Meses depois do fim
Nova York. - Meses depois.
-Isabelle! Vamos logo, mulher! Nós vamos chegar atrasados e a culpa é sua!
-Já vai!
Bucky suspirou, irritado, enquanto esfregava os olhos. Um pequeno peso fez pressão em sua perna esquerda e o homem olhou para baixo, vendo uma gata grande e peluda, totalmente branquinha, com olhos azuis claros e enormes, o encarando.
Sorrindo, ele fez um leve carinho nas orelhas de Alpine e viu a gata esfregar a cabeça contra os dedos de vibranium, ronronando e afiando as garras em sua calça jeans nova.
- Você gosta disso, não gosta, Pine?
A gata miou, produzindo um barulho entre o miado e o ronronado, esfregando o resto do corpo no "pai". A pegando no colo, Bucky beijou a cabeça dela e encarou o corredor, onde Thor, o poodle caramelo em miniatura, esperava na porta do banheiro, pacientemente, para, muito provavelmente, fazer suas necessidades. Quando percebeu que o homem olhava para ele, o cachorro abanou o rabinho e chorou, arrastando a patinha na porta e produzindo um barulho alto contra a madeira.
-Oh, Thor… Você quer fazer xixi, não é? Espera aí…
Andando até a porta do banheiro, Bucky mexeu na maçaneta e gritou:
-Belle! Que sair daí? O Thor precisa usar o tapetinho!
-Ah, eu já vou! Calma!
Cinco segundos depois, Isabelle abriu a porta do banheiro e o cachorro entrou, com bastante pressa, indo fazer xixi imediatamente.
Mas foi na esposa que o olhar de Bucky focou. Ela vestia uma saia longa e branca, com duas grandes fendas que iam das coxas até os pés, se abrindo mais ao final das pernas. O cropped era preto e tinha alças grossas, sustentando os seios cheios e convidativos que Bucky tanto conhecia. Além disso, acessórios dourados e uma maquiagem leve completavam o visual e, enquanto ele admirava cada detalhe da esposa, ela riu e passou a mão por seu queixo.
-Hey… Tem baba escorrendo aqui, Sargento Barnes!
-É? - Bucky riu, juntando os corpos dos dois e beijando o pescoço dela. - Tão cheirosa… Ainda temos vinte minutinhos, sabia?
Bucky tentou beijar a boca da mulher, mas ela abaixou, fazendo ele acertar o beijo no ar. Contornando o homem, Isabelle fingiu irritação quando caminhou para o quarto, sentando na cama deles.
-Achei que você tinha passado a última meia hora me irritando porque "estamos atrasados"!
Bucky apoiou o corpo na soleira da porta e sorriu, de braços cruzados, enquanto Isabelle o encarava ao colocar o sapato.
-Temos dez minutos ainda! - Bucky sorriu, piscando para ela. - E você sabe o que eu posso fazer em dez minutos. Não sabe, Boneca?
Isabelle acertou o travesseiro em seu rosto, rindo.
-Deixa de ser tarado! Que porra!
-Amor, eu não sou tarado! - Bucky reclamou, devolvendo o travesseiro à cama e encarando a mulher que passou por ele em direção à sala. - Mas achei que a gente combinou que ia aproveitar que você tirou o DIU…
-Achei que tínhamos combinado de não evitarmos e deixarmos correr naturalmente. - Isabelle corrigiu, pegando celular, chaves e bolsa. - Não que íamos transar como dois coelhos no Cio em qualquer canto e oportunidade.
Bucky mordeu o lábio para não soltar uma risada quando seguiu a esposa para fora do apartamento, deixando Thor e Alpine abraçadinhos no sofá.
-Mas se a gente fizer isso, dobra as chances. Já pensou nisso?
-Aquieta esse pinto, homem! - Isabelle riu vendo Bucky trancar a porta do apartamento. - Vamos transar, mas não agora! Vai estragar minha roupa e maquiagem!
Bucky revirou os olhos e se encaminhou para o elevador, dando a mão à Isabelle e segurando a bolsa dela. Os dois mudaram de assunto enquanto desciam pelo cubículo de metal na direção da portaria do prédio.
O porteiro, o Senhor Stan, sorriu gentilmente para o casal quando eles se aproximaram, discutindo sobre o meio de transporte para o qual iriam para o Central Park. Bucky queria ir com o carro e Isabelle tentava convencer ele que a moto era muito mais rápido.
-Bom dia, Senhor Stan! - Isabelle ignorou o namorado e sorriu para o senhor, apontando para uma pilha de cartas na mesa dele. - Alguma para mim?
-Ah, não, Senhora Barnes! Nenhuma! Mas pode deixar que se tiver, eu mesmo entrego a senhora!
-Obrigada! - Isabelle sorriu e voltou a encarar Bucky. - Moto?
-Carro!
-Mas que porra! Vamos de moto e acabou!
-Não podemos ir de moto, Isabelle! - Bucky suspirou e coçou a nuca, levemente vermelho. - Tem que ser de carro!
-Por quê?
-Por que eu bati a moto, tá legal?! Ela tá no conserto desde ontem à noite! Pronto! É isso!
O som de uma tosse disfarçou a risada que o Senhor Stan soltou ao ver a careta incrédula de Isabelle. Sem falar nada, apenas respirando fundo, ela virou as costas e seguiu para a direção de onde havia deixado o carro pela última vez.
- Você disse que estava bem! - Isabelle acusou, assim que pôs o cinto e encarou Bucky, que se ofereceu para dirigir.
-Eu estava. - Bucky começou a manobrar o carro e suspirou. - A moto que não estava…
-Onde você bateu?
-Na moto do cara que eu estava seguindo… Enfim, amor. Não queria preocupar você!
Isabelle revirou os olhos e, antes que Bucky pudesse chegar à rua, ela percebeu que havia esquecido o presente do aniversariante no quarto. Eles voltaram à vaga e ela saiu correndo prédio acima, deixando Bucky esperando, sentado no banco do motorista.
Ele conferiu a aparência no espelho retrovisor e ajeitou a blusa vermelha no corpo, além de pentear os fios recém cortados novamente e ajeitar a dogtag em seu pescoço. Os óculos escuros davam um charme à mais no visual e dessa vez, Bucky não usava luvas de couro.
Quando ela voltou carregando o presente, eles, finalmente, começaram a dirigir em direção ao Central Park.
Era uma manhã de domingo e o sol estava alto no céu, produzindo temperaturas elevadas agora que o verão havia chegado. Como as férias escolares também, o Central Park estava apinhado de crianças berrando e correndo de um lado para o outro, famílias passeando com filhos e cachorros, jovens fazendo corrida.
O vento estava tão quente quanto o Sol e, apenas de caminhar do estacionamento até o local combinado para a festa de aniversário, o casal já estava suando. No entanto, Bucky não ousaria reclamar do calor.Não quando havia passado boa parte da vida em um frio congelante.
Isabelle foi a primeira a ver o grupo, ao longe, sentados na grama, próximos a uma enorme árvore que projetava uma também enorme sombra sobre eles: Ruby, Dean, Chris e Steve estavam reunidos envolta de uma toalha de piquenique de xadrez e Bucky pôde perceber que Chris, no auge dos sete meses, soltou pequenos gritinhos ao ver a madrinha.
-Oi, Stevie! - Bucky cumprimentou, abraçando o amigo com força, ao se sentar ao lado dele. - Feliz aniversário, amigo!
-Obrigada, Parceiro! - Steve sorriu e continuou sorrindo, olhando para Isabelle e o tataraneto. - Vocês chegaram cedo, sabia?
-É o que?! - Isabelle encarou o avô e o marido, erguendo uma sombrancelha, incrédula. - O Bucky me irritou por duas horas dizendo que estávamos atrasados!
-Marcamos a festa para o meio dia, Belle. - Ruby comentou, rindo da irmã. - São onze!
-Na verdade, acabamos de chegar! - Dean explicou, arrumando uma enorme cesta de piquenique no canto da toalha. - Mais cedo e vocês nem iam nos encontrar!
-Eu vou te matar! - Isabelle apontou o dedo para Bucky e revirou os olhos, voltando a atenção para Chris, que balbuciou algo em língua de bebê. - É, eu vou matar seu padrinho, sim. Você não precisa de um padrinho!
Bucky bufou e encarou Steve, comentando:
-Se eu não apressasse ela, a Belle ia demorar duas horas só fazendo a maquiagem!
-Pois é, né? Ela sempre se atrasava pwara os almoços em família…
-Eu estou ouvindo, Vô!
-E ele não está mentindo! - Ruby defendeu o avô e bufou, levantando os cabelos negros para pegar um ar no pescoço. - Meu Deus! Quem ligou o maçarico?! Não são nem meio dia ainda!
-Parece que vai piorar ainda mais, Meu Bem! - Dean franziu os lábios e olhou para o smart-relógio em seu pulso. - Aqui diz que amanhã vai estar três graus mais quente!
-Jesus! - Isabelle reclamou, olhando para o avô e rindo. - Melhor levarmos o Steve de volta para a antártica ou ele vai ter um treco!
-Está tão engraçada, Belle! - Steve reclamou, cruzando os braços e virando para Bucky. - Pelo visto, casar não resolveu, não é?
-Quando eles casarem de verdade, talvez resolva. - Ruby observou, vendo a irmã se sentar no chão e pôr o filho no colo de Bucky quando ele esticou a mão, pedindo o bebê. - Aliás, esse casamento sai ou não sai, meu Deus?!
Isabelle e Bucky se entreolharam, dando de ombros e desviando do assunto. Ainda queriam casar e ter uma Lua de Mel. Claro, como não? Mas antes, queriam curtir mais da fase que estavam vivendo e, agora que eles acharam que já era hora de não evitar um bebê - Coisa que eles ainda não tinham contado a ninguém -, o casamento passou a não ser prioridade na vida deles.
Uma festa e uma Lua de Mel poderiam esperar mais um pouco.
Quando o relógio bateu meio dia e seis, cabelos completamente ruivos apareceram na visão de todos e Natasha correu para Steve, o abraçando carinhosamente, enquanto desejava um ótimo aniversário para o homem.
-Quantos anos mesmo? - Nat perguntou, se sentando ao lado de Ruby. - Cem?
-Duzentos. - Isabelle corrigiu, ao mesmo tempo que Bucky.
-Trezentos. Ai! Cacete, hein, fortinho!
Natasha caiu na risada, pegando o bebê, assim que Steve bateu em Bucky, usando a bengala para isso.
-Cento e seis. E além disso, eu não sei por qual motivo o Bucky está tão engraçadinho se ele também tem cento e sete!
Steve comentou, acusando o homem com o olhar, o que fez Bucky passar a mão pelos cabelos e rir.
-Olha, cara… Não fui eu que tive mais de sei lá quantos netos e tenho cabelos brancos! Além disso, sua neta não acha que eu tenho cento e sete!
-Bucky! - Ruby reclamou quando Isabelle soltou uma risada alta, engasgando com a água gelada que tirou de um cooler. - Na frente da criança, não, seu idiota!
-Desculpe, Chris!
Os presentes ainda riam das piadas sobre a idade de Steve e de Bucky quando o aniversariante olhou para algum lugar além deles e abriu um enorme e radiante sorriso, apontando com a bengala - e quase atingindo Dean e Natasha no processo - ao exclamar:
-Olha! A outra aniversariante chegou!
-Ah, não! Tava tudo em paz…
Bucky reclamou, bufando, ao perceber que Sam e Allie vinham pelo parque, de mãos dadas com Alice, um de cada lado, levantando a menina pelas mãos e fazendo ela "voar" por alguns passos antes de pousar a menina no chão.
-Ah, cala a boca! - Natasha jogou uma casca de pão de forma nele, rindo. - Até parece que você e o Sam não se amam!
-Se amam mais do que ele me ama! - Steve riu, erguendo uma sobrancelha para o amigo.
-Tomou seus remédios de cabeça hoje, Stee? - Bucky perguntou, franzindo os lábios. - Por quê você só pode estar maluco!
Isabelle enfiou um tapa na coxa do marido, fazendo ele calar a boca assim que Sam anunciou:
-Meus queridos e queridas, o pudim da festa chegou!
Suspirando, Bucky se contentou em ir apenas até Alice e a jogar para cima, fazendo cócegas em sua barriga com a boca, enquanto desejava um feliz aniversário para a menina.
Por uma enorme coincidência do destino, Alice havia nascido cem anos exatos depois de Steve e quando eles souberam disso, logicamente, tanto ela quanto ele, quiseram uma festa conjunta.
-Vovô! - Alice exclamou, ainda no colo de Bucky, rindo. - Me salvaaa!
-Solta a menina, homem! - Steve pediu, sorrindo para ela. - Deixa ela vir aqui falar com o vô, poxa!
Bucky pôs a menina no chão e ela correu para Steve. Agora que a convivência com ele era bem mais frequente, Alice havia se acostumado a chamar Steve de vô. E verdade seja dita, ele era praticamente um avô para ela, mesmo.
Parando ao lado de Bucky, Sam apenas comentou:
-Você está horroroso hoje, sabia?
-Posso dizer o mesmo para você! - Bucky franziu a testa, olhando para a blusa de estampa tropical de Sam com uma ruga entre a testa. - Está parecendo um cafetão latino ou havaiano…
-Pelo menos, não tô parecendo um velho que repete roupa!
-Essa é minha blusa favorita e eu tenho uma máquina de lavar roupas em casa, Samuel. E por acaso, ela não é de enfeite!
-Ah, vai começar! - Allie exclamou, esfregando o rosto.
Natasha, Ruby e Isabelle concordaram, esperando a resposta de Sam, que veio logo a seguir.
-E daí? Precisa usar ela todo santo dia?!
-O que diabos você tem a ver com a minha roupa?! Eu, hein! Me erra!
-Foi você quem começou!
-Foi você!
- Você teve a ousadia de nascer antes de mim, então, lógico que foi você!
-CALEM A BOCA!
Os dois homens, que estavam prontos para iniciar um embate físico, encararam Natasha. A ruiva esfregou o rosto e forçou um sorriso, olhando para eles.
-Podemos ter uma festa de aniversário dupla sem derramamento de sangue?!
Sam e Bucky se olharam, ainda irritados um com o outro, mas assentiram.
-Certo! Muito obrigada! Agora… Sentem!
Os dois obedeceram, empurrados e bem distantes um do outro. Quinze minutos depois, os homens haviam formado um grupinho próximo a Steve, conversando entre si, enquanto as mulheres havia formado um próximo ao carrinho de Chris, que tinha dormido. Alice brincava com umas crianças próximo dalí, sob o olhar atento do pai e de Allie.
Quando a conversa das mulheres cessou por alguns segundos, Allie exclamou, sem nem mesmo perceber:
-Ela me chamou de mãe ontem. Acreditam?
Chocadas, as três mulheres encararam Allie, que estava levemente envergonhada, como se não soubesse lidar com isso. E na verdade, ela não sabia. Ficou claro quando Allie abraçou os joelhos e comentou:
-Não quero pegar o lugar da mãe dela, mas também não consegui repreender ela por isso… Foi tão espontâneo, sabe?
-Amiga, não! - Isabelle exclamou, segurando a mão dela de forma gentil. - Você não está tentando pegar o lugar da mãe dela…
-Na verdade, provavelmente, ela te vê como uma segunda mãe. - Natasha explicou, com um pequeno sorriso.
-E isso é bom, amiga. - Ruby completou. - Significa que ela te ama e confia em você!
Allie levantou os olhos da grama verde e, com lágrimas nos olhos, encarou a menina agachada no chão, arrancando algumas gramas.
-Mesmo? Isso não significar que ela está, hm… Esquecendo a mãe dela ou algo assim?
-Não, Allie. - Natasha negou, sorrindo para ela. - Isso só significa o que a Ruby disse: Ela te ama.
Allie deixou algumas lágrimas caírem e concordou, sorrindo, ainda abraçada com os joelhos.
-Que bom! Porque… Bem, eu amo essa menina e… Eu vou ser hipócrita se eu não disser que considero a Alice como minha filha!
-Mãe e pai é quem cria, não acha? - Isabelle sorriu. - E quem cria essa menina com o Sam é você! Não se preocupe com isso, só curte o amor dela!
-Obrigada, gente… - Allie enxugou as lágrimas e sorriu. - Eu estava me sentindo tão mal desde ontem…
Sem saber que o assunto ao lado também era Alice e Allie, as mulheres continuaram conversando, enquanto Sam comentava, confidenciado aos amigos:
-Eu ouvi ela chamar a Allie de mãe, na verdade. Mais de uma vez. Mas acho que ela só ouviu a Alice chamar mesmo ontem, sabe? Eu até queria falar alguma coisa, mas… Ela não sabia que eu estava ouvindo a conversa, então… Enfim!
- Você acha que ela curtiu? - Dean perguntou, franzindo o cenho.
-Ela ficou assustada, com certeza. - Sam comentou, distraído, bebendo um pouco de suco de laranja. - Mas acho que vai acostumar… Mas e você? Planejando mais um baby?
Dean negou, aceitando a caixinha de suco estendida para ele.
-Não! Meu Deus, definitivamente, não agora. Um só já nos enlouquece…
-Eu me lembro ainda de quando os meus eram pequenos!- Steve comentou, saudoso. - Era uma loucura!
-Pois é… - Sam comentou e encarou Bucky, franzindo a testa. - Hey, você é o único do grupo que não é pai, ainda… Você e a Belle…?
Levando um segundo a mais que o necessário, ele deu de ombros, sem querer falar a verdade. Afinal, como eles pretendiam deixar rolar, não queriam que ficasse uma certa pressão e expectativa em torno de uma gravidez.
Viria quando tivesse que vir e tudo bem.
-Não estamos grávidos, se é o que quer saber. Aliás, gente… Que horas vai ter o parabéns mesmo? O bolo deve estar todo derretido nesse calor!
Sam revirou os olhos e levantou do chão, reclamando:
-Deixa de usar desculpa, Bucky! É claro que o bolo não derreteu, caramba!
O homem abriu a caixa e percebeu que a estrela que enfeitava o escudo do Capitão América tinha escorregado pelo glacê mole e escorregadio. Bucky o encarou, cruzando os braços em desafio.
-"É claro que o bolo não derreteu!". Imagina!
-Cala a boca!
-Vem calar!
-Para os dois!
-Foi ele quem começou! - Bucky e Sam apontaram um para o outro, encarando Steve, enquanto Dean quase tinha uma convulsão de rir.
-Não importa! - Steve reclamou, usando um tom de voz autoritário e encarando os dois. - Vão chamar a Alice para a gente cantar parabéns agora antes que derreta mais!
Como se tivessem ensaido, Bucky e Sam encararam a menina e, ao mesmo tempo, gritaram:
-ALICE! VEM CANTAR O PARABÉNS!
Quando eles se deram conta, se fuzilaram com os olhos, se empurrando para os lados em atitude tão infantil que não restou alternativa aos outros, se não, apenas rir.
-Se fosse para gritar, eu tinha gritado. Não acham?
-E por qual motivo não gritou? - Sam perguntou, tirando um fiapo de linha da calça.
-Ele é velho, Sam! Não aguenta gritar… Ai, caralho! Vou tirar essa porra dessa bengala de você, hein!
Steve enfiou a bengala mais uma vez no amigo para "ele aprender a respeitar os mais vividos" ao mesmo tempo que Alice chegou, tirando os cachos molhados de suor da testa.
-A gente já vai embora?!
-Não, meu amorzinho! - Sam explicou, desembrulhando o bolo. - É que a torta vai derreter, mas a gente acabou de chegar!
-Obaaa! - Alice comemorou, batendo palmas e pulando igual uma pipoca. - Ouviu isso, Mamãe? A gente ainda vai ficar!
O silêncio pairou no ar e só quando Ruby enfiou um tapa nas costas de Allie, a mulher sorriu e concordou.
-É… Pois é, Princesa! A gente ainda vai ficar bastante por aqui, viu?
E realmente, eles ficaram. O parabéns foi cantado em alguns minutos e depois, rolou uma guerra de bolo, logicamente, puxada por Sam e Bucky. Mais tarde, os presentes foram abertos e Alice pareceu ficar bastante satisfeita em ganhar de Bucky e Belle um conjunto de microscópio semi-profissional infantil. Tanto que, minutos depois de abrir, ela já tinha coletado folhas, gravetos e pequenos insetos para ver sob as lentes do presente.
Várias fotos em família foram tiradas e até mesmo os adultos se arriscaram a brincar de "pega pega" depois de algum tempo, o que acabou ocasionando um leve acidente envolvendo uma torta de peito de peru e requeijão e a bunda de Sam.
Quando o Sol já começava a baixar na linha do horizonte, Bucky sentou na grama e encostou no tronco grosso da árvore, usando o óculos de sol para tampar a claridade que invadia seus olhos.
O olhar do homem se voltou para Steve, enquanto os fones de ouvido conectados ao celular tocava a música de batida forte. Seus dedos batucavam sua perna no ritmo de Take me to Church, mas seus pensamentos estavam em quase dois anos antes, no dia em que Steve Rogers tinha sido enterrado.
Tudo havia começado naquela noite, para Bucky. Tinha sofrido como um desgraçado com a morte do amigo e até mesmo chegou a achar que sua vida tinha acabado, que não valeria mais a pena viver. Quando aceitou o apartamento, inúmeras vezes se pegou olhando para as paredes e se convencendo de que, se fizesse algum tipo de besteira, ninguém ia saber ou se importar, porquê a única parte dele que importava de verdade, a única pessoa que acreditou nele e lutou por ele, havia ido embora definitivamente.
Se ele tivesse feito isso, acreditasse na versão distorcida da realidade em sua cabeça, hoje, Bucky não teria visto que a morte do melhor amigo foi uma farsa necessária. Hoje, vários heróis poderiam estar mortos, talvez. Ele não teria uma sobrinha e nem um afilhado. Bucky nunca teria tido a oportunidade de ver Natasha ocupar um lugar a seu nível de inteligência, não só de "força ou estratégia".
Se ele tivesse obedecido seus instintos, Bucky nunca teria tido a amizade de Sam, nunca teria visto o quanto aquele homem era mesmo capaz e digno de ser o Capitão América e quanto eles se importavam um com o outro.
E especialmente, se tivesse desistido de sua vida naquele minuto, dentro das paredes do apartamento, Bucky Barnes nunca teria conhecido o amor e poderia ter morrido achando que não era digno de amar, de ser amado, de ter alguém ao seu lado ou, simplesmente, de voltar a dormir com alguém.
Ele nunca imaginou que estaria casado - simbolicamente, ou não, tanto fazia para ele - com uma garota que, no início, tinha odiado. Depois, virou sua melhor amiga e por fim, passando por uma amizade colorida, se transformou na maior paixão que ele já teve em sua vida. Nunca imaginou que ia estar planejando formar uma família, amando, querendo e desejando alguém que o amava, queria e desejava na mesma medida e com a mesma intensidade.
Enquanto pensava sobre isso, sobre o quão bonita estava sua vida e quanta sorte ele teve apesar de tudo, Isabelle se sentou entre suas pernas, sentindo Bucky a abraçar pelos ombros e beijar um ponto atrás da sua orelha, bastante sensível. Ela encostou a cabeça na curva do pescoço dele e os dois ficaram em silêncio, envolvidos em uma bolha só deles, esquecendo da existência do mundo ao seu redor por longos minutos.
Quando Bucky cansou de ouvir música, ele pegou o celular no bolso e encerrou aquela, dando pausa nas batidas fortes e na melodia intensa. Isso fez Isabelle erguer o olhar para ele, vendo o sorriso de canto que ele tinha.
-Uma moeda pelos seus pensamentos?
-Uma moeda? - Bucky franziu o cenho e torceu o nariz, negando. - Quero um Strip-tease!
Isabelle riu, beijando o pescoço dele e brincando com a corrente pendurada sobre o peito.
-Deixa de ser palhaço, Barnes!
-Hmm… Deixa eu pensar…. Não!
Eles se encararam e, sorrindo, suas bocas se encostaram em um selinho rápido. A seguir, um mais longo e, por fim, os lábios de Bucky capturaram os de Isabelle lentamente, chupando e saboreando o gosto dela.
Apesar do tempo em que estavam juntos, quando eles se beijavam daquela forma, ambos ainda sentiam borboletas em seus estômagos e ambos ainda derretiam, impressionados como aquele poderia ser o melhor beijo do mundo todo.
Bucky não desencostou a testa da de Isabelle quando suspirou e sussurrou:
-Tô pensando no quanto eu tirei a sorte grande.
Isabelle recuou e encarou Bucky, sem entender ao que ele estava se referindo. Porém, ela não precisou perguntar, ele apenas fez um gesto com o dedo, indicando o seu redor enquanto falava:
-Eu tenho uma família, Belle. Pessoas que eu amo e que me amam, tenho o Steve e uma sobrinha e um afilhado… Tenho um emprego que gosto e… Principalmente, eu tenho você, a Alpine e o Thor. E futuramente, se Deus e o universo permitirem, a gente vai ter um bebê e… Isso é muito mais do que eu achei que merecia. Na verdade, no fundo, eu sei que não mereço, mas… Eu tenho. E eu… Eu acho que fiquei meio emotivo!
Isabelle riu e limpou uma lágrima intrusa que escorreu na bochecha do namorado, antes de sela os lábios dele mais uma vez e o abraçar pelo pescoço, apertado.
- Você merece, Meu Bem! Você merece isso e muito mais, porque… - Isabelle o soltou e, ajoelhada entre suas pernas, pegou a mão dele. - Não é o que você fez, Bucky, que o universo leva em consideração. Mas sim, o que você tem aqui.
Ela encostou um dedo no coração dele, sorrindo.
-É a sua intenção e como você se sente com seus erros, Amor. E ninguém, nem mesmo o universo, ousaria dizer que você não tem um dos corações mais puros e lindos que eu já vi na minha vida!
Mais uma lágrima escorreu dos olhos de Bucky quando ele puxou Isabelle para mais um abraço quente e apertado, onde ele sussurrou:
-Eu amo você, Belle Barnes!
Sorrindo, Isabelle suspirou e concordou, apertando o homem entre seus braços e sendo sincera quando respondeu:
-E eu amo você, James Barnes! Eu amo muito você!
Oiie, Meus Xuxus! 🥺
Pois é, pessoal... Chegamos ao último capítulo oficial da fanfic! Mas calma, ainda vamos ter o epílogo na quinta feira e eu vou deixar as despedidas para esse capítulo!
Aliás, o próximo é um hot 👀
Enfim, agora, sobre esse aqui: Eu amei demais escrever ele! Tipo, literalmente, levei só uma hora e meia e ele saiu com mais de 4k palavras, então, posso dizer que entrou no meu top 5 capítulos preferidos dessa fanfic.
E por quê?
Justamente por estar esse climinha leve, todo mundo reunido quase em paz (cof cof SamBucky Cof cof) e a celebração da vida, o que foi o contrário do primeiro capítulo da fanfic, né? 👀🤣🤭
Bem, na quinta feira, eu me despeço de vcs e desses personagens oficialmente!
Até lá!
Bjs 💋💋
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