12. Panacea
Uma boa palavra para descrever o que está por vir nos próximos capítulos seria... Turbulento. Se preparem, amores. Tenham uma boa semana e não esqueçam de beber água e se alimentar direito.
Nomes e estrelinhas:
NathaliaUmer (), AnaCampos376, paynosa (), Gabilitz_ (), kinghouis (), SweetMilleh (), FellUp28, SoutJB, Tomlinson28_jho (), Larrynteligente, OhShitLarry (), lgbtopaz, endxftheday (), Tommo_67 (), hazzalostgirl (), hwithlv (), ACat1615 (), LailaRegina, thelouiekid, AnaBelissimo, HoneyOliver, Rafaelly1210 (), laraa_DJS2 (), Judithfranca (), mocinhamends, rosetolarry, rainbowladie (), smlunax, SebastianLouLou, Rayanefloripa, larrysgocrazy, GiPatricia
Boa leitura, Interns.
~o~
Na semana seguinte, Harry sai do quarto de um paciente e vai atrás de uma enfermeira.
- Oi, Jade, você pode—
A enfermeira passa direto, como se não tivesse o escutado.
- Ah, acho que ela está ocupada. – Harry põe um sorriso de novo quando encontra Perrie. – Ei, Perrie. Poderia—
Perrie o ignora também.
- O que diabos está acontecendo?
- Calma. – Katie viu a situação e se aproximou. – Os enfermeiros não vão deixar seus pacientes morrerem só porque te odeiam.
- Eles me odeiam? Desde quando? – Harry fica confuso. – É assim que era para você? Me fala como você consegue lidar.
- Francamente, não poderia me importar menos do que ninguém pensa de mim. Meus pacientes, os enfermeiros e muito menos você. Então, como você que precisa que todos te amem, soa como um problema seu. – ela responde calmamente. – Vai reclamar para o Tomlinson sobre isso. Já que você é o favorito dele e tudo o mais... - Katie passa por Harry, segurando a prancheta.
Harry olha ao redor e avista Mitch vindo pelo corredor. O cacheado se aproxima e Mitch olha os arredores nervosamente.
- Mitch! Oi! Finalmente um rosto amigável.
- Perdão, Harry. – Mitch o dispensa, frustrado. – Mas nenhum de nós deve sequer falar com você a não ser que tenha uma emergência.
- Mas, eu nem sei o que fiz de errado! – se sente perdido, querendo entender.
- Bom... Alguns enfermeiros escutaram que você tem falado mal do trabalho que a gente faz.
- Quê?! – a voz afina. – Eu nunca faria isso!
- Eu sei. – Mitch assente, confiando no amigo. – Mas não posso ficar do lado de um médico contra os outros enfermeiros. Vai melhorar logo, prometo.
- Eles disseram de quem escutaram isso? – Harry investiga.
- Não faço ideia. Mas você sabe como são as fofocas de hospital. Eu vou te contar se eu descobrir... Boa sorte.
...
Depois do trabalho, Harry mandou uma mensagem para os amigos o encontrarem no Rendezvous. Eles chegam um por um e se juntam a ele na mesa.
- Como foi lidar com um expediente inteiro sem a ajuda dos enfermeiros? – Zayn pergunta, pois o cacheado já tinha os colocado por dentro.
- Um pesadelo. – Harry suspira. – Eu já apreciava eles antes, mas isso atingiu um nível totalmente diferente hoje.
- Algo estranho está acontecendo, com certeza. – o moreno semicerra os olhos em suspeita. – Seu pager perdendo mensagens, fichas se perdendo, agora rumores sobre você para irritar os enfermeiros?
- Para mim está óbvio, alguém está sabotando o Harry. – Clare declara.
- Sabotando? – Sarah arregala os olhos. – Mas quem iria comprometer os pacientes assim?
- É exatamente isso. Não está colocando os pacientes em risco... – Niall a faz pensar de novo nas ocorrências listadas. – Só está piorando a imagem do Harry.
- Ainda assim, isso é tão errado. – Ed reclama.
- Eu vou ficar bem, desde que eu tenha todos vocês do meu lado. Eu sei que digo muito isso, mas não teria chegado tão longe sem vocês. E isso vale mais ainda agora. Hoje mesmo a Sarah pediu um monte de coisas para os enfermeiros no nome dela por mim.
- Toma cuidado para eles não descobrirem, Sarah!
- Vou ficar bem. O Mitch está nos apoiando. – ela dá de ombros para o alerta de Niall.
- Que bonitinho. – Clare sorrir para a amiga.
- Temos que descobrir quem está por trás disso. – Ed retorna para o assunto.
- Sim, me falem quem preciso socar. – Clare faz cara feia.
- Eu aprecio a ajuda... Mas não foi por isso que chamei vocês aqui. - Harry respira fundo e muda o tópico. – Então, lembram como a Panacea Labs recusou providenciar o remédio que poderia curar a sra. Martinez? O que se chama "V-2706"?
- Sim. – Niall entorta a boca. – Você acha que eles querem continuar ganhando dinheiro vendendo o remédio que controla os sintomas, no lugar disso.
- É tão triste, eu queria que a gente pudesse dar o remédio para ela de qualquer forma. – Sarah resmunga.
- Bem, eu estive pensando bastante nisso e... É exatamente o que vou fazer.
- Espera... Está falando sério? – Ed se impressiona com a decisão do cacheado.
- Quem diria que Harry era tão fodão? – Clare aprova.
- Mas você não pode! – Niall reage negativamente. – Se te descobrirem, você vai arriscar toda sua carreira!
- Que bom que não está nos planos eu ser descoberto. – Harry suspende a sobrancelha para enfatizar. – Se ficarmos quietos, vai só parecer como se ela tivesse melhorado sozinha.
- Não tem histórico de um paciente de Rhodes só... Ficando melhor. – Niall põe aspas no final.
- Poderia ser um milagre da medicina! Eles acontecem o tempo inteiro.
- Não! Sempre tem uma explicação para tudo! – Niall rebate as palavras de Sarah. – Isso é loucura! Você mesmo falou, tem 40% de chance da sra. Martinez morrer.
- Ela sabe... E ela ainda quer tentar. – Harry garante da conversa que teve com ela.
- Mas como você vai conseguir o remédio? – Sarah se atenta nesse detalhe. – Se a Panacea já rejeitou o pedido...
- Simon Cowell vai estar no Edenbrook amanhã para negociar um contrato exclusivo com a equipe de diagnósticos. – dá a informação que tem. – Ele carrega uma maleta com amostras de todos os produtos da Panacea. Tudo que tenho de fazer é pegar a maleta e extrair uma dose da amostra. - conta o plano que criou.
- Uou. – Zayn fica boquiaberto, achando extremo até para ele que viu o lado rebelde e aventureiro do amigo mais que os outros.
- Você quer roubar de um executivo da farmácia? Você só pode estar—
- Estou dentro. – Clare fala por cima do Niall, empolgada.
- Sério? – Harry quer confirmação.
- Claro. Você vai precisar de toda a ajuda que conseguir. Mas se der errado, eu não sei de nada.
- Dois. – Zayn levanta a mão. – Isso parece muito divertido para eu deixar passar.
- Eu quero que a sra. Martinez veja Paris, então também estou dentro. – Sarah também levanta a mão.
- E eu. – Ed levanta a mão como eles. – As empresas de farmácia não deveriam brincar de Deus.
A mesa inteira olha para Niall, esperando a resposta dele. O irlandês olha para Harry, os olhos implorando.
- Não posso me envolver nisso, Harry. Você está indo longe demais.
- Talvez eu esteja. – reconhece. – Eu entendo se você não puder ajudar. Você tem que fazer o que acha ser certo. Nós dois temos.
- Você pode escutar a si mesmo? – Niall fica incrédulo. – Isso não é um argumento com dois lados! Eu estou fazendo o que é certo. Legalmente e moralmente.
- Ah, Niall... – Sarah o entende, mas não consegue ter a mesma opinião.
- Por favor, reconsiderem isso, gente. Sra. Martinez está bem. Ela está viva e pode ficar viva por anos!
- Forçada a passar todos os dias aqui, presa pelo próprio tratamento? Que tipo de vida é essa? – Harry rebate.
- Só... Por favor, pensem duas vezes, okay?
Niall vai embora do bar. Harry assiste ele ir, desapontado.
- Vocês acham que o Dr. Tomlinson nos ajudaria? – Sarah pensa alto. – Ele tem um ponto fraco pela sra. Martinez... E por você. – olha para Harry.
- Eu pensei em perguntar para ele. – Harry tinha considerado. – Mas ele tem outras coisas na cabeça para se preocupar.
- Então, como vamos fazer isso? Você fez os planos? – Clare indaga.
- Para falar a verdade, tenho alguns. – Harry sorrir e recebe um de cumplicidade dos outros.
...
No dia seguinte, Harry se demora no átrio até Simon Cowell chegar no hospital, a maleta de amostras por baixo do braço.
- Ah, Edenbrook... Veni, vidi, vici. – Simon fala sozinho.
Harry manda mensagem para os amigos.
Harry: ele está aqui. Ed, sua vez.
Anna vai até o homem, os saltos ecoando pelo átrio. Ela cumprimenta Simon com um sorriso digno.
- Sr. Cowell, bem-vindo. Se puder me seguir para a sala de reunião...
- Eu te seguiria até o fim do mundo, Anna.
Enquanto seguem para o final do corredor, Harry consegue escutar Anna murmurar "Babaca". Ele os segue a uma distancia, até que Ed aparece em cena.
- Dra. Shaffer! Desculpe, mas o Dr. Aoki me mandou. Ele falou que é urgente! Não dá para esperar!
- É melhor eu ver do que isso se trata. Se importaria de me aguardar, sr. Cowell? – Anna pede licença.
- Por você? Para sempre e mais.
Anna se afasta, deixando Simon sozinho no corredor. Ele põe a maleta no chão para checar o celular.
Abriu a oportunidade para colocar um dos planos em ação. Se ele não tivesse soltado a maleta, iriam com o plano B do Zayn dar um jeito de levar o Simon pro banheiro. Harry manda outra mensagem.
Harry: Clare, troca as maletas!
Momentos depois, Clare vira no corredor, empurrando um paciente num cama de hospital direto na direção do Simon.
- Ei, senhor! Mexa-se! Você está bloqueando o corredor!
- Um simples "licença" teria resolvido. – Simon dá um passo para trás de mal gosto.
Enquanto Clare empurra o paciente por ele, uma mão sai de debaixo da cama e numa rapidez, troca a maleta por uma idêntica. Harry pega um relance da Sarah escondida. Ela sorrir e dá um joinha para o melhor amigo.
Harry entra num armário de suprimentos, segurando a porta para Sarah sair da cama e se esconder dentro do local enquanto a Clare passa.
- Conseguimos! – ela dá a maleta para Harry.
Harry abre a maleta e a encontra lotada de frascos e potes de pílulas. Ele checa os rótulos.
- V-2706, V-2706... Aqui!
Sarah dá uma seringa nova para ele. Harry a mete no frasco e suga gentilmente. O liquido azul preenche a seringa.
- Ótimo! Vamos devolver essa maleta para ele antes que note. – Sarah fica esperançosa para o fim do plano.
Harry fecha a maleta do jeito que estava e sai para o corredor, onde vê Simon se afastando com a maleta falsa.
- Ai não! Sarah, segue ele e troca as maletas quando puder. Eu vou atrapalhar ele.
Conhecendo bem o labirinto dos corredores do hospital, Harry vai pelo outro lado, correndo pelo caminho mais longo. Ele não para até colidir contra Simon na virada do corredor, derrubando a maleta.
- Você de novo!
- Sr. Cowell! – Harry se faz de surpreso. – Me desculpa.
Com o canto dos olhos, Harry vê Sarah trocando as maletas atrás das costas do homem.
- Vocês não olham por onde vão? É uma casa de loucos aqui! – Simon pega a maleta oficial e desvia de Harry, irritado.
- Ufa. – solta a respiração. – Bom trabalho, Sarah. Essa foi por pouco—
Harry se vira, dando de cara com Louis o encarando, um olhar duro e braços cruzados.
- Dr. Tomlinson! – Sarah balbucia. – Oi!
- O que está acontecendo aqui? Vocês acham que não vi seu pequeno truque de magica?
- Dr. Tomlinson, eu preciso que você confie em mim. É melhor se você não descobrir. – Harry implora.
- Melhor eu não descobrir? Eu prometo que esse literalmente nunca foi o melhor caso.
Harry e Sarah trocam olhares preocupados.
- Por favor, Dr. Tomlinson. – Sarah pede. – Dr. Styles está fazendo a coisa certa.
- E o que, segundo vocês, seria isso?
- O que for preciso. – Harry olha significativamente para o mais velho, sabendo que ele entenderia essas palavras.
- Eu... – um flash de entendimento brilha nos olhos azuis, mas fica relutante.
- Tomlinson? – Simon voltou. – Aconteceu algo?
Louis se vira para ver o homem se aproximar, os olhando em suspeita.
- Você deveria estar indo para a reunião também, não é? É a sua equipe de diagnósticos, afinal. Qual a demora?
Louis olha de Simon para o Harry.
- Estou indo. – ele segue Simon, olhando por cima do ombro para Harry, inquieto.
...
Tendo se safado até então, Harry e Sarah se encontram com o restante dos amigos esperando por eles na sala de plantão.
- E? A gente conseguiu? – Zayn pergunta.
Harry mostra a seringa do V-2706. Clare esmurra o ar em comemoração e Ed bate na mão de Harry.
- Isso aí, caralho. – Clare sorrir largo.
- Deus, isso foi divertido. – Ed ainda sente a adrenalina.
- E agora faremos o sonho da sra. Martinez se realizar! – Sarah fica mais feliz com isso.
- Você quer que a gente vá com você? – Zayn dá a opção para Harry.
- Não. – Harry diz firmemente. – Se eu for pego, eu fui o único que usei o remédio. Não quero que nenhum de vocês se prejudique comigo.
- Fala para a sra. Martinez que estamos todos torcendo por ela, tá? – Clare acena para o cacheado quando se separam.
...
A sra. Martinez levanta o olhar para a porta quando Harry entra, esperançosa.
- Chegou a hora?
- Se você quiser. – Harry reforça que ela tem uma escolha, mostrando a seringa.
O rosto dela se derrete num sorriso grande e lindo.
- Mas sra. Martinez, eu realmente tenho que te lembrar do quanto estamos botando em risco. Tem 40% de chance de você morrer.
- Harry, eu faria com 99% de chance de morrer, no lugar de passar mais dez anos nesse hospital. Ter só 1% de chance de explorar o mundo... De finalmente estar na escadaria da Sacre-Coeur... Eu daria tudo por isso.
Harry compreende. Ele levanta a manga da roupa hospitalar da sra. Martinez, preparando a pele dela para a injeção. O estagiário posiciona a seringa. Ela fecha os olhos. O liquido é injetado.
...
Nos dias seguintes:
- Não posso crer! – Yen diz em choque. – Sua contagem de células brancas do sangue aumentaram!
- Mesmo? Isso é bom? – sra. Martinez finge não saber.
- É... Impossível! – enquanto Chalotra inspeciona a ficha de novo, a sra. Martinez encontra o olhar de Harry e pisca.
...
- Eu não compreendo, Dra. Shaffer. – Yen se mostra pasma. – Se ela continuar melhorando desse jeito, talvez nem precise mais do tratamento.
- Após nove anos nos nossos cuidados? Isso parece... Implausível. – Anna também não compreende. – Fique de olho nela.
...
Harry e Sarah esperam ansiosamente enquanto Louis avalia o último checkup da sra. Martinez. O médico Atendente assente consigo mesmo.
- Muito bem. Uma semana sem o tratamento e os números dela não desceram. – Louis sorrir para Harry. – Tudo certo, Novato. Pode dispensar a sra. Martinez.
- É isso? Nove anos e só vamos a colocar para fora? – Sarah se impressiona.
- Esse é o trabalho, Dra. Jones. A gente cura e depois libera. Embora... – com um cintilar nos olhos, Louis olha para o quarto da sra. Martinez, onde ela está lendo um livro para aprender a falar francês enquanto arruma as coisas. – Eu acho que algumas pessoas do hospital iriam querer se despedir.
- Como uma festa de despedida! – Sarah tem ideia. – Após nove anos, todo mundo aqui ama ela! Poderíamos chamar o hospital inteiro para uma despedida.
- Ela com certeza amaria isso. – Harry aprova a ideia.
- Eba! Vou contar para todo mundo. – Sarah se encarrega. – Vai ser uma surpresa! O coração dela aguenta surpresas?
- Ela é uma idosa barra pesada e ainda por cima, está melhorando. – Louis assegura. – Além do mais, com todas as pegadinhas ao longo dos anos, ela que nos deu ataques cardíacos. Vou te ajudar a reunir todo mundo.
...
Depois de preparações na correria, Harry vai para o quarto da sra. Martinez. As últimas coisas foram guardadas e ela está sentada na cama, lendo o livro.
- J'aime lire avec mes chats. – ela recitava em voz alta e notou a presença do médico. – Ah, Dr. Styles! Sabia que chat é gato? Veio para um chat? - faz o trocadilho.
- Eu vim para te falar que você está dispensada do hospital.
- Buenos Aires, Paris, Delhi, Beijing... Se preparem! Estou a caminho! – ela se anima.
Harry a guia para fora do quarto no corredor, carregando algumas das coisas.
- Meu querido, esse não é o caminho para a saída. Você não está perdido de novo, está?
- Ah! – Harry dá um sorrisinho. – Acho que estou.
- Não, não está. – ela sorrir também. – Posso ser velha, mas ainda sou esperta. Você está armando alguma coisa!
- Sra. Martinez, eu quis reviver algumas memorias. – ele dá de ombros, mantendo a surpresa em segredo. – Edenbrook foi uma parte tão importante na sua vida. Não acha bom lembrar de cada coisa?
- Como a vez que troquei o açúcar do Dr. Aoki por sal... Acho que nunca o vi tão vermelho. – conta, rindo.
- Eu teria pagado para ver isso.
- Dra. Chalotra achou que adicionou um sabor único no café dela. – sra. Martinez reconta outras historias enquanto os dois andam pelo corredor.
Quando chegam na cantina, está lotada com todos os amigos e conhecidos.
- Surpresa! – Yen grita, acompanhada pelos outros.
- Sim, sim, o que eles falaram. – Steve revira os olhos, mas está sorrindo.
- Surpresa, sra. Martinez! – Harry diz por fim. – Estamos tão felizes de te ver saudável o bastante para sair daqui.
O rosto da idosa se ilumina ao processar a transformação da cantina. Balões e fitas serpentinas decoram o local.
- O que... O que é tudo isso?
- Você tem sido parte desse hospital por anos. – Anna explica. – Queríamos te mandar embora propriamente.
- Eu só... – ela se emociona, sem palavras. – Do fundo do meu coração, obrigada.
- Você merece. – Harry sorrir gentilmente. – Tudo isso.
As pessoas do hospital se aglomeram ao redor da sra. Martinez para a desejar boas coisas. Harry assiste de longe, orgulhoso.
- Se divertindo, Novato? – Louis o encontra.
- Isso é melhor do que esperei. A sra. Martinez parece estar se divertindo também.
Ela estava falando com Liam e Katie agora.
- Eu tinha dito "casa do amigo", mas ele escutou "casa comigo"!
- E você realmente casou com ele? – Katie fica boquiaberta.
- Que historia romântica, sra. Martinez. – Liam rir.
- Espera até eu te contar da vez que eu e meu marido ficamos presos no museu a noite inteira em 1952...
Louis sorrir afetuosamente ao observar a sra. Martinez mergulhando fundo nas historias.
- Eu não vejo ela sorrindo tão verdadeiramente faz muito tempo.
- Não acredito que você conseguiu trazer esse tanto de gente.
- Foi fácil. – Louis dá de ombros. – Eu mandei mensagem no pager. A sra. Martinez esteve aqui há mais tempo que alguns de nós se tornaram médicos. Ela é o coração e alma do Edenbrook. E, Novato... Não ache que eu esqueci.
- Esqueceu o quê?
- O dia da reunião com Cowell. Eu sei que tem sua mão nisso. – Louis o olha de soslaio. – Talvez um dia você será gentil o bastante para me contar.
- Sim. Um dia...
- Psst! Harry! – Clare os interrompe, o chamando com a mão urgentemente do outro lado da cantina.
Harry pede licença e se junta ao grupo de amigos no canto.
- O que está rolando aqui?
- Não podemos mandar a sra. Martinez embora sem entregar um presente! – Sarah responde.
- Tem umas coisas na loja de presentes do hospital que acho que ela gostaria. Tem um diário legal que ela pode usar para registrar as aventuras. – Ed conta.
- Eles tem um mapa do mundo também. Ela pode marcar os lugares que visitar. – Clare une as mãos e dá pulinhos.
- Aaah! – Sarah imita ela. – Eu vi um chapéu de sol lindo.
- É perfeito. – Harry concorda com eles.
Depois de irem na loja, Harry e os amigos vão até a sra. Martinez com os presentes.
- Achamos que você iria gostar de levar essas coisas com você. – Harry entrega para ela.
- Que diário lindo! E esse chapéu... O mapa! – ela ama cada um.
- Você pode usar o chapéu nos lugares mais quentes, marcar todo canto que visitar no mapa e registrar sua jornada no diário, para depois lembrar das aventuras. - Ed descreve a utilidade que pensaram para cada um.
- Eu amei. Obrigada. – ela abraça eles. – Obrigada por tudo. Não acredito que finalmente posso explorar.
Anna limpa a garganta, fazendo todos a escutarem:
- Acredito que precisamos de um discurso para a sra. Martinez. Você tem sido a espinha dorsal do Edenbrook na última década. Eu lembro da minha residência de neurologia quando você chegou...
Nos próximos minutos, as pessoas ao redor da cantina fazem discursos das memorias mais afetuosas com sra. Martinez.
- Eu prometi que não choraria. A sra. Martinez tem sido um raio de luz na minha vida. – a Yen falava chorosa.
- Apesar do meu café estar a salvo de suas pegadinhas, eu sempre irei estimar esses momentos. – Steve falou em seguida.
- Se você tivesse um dia ruim, a sra. Martinez te animava com uma piada. – chegou na vez do Zayn.
Harry é o último a falar. Todos os olhos estão nele, que levanta a caneca do café.
- Todo mundo, levantem suas canecas e copos para um brinde. À sra. Martinez e à sua próxima grande aventura!
Eles berram com o brinde. Ed faz outro:
- À sra. Martinez, por nos mostrar que temos de seguir em frente.
Harry brinda com os copos perto dele e vê sra. Martinez enxugando uma lágrima.
- Obrigada, gente. Eu sou tão grata e feliz de ter amigos como vocês.
- Eu ainda não compreendo como você melhorou tão rápido, mas estou feliz de te ver sendo dispensada. E fui informada que sua carona chegou. – Anna dá a noticia.
- Maravilhoso! – sra. Martinez procura por Harry. – Dr. Styles, talvez você possa me acompanhar para descer.
- É claro, mas vamos trazer outra pessoa também. – Harry olha pontualmente para Louis.
- Oh, er... Certamente. – Louis diz sem jeito. – Se é o que você quer.
...
Eles passam pelas portas deslizantes automáticas, indo para o estacionamento.
- Por anos, eu mal pude esperar para ir embora, mas agora... Parte de mim vai sentir falta desse lugar horrível.
- Também sentiremos sua falta, sra. Martinez. – Harry rir.
- Seja bom com o Dr. Styles, Louis, querido. Você tem sorte de ter ele.
- O quê? – Louis fica envergonhado. – Quero dizer, eu...
- Fecha a boca, Dr. Tomlinson. Um rosto bonito desse não deveria parecer um peixe. – ela continua provocando.
- Vai em frente. Saia daqui. – Louis acaba rindo, balançando a cabeça. – Não deixa eu ver seu rosto por aqui de novo, entendido?
- Entendido, Louis.
Martinez abraça Louis e depois Harry. Se inclinando próximo, ela sussurra no ouvido do cacheado:
- Isso é tudo graças a você, Harry. Vou te mandar um cartão postal.
Ela se afasta e fala mais alto:
- Se prepara, mundo... Aqui vou eu!
Com isso, a sra. Martinez pega a mala de rodinhas e anda para o mundo, ou melhor, para sua carona esperando no estacionamento.
Enquanto a assiste ir, Harry esbarra a mão na de Louis e tentativamente cruza os dedos com os dele. Louis não tira a mão, ao invés disso ele esfrega o dedo de Harry gentilmente com o polegar até o táxi da sra. Martinez sumir na rua. Nesse segundo, o pager do Louis apita.
- De volta para a batalha diária, eu acho. – Louis refaz os passos para o hospital, mas olha para Harry. – Novato, no fim de tudo, a sra. Martinez viu algo especial em você.
- Você vê também?
Louis tenta segurar o sorriso, mas acaba escapando. Ele se vira e entra.
...
Voltando para dentro, Harry encontra Ed e Sarah o esperando.
- Você fez uma coisa boa, Harry. – o amigo na cadeira de rodas diz.
- Realmente fez. – Sarah concorda.
- Sarah! – ele nota que a melhor amiga está com lágrimas no rosto. – Você está chorando! O que foi?
- Nada... É só... Esse é meu primeiro final feliz em muito tempo, você não faz ideia. Eu tive tantos casos tristes e—
O pager dela apita. Sarah checa e suspira antes de sumir pelo corredor, deixando Harry com Ed.
- Ela tem estado muito para baixo ultimamente, não é? – Ed percebeu, com ou sem as lágrimas. – Eu queria que tivesse um jeito de a animar.
Harry pensa na confissão de antes que Sarah fez, quando disse que estava pensando em se demitir.
- Eu sei de algo que pode funcionar.
...
No próximo dia de folga, Harry está espremido num carro alugado com os amigos. Sarah entre ele e Ed no banco de trás, uma venda preta cobrindo os olhos dela.
- Ai meu Deus, pessoal... Estou tão animada! – ela sorri mesmo sem fazer ideia da surpresa. – Estamos indo para um parque temático?
Não demora muito para Niall estacionar no lugar.
- Chegamos! – Harry avisa, guiando Sarah para dentro da loja.
Niall e Clare ajudam Ed com a cadeira de rodas. Harry retira a venda e revela onde estão.
- Meu Deus! – Sarah se apaixona. – Filhotes! Filhotes por toda parte!
- Doutores, bem-vindos ao Abrigo de Animais Roxbury. – uma mulher os cumprimenta.
Mitch aparece e acena com a cabeça ao se aproximar da Sarah.
- Essa é minha prima, Michelly. Ela é uma veterinária que faz trabalho voluntário aqui nos fins de semana... Ela preparou tudo para vocês passarem a tarde com os animais.
- Isso é incrível! – Sarah fica grata. – Mas... É realmente assim que vocês querem passar o único dia livre?
- É pedir demais, mas acho que podemos sobreviver. – Clare diz sarcasticamente para a amiga.
- Sarah, a gente pensou que você merecia algo assim.
- Você trabalha o mesmo expediente e ainda cozinha para a gente. – Clare continua o que Harry falou.
- E nem pense que não notei a frequência com que limpa nossos banheiros. – Niall valoriza.
- E você sempre tem tempo de escutar nossos problemas. – Ed adiciona.
- Então achamos que você merece uma chance de esquecer do trabalho e relaxar. – Harry conclui.
Ela puxa todos eles num abraço em grupo.
- O que está fazendo abraçando a gente quando tem, tipo, uns cem animais adoráveis esperando por você? – Niall diz tentadoramente.
- Cem?!
Mitch e Michelly os levam para uma parte cheia de pequenos e incontroláveis animas de todo tipo. Sarah entra no cercado e é imediatamente recebida por uma onda peluda e fofa.
- Eu te amo! E amo você! E você, e você... – ela ia falando para todos que a atacavam com carinho. – ESPERA! Tem uma tartaruga aqui? - se apaixona.
...
Mais tarde, Harry estava reclinado num sofá, cuidando de um filhote de gato cego. Sarah senta do lado dele, uma chinchila deitada confortavelmente na cabeça dela.
- Isso foi ideia sua, não foi? – a amiga adivinha.
- Minha ideia? – Harry tentou se fazer de desentendido, mas o olhar nada impressionado da Sarah o fez desistir. – Como você sabia?
- Porque você é prestativo. Você vê algo que pode fazer para ajudar alguém e você só... Vai e faz. Eu realmente admiro isso em você.
- Você... Decidiu se vai ficar no hospital?
- Eu ainda não sei. – ela é sincera. – Eu tentei falar com Simon sobre isso, mas ele nem entende por que eu quis ser uma médica em primeiro lugar. Você pediu para ele vir aqui hoje?
- Me desculpa, nem pensei nisso. – Harry nega com a cabeça. – Eu posso ligar para ele agora se quiser.
- Nah. Ele não iria gostar de qualquer forma. – Sarah presume pelas tantas outras vezes.
- Ei, Sarah... – Mitch se aproxima. – Quer ver uma raposa feneco?
- É uma pergunta teste? – Sarah corre até ele, a chinchila se segurando no cabelo dela com a vida.
A risada de Sarah se espalha pelo abrigo ao brincar gentilmente com Mitch e a raposa.
- Ela parece estar se divertindo, não é? – Ed percebe.
- Sim, os animais bebês foi uma ótima ideia. – Niall sorrir orgulhoso.
- Você quer dizer que trazer o enfermeiro fofo foi uma ótima ideia. – Clare corrige. – Isso foi outra parte do seu plano, Harry?
- Vamos só dizer, que vocês podem começar a me chamar de cupido agora.
- Então, por isso você não convidou o Simon. – Niall entende.
- Eu não sei se algo vai sair disso... Eu só queria lembrar a Sarah da sensação de ter alguém por perto que se importa com você e te valoriza.
- Vamos torcer para funcionar e ela largar o peso morto. – Clare suspira.
Nessa hora, o celular de Harry vibra com uma nova mensagem. Ele abre e é uma foto da sra. Martinez com um sorriso iluminado na frente da Sacre-Coeur.
- Caramba! Gente, olhem! Sra. Martinez chegou em Paris!
Todos sorriem com alegria ao passar o celular e mostrar a foto.
- Ela parece tão feliz. – Ed se contenta.
Harry sorrir para si mesmo, sentindo que apesar de todas as dificuldades, esse trabalho vale a pena.
...
- Sinto muito, mas o abrigo está para fechar. – a prima de Mitch os avisa.
- Como posso deixar para trás esses doces? – Sarah faz bico.
- Não se preocupe, temos uma lista enorme de pessoas querendo dar um lar para seus novos amigos. Mas, como todos provaram quão bom são com animais, talvez queiram adotar um? – Michelly oferece.
- Gente? Vocês querem? – Sarah fica esperançosa.
- Pode crer! – Clare dá sinal verde.
- Eu iria amar outro amigo de estudos. – Niall gosta.
- Se a gente treinar bem, podemos levar quem vamos adotar para animar as crianças do hospital! – Ed tem ideias.
- O que acha, Harry? Devemos adotar?
Harry pensou até mais longe do que eles e responde para Sarah:
- Por que nos limitar em adotar só um, quando podemos levar os três? – se refere a chinchila, raposa e tartaruga.
- Adorei! – Sarah dá um pulo e Mitch traz os três para eles.
A tartaruga anda devagar pelo chão, determinada a chegar no pedaço de alface na frente dele. Resolvem o chamar de Groot porque amam Marvel desde que Ed os fez assistir todos os 23 filmes na ordem coerente de narrativa.
Groot finalmente alcança a alface e a come alegremente, mas a chinchila salta perto dela.
- Cuidado, Groot! – Harry salva a tartaruga.
- Acho que ele também quer um nome. – Ed comenta e pensa em um. – Rocket é uma boa. Vamos botar nome dos animais ou coisas diferentes de humanos do mundo Marvel.
- Espera, cadê a raposa? – Niall indaga e eles olham em volta, a encontrando fuçando na mochila do irlandês.
- Acho que está procurando por comida, Nialler. – Harry rir.
- Ou um nome também! – Sarah fala o mesmo que Ed. – Pode ser Goose.
- Vem, vamos. – Harry aprova todos os nomes. – Vamos comprar as coisas que eles vão precisar e levar esses malandrinhos para casa.
...
Os amigos deixam Groot, Rocket e Goose a solta na sala de estar.
- Bem-vindos em casa, Rocket, Goose e Groot! – Sarah fala como se eles entendessem e meio que entendem, animais são espertos. – O que é nosso é de vocês.
Rocket se esgueira pelos objetos enquanto Goose o persegue.
- Não vai se juntar a eles, Groot? – Harry olha para a tartaruga que pisca lentamente para o dono.
- Vai levar um tempo pro Groot se acostumar com tudo. – Ed percebe.
Rocket e Goose brincam em cima do sofá, das cadeiras e quase viram o casco do Groot.
- Tá tudo bem, Groot. – Clare o conforta. – Eles só querem brincar.
Groot marcha lentamente até Rocket e Goose, os encarando determinado.
- Me lembra de nunca mexer com o Groot. – Harry nota que ele ficou zangado.
Rocket se vira e se aninha na lateral do Groot. Goose segue e se enrola perto dos dois.
- Aw, Groot. Eu também quero participar do amor! – Harry se joga no chão e pega os três animais nos braços. – Aceita o amor, Groot. Não vai se livrar dele tão cedo. – a tartaruga parece finalmente melhorar o humor e Harry olha entre eles três, sorrindo. – Sabem, acho que esse é o começo de uma linda amizade.
...
Umas semanas depois, Harry está andando pelo corredor, se sentindo melhor que nunca.
- Dr. Styles, eu vi o rank mais atualizado. Continue com o bom trabalho na liderança! – uma médica da casa o elogia.
- Tem um minuto? Eu posso te mostrar meu paciente com uma pedra nos rins do tamanho de uma laranja! – um residente veterano oferece.
- Talvez mais tarde. – Harry recusa educadamente. – Eu tenho uns exames de laboratório para mandar fazer!
Ele vira o canto do corredor e vê os amigos formando um circulo.
- Oi! Do que estão falando?
Eles olham uns para os outros e depois para Harry, que vê a expressão solene no rosto de todos.
- Harry... – Zayn começa, hesitante.
- O quê... O que aconteceu? – Harry se preocupa com o clima pesado.
Sarah está com lágrimas nos olhos e Clare está olhando em volta nervosamente.
- Não deveríamos falar sobre isso aqui, vamos. – Clare pega o braço de Harry gentilmente e eles vão para a sala de plantão.
- É a sra. Martinez. – Ed é direto.
- Ela faleceu durante o sono, num hotel em Buenos Aires. – Zayn fala a má noticia.
O coração de Harry se afunda e ele se senta lentamente em uma das camas, sentindo as lágrimas surgir.
- Ah Deus... Ah Deus, não...
Zayn se senta do lado dele e esfrega as costas do amigo em conforto enquanto Ed põe a mão no joelho do cacheado. Clare chuta uma cadeira em frustração.
- Ei, ei... Vai ficar tudo bem. – Zayn murmura.
- Estamos aqui por você. – Sarah também o conforta.
- Eu sinto que isso é tudo minha culpa. – Harry se martiriza.
- Você não pode se culpar por isso. – Zayn balança a cabeça negativamente. – Sra. Martinez sabia dos riscos, e ela decidiu que o sonho valia a pena.
- Zayn tem razão. – Ed reforça. – A sra. Martinez mesma te falou que ficar aqui não era viver. Ela fez a escolha certa para ela.
- Uma fodona até o fim. – Clare constata.
- Tenho certeza que a família dela achará isso reconfortante. – Niall diz sarcasticamente, irritado.
- Niall, não. – Sarah o repreende.
- Eu falei para vocês que era muito perigoso e vocês não escutaram! Harry poderia perder a carreira com isso! Todos vocês poderiam! Sarah escutou a Anna falando. Eles estão indo atrás de todos os históricos da sra. Martinez. Estão abrindo uma investigação!
- Eu deveria confessar. – Harry franze o cenho. – Eu tenho que contar tudo para a chefe Shaffer—
- De jeito nenhum! – Ed corta.
- Eles podem te chutar para fora da residência! – Clare argumenta. – E para o quê? O que isso faria agora? Você deu tempo o bastante para aquela mulher realizar os sonhos.
- Sra. Martinez não iria querer isso, Harry. – Zayn ajuda a convence-lo. – Ela estava tão grata pelo o que você fez.
Harry olha entre eles, tocado com a preocupação.
- Certo... Não vou dizer nada. Por enquanto.
...
O resto do dia passa numa neblina, a culpa corroendo Harry por dentro.
- Eu vou viver, doutor?
Harry escutou a voz da sra. Martinez.
- Hã?
- Eu perguntei se vou viver. – a paciente loira que realmente está na frente dele pergunta de novo.
- Ah... Sim. Nós iremos marcar uma cirurgia. Você... Você ficará bem.
...
Naquela noite, o expediente termina, mas Harry não consegue ir para casa. Ele entra na cantina e encontra Louis e Liam em lados opostos. O estagiário precisa de alguém para o aconselhar ou só escutar. Ele lembra de como Louis confiou nele com o caso do James e trabalharam juntos até então. E o Atendente pediu que ele falasse sobre a Martinez algum dia, talvez o momento seja esse.
Louis está sentado com um diário médico aberto e uma salada comida pela metade na mesa.
- Se importa se eu me juntar a você?
Louis cutuca uma cadeira com o pé em resposta, o convidando silenciosamente a sentar.
- Lendo algo bom?
- Uma pesquisa bastante longa do uso da rede social pelos médicos.
- Você não faz o tipo que liga para rede social.
Louis dá um sorriso seco.
- Eu não ligo. Estou esperando os resultados para outro exame do James, e acho que tentando me manter distraído.
- Eu acho que preciso de um pouco disso também. – Harry sorrir fraco e depois apenas entristece o semblante. – Você... Você escutou sobre a sra. Martinez?
- Sim.
- Fui eu. Eu sou a razão de ela ter morrido.
Louis leva um momento para processar e suspira, fechando o diário.
- Me conta.
Harry começa pelo inicio, recontando toda a historia.
- Bem. Você não seria o primeiro médico a fazer algo totalmente idiota por razões nobres. – Louis conclui.
- Eu tinha tanta certeza que estava fazendo a coisa certa, mas agora... Não consigo parar de pensar nela. Eu pensei duas vezes em tudo que falei para meus pacientes hoje. Estou morrendo de medo de falar algo errado para mais alguém... Ou voltar amanhã e saber que fui chutado para fora do programa e nem ter uma chance de tentar de novo. – Harry praticamente vomita as palavras. – E aí eu penso na sra. Martinez morrendo sozinha em outro país e me sinto tão egoísta por me preocupar comigo mesmo...
Louis põe uma mão no pulso de Harry, o fazendo parar.
- Para. Você não pode fazer isso com você. O que você fez foi antiético, estúpido e... Gentil.
- Você... Não está com raiva de mim? – Harry fica com um pé atrás pela reação calma dele.
- Qualquer um que se importava com a Martinez sabia o quanto ela odiava ficar confinada nesse hospital. Eu queria que você tivesse considerado seu próprio futuro em tudo isso, mas já está feito. – Louis aperta o pulso dele suavemente. – Ficar se culpando não vai a trazer de volta.
- Mas eu mereço sentir culpa por isso.
- Então seus pacientes vão sofrer com isso. – Louis retruca. – A culpa destrói bons médicos, Harry. Eu vi isso acontecer mais de uma vez.
- Então o que eu faço? – ele pede por um conselho.
- Examina seus erros, aprenda com eles e deixa passar.
- Fácil assim? – os olhos verdes se abaixam, sem muita confiança.
- Eu nunca disse que seria fácil. – Louis checa o relógio de pulso. – Não acho que vou receber aqueles resultados hoje. Preciso me afastar um pouco se quiser manter minha sanidade. – ele olha de volta para Harry. – Tenho uns tickets para o Boston Opera House. Por que não vem comigo?
- Sério? Quer dizer, eu estava planejando ficar até tarde e trabalhar... – Harry revela.
- Eu conheço esse sentimento. Quando algo errado acontece, você quer compensar rapidamente. Mas ao longo dos anos, eu percebi que é mais importante processar o que aconteceu. Se deixar sentir. – continua aconselhando. – E francamente, eu considero a opera um dos lugares mais lindos da cidade para se deixar sentir.
...
Um porteiro de terno com caldas os guia para cima no edifício requintado e para uma sala VIP intima com uma vista de tirar o fôlego.
- Você não precisava comprar lugares tão caros...
- Não comprei. Essa é minha sala VIP. Está sempre reservada quando preciso.
- Caramba, obrigado por me convidar. – Harry fica impressionado. – São ótimos lugares para ver a opera de graça. Me sinto tão especial.
- Eu não costumo ter tempo para vir, então acabo doando os lugares para outras pessoas quando não uso.
- Nesse caso, não me sentirei especial.
- Você pode se sentir como quiser. Eu certamente não sou de convidar companhia para vir junto comigo.
Harry se senta quando as luzes do teatro diminuem. A orquestra toma vida enquanto as cortinas se abrem revelando um set estrelado. Uma linda mulher está no palco e começa a cantar em italiano. A voz dela é doce, mas triste.
- Eu gostaria de conseguir a entender.
- Essa é Alessandra, uma jovem mulher nobre que está noiva de um homem nobre com quem precisa casar. Mas ela está apaixonada por Damarion.
Louis se inclina para frente e narra quietamente a historia da Alessandra morrendo com uma mordida de cobra e Damarion procurando no submundo por ela, até que finalmente a encontra de novo.
- Ela não quer ir com ele. Ela disse que ele a prometeu uma linda vida juntos, mas ele não era nada além de um mentiroso.
"Se prepara, mundo... Aqui vou eu!", a memoria de Martinez falando essas últimas palavras ressurge. Harry sente uma cocega molhada na bochecha e percebe que está chorando.
- Harry? Você está bem? – Louis se inclina para perto dele, a testa franzida com a preocupação.
Ele seca uma lágrima da bochecha de Harry gentilmente. Harry levanta um dedo hesitante, tocando na mão de Louis atrás de conforto. Louis o observa, dividido, mas vira a mão para encontrar a dele e entrelaça os dedos, segurando apertado.
- O que acontece depois?
Louis engole em seco, não tendo certeza se Harry está falando da peça ou deles dois.
- Agora, Alessandra está dando uma missão para Damarion. Para ele ter a chance de se provar no mundo dos vivos... – Louis continua, a voz suave e clara.
Ele narra quando Damarion é assassinado e levado para o submundo, se reunindo com sua amada entre os mortos. Harry olha para Louis quando a audiência bate palmas, o pegando limpando o canto dos olhos.
Sem pensar, Harry se aproxima e pressiona os lábios nos dele.
Enquanto o aplauso ecoa como uma tempestade ao redor deles na escuridão, Harry mergulha no beijo. Louis não se afasta. Os lábios finos se pressionam com mais força nos cheios do estagiário, dolorosamente. Mas depois, ele se vira.
- Harry...
- Me desculpa, eu... – Harry se levanta, andando para a sacada da sala VIP para esconder a dor e humilhação.
- Você sabe quão complicado isso é.
Harry sente a presença dele atrás das costas. Ele se vira e encontra Louis parado próximo, olhos azuis implorando.
- Não é complicado, Louis. Não para mim.
Louis levanta a mão para secar uma lágrima teimosa no canto do olho de Harry. O cacheado se inclina na mão, aproveitando a sensação do toque.
- Merda, Harry... – Louis cede, puxando o mais novo de volta para ele.
A barba é áspera, mas o beijo carinhoso e macio. As mãos pequenas correm pelos fios de cabelo do cacheado enquanto Harry circula os braços na cintura de Louis. Depois de um momento delicado, mas muito breve, as luzes da casa ligam, jogando o mundo de volta na luz forte da realidade.
Os dois se afastam, mas Harry consegue ver o desejo ardente nos olhos azuis.
- Vem. Eu... Eu vou te dar carona para casa. – Louis diz.
...
No dia seguinte, Harry recebe um pager da Dra. Shaffer para ir no escritório dela. Ele fica ansioso e vai até lá, nervosamente batendo na porta.
- Entre, Dr. Styles. Se sente.
Harry se senta do outro lado da mesa de vidro, tentando manter a neutralidade enquanto ela o observa.
- Vou direto ao ponto, Styles. A família da sra. Martinez está processando o hospital Edenbrook.
- Processando?! – Harry fica em choque. – Não! Isso é terrível!
Anna se inclina para frente, dando um olhar longo para Harry e investigador.
- "Não!" mesmo. De alguma forma, a família dela está com a impressão que algum médico daqui usou um remédio não aprovado na sra. Martinez sem a permissão do hospital... E dizem que esse médico foi você.
Harry engole em seco.
- O corpo da paciente está sendo mandado da Argentina. Uma autopsia completa será feita quando estiver de volta no país. Eu espero que a família esteja errada, Dr. Styles, mas se não estiverem... – Anna faz uma pausa. – Eu não acho que preciso te explicar quão sério essas acusações são.
- Não, Dra. Shaffer.
- Ótimo. Continue trabalhando como normalmente por enquanto. Vou te notificar se isso for para o próximo passo.
...
Aterrorizado, Harry se apressa pelos corredores, atrás do Louis. Ele o encontra em um dos corredores, andando devagar, como se estivesse num torpor.
- Dr. Tomlinson... Dr. Tomlinson, podemos conversar? Eu preciso da sua ajuda...
- Ótimo. Mais alguém que posso desapontar.
- O quê? Do que está falando? – Harry hesita.
Louis não responde. Ele só continua andando, os olhos vidrados.
- Dr. Tomlinson, você está me assustando...
Louis se encolhe com essas palavras, murmurando nas mãos que cobrem a boca.
- Estou assustado também, Harry. – com uma respiração pesada, ele se endireita e o encara direto nos olhos. – Eu peguei o último exame do James. Ele tem um mês de vida. Eu não consegui. Eu... Não consegui salvá-lo.
- Não... – Harry balança a cabeça, em negação. – Não, Louis, deve ter algo que—
Louis levanta uma mão.
- Por favor. Não. – ele entra no escritório e fecha a porta na cara do estagiário.
- Espera! Dr. Tomlinson... Dr. Tomlinson!
~o~
No próximo episódio: A família da sra. Martinez está processando Edenbrook e Dr. Corden piorou. Harry vai conseguir encontrar uma saída para esse desastre? Enquanto Anna Shaffer abre uma investigação, uma decisão súbita deixa o hospital impactado.
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