18. Festa I
Quando Bucky ofereceu o apartamento para que Allie, Sam e Alice pudessem se arrumar com mais calma, ele não fazia idéia que, horas antes da festa, ia estar sentado no chão da sala, enquanto deixava Alice pintar as unhas dele como Liquid Paper e canetinha. Muito menos, que Allie ia estar andando de um lado ao outro da sala, falando alto, enquanto discutia pelo celular, com a colega de apartamento sobre o TCC.
Sinceramente, ele só queria que Sam voltasse logo do compromisso urgente para que eles pudessem se arrumar de forma decente.
-Tá ficando bonitinho, né? - Alice apontou para as unhas do homem, sorrindo banguela.
Bucky ergueu as sombrancelhas, surpreso.
-Você perdeu os dentes?!
-Perdi! - Alice sorriu mais ainda, assentindo. - Meu pai botou ele embaixo do meu travesseiro e eu ganhei cinquenta dólares da fada do dente! Ele disse que eu podia usar como quisesse…
-MAS EU FALEI PARA NÃO MEXER, PORRA! Ops, desculpa…
Bucky e Alice estremeceram de susto e se entreolharam, rindo. Allie achou mais seguro ir berrar no corredor, então, pulou os dois e a Alpine, que dormia no cantinho do tapete, perto de Alice, e saiu, batendo a porta do apartamento no processo.
-E você já sabe como vai usar os cinquenta dólares?
-Meu pai vai me levar no cinema essa semana. - Alice fez uma pausa. - Bem, se ele não precisar trabalhar…
Bucky assentiu, torcendo os lábios. Encarando o relógio, Bucky percebeu que ainda estava faltando duas horas para a festa começar, mas era fato que iam chegar atrasados. A Mansão do tal primo Alex ficava em Manhattan, dentro de um condomínio fechado. E eles ainda precisavam começar a se arrumar.
-Cheguei! - A voz de Sam acompanhou a porta abrindo.
Alice levantou do chão, pisando no rabo de Alpine no processo, que pulou direto no colo de Bucky, indignada.
-Papai!
Sam encarou Alice, lívido, quando abaixou para pegar ela no colo. Alternando o olhar entre ela e Bucky, Sam limpou as lágrimas dos olhos e tentou conter o sorriso quando beijou a bochecha dela.
-Do que você me chamou, filha?
-Papai, ué…. - Alice franziu a testa, sem entender a reação de Sam. - Você não é meu papai?
Bucky sorriu amplamente para Sam, que começou a chorar, abraçando tanto Alice, que ela reclamou algo sobre estar sendo sufocada. A porta abriu, de supetão, batendo nas costas de Sam.
-Ah, amor! Desculpa… - Allie pediu, com uma careta culpada. - Eu não vi… Por que ele está chorando?
Bucky ergueu o corpo do chão, também limpando algumas lágrimas intrusas que se acumularam em suas orbes azuis. Ele deu de ombros, como se o momento não tivesse importância para não assustar Alice.
-Ela ficou feliz de ver o papai dela.
Allie franziu a testa, sem entender. Sam a puxou pela cintura para um Abraço, enquanto depositava os lábios sobre os de Allie.
-Ela me chamou de papai. Não foi, amor?
-Ué… Não podia?
-É claro que pode! - Sam exclamou, ajeitando a filha no colo e sorrindo. - Pode me chamar de papai quantas vezes você quiser, tá? Eu te amo, viu, Alice?
Um segundo de silêncio foi ouvido no apartamento. Alice abraçou o pescoço de Sam, beijando a bochecha dele.
-Eu também amo você, papai!
-Ah, que ótimo! - Allie murmurou abraçando os dois. - Agora, sou eu que tô chorando! Droga! Ainda bem que não fiz a maquiagem!
Sam pôs a filha no chão, deixando ela correr de volta para Bucky. Com duas mãos, ele puxou Allie para perto de seu corpo, pela cintura, a beijando.
-Você viu?! Ela me chamou de pai!
-E disse que te ama! - Allie sorriu abertamente, sentindo Sam limpar suas lágrimas com os dedões. - Acho que você acaba de ser promovido a pai do ano!
-Eu tenho certeza que ele foi! - Bucky comentou, rindo. - Parabéns, Sam!
-Valeu, cara!
Bucky deixou o casal chorando de felicidade na sala com Alice, que parecia não ter percebido o quanto o momento tinha sido importante. De qualquer forma, talvez, para uma criança de cinco ou seis anos, Bucky não lembrava, ter chamado o pai de "papai" não deve ser a coisa mais difícil do mundo.
Ele entrou no banheiro, trancando a porta. Então, se encarou no espelho, lambendo os lábios ressecados. Sua cabeça ficava voltando para aquele momento estranho no cemitério, quando pediu um sinal para saber se podia ficar com Isabelle e a própria, mandou aquela mensagem. Tudo bem que ele tinha feito uma pergunta antes, mas…
Foi muita coincidência.
E seria um mentiroso se não admitisse que estava levemente nervoso. Seria a primeira vez que encontraria ela depois da cena do quase beijo e, embora pelas conversas online não tenha ficado um clima estranho, estava receoso de ficar pessoalmente.
Passando as mãos pelas mechas curtas, se deu conta de que esqueceu de falar para ela que cortou o cabelo. Bem, já tinha um assunto para iniciar quando a visse.
Então, parando de enrolar, Bucky entrou debaixo do chuveiro, saindo minutos depois, já vestido com a calça e a blusa que ia. Na verdade, ele não tinha muito mais o que fazer, a não ser, enfiar algum acessório diferente e tomar conta de Alice para que Sam e Allie pudessem terminar de se arrumar.
Quatro horas da tarde em ponto, os quatro entraram dentro do carro novo de Sam. Ainda tinha cheiro de couro e o banco era tão novo que Bucky escorregou por ele assim que entrou.
-Pai, eu não quero ir na cadeirinha! - Alice reclamou, quando Sam botou ela sentada.
-Você é criança. Tem que ir.
-Mas eu não quero! - Alice afastou a não de Sam, que estava prestes a fechar o cinto de segurança.
-Alice, Princesa… - Bucky a encarou. - Mas é para você ficar segura e…
-Não quero! - Ela reclamou, ainda afastando as mãos do pai.
-Oh, Alice… - Allie virou para trás, no banco do carona, e encarou a menina. - Eu prometo que te levo para tomar aquele sorvete se você for na cadeirinha.
Alice, que tinha um bico infantil no rosto e os braços cruzados, encarou a mulher, que sorriu para ela e piscou.
-O que me diz, hein? Sorvete de meio metro?
-Com calda de morango? - Alice questionou, incerta.
-Esse mesmo!
Ela suspirou e desfez a careta, fazendo só um biquinho insatisfeito.
-Está bem! Mas eu vou cobrar!
Sam revirou os olhos, trocando um olhar com Bucky, enquanto terminava de prender os cintos de segurança. Allie parecia ter um talento natural para convencer Alice a fazer tudo que ela não queria: Ir tomar banho, botar o vestido novo ao invés do velho, sentar na cadeirinha…
O celular de Bucky tocou assim que Sam começou a dirigir entre as ruas de Nova York. Ele e Allie discutiam em voz alta porque Sam queria colocar Eminem e Allie, Bruno Mars, no Ipod.
-Eu só queria ouvir a galinha pintadinha! - Alice resmungou, brincando com o ursinho de Capitão.
Bucky respirou fundo e encarou o número na tela.
-Oh, gente! Vocês podem dar um tempo?! Preciso atender o telefone!
Sam e Allie continuaram discutindo. O que fez Alice rir da cara do homem. Soltando o ar, Bucky jogou a última cartada.
-É a Isabelle!
Como se alguém tivesse apertado o botão de "mudo", o casal calou a boca e começaram a encarar ele pelo espelho retrovisor. Bucky fez uma careta de desagrado, mas mesmo assim, ignorou e atendeu a ligação.
-Oi, Bella!
-Belle… Pelo amor de Deus… Quantas vezes vou ter que dizer?
-Hmm… - Bucky fingiu pensar por segundos. - Todas?
-Ai, eu te odeio…
-Aham… Sei…
-Escuta, só liguei para saber se vocês vem. A Ruby parece que vai ter um treco de ansiedade para vocês chegarem…
Depois que Bucky garantiu que estavam à caminho e que chegariam em pouco tempo, ela encerrou a ligação, avisando que ia começar a se arrumar.
O silêncio predominou o carro durante algum tempo. Foi Allie quem começou a encarar Bucky através do retrovisor, com um sorriso discreto. Bucky suspirou.
-Se você me encarar um pouco mais, vou começar a pensar que o Sam vai ser corno.
-Nossa… Tão engraçado! - Sam revirou os olhos, sem tirar o olhar dos carros na sua frente.
-Você e a Isabelle…?
Bucky fechou a cara, olhando pela janela. Talvez, se ignorasse ela, Allie pudesse desistir. Não era o caso, já que Allie virou o corpo para a direção dele.
-Oh, Bucky… Deixa de ser emburrado e responde! Você quer ou não ficar com ela?
-Isso é uma pergunta relevante? - Bucky encarou Allie, vendo ela assentir.
Bucky soltou o ar, franzindo os lábios. Então, maneou a cabeça imperceptivelmente. Allie sorriu e deu de ombros.
-Eu já sabia!
-Se sabia, por que me fez falar?
-Porque ela é irritante! - Sam explicou.
-Você não me chama de irritante de noite!
-Ele te chama de que, tia? - Alice perguntou.
A risada de Bucky preencheu o silêncio constrangedor que Sam deixou ficar. Allie suspirou e fuzilou o homem como se fosse culpa dele.
-De amor. Ele me chama de amor!
-Ah, tá!
Bucky esfregou o rosto e apoiou a cabeça no vidro do carro, fechando os olhos. Se preparava mentalmente para participar de uma festa enorme, mas o casal discutindo no banco da frente atrapalhava sua concentração.
Na verdade, parando para pensar… Seria a primeira vez em uma festa depois de mais de setenta anos. Não saberia se portar e provavelmente, ia acabar fazendo algo errado ou tendo uma crise de ansiedade.
Afastando os pensamentos intrusos e negativos, Bucky começou a abrir e fechar as mãos, tentando se acalmar, enquanto focava na respiração.
Preferia enfrentar mil missões com riscos de vida do que ir a uma festa.
-Bucky, seu lesado! Você está me ouvindo?
Bucky franziu a testa e encarou Sam, olhando ao redor. Eles estavam estacionados no meio de uma fileira de carros, em um condomínio enorme.
-Ah… Chegamos?
-Não, eu vou te jogar do carro e você vai O resto do percurso à pé!
-Sam… - Allie rolou os olhos, saindo do carro. - Liga, não, Buckyzinho! O Sam reclama mas te ama!
Sam virou para trás e encarou Bucky.
-Acho muito bom você não acreditar nela!
-Eu nunca acreditaria nela!
-Ótimo!
-Ótimo!
-Perfeito!
-Maravilhoso!
-Vamos logo vocês dois!
Depois de mais alguns minutos de discussão, o grupo seguiu em frente, se encaminhando para uma casa enorme e pintada em tons de branco e dourado. O Som alto não deixava dúvida nenhuma de que era naquela residência que a festa estava acontecendo.
Natasha estava na porta, logo na entrada, conversando com Sharon. As duas estavam bem visíveis, com vestidos de cores fortes refletindo contra o Sol e acenaram animadas quando eles chegaram perto.
Enquanto Bucky cumprimentava as duas mulheres, ele olhou ao redor, tentando achar mais algum rosto conhecido, em vão.
-Aaaah! Vocês vieram mesmo! - Ruby apareceu na porta, pulando em cima de Allie e a abraçando, com força. - Até você, Bucky! Que surpresa… Achei que não ia vir, sabe?
Bucky encarou Ruby, negando com a cabeça, enquanto a abraçava. Ele sabia muito bem o porquê da provocação.
-Palhaça!
-Também te adoro! Aliás, vem, gente! Tenho que apresentar vocês para algumas pessoas.
Com algumas, Ruby quis dizer, no mínimo, cinquenta pessoas diferentes. Ele viu tantos rostos que não sabia mais diferenciar a Tia Petúnia da tia Lilian, muito embora, elas estivessem puxando assunto com ele e com Sam sobre como conheceram Ruby.
Depois de alguns minutos de conversa, Bucky percebeu que conhecia um rosto naquela multidão de pessoas e, abrindo um pequeno sorriso quando Evelyn o encarou e acenou, ele pediu um minuto, caminhando na direção dela.
-Bucky, querido! Você veio!
-Oi, Evelyn! - Ele a abraçou, deixando ela se apoiar em seu braço, enquanto sorria. - Claro que vim! A Ruby não teria me deixado em paz…
-Ah, eu imagino que não, querido! Já conheceu o Alex? Ele é o meu neto… É o dono da casa! Hey, Sam… Você também! Venham comigo!
Sem mais opções, Bucky e Sam auxiliaram Evelyn a chegar nos fundos da casa, onde um jardim com uma piscina enorme ficava. Haviam mais pessoas por lá e, perto da churrasqueira, Dean, marido de Ruby, acenou tão empolgadamente para eles, que deixou um hambúrguer cair dentro da piscina.
-Alex, querido… Esse são o Bucky e o Sam. Os amigos famosos da Ruby!
Bucky encarou um homem que devia ter, no máximo, 30 anos. Ele ergueu o corpo da cadeira de praia que estava deitado, junto com uma ruiva e um rapaz negro com a blusa tão rosa choque, que teria dado inveja à Allie.
Mas o que mais chamou a atenção, além do olhar da ruiva na direção dele, foi o fato de que Alex era extremamente parecido com Steve, ainda mais quando sorriu, apertando as mãos deles e os abraçando com um abraço de "macho".
-Hey! Uau… Então, quer dizer que vocês existem! Incrível! A Ruby me contou, mas sabe como é… Não achei que eram amigos a ponto de virem em uma festa.
-Na verdade, somos. - Sam coçou a cabeça, olhando ao redor. - Essa é sua casa? Uau… Tá incrível a festa!
-Existem vantagens em ser modelo. A gente aprende a fazer festa. Aliás, esses são Heaven e o Gaspar.
-Oi! - A ruiva acenou, ficando levemente vermelha.
-Oi, Docinho! - Gaspar ergueu o corpo da cadeira e foi direto até Sam. - Tudo bem com você?
-Ah… Tudo! A gente se conhece de algum lugar?
-Dos meus sonhos, com certeza!
Bucky evitou rir da careta de Sam, ao mesmo tempo que Evelyn se virou para ele.
-Vou deixar você à vontade, querido! Mas cuidado com o Gaspar… Ele dá em cima de tudo que respira!
-Hey, Tia! Não é verdade! - Gaspar corrigiu, pendurado no braço de Sam, que parecia estar em desespero. - Só do que é bonito e tem barba!
A menina ruiva riu, se engasgando com a bebida. Bucky a encarou por segundos demais e desviou o rosto quando percebeu que ela viu.
-Hmm… Você é o Soldado Invernal?
-Lobo Branco. - Bucky corrigiu, usando o novo nome de Herói. - Mas sim, sou ele.
Então, pegou uma das bebidas de uma bandeja, que um garçom ofereceu, e se sentou ao lado da garota, a analisando com os olhos.
-Qual seu nome mesmo?
-Heaven. Você está sozinho?
Bucky torceu os lábios e deu de ombros, bebendo a bebida. Tinha gosto de abacaxi com hortelã e era doce.
-Eu vim ver uns amigos. - Bucky deu de ombros. - E você?
-Eu também vim ver uns amigos. - Heaven deu um pequeno sorrisinho, antes de desviar o olhar, ficando vermelha. - Olha, se quiser…
Bucky a encarou, curioso. Ela o olhou, claramente envergonhada, o que a deixou com uma aparência fofa.
-Você podia me ligar. A gente podia tomar café com mais calma, que tal?
-Claro! Pode ser!
Bucky pegou o telefone e anotou o número de Heaven. Na verdade, ela tinha acabado de fazer uma pergunta a ele quando Bucky viu, de relance, Isabelle passando ao longe.
-Bucky! - Sam o chamou, o que fez ele perder ela de vista. - A moça tá te perguntando uma coisa, cara…
-Ah…
Bucky tentou pedir desculpas, mas Heaven deu de ombros e dispensou o pedido com um aceno de mãos.
-Tudo bem. Também me distraio fácil…
Então, recomeçando a conversa, Bucky respondeu algumas perguntas, mesmo meio distante. Queria ter ido atrás de Isabelle, mas não fazia idéia de onde ela estava e se tinha sido mesmo ela a passar.
Quando ficou claro que Heaven não ia mais conseguir a atenção dele, ela se inclinou para frente, na cadeira, e tocou o braço dele, atraindo sua atenção.
-Você está esperando por alguém, não é? - Heaven questionou, piscando.
-Hm… Não exatamente…
-Você não para de olhar para a porta, homem! Vai atrás dela!
Bucky passou a mão pelo rosto e ficou na dúvida se ia ou não, mas como Heaven insistiu que ele podia ir sem problemas, ele se levantou e caminhou à esmo pela casa.
Não eram nem seis horas da tarde e Bucky já encontrou casais se agarrando pelos corredores e escadas. Em sua primeira ronda, não achou Isabelle. Ao passar por Ruby e perguntar por ela, Ruby deu de ombros e disse que não fazia ideia de onde ela podia estar, mas que já tinha chegado.
-Procurando por alguém?
Bucky levou um pequeno susto, já que tinha passado reto por Sharon, sem ver ela no corredor.
-Oi!
-Oi, Bucky. - Sharon o analisou, da cabeça aos pés, mordendo o lábio inferior de leve. - Uau… Você está um gato, sabia? Gostei do corte!
-Obrigado. - Bucky riu, passando os dedos pelos cabelos. - Foi idéia do Sam… Enfim, eu estava procurando a Isabelle.
Sharon franziu a testa, pendendo a cabeça de lado, bem de leve.
-Minha prima?
-Essa mesma…
-Ela passou com a mãe por aqui tem uns vinte minutos. Mas não vi depois disso. É importante você procurar ela agora ou a gente pode conversar um pouquinho?
Bucky se lembrou do bolo que deu em Sharon, dois meses antes. Até aquele momento, não tinha pedido desculpas, então, pegou mais uma bebida, dessa vez, de limão, e começou a conversar com Sharon.
A conversa se reduziu a trabalho, praticamente. E o quanto as festas do primo Alex, que era o favorito de Ruby e Belle, eram boas e duravam horas.
-Oi, Bucky! Me empresta ele um minutinho, Sharon? Obrigada!
Natasha apareceu por trás do homem, apertando os ombros dele e sorrindo para Sharon. Ela começou a guiar ele para fora do corredor, em direção a uma sala ampla, cheia de quadros e com um piano.
-O Sam pediu para eu ir te salvar! - Natasha explicou, assim que se afastaram de Sharon. - Você parecia desesperado!
-Eu estava vendo a hora que a Sharon ia pular no meu colo e me agarrar! - Bucky comentou, sentindo o pescoço esquentar.
-Ela tá caidinha por você! - Natasha apontou, pegando dois copos. Um, ela entregou a Bucky, sorrindo. - Tim tim!
Bucky encostou a borda do copo no dela, produzindo um som agudo. Depois, os dois beberam de uma vez, juntos.
-Tá. Por quê a Sharon não?
-Mas eu não disse que a Sharon não.
-Vai ficar com ela hoje, então?
Bucky franziu a testa e deu de ombros depois de tirar a jaqueta preta, amarrando na cintura.
-Eu tenho outros planos.
A ruiva engasgou com a segunda dose da bebida, tossindo e cuspindo algumas gotículas de álcool pelo chão.
-O que?!
-Você tem outros planos? Então…
Bucky tampou a boca dela com as mãos, olhando ao redor e sorrindo sem graça para algumas jovens no canto da sala. Então, se virou para Natasha, falando baixo.
-Eu não vou ficar com ela a não ser que ela demonstre que quer, está bem? Mas fala baixo…
Natasha parecia prestes a sair correndo, gritando por Isabelle pela casa inteira. Mas no fim, se controlou e apenas comentou:
-Cozinha. Ela e a mãe estão discutindo porque a Isabelle trouxe a ex.
Bucky murchou no mesmo segundo, mesmo que tivesse tentado não demonstrar.
-Ah… Entendi. Bem, quando ela aparecer, eu falo com ela, então…
Natasha bufou alto, dando um tapa dolorido na testa do homem.
-Oh, gênio! Ela trouxe a ex para ficar com o Alex! Elas são amigas, só!
-Ah…
-Vai lá, Bucky, antes que eu peça para anunciarem no auto-falante que você está com vergonha de ir encontrar a namoradinha!
Bucky revirou os olhos e cruzou os braços, negando com a cabeça.
-Isso não é muito seu estilo, Romanoff!
-É. - Natasha assentiu, também cruzando os braços. - Mas é o do Sam.
Bucky engoliu em seco quando percebeu o sorriso diabólico da amiga. Então, respirou fundo e assentiu.
-Não vamos ser radicais, Natasha. Não tem necessidade… Vou procurar ela, tá?
-Ótimo!
Bucky caminhou pela casa por alguns minutos até se dar conta de que não fazia idéia de onde era a cozinha. Teve que perguntar para algumas pessoas, mas logo achou. Era o lugar com menos barulho e, por isso, Bucky conseguiu ouvir a voz de Isabelle, exaltada.
-... Nada que eu faço é bom para você, então qual é a diferença?!
-A diferença é que eu tenho que ver a minha filha se afundando, enquanto ela tem um potencial enorme!
-Me afundando?! Me afundando em que?! Eu tenho um apartamento e um carro que comprei com o meu dinheiro! Eu fiz faculdade e não gastei um tostão seu! Eu não dependo de ninguém… Mas na sua opinião, eu tô me afundando porque eu não fiz o que você queria…
-Você podia ser uma advogada famosa, Isabelle! Podia estar nadando no dinheiro! Você quem não reconhece nada que eu fiz!
Isabelle fez uma pausa e perguntou com um tom de voz levemente controlado, o que deixava claro a raiva que estava sentindo.
-Isso tudo porque eu trouxe a Lana?
-Você quer assumir para todo mundo que é estranha?! Ótimo, assume! Mas isso não é natural!
-Você está sendo extremamente babaca! - Isabelle retorquiu. - Que você não concorde, é um direito seu! Mas pelo menos, me respeita, tá legal? E respeita a Lana…
-Eu faltei com o respeito por acaso?!
-Ah, achei Você!
Bucky interrompeu a conversa acalorada das duas como se não tivesse nem percebido o clima tenso, o rosto vermelho e emburrado de Isabelle e o bico de aborrecimento que Daise carregava.
-Ah… É aquele garoto de novo…
-Aquele garoto se chama Bucky! - Isabelle retrucou, levantando do balcão e correndo até ele. - Que bom que você veio!
-Eu não deixaria você sozinha, Boneca!
Isabelle apertou os braços ao redor da cintura de Bucky quando ele depositou um beijo no alto da cabeça dela. Então, encarou Daise e forçou um sorriso.
-Oi, Dona Daise! Tudo bom com a senhora?
-Oi, Back.
-Bucky, mãe! - Isabelle reclamou, de novo.
-Tanto faz, Isabelle. Dá no mesmo. Não dá?
Bucky engoliu a irritação e forçou um sorriso, mantendo Isabelle apertada entre seus braços.
-É claro que dá. Vocês já terminaram de conversar? Queria roubar a Isabelle um minutinho…
Como Daise fez um gesto indicando que eles poderiam sair, Bucky arrastou Isabelle para fora da cozinha. Ele não parou enquanto andava pelo corredor. Porém, Isabelle exclamou:
-Meu Deus! O que você fez?!
-O que eu fiz?
-Cadê seu cabelo, James?!
Bucky soltou uma risada, olhando por cima do ombro. Sua mão estava entrelaçada à dela e os dois se espremeram entre alguns casais para ter acesso às escadas.
-Cortei, ué. Ficou ruim?
Isabelle o seguiu, escada acima, sem perceber que Allie e Sam viram os dois subindo com pressa.
-Na verdade… Eu gostei. Dá para ver melhor seu rosto. - Isabelle fez uma pausa quando Bucky subiu direto para o terceiro andar da casa. - Onde a gente tá indo?
-O Alex falou que tem alguns quartos vazios aqui em cima.
Isabelle sentiu suas mãos suarem e precisou de alguns segundos, enquanto Bucky testava algumas maçanetas, para perguntar:
-E para que a gente quer quartos vazios?
-Porque preciso falar uma coisa com você e não quero que ninguém escute… Ah, achei.
Bucky deixou Isabelle entrar primeiro. Ela aguardou ao lado da porta, observando o quarto enquanto ele entrava e fechava a porta atrás dele.
Era simples, tendo apenas uma cama, uma mesa de cabeceira e um armário. O típico quarto de visitas que Isabelle conhecia há anos.
Bucky trancou a porta. O barulho fez Isabelle se sobressaltar, ainda sem encarar ele. O olhar de Bucky percorreu as costas nuas dela, passando pela bunda e pelas pernas que ficavam de fora devido ao comprimento da saia do vestido preto. Ele ainda estava examinando minuciosamente a aparência dela quando Belle virou de frente para ele.
Então, Bucky refez o caminho contrário, subindo das pernas até a frente do vestido, que não tinha decote, indo quase até seu pescoço, levemente folgado nos seios.
-Bucky…
Ele a encarou, engolindo em seco.
-Você quer conversar sobre o que acabou de acontecer? - Ele perguntou, jogando o casaco sobre a cama.
-Eu queria esquecer o que acabou de acontecer…
Bucky sorriu, se aproximando de Isabelle. Ela recuou um passo, batendo as costas na porta do quarto, enquanto olhava para os olhos dele. Bucky tocou sua cintura, hesitante, sentindo o pano do vestido em seus dedos. Isabelle segurou a mão dele. Não para impedir o toque, mas para sentir a pele de Bucky enquanto corria os dedos pelo braço dele.
-Eu estava torcendo para você dizer isso, na verdade.
Isabelle chegou com a mão na nuca dele, ao mesmo tempo que Bucky a puxou contra si, pressionando o corpo quente e másculo contra o dela. Ela arranhou a pele dele, sorrindo, de leve.
-Jura? E por quê?
Bucky usou a outra mão para esfregar a palma de vibranium no rosto dela, devagar. Seus olhos focaram na boca vermelha, os dedos invadiram os fios e Bucky os embolou nos fios da nuca dela, apertando ainda mais a garota contra si.
-Porque eu quero muito ficar com você.
-Hoje?
-Agora. - Bucky avisou, subindo o olhar de volta para os olhos verdes. - E eu não tô pedindo permissão, Isabelle. Eu tô avisando que vou beijar você.
Isabelle arfou quando Bucky puxou mais os fios da nuca dela. Suas mãos agarraram a camisa de Bucky, o puxando para perto.
Oiie, Pessoal! ❤️
Eu sei. Vocês devem estar querendo me matar pelo meu sumisso, mas especialmente, por esse final de capítulo 👀😅
Mas vamos às explicações:
1- Eu não sei se todos vocês me seguem ou viram no meu perfil que meu celular quebrou e eu ainda não consegui levar para consertar. Portanto, eu fico quase impossibilitada de postar normalmente porque só tenho acesso ao computador duas horas por dia, mais ou menos. Portanto, se eu sumir de novo, não se preocupem: Eu NÃO abandonei a história. Apenas diminuí o ritmo e preferi concentrar minha atenção nas que estavam no final.
2- Quanto ao final do capítulo... Originalmente,essa festa tem umas oito a nove mil palavras. Porém, preferi dividir em dois para não ficar confuso ou maçante de ler (até porquê o final do capítulo que vem é bastante tenso e delicado) e, claro, aumentar a expectativa de vocês para o próximo KKKKKKK
3- Eu vim com esse capítulo surpresa por motivos de: ATINGIMOS 10K DE VISUALIZAÇÕES! ❤️❤️❤️❤️🥺✨
Muito obrigada, gente! Eu tô toda emocionada aqui porque não imaginava, de jeito nenhum, chegarmos aqui em tão pouco tempo! E me desculpem mesmo pela falta de atualização, é que a situação tá bem complicada aqui! Mas espero que vocês não desistam! Vamos ter ainda muito drama, plot twists, ciúmes, personagens fazendo tanta merda que vocês vão me xingar muito...
Enfim...
Muito obrigada por tudo, gente! Eu vou tentar voltar antes de julho ainda com mais um capítulo, okay?
Até lá!
Bjs ❤️
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro