A cabeça de Bucky produzia um zumbido incessante desde que ele havia entrado na Shield. Na verdade, ele mal conseguia registrar as imagens e os sons externos, tamanho caos estava instalado no lugar. Inúmeras pessoas estavam sendo carregadas para fora do prédio por agentes de polícia ou da própria Shield. 

Ignorando o barulho, Bucky foi direto até a sala de Natasha, no sétimo andar, apenas para a encontrar vazia. Apesar disso, ele entrou no ambiente e fechou a porta atrás de si, acionando, ao lado do interruptor de luz, o botão que iniciava o isolamento acústico. 

Assim que a muvuca externa cessou com um estampido, Bucky percebeu que sua cabeça estava estourando e que em seus ouvidos havia um "Bi" incessante. Ele caminhou, com certa dificuldade, até a mesa de Natasha e se sentou na enorme cadeira de estofado preto. Seus cotovelos foram para a mesa e seu rosto se apoiou contra suas mãos. 

Estava esgotado. Mental e fisicamente. 

No entanto, apesar de ter acabado de falar com Steve e Zemo e os dois terem confirmado a morte de Hanibal, Bucky ainda sentia, no fundo de si, que não havia acabado. Talvez, fosse alguma paranoia, apenas. Mas era o que ele sentia. 

Isabelle tinha ido encontrar com Ruby, levando Dean com ela. Sam também foi encontrar com Allie e Alice e, embora ele quisesse ir encontrar com Steve, ele preferiu deixar Zemo ir com o homem (já que em breve, ele voltaria para a cadeia) e descansar um pouco. 

Mandando uma mensagem para Isabelle avisando que não ia estar em casa e outra para Natasha avisando que estava trancado em sua sala, Bucky largou o celular de mão e levantou da cadeira, indo até uma poltrona no canto. 

Era pequena. Cabia duas pessoas no máximo. Mas era o suficiente para esticar o corpo e descansar, no escuro e no silêncio. Poderia ter ido para seu dormitório na Shield. Para seu apartamento, no Brooklyn. Mas precisava de paz e silêncio e aquele lugar era perfeito.

Cansado, o homem não demorou a se ajeitar porcamente na poltrona, pondo os braços sobre os olhos e tampando a claridade escassa que invadia o local pela janela. Sua respiração ressonava no ambiente, seu peito subia e descia conforme o respirar de seus pulmões, sua mente estava cada vez mais anuviada e se ele abrisse os olhos, tinha certeza, teria a visão embaçada. 

Não demorou muito e Bucky Barnes roncava em alto e bom som, sem perceber que a porta da sala de Natasha abriu, revelando a ruiva e Isabelle. As duas estavam juntas quando receberam as mensagens e tinham acabado de se encontrar na entrada do prédio: Natasha tinha acabado de acompanhar Zemo até o helicóptero de Tchalla e Isabelle tinha deixado tanto a irmã e o cunhado, como também, o bisavô em casa. 

-Uau! Ele está cansado! - Natasha comentou, fazendo uma careta ao entrar em sua sala, esbarrando nos móveis devido a estar escuro. - Ai! Que merda! Chutei o sofá! 

Isabelle riu e parou ao lado do marido, observando a boca aberta, os olhos agitados sob as pálpebras e as olheiras roxas abaixo dos olhos. Ele estava cansado demais. E não era para menos. 

Se abaixando, ela depositou um beijinho simples em seu nariz e se virou para Natasha quando percebeu que a mulher olhava para ela. 

-O Sam tem razão… Vocês me dão diabetes! 

-Cala a boca! 

As duas mulheres riram baixinho para não o acordar. Então, Isabelle continuou parada ao lado do marido, observando Natasha revirar as gavetas de um arquivo, atrás de algo. Depois de alguns minutos em silêncio e agoniada pela bagunça que a sala de Natasha estava, Isabelle puxou uma cadeira e se sentou na frente da mesa da mulher, olhando para ela, curiosa. 

-Hey! O que você está procurando, Nat? 

-Uma coisinha… 

Isabelle franziu a testa, cruzando os braços sobre o colo, enquanto batia a ponta do tênis no chão. Ela ergueu as sombrancelhas para a mulher e comentou: 

-Jura, é? Obrigada por me informar o óbvio! 

Natasha sorriu por cima do ombro, com aquele olhar enigmático de sempre. Ainda de braços cruzados, Isabelle bocejou, começando a sentir a adrenalina deixar seu corpo e, com isso, o sono a invadir. 

-O que será que era tão importante assim que o Fury não podia esperar até amanhã? - Isabelle perguntou, apenas para ter o que fazer e não cair de sono. 

O ambiente escuro, com o som de fora bloqueado, o ar condicionado ligado e os roncos de Bucky fazia com quem Isabelle quisesse deitar no chão e dormir alí mesmo. Mas ainda havia essa reunião marcada de emergência e às pressas… 

-Bem, eu prometo que vai ser rapidinho! - Natasha comentou, indo até outro armário e abrindo a gaveta. - Mas é, é importante. E não pode esperar! 

Isabelle assentiu e encarou Bucky quando ele quase engasgou e virou de lado, produzindo um som que lembrava algo gutural e suíno. Natasha também o encarou e ergueu uma sombrancelha para a mulher, perguntando: 

-Ele ronca assim todo dia?! 

-Não, né? - Isabelle negou, controlando a risada. - Se roncasse, ia dormir junto com o Thor, na caminha dele! 

Natasha riu e puxou uma pasta arquivo, folheando ela e exclamando um sonoro "Achei!". 

-Achou?! 

-Aham! 

-Legal. - Isabelle bocejou novamente e, coçando os olhos, continuou. - E o que é? 

-Vamos comigo para a reunião e você descobre, ué! - Natasha contornou a mesa e olhou para trás, vendo Isabelle erguer o corpo da cadeira e a seguir. - Vai levar seu marido? 

Isabelle encarou Bucky, hesitando por alguns segundos, antes de negar com a cabeça. 

-Melhor, não. Deixa ele descansar mais um pouco, Nat. 

Natasha assentiu e abriu a porta, deixando Isabelle passar na sua frente. O caos já havia diminuído um pouco e, enquanto as duas mulheres andavam pelo corredor, Isabelle se perguntou como Natasha poderia não parecer nem um pouco cansada ou alterada. 

Depois, quando mais um grupo de Agentes do FBI passaram carregando mais dois agentes da Shield, Isabelle franziu a testa e encarou a ruiva, enquanto ela apertava o botão para chamar o elevador. Antes que ela pudesse sequer perguntar, a Romanoff respondeu: 

-Conseguimos acesso aos computadores da Sharon e do Hanibal. A Shield estava toda infiltrada de novo. - Com um suspiro, Natasha entrou no elevador. - A Pepper chamou a polícia e aí, deu nisso. Vai dar trabalho recontratar todo mundo de volta… Vamos precisar de reforços. 

Isabelle assentiu, encostando a nuca no espelho gelado. Um longo suspiro escapou entre seus lábios e ela deixou os olhos fecharem por alguns segundos. Seus ferimentos ainda ardiam e pulsavam e seus olhos queimavam devido à fumaça da explosão no bunker. 

-Belle, chegamos! 

Isabelle abriu os olhos, lutando para focar a visão e seguir Natasha para fora do elevador. Sorrindo, a ruiva perguntou: 

- Você dormiu em pé? 

-Não fechei os olhos nem por dez segundos, é claro que não! 

Natasha soltou uma risada muda e continuou guiando a amiga por entre os corredores. Aquela parte da Shield estava bastante vazia e isso fez Isabelle olhar ao redor, levemente tensa. 

-Aqui. - Natasha apontou para uma porta. 

As duas pararam na frente dela. Isabelle pôde observar que não havia maçaneta, ou campainha, nem aparelhos eletrônicos para abrir. Franzindo a testa, ela encarou Natasha. 

-Temos que bater? 

-Claro que não! - Natasha riu, coçando a sombrancelha. - Já vão abrir. 

Isabelle assentiu, aguardando. Três segundos depois, a porta se abriu de cima para baixo e elas entraram, ouvindo a porta tornar a se fechar atrás delas. 

O ambiente era amplo e comprido. As luzes de led no teto tornavam o lugar bastante claro e o aspecto "clean" fazia Isabelle lembrar de um hospital, talvez. Ou talvez, fosse apenas o fato de ter uma mulher fazendo um curativo e espalhando o cheiro de álcool e remédio no lugar. 

Isabelle esperou, levemente tímida, enquanto percebia que Ruby estava no canto da sala, conversando animadamente com Fury, enquanto ele deixava a segunda mulher enfaixar o braço dele. Quando o olhar das duas irmãs se cruzaram, Natasha empurrou Isabelle com tanta força que ela cambaleou para frente antes de começar a andar com um pouco mais de dignidade em direção a eles. 

-Ah, Senhorita Rogers! - Fury cumprimentou, com um aceno de cabeça. 

Pela primeira vez, ele parecia simpático e até animado quando agradeceu pelo curativo e olhou para a castanha ao seu lado. 

-Por favor, Fury. Senhorita Barnes. - Isabelle ergueu o dedo anelar esquerdo para ele, mostrando a aliança em seu dedo com um leve sorriso. - Nos casamos recentemente! 

-Meus parabéns! - Fury pareceu verdadeiramente surpreso, quando encarou Ruby e Natasha. - Isso é… 

-Inesperado? É, pois é… - Isabelle enfiou as mãos dentro dos bolsos do casaco e subiu e desceu na ponta dos pés, olhando ao redor. - E então… Onde está o resto do pessoal? 

Fury saiu de cima da mesa e, abaixando a manga da blusa, ele caminhou até a beirada da mesa, ficando ao lado de Natasha, que já tinha começado a vasculhar uma pilha de papéis. 

Ruby ainda olhava para Belle como… Como se na verdade, a irmã mais nova tivesse ganhado um prêmio Nobel da Paz, o que deixou Isabelle bastante confusa. Afinal, não tinha nem duas horas e Ruby estava em casa com Dean e o bebê e agora, ela estava lá, com um sorriso besta no rosto e esse olhar orgulhoso. 

-Fury? 

-Somos só nós nessa reunião, Senhora Barnes. - Fury apontou para a cadeira ao lado de Ruby assim que ele e Natasha se sentaram. - Sente-se! Preciso conversar com você, Isabelle. Posso te chamar assim? 

Isabelle negou, sentando ao lado da irmã e buscando o olhar dela, mas vendo que Ruby desviou no último segundo. 

-Eu prefiro Belle, se não se importar. 

-Certo, Belle. - Fury suspirou e analisou a mulher, antes de comentar. - Lembra que eu te disse que você era mais parecida com a Carter do que você achava, certo? 

Isabelle assentiu, franzindo a testa ao se lembrar da brevíssima conversa que teve com o homem antes de se entregar para Sharon a fim de salvar a vida de Alice. 

-Aham… 

-E lembra que fomos interrompidos antes que eu tivesse a oportunidade de te falar qualquer outra coisa. - Não havia sido uma pergunta, mas Isabelle assentiu mesmo assim. Fury voltou a falar. - O que acha de continuarmos aquela conversa agora? 

-Por mim… 

Isabelle balançou os ombros, demonstrando que não se opunha a isso quando se ajeitou na cadeira e assumiu uma posição mais profissional. Ela alternou o olhar entre Fury, Natasha e Ruby, mas foi o homem que, por fim, falou: 

-Você sabe que cometeu alguns crimes nesses meses, certo? Alguns até graves como roubo, assassinato, ataque a agentes de segurança… 

Isabelle sentiu suas bochechas esquentando e mudando de cor, mas mesmo assim, empinou o nariz, ergueu o queixo e cruzou os braços, assumindo uma postura mais ofensiva. 

-Tudo em defesa própria, posso garantir. Afinal, se eu não fosse sequestrada, não precisaria fazer um terço…! 

-Belle, cala a boca e escuta, caramba! - Ruby a chutou por debaixo da mesa, fazendo Belle revidar. - Ai! Olha só! 

-Meninas! 

A voz de Natasha, indignada, chamou a atenção das irmãs que, agora, puxavam o cabelo uma da outra, infantilmente. Sob o olhar da ruiva, as duas se soltaram e Belle voltou a encarar Fury, pedindo desculpas. 

O homem ignorou os últimos dez segundos e continuou falando: 

-Tivemos sorte de encontrarmos um bom desembargador que anistiou tudo isso, mas pode ser que, daqui para frente, surja outro imprevisto e aí, outro desembargador não vá entender com tanta benevolência. 

Isabelle se manteve calada, apesar de bater o pé contra o chão, ansiosa. Foi Ruby quem abriu a boca e falou: 

-Então, chegamos à conclusão, agora que você tem o soro ativo e não é mais uma humana comum… Calada ou vou te dar um tapa!... Que nesse caso, o melhor para você seria ser fixada no jogo quadro da Shield como colaboradora esporádica. 

Isabelle franziu o cenho, raciocinando as palavras com um pouco de dificuldades devido ao sono e cansaço que sentia. Porém, assim que sua ficha caiu sobre o que se tratava aquilo, ela berrou, praticamente: 

-É o que?! Mas nem fudendo! 

-Isabelle! - Ruby a obrigou a sentar de novo, com um sorriso sem graça. - Senta, oh, imbecil! 

Isabelle obedeceu e foi Fury quem suspirou e explicou: 

-Quando se é colaborador, Isabelle, você não é funcionária da Shield e não recebe por nós ou tem uma obrigatoriedade conosco. Apenas significa que posso contar contigo caso uma questão importante aconteça de novo e, especialmente, se vier a acontecer, você tenha um registro que te impeça de se meter em confusão. Em outras palavras ,Isabelle, você não teria que se preocupar com um processo caso precise roubar um carro ou com uma prisão caso tenha que matar de novo para se defender. 

-Porém, somente nesses casos! - Ruby frisou, apontando o dedo para a irmã. - Não é para sair matando ou roubando, hein! 

Isabelle, que ainda tentava processar as palavras ditas, concordou, de leve, com a cabeça. Não era um plano tão ruim assim, parando para pensar. Porém, se tratando da Shield e de Fury, ela sabia que era algo bom demais para não querer algo de volta. 

Então, ajeitando a coluna e cruzando os dedos sobre a mesa, ela encarou Fury, firmemente, antes de perguntar: 

-O que você vai querer em troca disso, Fury? 

-Achei que eu tinha deixado claro. - Fury franziu o cenho, vendo Isabelle negar. 

-Não. Não para mim. O que você ganha me dando essa… Proteção. - Isabelle fez aspas com os dedos, no ar, o encarando desconfiada. - Não é benevolência! Isso eu duvido! 

Natasha sorriu para Isabelle com um olhar orgulhoso, enquanto Fury assentia. 

- Você está certa. Eu não sou benevolente. 

-Ótimo! - Isabelle soltou um suspiro cansado e gesticulou com a mão. - Então, prossiga! 

Fury encarou Natasha, esperando a ruiva se manifestar e, após um aceno de cabeça, ela pigarreou e chamou Isabelle. 

-Hmm… Escuta, Belle. Você sabe… O Fury está à frente da Shield junto com a Senhora Stark, entre outros patrocinadores. Porém, eu e a Ruby somos as únicas responsáveis atuais pelos Vingadores. 

-Ou seja, somos nós quem decidimos quem vai integrar os Vingadores. - Ruby apontou para si e para Natasha, olhando para a irmã. - Fomos nós quem nos reunimos e chegamos à conclusão, junto com os outros integrantes, que você poderia ser uma ótima colaboradora. 

Isabelle ficou alguns segundos em silêncio. Isso fez Ruby se remexer na cadeira enquanto Natasha explicava, pacientemente. 

-E é claro, respondendo à sua pergunta… É claro que temos interesses nas suas habilidades e, considerando que você é uma supersoldada, seus "serviços" teriam o mesmo valor dos do Bucky, sabe? 

Isabelle assentiu. Os lábios estavam crispados em uma linha reta e fina, enquanto ela pensava. Havia fugido a vida inteira de ser igual a irmã, de seguir o mesmo caminho da família, de carregar mais peso do que os ombros poderiam suportar. A Isabelle de antes, com toda a certeza, teria negado mil vezes. Teria preferido, até, ir para a cadeira do que fazer aquilo. 

Mas também, a Isabelle de antes nunca teria pego em uma arma, lutado contra várias pessoas ao longo dos meses, nunca teria sequer imaginado que uma gota do seu sangue poderia valer tanto. 

Ela não era mais a Isabelle de antes. E ela não sabia dizer se isso era bom ou ruim, mas ela sabia que essa Isabelle se sentia bel ajudando outras pessoas. Essa Isabelle ficava angustiada quando via uma situação que não poderia se meter por ser apenas uma civil. Essa Isabelle, fosse quem fosse agora e por qual motivo, na verdade, queria se juntar a equipe, sim. 

Então, quando ela percebeu isso, seus olhos se encontraram com os de Fury e, a seguir, com os da irmã e de Natasha. Eles acreditavam nela. Ela sabia que Bucky, Allie e Sam também acreditariam nela. E se eles acreditavam nela, então, apesar das inúmeras inseguranças, ela não tinha motivo para recuar. 

-Está bem… Eu… Bem, eu aceito! - Isabelle assentiu, sorrindo de leve. - Temos um acordo, então? 

-Um contrato, na verdade. - Natasha mostrou um conjunto de papéis presos por um clips cor de rosa. - Mas não precisa ter pressa para assinar, Belle. Pode ir para casa agora e descansar. 

Isabelle assentiu e se despediu da irmã com um abraço e de Fury com um aperto de mãos. Ao se virar para Natasha, ela pegou o contrato para ler com mais calma e apertou a mão dela, sendo puxada para um abraço. 

-Tem uma colcha na gaveta debaixo da minha mesa. - Natasha sussurou, ainda abraçada a ela. - Só não baguncem a mesa! 

Rindo, Isabelle se soltou e concordou, acenando antes de sair da sala. E só quando chegou ao lado de fora, ela percebeu que não sabia sair daquele andar. Engolindo em seco, ela se virou para a porta, mas foi a voz da melhor amiga que a chamou, fazendo ela levar um susto. 

-Belle! Oi! 

Sorrindo aliviada, Isabelle correu na direção da amiga e as duas se abraçaram, com força e lágrimas nos olhos. 

- Você está bem?! - Belle perguntou, verificando a amiga de cima a baixo. - A Alice… 

-Está tudo bem! Não se preocupa! - Allie sorriu. - O Sam foi levar a Alice em casa e eu aproveitei para fazer um relatório para a minha chefe. Você está fazendo o que aqui? Achei que já tinha ido embora… 

-Eu fui. - Isabelle comentou, com as mãos enfiadas nos bolsos do casaco, enquanto caminhava pelo corredor, seguindo a amiga. - Mas fui chamada de volta e… Bem, digamos que tem noventa e cinco por cento de certeza que você está falando com a mais nova colaboradora dos Vingadores! 

-O que?! 

Allie arregalou os olhos e pegou o contrato que Isabelle esticou em sua direção, o lendo. Logo depois, as duas começaram a pular e gritar juntas, felizes, como faziam quando eram adolescentes e comemoravam alguma coisa.  

- Você vai aceitar, certo?! 

-É claro que vou! - Isabelle confirmou, entrando no elevador com Allie. - Ah, preciso ir para a sala da Nat. 

A mulher puxou as chaves que Natasha depositou em seus bolsos e mostrou para Allie. 

-Certo. Andar sete, então. Vai fazer o que lá? 

-O Bucky tá dormindo lá e a Nat deixou a gente descansar um pouco antes de irmos para casa. Eu tô morta! 

-Hmmm… - Allie sorriu, e só nesse momento, Belle reparou que o lábio dela estava inchado e cortado no canto. - Então… Vai rolar sexo selvagem na mesa da chefe? Que casal perigoso! 

Isabelle soltou uma risada alta e aguda, enfiando um tapa no ombro da amiga, que também começou a rir alto, só até um homem desconhecido entrar no elevador e acompanhar as duas até elas descerem no sétimo andar e se despedirem. 

Então, Isabelle caminhou de novo até a sala de Natasha e a abriu, percebendo que Bucky ainda dormia à sono solto e bem mais largado no sofá, quase caindo dele. 

Em silêncio, ela pegou a colcha e percebeu que Natasha também mantinha um travesseiro na gaveta e se perguntou por qual motivo, até se lembrar que, por muitas vezes, Natasha dormia no próprio escritório ao invés de ir para casa, motivo pelo qual havia instalado o isolamento acústico. 

Esticando a colcha no chão depois de afastar as cadeiras, Isabelle se perguntou por qual motivo não estavam dormindo nos dormitórios ou nos apartamentos. Então, olhando para o rosto de Bucky, ela sorriu e chegou à conclusão que eles não deviam ser normais. 

Caminhando até o sofá, Isabelle chamou por Bucky várias vezes, sem obter nenhuma resposta sem ser um ronco enorme e continuo. Então, sem paciência, ela enfiou um tapa estalado na bochecha dele, que fez Bucky levantar de uma vez, levemente assustado. Os dois caíram no chão, rolando, até Bucky perceber que seu agressor era Isabelle e deixar um palavrão escapar dos lábios dela. 

-Meu Deus, Mulher?! Perdeu o juízo?! 

-Bom dia para você também, Amor! - Isabelle riu, enquanto dava um beijinho no nariz do marido. - Você está bem? 

Bucky fechou os olhos e assentiu, aproveitando o carinho que as unhas de Isabelle faziam em seu rosto. Então, com um suspiro, ele abriu os olhos e olhou ao redor, franzindo a testa. 

-Ué? 

-A Nat deixou a gente passar um tempo aqui e pelo visto, ela também dorme no escritório de vez em quando. 

Bucky riu, assentindo. Se jogando para o lado, o homem gemeu, sentindo dor naa costelas e nas costas, encarando o teto escuro. Ele sentiu sua esposa se aconchegar em seu abraço e, entrelaçando as pernas na dela, Bucky encarou Isabelle. Havia uma enorme ruga de preocupação no rosto dele e, como se parar confirmar o fato, Bucky perguntou: 

-Você também tem a impressão de que tudo foi resolvido rápido demais? 

-Talvez… - Isabelle deu de ombros, pondo a mão sobre o coração do homem. - Mas é melhor do que sofrer mais, não acha? 

-Não sei… Tem algo que eu acho que deixamos passar. 

-Não deixamos nada passar, Bucky. - Isabelle o olhou nos olhos e falou de maneira segura e firme. - A Sharon morreu, o Hanibal também… Só temos que lidar com o resto que vem aí e com os fragmentos disso tudo. 

Bucky assentiu. Ela podia até ter razão, mas no seu íntimo, lá no fundo, ele sentia que havia algo errado. Apesar disso, Bucky escolheu não discutir, enquanto ouvia apenas o silêncio e suas respirações. 

-Amor? - Isabelle o chamou, baixinho. - Tenho que te contar uma novidade… 

Bucky abaixou o olhar e encontrou Isabelle hesitando. 

-Pode falar, Boneca. 

-Advinha quem foi convidada para ser Colaboradora dos Vingadores? 

Bucky franziu a testa e fingiu pensar, enquanto puxava o corpo de Isabelle mais para perto de si. 

-Uma moça linda, gostosa, cheirosa e que eu amo muito? 

-Hey! - Isabelle riu, sentindo a barba pinicar contra sua bochecha. - Você sabia?! 

-Óbvio! - Bucky riu, fechando os olhos por alguns segundos. - Eu só não sabia que eles iam convidar agora, mas até faz sentido. Você aceitou, não aceitou? 

Isabelle assentiu, explicando que ainda não havia assinado, mas já estava tudo certo. Porém, ela parou de falar assim que percebeu que o homem tinha caído no sono e, rindo, ela encostou no peito forte e relaxado, inspirando o cheiro que vinha das roupas dele e sentindo que, a partir daquele momento, tudo ia mudar. 

Oiie, Meus Xuxus! ❤

Mil perdões pela demora! Segunda feira foi um dia péssimo para mim e eu fiquei com ZERO vontade de postar capítulo. Porém, não se preocupem porque no sábado ou domingo, no máximo, eu tô postando o segundo capítulo dessa semana!

E aí, na outra semana, temos o capítulo de encerramento da fanfic e eu só sei que eu não tô preparada para isso! 🥺😭

Porém, boas notícias: Eu tive uma idéia e, portanto, o primeiro capítulo da segunda temporada está prontíssimo e eu acho, particularmente, que vocês vão AMAR! 🤭❤

Mas vamos nos acalmar que a segunda temporada, em si, só deve vir lá para o meio do ano que vem! Nada de ficarmos afobados!

Enfim, xuxus...

O que acharam desse capítulo? Eu, particularmente, amei escrever ele!

Até o próximo!

Bjs! 💋💋