27. Uma Reunião inesperada.
Quando Bucky Barnes chegou a sala de Natasha Romanoff, de longe, se ouvia o burburinho que indicava que seja lá o que estivesse acontecendo, todos os agentes queriam informações. Ao perceber que Natasha foi cercada por um monte de gente que não sabia fazer silêncio ou falar um de cada vez, Bucky se dispôs a fazer a contenção dos Agentes para que Natasha pudesse andar o mais livre possível pelo corredor.
Para sua sorte, Sharon e Dean se juntaram a ele, informando que acharam melhor mudar a rota da reunião. Seguindo os dois, Bucky percebeu a presença de Peter Parker atrás deles. O garoto parecia confuso, mas como ele estava usando uma máscara por cima do rosto -um contraste gritante com a calça jeans e a blusa branca simples - ele não conseguiu deduzir nada.
O grupo caminhou até uma enorme parede de vidro refletido, onde Bucky pôde perceber que seus olhos ainda se encontravam inchados e vermelhos por conta do choro de mais cedo. Ele segurou o sorrisinho idiota por lembrar do motivo e viu a parede de vidro se abrir "como em um passe de mágica" assim que Natasha pôs a mão direita sobre o vidro.
Se tinha uma coisa que Bucky Barnes era apaixonado naquele século, era a tecnologia.
Avançando para dentro de um corredor secreto, Natasha soltou o ar e os cabelos ruivos e caminhou na frente do grupo, começando a explicar:
-Preciso contatar vocês para uma reunião urgente porque tem algo sério acontecendo. Eu sei que você tinha prova de química hoje, Parker...
-Não se preocupa com isso, Senhorita Romanoff! - Peter tirou a máscara e sacudiu os ombros, dando um rápido olhar na direção de Bucky e sorrindo, sem graça. - Ah... Oi, Senhor Barnes!
-Oi, Parker! - Bucky retribuiu o aceno e encarou Natasha, ao mesmo tempo que o grupo parou em uma porta de ferro, esperando o acesso e a senha. - Nat, não quer adiantar o que aconteceu, não?
-Foi a Belle. - Sharon explicou, dando de ombros, andando ao lado de Bucky.
-Bem teoria, o sequestro da Belle. - Dean corrigiu.
Peter parou ao lado de Bucky, andando no mesmo ritmo que ele enquanto alternava o olhar entre os adultos, confuso.
-Quem é a Belle? Aquela moça daquele apartamento que tinha sumido?
-Essa mesmo, Parker! - Natasha assentiu, parando em outra porta.
Bucky estava começando a se sentir levemente claustrofóbico, apesar das enormes janelas panorâmicas que mostravam a chuva que caía do lado de fora do prédio. Natasha parou do outro lado assim que aquela porta abriu e encarou o grupo.
-Escuta, pessoal... Como a informação vazou, eu vou ser obrigada a vir a público desmentir a história na imprensa. Porém, assim que entrarmos aqui, vou explicar tudo a vocês, então... Podem ficar à vontade!
Bucky seguiu Dean para dentro de uma sala que tinha um leve declínio no chão. Na verdade, ele se deu conta de que era uma espécie de sala de palestra, onde um palco estava montado em frente a várias cadeiras poltronas. Identificando um lugar vago ao lado de Sam, Bucky se encaminhou para lá, tirando a mochila do homem do lugar e se sentando.
-O que está acontecendo?
-Bom dia, Barnes! Quem disse que essa mochila aí era para voc...? - Sam fez uma pausa e encarou ele, confuso. - Ué? Você andou chorando?
Bucky olhou ao redor e abaixou a cabeça e o tom de voz, brincando com a pulseira de contas pretas em seu pulso.
-Estamos namorando!
-Puta que pariu! - Sam exclamou, alto, abraçando Bucky pelo pescoço. O homem descabelou todos os fios de Bucky com um cascudo, enquanto ria. - Esse é o meu garoto, rapaz!
-Me larga, oh, porra! Que inferno! - Bucky reclamou, se soltando de Sam, que ainda estava rindo. - Para de rir, cacete!
Sam não parou, mas ao menos, ficou quieto. Coisa que Bucky agradeceu. Olhando ao redor, ele percebeu que John Walker, Ruby Carter e Daise também estavam no auditório. Allie e Natasha conversavam com eles.
-Hey... - Sam chamou Bucky, enfiando o cotovelo dolorosamente em suas costelas. - Aquele não é o...?
-John Perfeito Walker...
-Que?
Bucky revirou os olhos e fez um breve resumo, finalmente, assumindo para Sam que a verdadeira causa de deixar Isabelle sair com Susan tinha sido a mãe dela falar exatamente o que ele pensava. Ele também contou sobre como Daise elogiou John e fez o rolo dele e de Isabelle parecer mais sério do que realmente foi. Sam não esboçou. Não ao menos nos primeiros segundos.
Porém, no segundo seguinte, ele enfiou um tapa forte na nuca de Bucky, que o encarou com raiva e retribuiu.
-Ai, caralho! Por que me bateu, Barnes?!
-Você me bateu primeiro!
-Porque você é um babaca! - Sam apontou, claramente, irritado com ele. - Porra, Bucky! O pai da Allie me detesta porque eu sou negro e mais velho! Você acha que eu dei ouvidos?!
Bucky suspirou, soltando o ar pelo nariz, enquanto balançava a cabeça.
-A Allie não tem complexo com o pai. Muito menos, você foi um assassino...! Olha só, Samuel, se me bater de novo ou vou te enfiar a mão na fuça!
Sam enfiou a mão na nuca de Bucky, agarrando o pulso do homem e impedindo que um tapa atingisse seu rosto. Os dois se encararam, tensos, sem falar nada. No entanto, o som agudo de um microfone soou no palco, atraindo a atenção deles. Dean estava completamente embolado em fios.
-Essa conversa ainda não acabou, Barnes.
-Pode ter certeza que não, Wilson!
Os dois se fuzilaram mais uma vez, porém, Natasha pigarreou atraindo a atenção de todos presentes na sala.
-Okay, pessoal.. Basicamente, todos que estão por aqui tem ou tiveram um relacionamento com a Belle ou, em outros casos, são heróis. Não é todo mundo que está sabendo porque cada um estava ocupado com suas tarefas, no entanto, hoje, às oito e meia da manhã, tivemos um vazamento de informações extremamente confidenciais. É por esse motivo que meia Shield está louca atrás de mim e de Pepper.
-O que vazou? - Wanda ergueu a mão no ar, perguntando.
-Desde senhas de acesso até informações compartilhadas apenas com o governo, como as identidades de heróis e agentes.
Bucky percebeu que Peter e Allie estavam sentados lado a lado e franziu a testa, se voltando para Sam, enquanto Natasha tirava outra dúvida.
-Sam, o Peter e a Allie...?
-São primos de terceiro grau. Fica quieto!
Isso explicava muita coisa. Então, Bucky se voltou para Natasha, que voltou a tomar o controle da situação. Ele finalmente percebeu que o pronunciamento dela estava virado para uma câmera que transmitia no canal interno da Shield.
-Quanto às identidades de heróis e agentes que queriam manter suas funções secretas, já resolvemos essas questões e se precisarem, podem procurar o departamento Jurídico e de Contenção de emergências que vamos dar um jeito nisso!
Natasha bebeu um pouco de água e deu os últimos avisos sobre tudo aquilo. Com isso, alguns poucos agentes que Bucky não conhecia e estavam nas últimas poltronas saíram da sala.
-Encerrou? - Natasha perguntou para Dean, que assentiu.- Ótimo! Os interessados em ajudar no caso Belle Carter, venham aqui!
Ela desceu do palco no momento em que Sam empurrava Bucky para fora da cadeira. Os dois homens foram se empurrando discretamente até o painel eletrônico na mesa de vidro, se juntando a Allie, Dean, Ruby, Sharon, John e Daise. Ignorando o olhar da sogra, Bucky ficou somente no que Allie apontava no gráfico em 3D.
-Alguém vazou não só as informações dos Agentes e Heróis como também vazou informações secretas da Ruby e causas mortis de Peter, Steve e Zemo. Uma varredura pelo nosso sistema de informações nos informou que a pessoa que fez tal jogada acessou as informações de um endereço VNP...
-Espera aí, amor! - Sam a interrompeu, com um vinco na testa. - Traduz para língua de gente?
-Não identificável! - Allie, Ruby, Natasha, Daise e Bucky exclamavam. No entanto, o grupo olhou para Bucky, que deu de ombros. - Que foi? Eu gosto de tecnologia, tá?
Allie revirou os olhos e ignorou Sam perguntando desde quando. Ela voltou a falar.
-Porém, por triangulação de sinal, a pessoa que enviou as informações não cobriu os rastros direito e deixou a última pasta em aberto, que era a da Isabelle.
-Eu de onde veio o sinal? - Sharon perguntou.
-De algum computador da Shield. - Ruby apontou no gráfico.- Mais especificamente, na sala de controle.
Bucky franziu a testa e encarou o tal pontinho vermelho, enquanto anotava as informações.
-E as câmeras de Segurança? - John perguntou, encarando Natasha. - Vocês tem câmeras, não é?
Natasha assentiu, mexendo no painel.
-Em todos os andares, porém, como podem perceber...
Bucky analisou o vídeo da câmera do corredor da sala em silêncio. Só na terceira vez, ele percebeu que as gravações estavam em um looping infinito. Ele torceu os lábios, esfregando a palma da mão uma na outra.
-Beleza... A Pessoa foi esperta, mas...
-Espera, Tia Daise. - Allie pediu, apontando para o painel. - Tem mais coisas: Além do fato de ter uma euforia enorme porque vazaram a informação de que viagem no tempo existe e que Steve Rogers voltou para o passado e tem herdeiras na Shield, também vazaram que há um novo super soldado a solta, sem nenhum tipo de controle.
-De forma resumida, colocaram como se a Isabelle fosse um perigo para a sociedade. - Natasha explicou, puxando uma cadeira e sentando. - Vai ser fácil reverter o fato da viagem no tempo ter vazado e a Ruby e a Belle terem o sobrenome do Steve: Ele tinha mesmo um primo chamado Daniel. Só que ele morreu quando tinha dois anos e o Steve assumiu a identidade dele antes de morrer.
Ruby assentiu, trocando um olhar com Bucky, que também sabia dessa informação, logicamente.
- O problema é que agora todo o mundo sabe que há uma réplica do soro da Belle em algum lugar e sabem quem é ela. - Bucky comentou, encarando Natasha e Allie, que assentiram. -Obviamente, o pessoal do crime não vai acreditar que foi tudo uma teoria da conspiração daquele pessoal que diz que o Steve está na lua, né?
-Isso aí, Sargento Barnes. - Allie assentiu, esfregando os olhos.
Um momento pesado de silêncio se fez presente enquanto todos se entreolharam. Foi Dean quem quebrou a tensão erguendo a mão no ar. Ruby encarou o marido, indicando que ele poderia falar.
-Eu tenho uma pergunta... Por quê ele está aqui?
O dedo de Dean apontou para John e no mesmo instante, Daise respondeu:
-Ora, querido... Achei melhor deixar John a parte de tudo, sabe? Afinal, ele foi transferido para Nova York e a amizade dele e da Isabelle é antiga...
-Toda ajuda é bem vinda! - Natasha interrompeu a possível discussão que Bucky estava disposto a iniciar, lançando um olhar duro para ele. - Contanto que haja mesmo uma ajuda!
-Eu farei o meu melhor, Romanoff! - John sorriu, de leve na direção dela.
Trocando um olhar na direção de Sam e Allie, os três controlaram a vontade de rir ao perceberem o olhar de desprezo de Natasha.
Ela dispensou o pessoal rapidamente dando a cada um deles uma pasta com informações das pouquíssimas coisas que sabiam. A de Bucky e de Sam vieram com um pedido especial e os dois já estavam prestes a saírem da sala, falando mal de John, diga-se de passagem, quando uma voz chamou por Bucky.
Respirando fundo, o homem percebeu que era Daise quem o chamava. Ao menos, daquela vez, ela estava sozinha. Sam bateu a mão contra o ombro dele murmurando um "Tô aqui do lado!". Assentindo, Bucky caminhou na direção da senhora e já começou falando:
-Vai demorar, Senhora Carter? Preciso ir embora...
-Você e a minha filha estão juntos. Não é?
Bucky ponderou, olhando ao redor. Nitidamente, Ruby, Dean e John prestavam atenção na conversa deles, sendo que o último, fingia não prestar. Ruby sacudiu a cabeça e murmurou um "Vai em frente!" Ao mesmo tempo que Dean ergueu os dois polegares em sua direção.
Ele respirou fundo mais uma vez, sem a menor paciência. E encarou a senhora na sua frente com uma clara carranca no rosto. Precisava estar em outro lugar naquele momento e ter uma DR com a sogra não o ajudaria em nada.
-É, eu e Belle estamos juntos. Era só isso? Preciso ir...
-Por que ela, Barnes? - Daise perguntou, séria. - Eu não entendo...
-Então, a senhora realmente não conhece a sua filha. Se conhecesse, saberia o porquê qualquer pessoa cairia de amores por ela! Tenha um bom d...
-Eu ainda não terminei, Sargento Barnes. Tenha educação, por favor?
Bucky queria mandar Daise enfiar a educação no orifício anal, no entanto, em respeito a namorada, Bucky apenas deu meia volta e andou os três passos que tinha se afastado.
-Pois não?
-Você sabe a minha opinião sobre esse namoro...
-A Senhora deixou bem claro, obrigado! Mesmo assim, estou ciente e quero continuar!
Bucky conseguiu ouvir a risada de Sam e ele tinha certeza que não tinha nada a ver com Allie que estava ao seu lado. Daise sustentou o olhar duro de Bucky e cruzou os braços, o analisando.
-Como eu estava dizendo... Não sou a favor do namoro e acho que os dois vão sair magoados dessa história, se vocês se amam tanto assim. Mas, obviamente, não sou eu que vou torcer contra ou tentar dar um fim na história de vocês. Então, por mais que eu não goste de ver minha família namorando um rapaz que é mentalmente instável...
-Estavel. - Bucky corrigiu, de forma direta. - Fui declarado mentalmente estável o suficiente para viver em sociedade.
-Certo, rapaz! Já entendi... - Daise suspirou, cansada. Esticando a mão na direção dele, ela ergueu uma sombrancelha, desafiadora. - Bem vindo à família, Barnes!
Bucky hesitou. Ele encarou Ruby, que deu de ombros. Então, apertou a mão da sogra com um aperto firme e um olhar acusador quando sorriu, de lado.
-Eu já sou da família, Senhora Carter! Desde o século passado! Se era só isso, preciso ir embora. Boa tarde e passar bem!
Bucky deu meia volta antes que pudesse criar coragem para falar que sabia que o único motivo pelo qual Daise não criaria caso com o namoro e nem se meteria (isso, se ela cumprisse mesmo o acordo) era por ele ser um homem, não uma mulher.
Mesmo assim, ele estava orgulhoso de não ter se rebaixado ao nível dela e iniciado uma discussão que só faria Isabelle ficar mal quando soubesse. Sua prioridade, no momento, não era estar certo ou bater de frente com uma intolerante: Sua prioridade era cuidar e honrar a chance que sua namorada tinha dado a ele.
Com um sorriso bobo, Bucky percebeu que talvez, fosse a primeira vez que pensava em Isabelle como sua namorada, não a neta do Steve, irmã da Ruby ou qualquer outra forma.
Ela era sua. E ele era dela.
Parando com as boiolices, Bucky caminhou com Sam pelos corredores até acharem Scott Lang e Alice. Rapidamente, eles se despediram enquanto Bucky ia ao quarto de Isabelle avisar que ia precisar sair. Prometendo voltar em breve, Bucky foi até o seu armário e pegou suas armas.
-Pronto, Lobo Branco? - Sam perguntou, assim que eles se encontraram, na frente do carro emprestado.
Bucky sorriu de lado, assentindo.
-Eu tô sempre pronto, Capitão América!
***
O Pub Rock's Lee estava localizado em um dos principais pontos da Times Square, bem embaixo de um prédio cinza com janelas de vidro. A fachada era simples, sendo composta por portas de vidro fumê com vários adesivos decorativos de várias bandas de rock e gangues de motos. O tipo de lugar que Bucky Barnes visitou algumas vezes em seus encontros.
Inclusive, ele mesma já tinha visitado aquele pub com uma das primeiras garotas que saiu pela internet, já que o pai dela trabalhava lá como gerente. O romance, obviamente, não deu certo e não passou de uma noite só, porém, Bucky tinha marcado o suficiente para ser reconhecido pelo pai da menina e ter que retribuir o aceno de cabeça.
Ignorando a presença de Sam ao seu lado, os olhos de Bucky vasculharam o ambiente escuro e com forte cheiro de couro, óleo de motor e álcool. O piso de madeira harmonização com a pintura rupestre do ambiente e, puxando o amigo pelo pulso, Bucky fez Sam se sentar em uma mesa com cadeiras redondas.
-Vai beber algo, Sammy?
-É Sam, insuportável! E eu quero uma cerveja! -Sam observou Bucky se afastar e gritou para ele ouvir. - Você sabe a marca!
Bucky olhou por cima do ombro e assentou, deixando Sam sozinho na mesa. O homem apoiou os cotovelos sobre o tampo de madeira de mogno e esfregou o rosto com os dedos, tentando aliviar a tensão que pressionava sua testa. Sua cabeça estava cheia de problemas e o vazamento de informações matutino não havia contribuído para a melhora.
Olhando ao redor, Sam se perguntou quem seria o contato que Ruby pediu para eles esperarem e porquê naquele lugar, já que segundo a placa na entrada, mais tarde, teria um show de uma banda de rock metálico.
Bucky voltou no momento em que todas as cadeiras ao redor deles já estavam ocupadas. O som da garrafa de vidro batendo na mesa foi ocupada pelas vozes agitadas e alegres ao redor dos heróis. Bebendo um gole depois de brindarem, os dois homens se encararam.
-Então... Você e a Belle estão bem?
-Sim. - Bucky assentiu, com um pequeno sorriso. - Claro que ainda precisamos conversar bastante, mas...
-Olha, cara... - Sam se ajeitou na cadeira e sorriu, encarando o relógio para ver que ainda faltavam vinte minutos para a hora marcada. - Eu sei que, talvez, eu e a Allie tenhamos tentado interferir um pouco no início, mas juro que a culpa foi da própria Belle...
Bucky franziu a testa e encarou Sam, levemente confuso.
-Como assim?
Sam deu de ombros e bebeu mais um gole da cerveja.
-A Belle queria conhecer você, mas não te achou no enterro do Steve. Aí, conversando com a Allie, ela sugeriu da gente tentar juntar vocês dois.
Bucky franziu os olhos e mandou a cabeça para os lados, soltando um suspiro.
-Acontece que eu já tinha conhecido ela. Só não fazia idéia de quem ela era.
-Como o destino é incrível, né? - Sam sorriu, apontando com a boca da garrafa para o amigo. - Quem diria... Você não deu para o Steve, mas tá comendo a neta...!
Bucky engasgou com a cerveja quando uma risada involuntária escapou dos seus lábios, o que fez Sam ter que deslocar a cadeira para o lado dele e enfiar a mão, diversas vezes, entre as omoplatas do homem até que as vias dele estivessem liberadas.
No entanto, por mais graça que Sam estivesse achando, ele ignorou o xingamento de Bucky e desviou o olhar da porta, estarrecido.
-O que foi? - Bucky estava com o pescoço a meio caminho da direção da porta, quando Sam segurou seu queixo, negando com a cabeça. - O que houve?! Samuel...!
-O Bartroc... Olha!
Sam liberou o queixo do homem, acompanhando o olhar dele para a direção do balcão de bebidas. Bartroc pediu alguma bebida e virou de uma vez, enquanto Sam e Bucky se entreolharam.
-Não, cara... - Bucky segurou Sam pela manga do casaco, o puxando de volta para a cadeira.
-Esse cara devia estar na cadeia...!
-Temos que pegar informações sobre o vazamento da Shield, Sam!
-Você é burro?! Podemos matar dois coelhos com um tiro só!
-Ou estragar o resgate do coelho caso o tiro saia pela culatra por conta de um segundo coelho que não estava nos nossos planos! - Bucky retrucou, irritado.
Sam revirou os olhos e bufou, puxando a manga do casaco.
-Vai me dizer que por causa de um coelho, você prefere deixar outro que está debaixo do seu nariz, escapar e sumir como se estivesse em uma cartola!
-Os coelhos em cartolas sempre estão debaixo delas!
-Quando isso virou uma conversa de coelhos, hein?!
-Foi você quem começou!
-Isso não vem ao caso!
Bucky respirou muito fundo e prendeu o ar nos pulmões, pedindo paciência a Deus. Seu olhar foi para a nuca do homem e, como se tivesse sido envocado, Bartroc começou a passear os olhos pelo local que se encontrava cheio, porém, não o suficiente para ocultar os dois homens das suas vistas.
Fazendo a coisa mais racional que pensou, Bucky enfiou o corpo na frente de Sam para dificultar o reconhecimento e puxou o rosto dele, selando seus lábios.
Em um primeiro momento, Sam recuou, espantado e assustado, porém, Bucky o segurou firme e sussurrou:
-Carinhos em público geram constrangimento. Me beija, caralho!
Sam arregalou os olhos mas obedeceu, puxando Bucky pela nuca. Inicialmente, era para o beijo ser apenas um selinho. Porém, em algum momento, um dos dois homens pediu passagem com a língua e para a surpresa de ambos, o outro cedeu.
Bucky poderia ter parado o beijo logo a seguir. Obviamente. Ainda mais, porque tanto ele, quanto Sam, tinham namoradas e amavam elas. No entanto, eles não faziam idéia de Bartroc havia parado de olhar na direção deles ou se já havia os reconhecido e, caramba, o beijo estava bom para caralho!
Aos poucos, os dois homens sentiram falta de ar e se soltaram, com selinhos, o que deixou Sam claramente constrangido. Bucky suspirou, guardando o pensamento de que havia sido um dos melhores beijos da vida dele no fundo de si, enquanto dava um tapinha no rosto de Sam, revirando os olhos.
-Não pense que eu gostei!
-Ah, é claro que não! - Sam assentiu, olhando para o balcão vazio. - Ufa, ele foi!
-É... - Bucky concordou, ajeitando a cadeira de volta no lugar.
Sam o encarou, franzindo os olhos, sério.
-Bucky?
-Hm? - Bucky o encarou, de lado, quando os primeiros acordes de uma guitarra estridente soaram. - Fala alto!
Sam se aproximou de novo, o encarando nos olhos.
-A Allie e a Belle precisam saber disso?
Bucky deu de ombros, negando com a cabeça. Ele falou mais alto para ser ouvido quando a voz, também estridente, de uma cantora jovem soou.
-Por mim, não! Não significou nada para mim... E para você?
Sam fez uma careta e negou, porém, seus olhos encararam os lábios levemente inchados de Bucky quando ele deu de ombros.
-Para mim, também não!
-Que bom!
-Pois é...
Bucky sorriu de lado, ciente que conseguia enxergar o desejo nos olhos de Sam. Tanto que, segundos depois, o moreno sussurrou um "Que se foda!" E o puxou pela nuca, o beijando mais uma vez.
Bucky segurou o rosto de Sam, juntando sua língua a dele, controlando a vontade de rir. O beijo era lento, porém firme e com bastante intensidade de ambas as partes.
Sam o soltou depois de dar uma leve mordida no lábio inferior de Bucky e voltou a posição inicial, apontando um dedo para ele.
-De a Allie ou a Belle souberem, eu juro que mato você. Ouviu?
-Não sou eu que vou contar, Passarinho!
Bucky riu, internamente. Já que Sam não sabia, não seria ele a contar que Belle e Allie já ficaram algumas vezes antes.
Sam estreitou os olhos para o sorrisinho debochado de Bucky e reforçou:
-Espera mesmo, Soldadinho de Lata! Ou te enfio esse braço...!
-Como licença!
Bucky e Sam encararam um homem alto e com a cabeça raspada cheia de tatuagens, assim como o resto de seu corpo, aparentemente. Ele apontou para a cadeira na frente de Bucky (a que o próprio havia depositado) e piscou, enquanto Perguntava:
-Tem alguém sentado aqui?
O olhar de Sam foi para a mão do homem, que segurava a jaqueta de couro marrom aberta, revelando um distintivo da Shield.
-Pode sentar. - Sam assentiu.
O homem agradeceu e sentou o corpo magro e pálido, porém, forte. Ele não encarou os dois homens por muito tempo e Sam e Bucky também não ligaram para a presença deles, até que Bucky começou a cantarolar o rock que tocava na rádio.
-Muito boa, né? - O Cara perguntou, se inclinando para frente. - Gosto dessa!
-Pois é... - Bucky concordou, balançando a cabeça. - É uma das melhores!
-Eu tenho um conhecido que tem um conhecido... Ele já ouviu falar dessa Banda aí. O Ceifador.
Sam se inclinou para frente, entendendo onde o rapaz queria chegar. Bucky repetiu o mesmo gesto, rodando a garrafa vazia de cerveja entre os dedos.
-Jura, é? E ele sabe o que sobre essa banda.
-Quase nada que tenha a ver com a namorada dele. - O Rapaz encarou Bucky, o que fez ele xingar mentalmente quem quer que tenha falado sobre isso. - No entanto, meu amigo me deu a descrição da cantora da banda. É alta, magra, tem uns trinta anos... O Meu conhecido disse que já viu ela com diversos cabelos diferentes e cores de olhos, então, não sei qual é o de verdade, mas é branca.
Sam e Bucky se entreolharam, confusos.
-Podia fazer um retrato falado...
-Podia. Mas não vai. Esse meu amigo não é muito gente boa. - O Rapaz negou. - Mas é sempre essa cantora que vai representando a banda. Aliás, aqui...
O rapaz esticou um pen drive cinza por baixo da mesa e entregou nas mãos de Sam.
-Ai tem as melhores bandas do século! E algumas respostas para o mistério de hoje. Espero ter ajudado, mas já estou bastante entediado aqui, então... Boa Tarde!
Sam e Bucky retribuíram com um aceno de cabeça e esperaram até o rapaz sair do pub, para se olharem.
-Guardou o pen drive?
-Óbvio. Você acha que eu sou burro?
-Quer que eu seja honesto ou seu amigo?
-Vai a merda! - Sam rolou os olhos e encarou o bilhete grudado no pendrive, atrás. - Olha!
Bucky acompanhou o olhar dele e leu, rapidamente:
"Não confie em nenhum agente de dentro da Shield, a não ser, a Ruby e o Dean. Entreguem somente nas mãos dela."
Oiie, Pessoal! 💕
Cheguei mais uma vez e trazendo um capítulo que, tenho certeza, fez alguns surtarem MUITO! HEHEHE
CÊS GOSTARAM DO BEIJINHO SAMBUCKY??? 🥳🥰 eu tô guardando essa cena tem meses e louca para postar KKKKKK
E sim, tudo bem, eu sei que foi meio mancada rolar quando os dois estão namorando, mas... Não é como se a Allie e a Belle nunca tivessem se beijado 👀
Mas fora esse beijo, vocês curtiram o capítulo?? Eu amo muito ele porque marca o início de capítulos que são de tirar o fôlego!
Aliás, preciso falar para vocês que tenho mais sete capítulos escritos, totalizando 36 até agora e que pretendo ir até, mais ou menos, o 50. Ou seja, estou começando a me encaminhar para o final! 🥺😭 Mas, ainda temos bastante caminho pela frente, portanto, não se preocupem com isso agora, okay?
Até o próximo capítulo! 💕
Bjs 💋💋
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