26. A conversa sincera.
O som de passos molhados ecoava pelo corredor enquanto Bucky Barnes refazia o caminho que havia feito algumas vezes naqueles meses em que adotaram o Bunker como esconderijo. Pela segurança de já saber onde pisar e a pressa para terminar o que tinha que fazer, ele andava em um ritmo rápido demais para apenas uma caminhada.
A pistola em sua mão reluzia a cada trecho de luz. Não que ele fosse precisar, mas nunca conseguia evitar a sensação de estar sendo observado todas as vezes que ia lá. Portanto, esperava estar errado e não precisar usar as balas dentro do pente.
Ao chegar perto do corredor de acesso ao Bunker, Bucky esperou, atento a todo e qualquer barulho. Mas sem ser o de água correndo ou o de passos e barulhos de ratos, ele não ouviu absolutamente nada. Pé por pé, ele empunhou a arma, a segurando firme, e caminhou até a porta de ferro. Eles ainda não haviam mandado instalar uma tranca nela pelo simples motivo de não saber qual chaveiro era confiável o bastante para ir até lá sem falar nada para ninguém.
Ele deu um chute na porta, entrando de uma vez. Com a arma ainda em punho, Bucky olhou ao redor. A sala continuava desarrumada, talvez, da mesma forma que haviam deixado quando eles foram lá na última vez. No entanto, Bucky agora sabia o que tanto o incomodava quando eles chegavam no bunker.
No início, pensou que era besteira, afinal, não confiava na sua própria mente. Mas ainda assim, o pensamento o irritava.
Agora, depois de ver alguém que ele não esperava ver, Bucky tinha certeza que, ou havia ficado louco de vez, ou não era impressão dele.
-Tem alguém aqui?! - Bucky berrou, olhando ao redor. - Sou eu!
Nada. Ele ficou imóvel, sentindo o coração martelar no peito e os ouvidos zumbirem de tanto silêncio. Ele suspirou, sabendo que muito provavelmente, não havia ninguém por lá.
Seus ouvidos captaram um leve, quase imperceptível barulho no final do corredor. O som de um passo ou de uma tosse engasgada, talvez. Ele continuou tenso.
-Eu sei que você está aí! Você quer vir aqui para a gente conversar ou prefere ler o que eu tenho para você?
Mais silêncio. Bucky olhou ao redor de novo. O que o irritava quando precisavam usar o Bunker era o fato de que, normalmente, sempre havia algo fora do lugar. As almofadas, se eles saíram com elas em pé, apareciam deitadas e o ventilador parado em um lugar diferente. No entanto, como apenas ele tinha reparado nisso, Natasha e Sam deixaram para lá e Bucky se convenceu que era imaginação.
Andando até a mesinha de centro, ele pousou a carta, devagar, percebendo um copo de vidro em cima dela. O copo não estava lá na última vez que eles saíram. Ele tinha certeza.
-Escuta, eu só vou deixar a carta aqui, está bem? - Bucky voltou a falar alto, olhando na direção do corredor. - Eu vou embora agora. Preciso visitar uma amiga no hospital…
Ele esperou. E por fim, apenas virou as costas e saiu do lugar, fazendo o som de seus passos ecoarem altos o suficiente para que a pessoa escondida no fim do corredor, em uma das várias salas existentes, visse que ele havia cumprido a parte dele e saiu do local.
Afinal de contas, se fosse mesmo quem Bucky achava que era, essa pessoa apareceria no dia e no local combinados.
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Ele estava nervoso. Isso era fato. No entanto, mesmo nervoso, Bucky fez questão de ir em uma loja de flores e procurar por buquês de margaridas. Na primeira, as margaridas estavam em falta e ele ficou na dúvida se levava outra flor no lugar.
Mas queria mostrar que prestou atenção no que Isabelle havia dito a ele na primeira vez que levou flores para ela. Portanto, andou por mais vinte minutos e achou uma loja de flores próximo ao hospital. Lá, ele encontrou as benditas margaridas e teve que ficar segurando o buquê por trinta minutos, enquanto conversava com a senhorinha que era dona da loja, até a chuva passar. Apesar de ter chovido a noite toda e estar frio, Bucky nem mesmo se preocupou em levar guarda chuva por algum motivo desconhecido.
Quando a chuva parou, ele ajeitou o casaco sobre os ombros, acenou para a senhorinha simpática e caminhou até a porta do hospital. No último andar, funcionava uma ala inteira apenas para a Nova Shield, por causa de um antigo patrocínio que Pepper Potts manteve. Afinal, agora que ela havia assumido o manto de Resgate e Rhodes ainda estava como o Máquina de Combate, era um interesse das indústrias Starks continuar o negócio.
Bucky se identificou na entrada, usando a carteira da Shield. Ele subiu pelo elevador, atraindo alguns olhares femininos para seu buquê. Suspirando e percebendo que estava tremendo, ele encarou o relógio. Estava só dez minutos atrasado. Ainda tinha quase duas horas de visita.
Ele caminhou pelos corredores até achar os quartos particulares. Seguindo a numeração, Bucky murmurava:
-Dez, onze, doze, treze, catorze…
Então, se deu conta de que o quarto de Isabelle era o quarto número onze. E parou, percebendo que já tinha passado.
-Tá, calma. É só entrar, entregar as flores, pedir para falar com ela… Só isso! Eu consigo fazer isso… Eu consigo!
Bucky soltou o ar e tentou em vão pentear os cabelos levemente úmidos antes de parar na porta do quarto e franzir a testa ao ver um homem que não conhecia com Isabelle. Ele respirou fundo e bateu com os nós dos dedos na porta do quarto, atraindo o olhar para si.
No entanto, o olhar de Bucky estava preso no de Isabelle. Ele chegou a engolir em seco e bambear quando percebeu a expressão entediada dela mudar ao vê-lo. Ela se sentou, com pressa, sorrindo tão amplamente, que Bucky bambeou nas pernas.
Como nunca tinha percebido a forma que ela sorria para ele? Como nunca tinha visto o brilho e a empolgação que ela demonstrou naquele momento em que Ruby ergueu o corpo da cadeira e foi abraçar Bucky.
-Caramba! Bucky! Você demorou! Tudo bem?
-Ah… Tô! - Bucky sorriu, entrando no quarto ao ser puxado para dentro. - Hey, Dean! Tudo bem?
-E aí, Meu chapa? - Dean sorriu, comendo o que parecia pudim de cima de uma bandeja quase vazia.
-Oi, Senhora Carter! - Bucky cumprimentou com a cabeça a senhora, que estava sentada ao lado do homem forte.
-Oi, querido! Como vai?
Bucky sussurrou um "Bem" e encarou o homem, que já o encarava. Ele percebeu Isabelle alternar o olhar entre os dois e viu quando Ruby apontou para as flores, interrompendo o contato visual.
-São para Belle, não é?
-Ah, sim! Toma…
-Esse é o John Walker. - Ruby apresentou, levando as flores até a mesa de cabeceira. - John, esse é o Bucky.
Bucky arregalou os olhos, bem de leve, ao reconhecer o nome. John Walker era o soldado que queriam usar para pôr no lugar de Steve caso Sam não tivesse batido o pé, avisando que cumpriria o último desejo do amigo e assumiria o manto. Se perguntando o que ele estaria fazendo por lá, Bucky apertou a mão do homem.
-Bucky Barnes… O Soldado Invernal!
-Lobo branco, John. - Isabelle corrigiu, revirando os olhos.
-Ah, certo! Me desculpa! - John soltou a mão dele e forçou um sorriso. - Sou o ex namorado da Isabelle…
-Ex-ficante! - Isabelle e Ruby exclamaram assim que ouviram. - Você só ficou comigo no ensino médio e nunca quis me namorar!
John soltou um longo suspiro e piscou na direção de Isabelle, sorrindo.
-Eu era meio idiota…
-Meio? - Dean ergueu uma sombrancelha, levando uma cotovelada da sogra. - Ai!
Bucky soltou o ar pelo nariz, querendo enfiar a mão na cara do tal John assim que ouviu:
-Enfim… Quando eu soube a fatalidade que aconteceu com a Izy, eu tive que vir visitar ela, sabe?
-O John era um amor, sabia? - Dayse exclamou, com um pequeno sorriso. - Uma pena que não deram certo! Teriam feito um casal lindo!
Bucky enfiou as mãos nos bolsos, apertando as unhas contra as palmas. Com certeza, não estava esperando que um ex ficante aparecesse naquele momento e já tinha se arrependido de ir, tendo em vista que até o buquê do cara era melhor que o dele. Talvez, deveria ter sido melhor levar mais quantidade de flores mais bonitas do que margaridas.
-Mãe? - A voz de Isabelle fez com que Bucky parasse de fuzilar o próprio buquê com os olhos e encarasse ela. - Você pode deixar com que eu e o Bucky tenhamos uma conversa? É importante!
Daise hesitou. Bucky já estava prestes a dizer que voltava outro dia quando Ruby exclamou:
-Vem, gente! Vamos lá para a lanchonete! Não tem a menor pressa para conversarem!
-Ah, mas o John veio de…
-O John vai entender. - Bucky se surpreendeu de ter sido ele a falar. No entanto, quando eles o encararam, Bucky continuou forçando o sorriso. - O que eu tenho para falar com a Isabelle é urgente e inadiável.
Ruby arrastou a mãe para longe do quarto com bastante velocidade. Dean também arrastou John, que fuzilou Bucky com o olhar até perder ele de vista. Bucky soltou o ar, encarando a porta aberta por alguns instantes, sentindo a tensão da cena se dissipar.
-Fecha a porta? - Isabelle pediu.
Bucky assentiu, encostando a porta do quarto, o que diminuiu o ruído do corredor. Ao virar para a cama, ele percebeu que ela ajeitava as margaridas com todo o cuidado do mundo, enquanto o olhava.
-Você lembrou que eram minha preferidas ou…?
-Lembrei. - Bucky assentiu, engolindo em seco. - Eu sempre lembro do que você fala, Belle!
Isabelle sorriu. Ela pôs as flores no vaso de novo, chegando para o lado, na cama. Então, o encarou e deu um tapinha ao seu lado. Bucky hesitou.
-Eu não sei se é uma boa idéia, Belle…
-Por que? - Ela perguntou, confusa.
-É que… Bem, eu queria te pedir desculpa antes. Eu fui um completo idiota nesses últimos meses, está bem? E eu vou te falar a verdade: Você ser bisneta do meu melhor amigo me assustou, sim, está bem? Mesmo eu sabendo que é idiotice! Depois, eu achei que você nunca ia olhar para mim, só para o cara que seu avô contava ou aqueles histórias no museu e… Sinceramente, Isabelle… Eu nunca achei que pudesse sentir por alguém o que eu sinto por você! É lógico que eu fiquei assustado e tentei recuar porque é isso que eu faço! Eu afasto as pessoas e fico me convencendo de que eu não mereço ser feliz e ter você… Isso me deixava feliz, está bem? Eu morri de ciúme quando você falou da Susan e, talvez, no fundo, eu sabia que era só para tentar me fazer ciúme, mas… Eu não consegui parar de pensar naquilo que a sua mãe me falou depois do restaurante e…
-Espera ai, James! - Isabelle quase berrou, o encarando. - O que a minha mãe te falou?!
Bucky parou, estático, percebendo que tinha falado demais. Ele passou a mão pelo rosto levemente vermelho e pelos cabelos curtos, dando de ombros.
-Não foi importante…
-Bucky, eu provavelmente sou um supersoldado! Você quer mesmo me irritar?! - Isabelle encarou Bucky, séria, o vendo engolir em seco. - O que a minha mãe te falou e quando?!
Bucky hesitou de novo. Então, caminhou até a cama e se sentou, segurando a mão de Isabelle que não tinha o acesso venoso. Ele soltou o ar, falando baixo.
-Eu sei que ela só estava pensando no seu bem…
-Ela está pensando no meu bem baseado nas escolhas e preferências dela, Bucky. Mas somos pessoas diferentes com escolhas e preferências diferentes. Seja lá o que ela te falou…
-Que eu não seria um bom namorado para você. - Bucky admitiu, sem encarar Isabelle. - Naquela hora que você e a Ruby voltaram para pegar a bolsa dela. A sua mãe admitiu que não gostava do fato de você sair com meninas e disse que percebeu que a gente estava junto, mas que mesmo eu sendo um cara… Achava que a gente não daria certo por causa da diferença de idade, de geração e, principalmente…
Isabelle fechou a mão soba dele, com força.
-Por você ser um assassino?!
-Basicamente, sim.
O silêncio reinou no quarto enquanto Isabelle tentava conter a raiva que sentia naquele momento.
-Eu achei que ela tinha razão, então… - Bucky continuou falando, baixo. - Quando você falou da Susan, eu achei melhor me afastar e deixar você ter alguém normal, que fosse te fazer feliz.
Isabelle deixou as primeiras lágrimas caírem, respirando fundo.
-Eu falei da Susan porque você estava estranho, Bucky. Você estava… Distante e distraído. Era por causa da minha mãe?
-Não por causa dela, mas… Porque ela falou o que eu já pensava há algum tempo. Ela tem razão, Belle. - Ele ergueu o olhar e encontrou o dela, suspirando. - Eu já fui um assassino!
Isabelle negou. Os olhos dela transbordavam raiva.
-Não foi você! Foi a Hydra!
-Foram as minhas mãos!
-Sendo controladas pela Hydra, seu grande imbecil!
Bucky pulou de susto e levantou da cama quando Isabelle enfiou um soco forte em seu ombro. Alternando o olhar entre ela e o ombro, chocado, ele viu Isabelle cruzar os braços, irritada.
-Vem aqui! Agora!
-Mas…
-Bucky!
Bucky obedeceu, sentando de novo, na cama. Isabelle soltou o ar, ainda chorando.
-Eu soube que você estava saindo um cara.
-O Billy.
-E você gosta dele?
Bucky encarou os olhos de Isabelle e viu, refletidos neles, o medo da resposta. Por um segundo, ele se perguntou se ela sentia mesmo isso: Medo de perder ele.
-Não. - Bucky admitiu, fazendo questão de pegar a mão dela e pôr sobre seu peito, enquanto a olhava nos olhos. - Eu não gosto dele. Na verdade, terminamos quando você sumiu.
Isabelle soltou o ar, deixando algumas lágrimas caírem, enquanto sorria de leve. Ela as limpou e perguntou:
-Por que?
-Porque precisei quase perder você para perceber que eu…
Bucky engoliu o nó na garganta, mas não conseguiu falar. Não era fácil se abrir daquela forma e ele ainda tinha medo de se magoar.
-Perceber o que, James? - Isabelle sussurrou, subindo a mão do peito até o rosto dele, com um pequeno sorriso. - Perceber que a gente se ama? Que eu quero você? Que não importa o que minha mãe diga, eu ainda amo você e cada uma das suas versões?
Bucky fechou os olhos, tentando impedir das lágrimas escaparem. Isabelle o puxou pelo pescoço, dando um abraço nele, que de primeiro momento, ficou imóvel, tentando não machucá-la.
-Eu te amo, James.
-Eu fui um idiota! - Bucky soluçou, deixando com que todo o desespero que sentiu fosse revelado naquele abraço. - Eu devia ter conversado contigo, Boneca! Mas eu não consegui… Eu só… - Ele recuou a encarou sob as lágrimas. - Eu não sei o que eu faria se tivesse perdido você! Eu não sei… Me perdoa, Belle?! Por favor!
-Não tem o que perdoar! - Isabelle sorriu, limpando o rosto dele. - Eu também devia ter te chamado para conversar, mas eu também senti medo, Bucky. Medo de você perceber que existiam outras opções melhores…
-Você é a opção perfeita para mim!
Isabelle sorriu, tímida. Bucky a puxou para outro abraço apertado e deixou que todos os sentimentos ruins daquelas últimas semanas saíssem em formato de lágrimas. Isabelle também soluçou algumas vezes contra o pescoço dele. Os dois estavam cientes da cena ridícula que devia estar sendo, dois adultos abraçados, chorando como bebês.
Mas só eles sabiam quanto sofrimento tinham acumulado no peito. Quanto amor existia entre ambos. O quão intensa era a relação deles. A conexão. Só os dois se conheciam de almas nuas, sem barreiras e julgamentos. Eles sabiam o que aquelas lágrimas significavam e não se importavam se alguém acabaria entrando no quarto e visse aquilo. Era o momento deles. O instante em que suas almas conversavam entre si e decidiam se queriam continuar juntas.
-Eu amo você. - Bucky declarou, de repente, assim que se acalmou.
-Eu sei, seu bobo! - Isabelle apertou a cintura de Bucky, apoiando a cabeça no peito dele, conforme o homem recostou sobre a cabeceira. - Eu te amo muito.
-Era para eu ter falado primeiro.
Bucky reclamou, apertando o corpo dela contra o seu. Um beijo casto foi deixado no meio dos cabelos castanhos enquanto ele suspirava. Isabelle riu, baixo, brincando com a camisa de botão de Bucky, enquanto confessava:
-Você disse primeiro!
-Não disse, não.
-Disse, sim. - Isabelle ergueu os olhos verdes na direção do rosto dele e sorriu, culpada. - Naquele dia que vocês me acharam… Eu não estava totalmente dopada. Eu ouvi você falando que me amava.
O rosto inteiro de Bucky ficou vermelho, enquanto ele bufava e desviava o olhar, encarando o monitor cardíaco.
-Sua chata!
-E você me ama!
-É, eu amo. - Bucky sorriu, abobalhado, dando um beijinho na testa dela. - Cara… Eu te amo mesmo, Belle!
-Eu sei…
-Quer dizer… Amo mesmo!
-Eu entendi…
-Eu não! - Bucky franziu a testa, o que fez Isabelle rir alto. - Hey, para de rir, sua palhaça! Como assim eu te amo?! Você é irritante demais!
-Não sou irritante. Sou sincera. - Isabelle deu de ombros, fazendo um leve carinho sobre o coração de Steve. - Além disso, eu beijo bem. Sou legal…
Bucky sorriu, segurando o queixo de Isabelle, enquanto a olhava nos olhos. Eles não falaram nada por alguns segundos, quando Bucky tomou coragem para perguntar:
-Belle… Mesmo depois disso tudo que aconteceu com a gente… Você ainda quer ser minha amiga?
-Não.
Bucky sentiu o corpo gelar, enquanto piscava, confuso. Porém, não deu tempo de perguntar nada já que Isabelle suspirou e segurou a mão dele, levando ela ao seu peito.
-Eu quero que você seja mais que isso, James.
-Você tem certeza? Absoluta? Mesmo com a sua mãe sendo contra e…
-Tenho. - Isabelle o interrompeu, sorrindo. - Eu nunca tive tanta certeza de que alguém era a pessoa certa para mim, quanto eu tenho por você. Me namora?
Bucky evitou sorrir, mordendo o lábio. Seu olhar foi para a enorme janela de vidro do quarto, enquanto ele negava.
-Não.
-Ah…
-Porque é você que vai me namorar, Belle. - Bucky viu o momento em que os olhos dela se encheram de água e Isabelle sorriu, feliz. - E vai me namorar sério, tá? Sem mais ninguém envolvido, só nós dois… E temos que ser sinceros um com o outro, okay? E você precisa ter paciência comigo porque tem dias que vão ser piores que outros…
Isabelle interrompeu Bucky, selando os lábios dele com os dela. Era um selinho. E foi o suficiente para o coração de ambos dispararem em seus peitos. Parecia um sonho aquele momento, de tão perfeito.
Claro que estarem namorando não tirava nenhum dos problemas existentes nas vidas deles. De jeito nenhum. Mas saber que Isabelle era dele de certa forma, assim como ele pertencia a Isabelle, fazia Bucky sentir como se estivesse no paraíso.
-Eu juro que vou tentar te entender, amor. E vou te dar aquele espaço pessoal que eu sei você gosta, tá? - Isabelle suspirou, com um sorriso tão grande que suas bochechas estavam dormentes. - Eu também juro que vou tentar todos os dias te fazer o homem mais feliz e amado do mundo!
-Eu já sou. - Bucky sorriu, beijando a testa dela de novo. - Eu só não tinha reparado nisso, meu Bem.
-Fica comigo? - Isabelle pediu, deitando sobre o peito dele, de novo. - Não tô afim de ver minha mãe e o Walker de novo.
Bucky tinha muitas perguntas naquele momento. Mas decidiu ficar quieto e aproveitar a sensação de ter sua garota entre seus braços.
-Bucky?
-Oi, meu amor.
-Você está assustado com a possibilidade de eu ser um super soldado? - Isabelle perguntou, brincando de novo com o botão da blusa de Bucky. - Porque, sinceramente, eu não. Na verdade, eu nunca me senti tão bem quanto agora! Quer dizer… Eu nem sei porque eu ainda estou internada!
Bucky hesitou, fazendo um leve carinho na base dos cabelos de Isabelle. Ele sentiu quando ela derreteu contra si, soltando um suspiro de satisfação a cada carinho produzido pelos dedos dele.
-Minha preocupação não é você ser um super-soldado. Minha preocupação é como eles souberam de quem você é bisneta, como ativaram o soro e se estão com uma amostra do seu sangue.
Isabelle suspirou de novo, com a voz mole ao responder:
-Eu juro para você que não me lembro de nada depois que me enfiaram na van. Só me lembro de acordar e já ver você, o Sam, aquele hospital…
-Eu acredito! - Bucky assentiu, fechando os olhos. - Não se preocupa!
Isabelle assentiu e passou a ficar em silêncio, claramente perdida em pensamentos, assim como Bucky. Estava em êxtase pela reconciliação com o homem ter sido maia fácil do que imaginou que seria naqueles dias todos, mas ainda estava preocupada.
Até ela que não era uma a gente e não tinha ligação direta com o mundo dos super-heróis sabia que não era bom ter uma amostra do seu sangue espalhado por aí. Muito menos, não se lembrar de nada do que aconteceu ou para onde foi.
Seus pensamentos foram cortados quando uma enfermeira entrou para averiguar o estado de Isabelle, o que fez Bucky ter que levantar da cama e esperar perto da janela. Enquanto a mulher tirava seu sangue, Isabelle observava o perfil de Bucky.
Ele tinha o cenho franzido e uma expressão séria no rosto todas as vezes que não olhava para ela. Até mesmo sob o casaco, os ombros dele estavam tensos e Belle sabia que havia algo de errado.
Quando a enfermeira deixou o quarto, ela chegou a respirar fundo, pronta para perguntar o que havia de errado e se Bucky queria conversar, mas uma garotinha de cachinhos escuros entrou correndo no quarto, com pressa, enquanto se jogava contra Isabelle.
-Alice! - A voz de Allie chegou ao quarto antes dela. - Alice, volta aqui!
A mulher apareceu na porta do quarto, hesitando, ao ver Bucky. Ela arregalou os olhos ma direção da melhor amiga em uma pergunta muda, relaxando ao ouvir que poderia entrar.
-Ah, que bom! Enfim… Alice, eu já não disse que não pode correr?
‐Desculpa, Allie!
-Deixa ela, amiga! - Isabelle sorriu, ajeitando os cabelos de Alice para trás. - Eu tenho uma novidade para te contar!
Bucky encarou Isabelle e sorriu para ela, enquanto Allie se jogava em uma poltrona, ao lado da porta. Ela parecia cansada. Muito provavelmente, devia ter cuidado de Alice o dia inteiro.
-É? Qual?
-Advinha quem está namorando?
-Quem?
Allie franziu a testa, confusa, alternando o olhar entre Bucky e Isabelle, sem entender o que a amiga quis dizer. Vendo a confusão dela, Bucky caminhou até a cama de Isabelle, sentando ao lado dela, enquanto apoiava a mão sobre o joelho dela.
Allie continuou confusa, até o momento em que Isabelle apoiou a cabeça no ombro do -agora- namorado. Sua boca se abriu em um "o" perfeito e seus olhos se arregalaram enquanto ela erguia as mãos e tampava a boca, arfando.
-Meu Deus! É sério? De verdade?!
-É, sim! - Bucky confirmou, segurando a mão de Isabelle e levando ela aos seus lábios, com um sorriso.
-Ai, meu Deus!
-Ah, não! - Alice reclamou, cruzando os braços sobre o peito, claramente chateada. - Achei que você ia namorar comigo!
O som de risadas reverberou pelo quarto. Isabelle encarou a menina, a cutucando na barriga até ela rir.
-Hey! Você me empresta um pouquinho seu futuro namorado? Preciso de um herói!
-Tá! Mas só um pouquinho!
Bucky riu, sentindo as bochechas esquentarem, enquanto olhava para Allie. Ela tinha um sorriso orgulhoso e quase maternal no rosto ao observar Alice e Isabelle interagindo. No entanto, ele também notou que ela olhava excessivamente para a menina por estar fugindo do seu olhar.
Bucky deixou para lá, literalmente falando, assim que o celular tocou no seu bolso. Pedindo alguns minutinhos, ele saiu do quarto e deixou as garotas à vontade.
O nome de Sam brilhava na tela, mas Bucky não atendeu a ligação. Não quando percebeu John Walker caminhando na sua direção, o encarando com um sorriso que Bucky tinha certeza absoluta ser falso.
-Então… Você e a Izy conversaram?
Bucky franziu a testa e assentiu, se perguntando porque diabos John chamava ela de Izy se Belle odiava ser chamada assim.
-Que bom! E decidiram o que?
-Cara, desde quando minha conversa com a minha namorada diz respeito a você?
Bucky ergueu as sombrancelhas em um gesto de desdém. Obviamente, tinha entendido o que John queria saber e ver o rosto do homem se contraindo em uma careta, confirmou isso.
-Hm… A mãe dela não me disse que vocês estavam namorando. Pelo contrário, na verdade, ela me disse que quando a Izy precisou de você, você não estava lá.
Bucky encarou a tela do celular que brilhou mais uma vez. Respirando fundo, ele voltou a ignorar Sam e encarou os olhos claros de John.
-Seja lá o que a mãe dela tenha dito para você, eu não me importo! A mãe dela não esteve presente no nosso namoro a não ser para atrapalhar e quer saber, John? - Bucky bateu com a mão de vibranium na tela do celular algumas vezes, de leve, enquanto forçava um sorriso. - Eu não vou deixar maia ninguém achar que sabe o que é melhor para ela e para mim. Estamos entendidos?
John assentiu. Isso fez Bucky virar de costas e voltar na direção do quarto, porém, ele não andou nem três passos antes de ouvir John perguntando:
-E você acha mesmo que é o melhor para ela, Barnes? A garota é bisneta do seu melhor amigo… Isso é doentio, sabia? Eu garanto que o Steve está se revirando no túmulo!
Antes que pudesse raciocinar, Bucky já tinha prensado John contra uma parede, atraindo todas as atenções para eles.
-Limpa a boca para falar do Steve! Queriam você como o Capitão América, mas você não é, ouviu? Nem o conheceu…
-Barnes!
Uma voz conhecida ecoou pelo corredor, fazendo Bucky olhar para cima e encarar Natasha.
-Larga esse cara e vem comigo! Agora!
Bucky soltou o ar e soltou John, encarando Allie na porta do quarto, claramente surpresa.
-Fica de olho nesse idiota, tá?
-Claro! - Allie revirou os olhos, olhando para John, claramente insatisfeita de ver o homem alí. - Vai lá!
Bucky assentiu, caminhando pelo corredor, enquanto seguia Natasha para fora do local.
Oiie, Gente! 💕
Eu estava guardando esse capítulo para uma ocasião especial como, por exemplo, as 20k leituras da fanfic. No entanto, acabei de perceber que já estamos com 21,5k e que eu cheguei a 1k de seguidores e eu sei que muitos de vocês me conheceram a partir daqui, então, em comemoração, resolvi trazer l capítulo mais aguardado por vocês!
Heheheh' Lembram que eu falei que, talvez, tivesse dado um salto temporal para esconder algo? Pois é... Eu escondi a babaquice da mãe da Belle e o fato de que ele agiu estranho com ela primeiro 😅
Não me matem, por favor KKKKK
Mas é, gente... Eu não consegui fazer eles ficarem separados. Doeu tanto quando eu tentei... Não era justo com eles!
Aaaah, e esse John Walker, hein?? 🤡 Vilão, mocinho ou só uma pedra no sapatinho? KKKKKK Ba dum tiss!
(Não desistam da autora, ela tá morrendo de sono e fica muito engraçadinha quando tá assim)
Enfim
....
Espero que tenham gostado!
Até o próximo capítulo!
Bjs 💋💋
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