fica apreensiva.
- Vocês vão ter que me deixar levar a culpa disso. – Harry responde sem nem pensar duas vezes.
- Até parece! – Ed não gosta da sugestão. – Você fez a coisa certa!
- Não de acordo com o hospital. Eu sabia que isso seria um risco. – Harry continua calmo, apesar do tom e expressão desanimada. – Eu tenho que encarar as consequências.
- Foda-se o hospital então. – Clare também se recusa a deixar Harry levar a culpa. – Você viu o rosto da sra. Martinez na escadaria daquela igreja. Estar lá significou tudo para ela, e foi tudo graças a você. Todos esses médicos estão tão preocupados em proteger a carreira que nunca iriam dar o pescoço a torcer por alguém!
- Como Clare falou, eles não sabem de nada ainda. – Sarah tenta convencer o melhor amigo. – Não se entregue.
- O que acha que eu deveria fazer, Niall? Você foi quem me aconselhou contra isso desde o começo. – Harry pede pela opinião do irlandês.
- Eu... – Niall hesita. – Eu acho que é tarde demais para voltar atrás em qualquer coisa que fizemos. Então não vejo motivo de você falar nada. O que acontecer agora... Está fora do nosso alcance.
Ed é o primeiro a receber um pager da dra. Shaffer.
- É hora do show. – o ruivo diz.
Harry aperta o ombro dele em encorajamento quando Ed vai para o escritório da chefe. Os amigos se separam para atender os pacientes. O cacheado olha para a prancheta, precisando descobrir como se concentrar no trabalho enquanto eles são interrogados.
...
Passando pela nova ala do hospital no caminho para o primeiro paciente do dia, Harry pega Louis andando de um lado para o outro no corredor.
- James... Eu e você sempre confiamos no outro de fazer a coisa certa... Não, isso não soa legal. – ele murmurava sozinho.
- Dr. Tomlinson?
Louis olha para ele. A barba por fazer áspera, o cabelo uma bagunça depois do que Harry só pode assumir que tenha sido uma noite longa, e agitada.
- Eu tenho que falar para o James que ele só tem um mês de vida. - Louis não espera o outro fazer perguntas e explica de uma vez. - Na hora que ele souber, ele vai sair do hospital. Ele não queria que eu o tratasse em primeiro lugar. Ele brincou que, se ele não pudesse descobrir, ninguém poderia. Eu achei que conseguiria salvar ele sozinho... Mas talvez ele tinha razão.
- Você quer deixar ele sair? – Harry pergunta cautelosamente.
- Deus, não. – Louis balança a cabeça veementemente. – Eu quero chamar todo médico que conheço para ajudar. Alguém de algum lugar desse planeta deve saber como consertar isso. Mas ele me odiaria para sempre se eu fizesse ele passar as últimas semanas sendo espetado e furado num quarto de hospital frio.
Os olhos azuis encontram os verdes, procurando por respostas. Não tem nada que Harry mais queira do que tirar a preocupação dos olhos dele. O confortar e garantir que tudo ficará bem, que eles vão manter James aqui e achar uma solução até o último segundo. Mas, ao mesmo tempo, ele pensa pelo lado do paciente. E se lembra da Cara, que também precisou enfrentar outros medos e viver mais a vida antes de decidir lutar.
No final, a decisão é do paciente. Se James quer aproveitar os últimos dias que tem de vida, é direito dele. Como foi direito da sra. Martinez. Tudo que podem fazer, é torcer para que ele queira lutar no meio disso, como aconteceu com Cara.
- Eu acho que Dr. Corden deveria aproveitar o tempo que tem sobrando.
- Mesmo se isso significar desistir dele? – a voz de Louis sai pequena, como se os papeis invertessem e Harry fosse o mentor.
Porque esse caso é o mais pessoal que teve de lidar.
- Se isso é o que ele quer, sim. – Harry confirma, simpatizando com a perturbação que Louis está sentindo. – Temos que respeitar isso. Você não iria querer que seu médico te escutasse?
Louis respira fundo e assente com a cabeça.
- Você está certo. Eu tenho que fazer o que é melhor para ele.
- Está pronto para falar para ele?
- O mais pronto que posso ficar. – ele dá um passo para trás, e hesita.
Louis se volta para Harry, a voz baixa.
- Você se importaria... De vir comigo?
- Eu? – Harry se aponta, não esperando por isso.
- Eu sei que é pedir demais, mas James gosta de você. E... Eu não quero fazer isso sozinho. – ele lembra da promessa que fez com o estagiário.
Harry não precisa dizer nada, os olhos comunicam a resposta e Louis entende, enviando o próprio agradecimento por olhar. Harry o segue para a nova ala.
- Eu não sei para quantas pessoas precisei dar essa noticia. Tantas que se tornou quase... Fácil. – o homem mais velho confessa.
- Como algo assim pode se tornar fácil?
- Tem um tipo de processo que seguimos. – ele explica sem muitos detalhes. - Você não precisou usar ainda, mas quando a hora chegar, os residentes encarregados por vocês vão te guiar nisso.
- Qual o processo? – a curiosidade característica exige que Louis conte logo.
- Passo um, mostrar empatia. Mais fácil para alguns médicos que para outros. Passo dois, contar a verdade para eles sem metáforas ou eufemismo. Alguns médicos tem medo de dizer "doença terminal" e "morrendo" então eles dizem coisas como "as coisas pioraram" ou "numa perspectiva negativa". – Louis elabora. – Mas os pacientes e as pessoas próximas deles precisam escutar essas palavras. Precisam processar a verdade. Dar falsas esperanças não ajuda a fazer isso.
- E então?
- Passo três, ajudar eles com as preparações.
Louis para, a luz do quarto do Dr. Corden alcançando o corredor. O médico encara, sem se mexer. Harry oferece a mão para ele. O homem aperta a mão maior com força, quase como se estivesse usando o estagiário para se segurar de uma queda.
- Eu queria poder dizer algo para tornar isso mais fácil para você. – Harry murmura, frustrado que isso seja tudo que pode fazer.
Louis olha para ele, sorrindo tristemente.
- Você está aqui. Isso já deixa tão fácil quanto poderia ficar. – Louis larga a mão dele e entra no quarto do James.
- Ah, minhas companhias favoritas... E únicas! – James intercala com uma tosse. – O que posso fazer por vocês hoje? Mais sangue? – outra tosse, como que para enfatizar as palavras ditas. – Ou é urina dessa vez?
- James.
O sorriso de James some quando vê a expressão de Louis. E depois olha para Harry.
- Ah... Não pode parar isso, pode?
- O novo tratamento não durou. Seus orgãos estão falhando. – Harry responde.
- Eu tentei de tudo, James.
- Eu sei que sim, Louis. Maravilhoso, não é? – James dá um meio-sorriso. – Após todo esse tempo, a vida ainda tinha um mistério que nós dois não conseguimos solucionar. E então? Quanto tempo eu tenho? – ele tosse mais.
- Um mês. No máximo. – Louis não enrola.
Dr. Corden processa isso em silencio. Até as tosses se amenizam por um momento. Ele sai da cama e puxa um par de calças por cima da roupa de hospital. James estica a mão para pegar a camisa, mas Louis a pega primeiro, apertando na mão.
- Por favor... Fica aqui. – Louis acaba implorando numa última tentativa. – Deixa os outros médicos te examinarem. Talvez eles vejam algo que eu não vi—
- Você nunca deixa algo passar, Louis. – James interrompe, confiante.
- Você não entende? Se você sair—
- Se eu sair, eu terei uma linda casa do lado do rio que eu nunca passei mais de cinco horas por dia nela. Agora finalmente passarei um mês inteiro lá. Se eu morrer no meio de um bom livro, ou pescando, ou pintando, eu vou considerar um ótimo jeito de ir.
James abre a mão para pegar a camisa. O pomo de Adão do Louis se move quando engole em seco.
- Você não iria achar isso também?
Louis responde a isso devolvendo a camisa para ele. Se Harry não tivesse o aconselhado mais cedo a deixar o homem ir, não teria cedido. James abotoa a camisa depois de tirar a roupa do hospital, põe o cinto na calça e sorri para Harry, os olhos brilhando com vida.
- Foi uma honra te ver trabalhando, Dr. Styles. Você tem uma carreira promissora adiante. Espero que pense em mim durante ela, em algumas ocasiões.
- Dr. Corden, obrigado por tornar Louis no médico que ele é hoje. Sem ele, eu não estaria onde estou hoje. – o cacheado agradece profundamente o mentor do seu mentor.
- Está me dizendo que sou seu avô-mentor?
Harry rir em meio as lágrimas.
- Eu acho que você é.
- Boas ações podem resultar em bons frutos inesperados, Dr. Styles. Estou feliz que você foi um dos meus.
...
Harry anda atrás de Louis e James, os dando espaço sozinhos, apesar de não estarem conversando. Médicos e enfermeiros cumprimentam Dr. Corden quando ele passa, felizes em vê-lo de novo.
- Ah sim, só uma visita. Uma viagem pelas memorias. – ele explicava a "aparição repentina".
Do lado de fora, os três param. Louis limpa a garganta, debatendo. Ele oferece a mão para James balançar.
- Bem, eu acho que isso é—
James afasta a mão de Louis em descaso e o puxa para um abraço, apertado. Louis solta a respiração e bate as mãos nas costas do homem que tem como mentor, amigo e figura paterna.
- Se cuida, Louis. Viva bem.
- Eu vou.
James termina o abraço e vai embora, com uma última piscadela para Harry.
- Fica de olho nele por mim, Harry.
- Sim, doutor.
Harry e Louis assistem James pegar um ônibus na parada da rua em frente e desaparecendo de vista.
- Eu fiz a coisa certa, Harry? – Louis ainda duvida de si.
- Você fez o que tinha de fazer, por seu amigo. – Harry escolhe essas palavras.
Louis olha para ele, o olhar intenso e vulnerável.
- Espero que esteja certo.
Harry põe os braços ao redor de Louis. O médico fica tenso por um momento, mas relaxa no corpo maior. Ele segura firme, o rosto no ombro do cacheado.
- Eu sinto muito, Lou.
Louis prolonga o momento, depois limpa a garganta e se afasta do abraço.
- Obrigado por me ajudar a fazer isso.
- Não precisa agradecer. – Harry balança a cabeça lentamente em negação, fechando os olhos e abrindo de novo ao continuar. – Eu me importo com você.
Louis olha para ele, o olhar suavizando. Ele estica a mão, tocando na de Harry por um instante.
- Eu sei.
- E agora? A gente volta para nossos pacientes como se nada tivesse acontecido? – Harry volta a fazer as perguntas e precisar do conselho do mais experiente.
- Não. – Louis tentar sorrir com a cruel realidade.
Harry entra de volta no hospital com Louis do lado dele. Anna se aproxima, levantando uma sobrancelha com a visão deles dois juntos.
- Louis! Alguém acabou de me falar que viram James lá fora. Ele vai voltar para o trabalho?
- Não. Ele se foi... E eu também.
O mundo para e Harry assiste horrorizado quando Louis tira o crachá de identificação e dá na mão dela.
- Já deu.
- O quê? Você está se demitindo? – Harry sente o pânico tirando o ar dos pulmões, apertando o coração e revirando o estômago.
Anna encara o crachá num silencio atordoado enquanto Louis passa por eles. Harry corre atrás, tentando bloquear a saída dele.
- Espera! Você não pode só sair!
- Me deixa passar.
- Mas as pessoas precisam de você... – Harry sente as lágrimas nos olhos mais uma vez e pega a mão dele. – Eu preciso de você.
Louis balança a cabeça, os olhos vermelhos.
- Eu não sou o médico que você achou que eu era. Está na hora de nós dois aceitarmos isso.
Com isso, Louis se solta da mão de Harry e sai pela entrada principal. As portas automáticas fecham atrás dele, e desse jeito, ele se foi.
...
Harry sente que tem um vulcão na cabeça quando volta ao trabalho. Niall acaba de ser chamado pelo pager.
- Tem como esse dia ficar pior...
Harry encontra a resposta para a própria pergunta do lado da cama do paciente.
- Onde você esteve? – Katie indaga.
- O que está fazendo aqui? – ele faz outra pergunta.
- Eu sou sua parceira nesse caso.
- Faaaantástico. – diz sarcasticamente.
- É, não é? – ela usa do mesmo tom sarcástico.
- Vocês dois são meus médicos?
Harry olha para o paciente, um garotinho muito cansado e magro debaixo de um cobertor grande. A mãe levanta a cabeça para eles, exausta.
- Sim, querido. Deixa eles te olharem.
- Esse é Alfred Highmore. E a mãe Sue o trouxe aqui. – Katie os apresenta.
- Estou vendo na ficha que Alfie foi hospitalizado duas semanas atrás e recebeu antibióticos. – Harry lê no papel.
- Isso mesmo. Eu tenho o nome aqui na minha bolsa... – a mãe pega a bolsa e abre para procurar. – Azitromicina. Ele teve pneumonia bacteriana. Os antibióticos fizeram ele melhorar por um tempo, mas agora tudo ficou pior.
- Fala para ele sobre meu estômago. - o filho pede.
- Certo, ele tem sentido dores no estômago... E tem vontade de vomitar, mas nada sai.
Enquanto a mãe fala, Harry não consegue impedir a mente de voltar para o rosto do James, para as costas de Louis indo embora, para os amigos sendo interrogados pela Anna e para a sra. Martinez. Os olhos verdes se fixam na Katie do outro lado do quarto checando a pressão do Alfred. Suspeitando que ela tenha falado tudo para a tia, mas como ela saberia?
- Dr. Styles? O que você acha?
Harry desperta e percebe que não escutou o que Sue estava falando. Ele resolve ser sincero para não cometer erros.
- Me desculpa, srta. Highmore. Eu estava distraído pensando no meu paciente anterior.
- Sério? – Katie suspende uma sobrancelha para ele.
- Mas prometo que Alfred tem toda minha atenção agora. – Harry se compromete. – Poderia, por favor, repetir a última parte? Quero ter certeza de ter todas as informações.
- Oh, okay. – a mãe fica levemente desapontada, mas também grata com a sinceridade dele em se responsabilizar e não fazer um péssimo serviço com o filho. – Obrigada por ser honesto. Eu estava falando que todos os amigos do Alfie estão usando shorts e camisas, mas ele não para de tremer. Eu tive que colocar ele nas roupas de inverno, não importa quão quente estivesse.
- Ei, Alfie... Gostaria de fazer um experimento cientifico legal comigo? – Harry se vira para o garoto e propõe.
- Sim!
- Primeiro, precisamos pegar um pouquinho do seu sangue.
- Meu sangue? Você é um vampiro? – Alfred se impressiona. – Legal!
Enquanto Harry tira uma amostra do sangue dele, Sue afaga a cabeça do filho gentilmente.
- Você tem alguma ideia de qual é o problema dele?
- Baseado nos sintomas, é provavelmente algo que ele ingeriu. – Harry dá uma das possibilidades.
- Mas não sabemos disso. – Katie argumenta.
- É seguro dizer que algo entrou no sistema dele onde não pertence e está fazendo uma bagunça, não acha? – Harry começa a se irritar com todo o estresse do dia acumulado e por ter que lidar com Katie de parceira dentre todas as pessoas no hospital.
- Não, eu acho que você está fazendo suposições, Doutor. – Katie fala "doutor" com desdém.
Sue olha do Harry para Katie, confusa. Em pouco tempo, os dois saem do quarto com a amostra do sangue.
- Vou levar a amostra para o laboratório. – Katie oferece.
- Está tudo bem. – Harry recusa. – Eu não preciso da sua ajuda.
- Eu não estou feliz com isso também. Mas acho que deveríamos aproveitar o máximo de tempo juntos que temos, já que você não vai mais ser um médico em breve.
Toda a raiva e magoa ferve dentro de Harry.
- Eu não tenho tempo para isso. – ele se controla ao limite, se afastando com a amostra e cerrando os dentes em frustração.
Quase explodiu com ela e ia ser pior. Ele precisa sair daqui.
...
Naquela noite, de volta ao apartamento.
- Nossa, cara. Essa foi minha maior atuação desde a peça da escola. – Sarah estava contando sobre o interrogatório.
- A própria Anna Shaffer te questionou? Foi assustador?
- Mais ou menos... Mas também foi divertido? – Sarah fala para Harry. – Ela falou que as pessoas dizem que sou próxima de você. Aí eu fiz aquela comparação da gente ser golfinhos e não tubarões, por isso nos damos tão bem. Ela ficou confusa com o termo e eu expliquei que nenhum de nós dois tinha interesse de ferrar com outros Internos para passar por cima deles. Que você é uma pessoa muito moralista.
Sarah termina de contar que Anna quis saber como essa moralidade se aplicava aos pacientes do Harry, ao que a garota respondeu que se ele não ferrava com um Interno, ele nunca ferraria com um paciente, também.
- Algum de vocês se encrencou? – o cacheado se preocupa, olhando para os outros na sala.
- Ainda não. Ela não encontrou nada para nos incriminar, pelo menos. – Clare levanta o polegar em positivo e reconta a experiência dela.
Anna perguntou qual era a relação dela com o Harry. Clare, com suas palavras ousadas de sempre, falou que eles simplesmente compartilhavam um banheiro e a internet. Anna não pegou o sarcasmo e perguntou se não eram amigos, ficando surpresa com a resposta desapegada. A asiática respondeu:
- "Dra. Shaffer, eu vim para cá para aprender com os melhores médicos, não para competir pela Premiação de Amizade do Edenbrook".
- E você, Ed? – Harry se vira para o ruivo. – Você foi bem?
- Espero que sim... – ele sorrir e começa a contar. – Ela falou sobre eu ter mentido que Dr. Aoki precisava dela para algo urgente, mas quando chegou lá não tinha nada e foi direto ao ponto sobre por que você quis afastar ela do Simon Cowell. Aí eu fingi surpresa e tal. Falei "Harry? Ele não teve nada a ver com isso. Eu tive a ideia de te salvar por mim mesmo". – Ed faz uma voz mais afeminada para imitar a da Anna em seguida. – "Me salvar?" e eu fui sincero do Simon parecer um esquisitão, que pensei que ela precisava se livrar.
- Vocês são incríveis. – Harry acaba rindo do absurdo.
- Você teria feito o mesmo por nós. Todos sabemos disso. – Ed dá de ombros.
- Obrigado por me apoiarem, galera.
- Só temos sorte que não fomos todos suspensos. – Niall comentou pessimista.
- Então... Vamos falar sobre a outra coisa que aconteceu hoje? – Ed reconhece o elefante na sala.
- Está falando do Tomlinson se demitindo? – Clare acerta na mosca.
- O que fez ele sair do nada? Igual o Dr. Corden? – Niall estranha.
- Qual é, Harry, você deve saber de algo. – Ed tenta arrancar informações do amigo.
- Bem... – Harry abaixa o olhar, tristemente.
- Espera um minuto... – a ficha cai na cabeça do Ed. – Dr. Corden era o Paciente X, não era?
Não tinha mais motivo de esconder dos amigos, agora que acabou.
- ...Sim, ele era.
- Você sabia o tempo inteiro? E não nos falou?
- Eu queria contar, mas Dr. Tomlinson me fez prometer que manteria segredo. Era uma promessa muito séria para eu quebrar enquanto rolava. – ele se explica para Niall.
- Eu entendo. Não era seu segredo para falar para quem quisesse. – Sarah é compreensiva como esperado.
- Ah qual é – Clare suspira em meio ao riso. – Acho que o que os últimos dias nos ensinaram, é que seus amigos também podem guardar segredos.
- Caramba, você teve um dia em tanto, Harry. – Ed nota agora que todas as cartas estão expostas na mesa. – Você está aguentando firme?
- Estou bem. Mas acho que quero usar nosso dia de folga de amanhã para ficar o mais longe do hospital possível.
- Por que não vamos todos para uma viagem no Vinhedo da Jennifer? – Sarah dá a ideia.
- Não é para lá que pessoas velhas e ricas vão? – Clare indaga.
- E pessoas jovens pobres que querem beber na praia e alugar um barco.
- Parece perfeito. – Harry concorda em ir.
...
Sarah senta na cama de Harry com Rocket no colo enquanto o rapaz abre o armário.
- Se lembra que vamos andar de barco, então tem que ser uma roupa náutica.
- Devo usar um chapéu de capitão? – Harry brinca.
- Ou qualquer coisa que vai te deixar fofo num barco.
Harry põe um short jeans claro com cinto de couro marrom, relógio de pulso, pulseira e anéis que combinam com o look. Uma camisa azul escuro com bolinhas brancas, os primeiros botões abertos revelando o peitoral e as mangas enroladas nos cotovelos.
- Super fofo. – Sarah aprova. – Não é, Rocket?
Rocket olha sem fazer som algum, mas está contente no colo recebendo carinho.
- Agora, vamos lá pegar essa balsa! – ela levanta da cama.
...
Depois da carona de balsa, Harry anda pela praia, aproveitando o calor do sol na pele. Pelo menos quando vai para a praia, ele consegue pegar uma cor e ficar bronzeado. Os fios no cabelo ficam até mais claros.
- Aqui estamos! – Niall anuncia o óbvio.
A casa azul que alugaram está de frente para o mar.
- Bom achado, Niall. – Clare elogia a escolha.
- O poder de filtros de busca e padrões altos.
- Que dia incrível! – Sarah respira o ar fresco com os braços abertos. – Sabe quem apreciaria um dia como esse, Ed? A Cherry.
- Oh... Hm... – o ruivo fica sem jeito com a menção da vizinha. – Tenho certeza que ela não quer sair comigo.
- Com certeza tive essa impressão quando ela me perguntou de você na lavanderia ontem. – Sarah cantarola como quem não quer nada.
- Okay... – Ed sorrir bobo, se sentindo mais confiante. – Vou mandar uma mensagem para ela.
...
Mais tarde, eles vão para as docas. O oceano brilha na luz do sol, batendo na casca do barco suavemente.
- Todos abordo! – Niall se faz de capitão.
Harry ajuda ele a entrar e vai atrás, seguindo as instruções do irlandês que faz o barco partir pelo mar. O cacheado inspira o ar salgado e solta um suspiro feliz.
- Isso é exatamente o que eu precisava.
Harry olha para os amigos. Ed está reclinado debaixo do sol, uma revista em quadrinhos aberta no colo. Niall está assobiando sozinho no leme enquanto Sarah passa o protetor solar. Harry se senta do lado do ruivo, que está concentrado na revista. Goose está aninhado na curva do braço dele.
- O que você está lendo?
- O Totalmente Incrivel Hulk #22. – Ed mostra a capa. – A Cherry emprestou para mim.
- A mesma garota que você não quis convidar para cá antes? – Harry provoca.
- Eu só não quero que... Sabe... – Ed mostra a insegurança, gesticulando para a cadeira de rodas que está dobrada contra o mastro. – Eu não quero ser um fardo.
- Aw, Ed. – Harry não gosta de ver o amigo se colocando para baixo com coisas que não são verdade. – Você não é um fardo. Para ninguém.
- É de boa quando estou por mim mesmo. Eu já sei minha rotina de cabeça. Eu sei onde posso e não posso ir. Mas quando você está com alguém... Eu já namorei antes. – revela. – Eu já vi a expressão no rosto de alguém quando não podem fazer algo por minha causa. Vamos só resumir que às vezes eu dou mais trabalho do que vale a pena.
- Ed, você é encrenca. Mas vale cada centavo. – Harry flerta, arqueando as sobrancelhas exageradamente.
- Idiota, você é meu amigo. Você é obrigado a dizer essas coisas. – ele acaba rindo mesmo assim.
- Eu sou obrigado a dizer que curti quando você nos fez assistir uma maratona de filmes da Marvel. Mas sobre você valer cada centavo, eu digo porque quero.
...
Após o pôr do sol, Harry e os amigos sentam ao redor da fogueira, aproveitando as cervejas e hambúrgueres que acabaram de ser grelhados. Uma figura anda pela praia e quando se aproxima, o cacheado nota que é a Cherry.
- Ei, galera... Ei, Ed! – ela cumprimenta o ruivo individualmente. – Gostei do que fizeram aqui.
- O-oi! Você conseguiu vir. – Ed fica aliviado.
- Pega um lugar, Cherry! Tem espaço aqui. – Sarah se arrasta para mais perto de Harry, abrindo um espaço do lado do Ed.
Cherry senta perto do Ed, os joelhos se encostando e ela cora.
- Eu acabei aquela edição da revista do Totalmente Incrível Hulk hoje! – Ed puxa conversa.
- Ótimo! Eu tenho a próxima edição na minha casa, se você quiser ir lá e pegar emprestado alguma hora.
- Claro! Ou você pode só deslizar ela por baixo da nossa porta. O que for melhor para você, não quero te incomodar nem nada assim. – a insegurança dele toma de conta de novo.
Sarah faz careta e se inclina para Harry:
- Isso é doloroso de assistir. Precisamos ajudar ele.
- Como?
- Poderíamos jogar alguma coisa e fazer eles serem parceiros de time? – Sarah sugere.
- Tipo charadas?
- Perfeito! – Sarah se empolga. – Nada tira Ed da concha como um jogo.
- Está bem óbvio que eles gostam um do outro, mas você tem razão. Não acho que Ed vá tomar atitude se a gente não intervir. – Harry limpa a garganta, chamando a atenção de todo mundo. – Quem quer jogar charadas?
- Parece ótimo. – Cherry olha para Ed. – Você quer?
- Eu? Hã... Claro, legal.
- Faremos três times de dupla. Ed por que você não faz par com a Cheery? – Harry não se preocupa em ser muito sútil.
Ed dá um olhar nervoso para Cherry.
- Eu e Sarah, Clare e Niall. – Harry decide as últimas duplas.
- Eba! Vamos chutar umas bundas. – Sarah bate na mão do melhor amigo em parceria.
- Eu e Niall vamos limpar o chão com vocês, perdedores. – Clare bate na mão de Niall.
- Será um banho de sangue. – o irlandês concorda.
- Gente, é só charadas. – Sarah arregala os olhos e rir.
- Sim. E você já nos conheceu? – Clare rebate, dando língua para ela.
- Escrevam suas pistas aqui. – Niall rasga papeis do caderno de estudo que ele trouxe.
O silencio prevalece enquanto os times pensam em boas charadas. Harry dá uma olhada em Ed e Cherry que estão sussurrando um para o outro, bem próximos.
- A gente deveria fazer algo romântico para eles.
- Titanic. – Harry pensa no clássico com a ideia de Sarah, escrevendo no papel.
- Essa é boa!
Harry escreve mais algumas ideias e as joga dentro de um saco vazio de batatinhas. O jogo começa e Harry se reclina, aproveitando o show. Rindo e fazendo barulhos enquanto Niall atua a entrada de Friends. Clare faz mímica de uma dança da Cardi B e Sarah finge jogar uma bola na cesta como...
- Michael Jordan! – Harry adivinha.
Eles riem e passam as cervejas de um lado para o outro enquanto as rodadas continuam. Até que finalmente... Ed pega um papel do saco e cora um pouco. O amigo reconhece a letra de Harry, encontrando o olhar dele e revirando os olhos, fingindo que não liga.
- Tenho um pressentimento que esse vai ser bom. – Cherry diz pela reação dele.
- Aguarde. – Harry dá um sorrisinho.
Primeiro, Ed finge estar se afogando na água. Depois ele faz o formato de uma tábua ao redor da Cherry e finge que não consegue se encaixar do lado dela. Cherry fala sobre portas e peixes, mas não chega perto de Titanic. Sarah dá um sorrisinho também. A dupla de melhores amigos notou que Cherry já matou a charada, mas está tirando sarro com Ed.
Por fim, Ed vira Cherry para a direção do oceano, faz ela abrir os braços e a abraça por trás. Cherry se faz confortável no colo do ruivo, o vento da praia passando pelo cabelo dela. Ela sorrir e olha para Ed por cima do ombro.
- Titanic, não é? Bom trabalho.
Os amigos aplaudem e comemoram, Ed e Cherry sorrindo um para o outro, os rostos próximos. Clare faz assobios de provocação:
- Vamos, leão, o que está esperando?
- Eu, hã...
Rindo, Cherry se inclina e beija Ed na boca, interrompendo o nervosismo dele de falar.
- Eu sinto como se tivesse esperado 84 anos por isso. – Sarah faz o trocadilho.
- Finalmente! – Clare sorrir largo.
Ed e Cherry prolongam por um momento, aproveitando o primeiro beijo antes de separar.
- Outro ponto para a gente. – Cherry conclui.
Harry sorrir para Ed quando Cherry se senta do lado dele, a mão cruzada com a do ruivo no colo do mesmo.
...
Um tempo depois, Harry se deita na areia enquanto o fogo está queimando baixo, deixando o som das ondas e das vozes dos amigos o levarem longe da dorzinha chata e constante ao redor do coração desde que viu um certo alguém dar as costas para o hospital. Incerto de quando o veria de novo, se realmente aconteceu ou foi um pesadelo. Se o veria de novo.
- Harry, posso falar com você por um segundo?
- Claro... – Harry abre os olhos para a voz de Ed e se senta. – O que foi?
- Você... Fez isso de propósito? Fazer a Cherry me beijar?
- Eu? – Harry usa da falsa inocência, mas logo admite. – Culpado. Eu e Sarah. Você acha que não deveríamos? – se preocupa.
- Não, não...
Tem algo que Ed não está falando e Harry põe uma mão no ombro dele.
- Ed, tudo que fiz foi escrever o nome de um filme com uma boa cena de beijo. E claro, os outros ajudaram se fazendo de sonsos. Mas foi a Cherry que tomou a iniciativa. Sabe por quê?
- Tô achando que "porque foi pressionada" é a resposta errada.
- Sempre soube que você era esperto. – Harry pisca para ele.
- Bem, obrigado pelo encorajamento de qualquer forma.
...
De volta no Edenbrook, no fim de tarde do dia seguinte.
- Styles, nós temos mais resultados dos exames do Alfred. – Katie entrega os papéis para ele.
Harry lê os resultados e suspira.
- Negativo de novo? Ele não ingeriu nada, tocou em nada, contraiu um parasita, nada? O que você acha que tem de errado? – ele se mantém aberto para as sugestões dela.
- Você está perguntando para mim?
- Sim, você está sendo minha babá, não é? Então seja a babá.
- Estou tentando, okay? Eu achei que era um parasita... Mas estava tão errada quanto você. – ela desanima. – Acho que nenhum de nós dois mereceu ser número um—
Katie se interrompe e os dois analisam um ao outro. E então, Katie pega os papéis da mão de Harry, se afasta e marcha para longe. Não tem muito tempo, Harry soube que Niall foi chamado para falar com Anna de novo.
As margens da Vinheda de Jennifer parece ter acontecido um tempão atrás ao que Harry olha pela janela do pequeno Alfred.
- Mamãe, ainda estou com frio. Pode me abraçar?
- Claro, meu anjo. - Sue o abraça.
- Eu... Não consigo ajudar ninguém. – no fundo da cabeça, Harry se pega querendo seguir Louis para fora daqui e nunca mais voltar.
Ele balança a cabeça para afastar o pensamento e se força a continuar em frente. Ele precisa ser forte. Sobrecarregado, Harry vira um corredor e esbarra na Clare. A mulher já estava se irritando e mandando a pessoa olhar por onde anda, mas parou ao reconhecer Harry.
- Harry? O que foi com seu rosto? Você está doente? – ela se preocupa.
- Não. Eu estou triste. – admite. – Eu... Eu não consigo ficar aqui.
- Okay, hã... – Clare olha em volta. – Aguenta um pouco.
...
Eles vão para a sala de médicos de plantão. Harry se senta do lado da amiga na cama de baixo da beliche enquanto finalmente desabafa.
- Eu não consigo parar de pensar sobre tudo. A pobre sra. Martinez e a investigação da morte dela... Me perguntando se ainda terei uma carreira no final da semana... Se ainda mereço ter uma. O diagnostico do Dr. Corden, o Dr. Tomlinson saindo do hospital, Katie provavelmente me sabotando em cada coisa... E agora essa doce criança que não consigo diagnosticar. Eu sinto como se tudo estivesse se desabando ao meu redor.
- Por que você não falou para ninguém que estava passando por tantas dificuldades? Por que fingir que estava dando conta?
- Porque bons médicos dão conta de qualquer coisa que jogam neles. E eu quero muito ser um bom médico. – murmura, se sentindo patético.
- Você já é um bom médico, seu idiota. – Clare é do tipo que se irrita quando se preocupa com os amigos e os vê se colocando para baixo, mas se bem que ela é o tipo que se irrita por qualquer coisa. – Você é o melhor estagiário e Interno desse hospital. Todos os Atendentes estão matando para te ter no serviço deles.
- Não importa. – Harry dispensa tudo que ela diz, a auto-estima muito abalada para conseguir acreditar. – Eu não sei se consigo continuar com isso. É muito peso. Se Louis Tomlinson saiu, que chances eu tenho?
- Quero dizer, sei que você era fã e tal, mas apostando minha grana, o cara era superestimado.
Harry faz um bico involuntário, pronto para defender Louis e listar todas as coisas incríveis que ele fez como médico e contribuiu para a medicina moderna desde cedo, a pessoa maravilhosa de coração de ouro que é e o exemplo de homem raro bom por quem se apaixonou. Mas está tão desanimado que saber de tudo isso dentro de si basta.
Clare aperta o braço do amigo, o encorajando a olhar para ela. Os olhos determinados.
- Não me faz ficar mole contigo, Harry. Eu nunca vou te perdoar.
Harry ignora e abraça ela, procurando conforto na amizade de Clare.
- Só para constar que você está recebendo um abraço por estar muito triste. – ela fala isso, mas a voz tem um sorriso que Harry não consegue ver. – Escuta, Harry. Vou ser direta com você por um momento, como você sabe que sou.
- Okay...
- Eu te conheço. Você não é alguém que vacila sob pressão. Então, acho que você está se enganando com tudo.
- Me enganando com o quê? – ele não entende.
- Você ainda acha que não foi feito para isso. Você achou isso na primeira semana e posso ver que está achando isso até agora. Você duvida de si mesmo, Deus sabe por quê. E você tem carregado isso com você do inicio. Mas você é um ótimo médico... Até melhor do que eu. – Clare põe o orgulho de lado, dando prioridade para o amigo.
- Obrigado, Clare. – ele aprecia as palavras, sabendo que ela não falaria isso tão fácil em outras circunstancias.
...
Um pouco depois, Harry está perdido em pensamentos ao ler os resultados do teste do Alfred de novo.
- O que poderia ter feito isso com você, Alfie? O que teria te invadido? – ele pensa em diagnósticos atrás de diagnósticos, mas acima de tudo, as palavras da Clare ecoam na mente dele.
"E você tem carregado isso com você do inicio".
- Ai meu Deus. – Harry percebe duas coisas.
...
Harry está com Katie no quarto do Alfred, explicando a descoberta.
- Você quer dizer que sabe qual o problema com meu anjinho? – a mãe fica esperançosa.
- Alfie não está doente por uma causa externa, como algo que comeu ou tocou... – Katie começa, anteriormente tendo discutido com Harry sobre o que ele concluiu.
- É uma causa interna.
- O que quer dizer? – Sue inclina a cabeça para Harry. – Algo que já estava dentro dele? Como algo genético?
- Nada do tipo. – Harry descarta e senta do lado de Alfred. – Sabe, Alfie, todos temos vários tipos diferentes de bactérias no nosso sistema digestivo.
- Na minha barriga? – o garoto fica boquiaberto. – Bactérias não são ruins?
- Algumas são suas amigas. Elas vivem com você em harmonia. Você precisa de muitas delas para digerir a comida, ficar forte e grande.
- Mas quando você começou a tomar antibióticos umas semanas atrás, a azitromicina fez mais que o trabalho dela e atacou as bactérias boas também. – Katie continua.
- Ai não! – Alfred se espanta.
- E é por isso que ele está tão doente? Por causa de boas bactérias? – a mãe fica um pouco duvidosa.
- Exatamente. – Harry afirma. – As bactérias boas começaram a soltar toxinas como mecanismo de defesa. Isso que está intoxicando o Alfie.
- Me desculpa, bactéria. Eu não quis te atacar. – Alfred pede desculpas olhando para a barriga.
- Como fazemos isso parar?
- Infelizmente, não tem como reajustar a bactéria. – Katie responde Sue. – Foi só uma deformação que o atacou, uma de várias. Então a digestão dele ficará bem quando a matarmos.
- Matar? Meus amigos bactérias? Mas... Não é culpa deles. – Alfred fica com pena.
- Não é sua culpa também. – Harry o conforta. – Duas coisas só não conseguem coexistir em paz.
- Mesmo se tudo começou por um engano. – Katie finaliza.
...
Harry sai do quarto com Katie. Quando ficam a sós, ela se vira para o cacheado.
- Eu não entendo. Por que você me trouxe também?
- Você é minha parceira no caso. – Harry dá a resposta óbvia.
- Você poderia ter ganhado os créditos sozinho. Ter voltado para a lista branca dos residentes. Qual é a do braço a torcer?
- Eu sei que você não foi a pessoa que me dedurou para sua tia.
Katie se inquieta e cruza os braços, tentando não trair os sentimentos.
- Como sabe?
- Porque percebi quem foi. No final, todos temos os piores inimigos próximos da gente. – Harry se afasta, andando rapidamente para o vestiário.
Com cada passo, ele sente uma mistura de raiva e paz... Paz em finalmente enxergar a verdade. Harry entra no vestiário, o sangue correndo frio ao ver a pessoa encurvada no banco amarrando o sapato, as costas para ele.
- Foi você. Você falou para a família da sra. Martinez.
Niall pausa, o sapato ainda desamarrado. Ele se levanta e se vira para encarar Harry.
-...É claro que falei.
~o~
No próximo episódio: traído por um amigo próximo, a carreira de Harry está em perigo. Com Dr. Tomlinson fora, quem vai o ajudar? Depois do resultado de um desastre, o hospital está cheio de pacientes que precisam do Harry. Ele pode decidir de quem cuidar e quem colocar de lado?
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