VIII
— Uah... Sério? O Seokjin sabe?? — A voz grave e divertida do homem dos cabelos dourados, toma conta da pequena sala, a sua surpresa era nítida em seu tom de voz.
— Sabe. — Jungkook responde de forma simples, sentado em frente ao amigo, no pequeno sofá revestido por um tecido vermelho.
— Isso é... loucura. — Diz desacreditado, soltando um pequeno riso abobalhado. — Oh... eu ainda não consigo acreditar, na última vez que nos vimos você disse que iria para o céu e eu o Seokjin iriamos queimar no fogo do inferno!! — Seu jeito calmo e divertido de falar fez com que o padre não segurasse o riso, tentando o atingir com o tapa fraco, falhando ao vê-lo desviar, rindo também da situação. — Mas eu vou te apoiar cem porcento, padre! — Seu tom é brincalhão, apesar de ter sido verdadeiro em suas palavras.
— Tae... — Solta um riso nasal. — Jin acha que eu bati a cabeça ou algo do tipo... — Encolhe os ombros, sorrindo de lado ao lembrar da reação de Seokjin.
— Ele é um pouco dramático. — Taehyung abre um sorriso pequeno. — Mesmo que eu ainda esteja um pouco chocado, é muita coisa para eu raciocinar de uma vez só, você sabe.
— Você não acha que foi repentina? Toda essa... situação? — Jungkook pergunta, desviando os olhos por um momento. — Ele acha que eu não estou pensando direito...
Ao ouvir a pergunta do padre, o Kim rapidamente ajeita a própria postura no sofá, estufando o peito, fazendo o Jeon rir em antecipação.
— Só você tem o conhecimento do que acontece no seu coração. Como o seu amigo, ele deveria confiar. — Diz lentamente, fazendo uma expressão de falsa serenidade. — Eu sei o que você passou para se tornar um padre e futuramente! — Faz uma pausa, levantando o olhar para algum lugar que o padre não conseguiu identificar. — Quando você se sentir confortável o suficiente para contar tudo, eu quero saber o que te fez deixar de ser um. — Termina, repousando uma mão no ombro do padre que o olhava com a boca minimamente aberta.— Uau, aqui estou eu dando conselhos para um padre, me sinto ótimo. — Abre um sorriso genuíno, voltando a se sentar de forma relaxada.
Excêntrico era a palavra certa para explicar Kim Taehyung, um homem no qual o comportamento não se encaixa nos padrões, alguém único de essência, esse adjetivo tão usado como uma característica ruim, sendo dado na verdade, para alguém que tem a grande dádiva de não ser o que os outros são.
Um amigo de tão longa data quanto Seokjin.
— Então.... Você é bem mais compreensivo do que ele. — Fala fazendo o mais alto rir com a confissão. — Quando eu contei para o Jin, eu tive medo de perder a vida naquela casa. — Taehyung segura o riso ao tentar imaginar a cena.
— As orelhas dele devem estar pegando fogo nesse exato momento de tanto que falamos sobre ele.
— Falando nele... Como vocês estão?
— Sobre "vocês", você quer dizer "vocês, vocês!" Ou "Vocês, vocês!!"? — Taehyung pergunta.
— Que tipo de pergunta é essa?? — Franze o cenho, desconfiado, vendo o amigo suspirar.
— Eu ainda não conversei com ele... Eu... na verdade ainda não sei se tenho coragem. Tenho medo de estragar tudo o que construímos na nossa amizade, sabe? — Seus lábios formam uma linha reta, frustrado consigo mesmo. — Poxa, até você que é padre, tem alguém! E eu aqui... com medo de ser rejeitado pelo meu melhor amigo. — Balança a cabeça em negação, levando as suas mãos até os próprios fios de cabelo, os jogando para trás. — Talvez isso seja noção, talvez eu esteja nos poupando de um climão.
A relação entre eles era tão complicada como simples, amigos de anos com um desejo unilateral, obviamente escondido. O padre tentava não entrar nessa conversa mas era frustrante ver a situação do amigo.
— Se isso te conforta, eu sonhei que vocês dois eram namorados. — Arquea uma sobrancelha, observando o rosto bonito do seu amigo. — Foi.... interessante.
— Bom... eu ficaria mais esperançoso sobre o seu sonho ser uma revelação se você não fosse um padre que transa. — Começa a rir tentando desviar de mais um tapa. — Não que eu esteja te julgando, eu disse que te apoiaria cem porcento!!! — Fala entre risos, vendo o padre resmungando baixinho. — Ei... — Tenta soar sério de repente, chegando mais perto. — Eu conheço o seu garoto?
— Meu garoto? — Pergunta, sabendo que Taehyung mudou o assunto de propósito. — Não, acho que não conhece... — Olha em seus olhos, entrando também no assunto colocado de repente. — O nome dele é Jimin... Park Jimin, se você colocasse os pés pelo menos uma vez no chão daquela igreja, você teria o conhecido.
– Park Jimin?! — Pergunta surpreso, ignorando a alfinetada do amigo. Jeon franze o cenho com a sua reação. — O seu Jimin é baixinho e fala fazendo um bico assim??! — Ele tenta imitar, fazendo com que os seus lábios formem um pequeno bico.
— Hãn?! — Jeon olha assustado para os seus lábios, logo desviando para os seus olhos.
— Eu tenho um vizinho, ele tem o nome do seu garoto, ele é uma graça... — Diz ao desfazer o bico. — Mas brigou com uma senhorinha que mora aqui na frente, um dia desse. Eu fiquei chocado! — Coloca a mão no próprio peito.
O inesperado, definitivamente é um momento único, uma surpresa genuína na qual obviamente você sente por nunca esperar que algo aconteça. A sensações variam entre a alegria excessiva e o triste desespero. De maneiras que te prendem em sensações pesadas e inexplicáveis, o futuro é o desconhecido no qual você sempre espera, talvez por mudanças boas que te trará alegria ou acontecimentos que você nunca esteve preparado o suficiente para sentir aquela sensação de lhe rasgar o peito.
Mas de alguma forma, se você parar para pensar, o inesperado sempre foi o mais esperado, o que é algo irônico.
— Jimin??! Ele é seu vizinho??
— Não sei se estamos falando da mesma pessoa mas eu soube que ele frequenta uma igreja próxima daqui, Kook. Se estivermos falando da mesma pessoa... como você se sente?
— Como assim, como eu me sinto?
— Talvez eu seja vizinho do seu Jimin e se for ele mesmo, eu sei onde é a casa dele, tenho mais chances do que você, vai deixar? — Provoca Jeon.
— Estou tentando entender o seu raciocínio aqui, você não tem mais chances do que eu só porque sabe onde ele mora.... — Sua feição se torna tediosa.
— Você não é do tipo ciumento? — Cruza os braços, indignado.
— Não com você, Tae.
— Só não vou levar isso como uma ofensa, porquê você sabe que eu só tenho olhos para Seokjin, sorte a sua, eu claramente ganharia de você. — Diz convencido, se levantando do sofá.
— Não entendo como você tem toda essa confiança para dizer que ganharia de mim mas não tem confiança para se declarar para o Jin. — O padre fala desacreditado.
— Ouch, um dia eu vou conseguir e você vai pagar com a sua língua! — É firme ao dizer, o pegando pela mão e puxando-o para que se levante do sofá. — Vem, vou te mostrar a casa dele, não que você mereça alguma coisa, Jeon Jungkook... mas eu vou mostrar porque sou um bom amigo. — Resmunga.
O mais baixo se levanta preguiçosamente do sofá, mesmo que ansioso para saber onde Park mora, seguindo o amigo para fora de casa.
— É pertinho, é praticamente aqui no lado, estou surpreso com essa coincidência, talvez seja destino!! Acho que tava escrito no caderninho de Deus, sabe... aquele que ele provavelmente usa para escrever a vida das pessoas, deve ser um caderninho verde, cor da natureza, algo bem good vibes... — Fala empolgado, trancando a porta rapidamente, logo andando lado a lado com Jungkook. — Talvez um verde musgo, eu acho essa cor bonita, ah!! — Se assusta, virando de frente para Jungkook.
— O que?? — Pergunta tão assustado quanto o amigo, percebendo a sua aproximação, fazendo com que os seus peitorais se toquem minimamente.
— Disfarça... — Tae susurra, imóvel. — Aquela é a senhorinha... — Jungkook franze o cenho, tentando olhar para os olhos de Taehyung mas ficando vesgo por conta da aproximação. Logo olhando para atrás do amigo, vendo uma senhora sentada em frente a uma pequena casa.
— Me dê um bom dia!!! — O maior entre eles, imita a fala em uma voz terrivelmente fina, com um bico tão terrível quanto, fazendo o padre finalmente entender do que ele estava falando. — Admito que foi engraçado, seu carinha é muito fofo. — Abre um sorriso. — Ficou discutindo sozinho com uma senhora que ninguém nunca teve a sorte de ouvir ela falar alguma palavra. — Susurra.
— Nunca? — O padre susurra de volta, o vendo negar com a cabeça. — E porquê você está tão perto?!
— Ah... — Taehyung segura um risinho, se afastando poucos centímetros. — Ela me dar arrepios. — Susurra. — Velha mal-educada!! — O Kim imita a voz de Jimin mais uma vez, fazendo o padre rir.
— Ele falou sobre essa briga quando foi se confessar! — Negou minimamente com a cabeça. — Ele parecia realmente indignado, foi confuso.... — Diz nostálgico. — E adorável.
— Adorável mesmo foi ver a briga pessoalmente, quase morro. — Leva uma mão para o seu cabelo, um pouco indeciso entre bagunçar a própria franja ou jogá-la para trás. — Nessa confissão deve ter sido mais confuso do que adorável, quem confessa algo desse tipo? — Pergunta risonho.
Era bobo o quanto Jeon se sentia eufórico sobre qualquer coisa que envolvia Park Jimin. Suas mãos tremiam e o seu coração acelerava com batidas que faziam o seu peito doer mas eram sensações gostosas que o levavam abrir um sorriso que se tornava frouxo. As rugas no canto dos seus olhos eram tão visíveis quanto sua vontade arrebatadora de tê-lo a todo momento.
E ao andar em passos largos ao lado de Taehyung, tendo a graça de descobrir onde ele mora, uma casa média e tão branca como todas as outras, tão perto da casa do seu amigo.
— É a casa? — Pergunta, vendo-o confirmar em um murmurro.
Jungkook não pode deixar de pensar o quão perto Jimin esteve esse tempo todo.
— E agora, o que acontece? — Taehyung olha para Jungkook, vendo-o imerso em pensamentos.
— Você acha que eu devo....? — Jeon susurra.
— Não! — Responde. — Hoje não, você nem sabe se ele quer que você apareça na casa dele! — Cruza os braços, analisando a situação. — Vá para a sua casa e reflita um pouco, mesmo que você não tenha nada para refletir. — Diz fazendo o padre franzir o cenho em estranhamento. — Depois você vem ver a sua paquera.
— Paquera?
— Sim, o seu amorzinho esquentadinho... — Provoca, arqueando ambas as sobrancelhas. — Para falar a verdade, tudo que tenha "inho" combina com ele.
— Você é irritante. — Acusa.
— Mas você gosta da minha companhia, admite! Você me ama. — Taehyung acusa de volta.
— Eu sou padre, fui ensinado a amar o próximo. — Provoca como se não fosse nada, ignorando o som extranho que saiu da boca de Taehyung e a careta que ele faz ao seu lado. Kim o encarava com choque estampado em seu rosto, os lábios separados exageradamente e seus olhos arregalados, mostrando toda a sua indignação.
— Não acredito que você vai usar essa conversa pra cima de mim! — Eleva o tom de voz, fingindo estar magoado, ficando mais chocado ainda ao ver o padre rindo descontroladamente. — Isso foi estranhamente cruel?! — Diz o empurrando agressivamente para o lado, rindo ao ver Jeon se desequilibrar e quase cair no chão. — Meu Deus, desculpa!
— Taehyung... Você quase fez um padre se acidentar. — Tenta soar sério, falhando ao ver que o amigo tenta empurrá-lo novamente.
— Padre Jeon? — Os dois amigos param de rir imediatamente ao ouvir a voz suave e curiosa, chamando Jungkook.
— Jimin! — Os dois o chamam em conjunto ao virarem em sua direção, fazendo o menor se encolher ao perceber o jeito surpreso que Jungkook chama seu nome e a maneira empolgada que o até então desconhecido do sorriso quadrado o chama, também. Mesmo sem saber do porquê um homem que ele não conhecia parecia tão feliz ao vê-lo.
Park estava contente por reencontrar o padre mas não deixava de se pergunta do porquê ele estava alí, coincidentemente ou não, tão perto da sua casa.
Continua...
✝️
Capítulo não revisado 💩
Quando eu demorar assim, podem chegar no meu privado e falar um:
"Ôh sua vagabunda! Cadê a atualização dessa porra, tá me tirando, caralho, tá achando que eu escolhi esperar?!"
Eu vou entender, eu juro, todo o tipo de xingamento é válido, sejam criativos.
A atualização finalmente saiu e talvez ainda antes do réveillon tenha mais uma atualização bem gostosinha para vocês.
Falando nisso, eu desejo boas festas para vocês, espero que vocês estejam bem, seguros e felizes, que ganhem não só presentes como muito amor e carinho, é o que vocês realmente merecem. Feliz Natal! Amo vocês 💜🎄🎁
Twitter: @M0touch
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