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Capítulo Único: Contrato

Oi, meus anjinhos!!! Temos mais uma comissão e dessa vez é inspirada em Kiki's Delivery Service, bem soft!

Essa fanfic é um pedido que recebi através das comissões que eu abri pra incentivar o #BlackLivesMatter! Vou deixar no comentário desse parágrafo o post no twitter para que você possa entender melhor se tiver interesse, mas de uma forma geral, se você fizer uma doação eu escrevo uma fanfic para você!

Muito obrigada por ter doado, agyuuz !! Amei escrever essa vmin que você pediu e espero que você goste de como ficou!

Aviso: o plot é apenas inspirado em Kiki, não esperem que seja igualzinho, tá?

Boa leitura!

⇢🧹⇠

 Taehyung suspirou antes de rolar pela cama para encarar o teto. Rex, seu camaleão, escapou por pouco do esmagamento e mudou sua cor para vermelho só para indicar o quão estressado estava. O menino riu, pedindo desculpas e apoiando o pequeno réptil no peito, deixando que escalasse a blusa e se camuflasse nela.

O quarto ao seu redor já estava começando a ficar familiar depois de dois meses. Amava morar lá e passar um tempo com a dona Jisoo, a senhora que lhe acolheu. Uau... Não tinha notado que já estava há tanto tempo em Busan.

Tudo começou quando fizera 16 anos e ganhou a vassoura mágica da sua mãe de presente. Para comemorar, resolveu buscar sua independência e ir morar em outra cidade por um ano, assim como a própria mãe fizera quando tinha sua idade, com exatamente a mesma vassoura, que ganhara de presente da avó de Taehyung, que recebeu da bisavó e por aí vai... Era uma grande herança de família e uma grande responsabilidade também. Assim como a responsabilidade de cuidar da própria vida.

Criado nas montanhas, o bruxinho sempre quis ver o mar, então era óbvio que escolheria uma cidade litorânea para morar. Lembrava-se até hoje de como seu coração estava acelerado quando sobrevoou Busan, inebriado com o cheiro da maresia e sentindo-se acolhido pela brisa que bagunçava seus cabelos. O jeito que o oceano azul estendia-se entre seus pés... Era uma sensação completamente diferente.

Refletindo melhor, percebeu que deu muita sorte. Como Rex reclamou um pouco enquanto sobrevoavam a cidade, achando ela lotada demais, Taehyung dirigiu-se para o campo a fim de acalmar um pouco seu companheiro introvertido. E foi aí que conheceu a dona Jisoo.

A velhinha colhia maçãs em sua casa, rodeada por árvores e distante do centro de Busan. Taehyung mergulhou com sua vassoura, querendo ajudá-la a colher as maçãs nos galhos mais altos. A senhora lhe lembrava a própria vó, que também amava maçãs e já não tinha tanta energia de subir em galhos ou em uma vassoura para colhê-las, pedindo ajuda ao neto.

Apesar do susto inicial ao ver um jovenzinho voando em uma vassoura mágica, dona Jisoo simplesmente apaixonou-se pelo menino em dois segundos. Observou encantada ele colher as maçãs mais altas antes de pousar e guardá-las no grande cesto de vime cheio das frutas com um sorriso gentil no rosto.

Conhecendo as lendas sobre bruxas e seus ritos de independência, não tardou a oferecer um espaço para o jovem morar. E Taehyung aceitou de bom grado, muito feliz de ter achado um lugar para morar logo no primeiro dia, seu pais ficariam tão orgulhosos! Mas com o passar dos dias acomodado lá, percebeu que Jisoo tinha dificuldade em fazer encomendas na mercearia por morar tão isolada do centro da cidade, oferecendo em troca da hospitalidade que levasse e buscasse qualquer coisa para ela.

Mesmo que o objetivo inicial fosse apenas ajudar a dona Jisoo, não demorou muito tempo para que o bruxinho Kim Taehyung e seus serviços de entrega aéreos ficassem famosos na cidade de Busan. Sem receber nenhuma bruxa por anos, os cidadãos encantaram-se com a visita e começaram a pedir que Taehyung fizesse entregas para eles também. O bruxinho adorou, afinal, não só tinha saído de casa como agora tinha até um negócio próprio! Escreveu várias cartas animado sobre seu próprio empreendedorismo aos pais, sabendo que eles também ficariam orgulhosos.

Isto é... Até o acontecimento de mais cedo, que deixara o bruxinho triste que só. Estava tranquilo fazendo suas entregas quando um garoto de biclicleta gritou "Ô, bruxo!" e lhe deu a língua quando olhou. Quis responder alguma coisa, mas o menino começou a pedalar para outra direção e precisava fazer sua entrega. Poxa... O que ele tinha feito de errado?

E aquela cena repetia-se em sua cabeça desde então, o deixando um tanto quanto desanimado. Afinal, em todos seus 16 anos nunca foi confrontado daquele jeito e não entendia o que poderia ter levado àquilo. Talvez cidades grandes realmente fossem um tanto mais complexas...

A semana passou de uma forma que, apesar de ainda refletir sobre aquilo algumas vezes, Taehyung deixou de lado, muito ocupado com suas entregas e em ajudar a dona Jisoo a colher maçãs e arrumar a casa. Estava quase esquecendo do ocorrido quando, sobrevoando Busan para fazer uma entrega de compras do supermercado, reconheceu a bicicleta e a cabeleira loira levemente coberta por uma boina.

Movido pelo impulso e pela pressa, Taehyung virou sua vassoura no sentido que o menino ia, desequilibrando um pouco Rex, que repousava em seu ombro. Refletiu que a moça que tinha pedido entrega não era apressada e que provavelmente uma pausa não lhe traria problemas. Mais convencido, mergulhou na direção do chão, pousando bem em frente ao garoto, que teve que freiar sua bicicleta com pressa.

Olharam-se por alguns momentos, em silêncio e assustados. O menino da bicicleta por quase ter atropelado o bruxo, e Taehyung por enfrentar de frente o garoto que parecia não gostar dele. Os corações martelavam alto em seus ouvidos.

— Ei — Taehyung chamou —, por que você me mostrou a língua aquele dia?

O garoto loiro corou completamente com a pergunta, tão direta. Olhou ao redor, como se procurasse uma rota de fuga pra sair pedalando. Até mesmo inclinou-se em cima da bicicleta, preparando a fuga. Definitivamente, o jeito que o bruxo lhe abordou o deixava ainda mais envergonhado pelas suas ações.

— Não vai embora! — Taehyung pediu, observando o jeito que o outro parecia prestes a fugir. — Só quero conversar! Comecei de um jeito estranho? Hm... Que tal... Qual é seu nome?

O loiro observou o bruxo em sua frente, as roupas pretas como o cabelo, longo, brilhoso e ondulado. Era tão alto, mas ao mesmo tempo parecia tão... Inocente. Como se genuinamente estivesse preocupado com o conflito e aquilo fez seu coração pesar. Teria sido muito melhor para sua consciência se o bruxo tivesse lhe xingado de volta.

— Jimin... — cedeu, incapaz de ignorar a pergunta tão sincera e inocente. — Meu nome é Jimin, e o seu?

— Eu me chamo Taehyung! — o bruxo sorriu, feliz em ter tido uma resposta. Sinceramente, sua curiosidade quanto ao menino corado tinha sobrepujado qualquer mágoa que poderia ter guardado. — Mas a dona Jisoo me chama de Taetae se você preferir...

— Você costuma oferecer seu apelido para desconhecidos? — Jimin riu baixinho com a ingenuidade do outro. Empurrou sua bicicleta pra dentro da calçada, a apoiando no muro azul clarinho da casa ao lado, abrindo espaço para os transeuntes passarem. Taehyung já chamava atenção com sua vassoura e roupas pretas, no meio da calçada ainda... Era quase um show à parte para a população de Busan.

— A gente não é desconhecido. Eu te vi aquele dia que você mostrou a língua pra mim e tô vendo agora de novo. Sei seu nome e você sabe o meu, isso não é ser conhecido?

Jimin abriu a boca, querendo retrucar, mas sem saber muito bem como fazê-lo. O jeito que o cérebro de Taehyung funcionava definitivamente era... Diferente. No final, simplesmente deu um suspiro de aceitação, talvez não fosse capaz de entrar em uma discussão com o bruxo.

— Bem, TaeTae — chamou, mudando de assunto. Tirou a boina para que pudesse bagunçar os cabelos como uma forma vã de tentar espantar seu nervosismo — Me desculpe por ter te mostrado a língua aquele dia, foi infantil e feio da minha parte.

— Tudo bem... — Taehyung observou hipnotizado os fios loiros reluzirem à luz do sol com um brilho dourado, tão diferente de seus negros. — Mas o que eu fiz pra você?

— Você não fez nada... Eu que fiquei com raiva sozinho, me desculpe — Jimin pediu de novo, enterrando o rosto na boina de tanta vergonha. Sinceramente, a cada nova palavra que saía do bruxinho, tão adorável, sentia-se ainda pior por suas atitudes.

— Mas por que você ficou com raiva? — Taehyung perguntou de novo, ainda curioso. Jimin não parecia o tipo de pessoa que simplesmente estressava-se do nada.

— É vergonhoso se eu disser!

— Mas eu quero saber! — Taehyung reclamou e aproximou-se do menino apoiado na parede de maneira que ele não pudesse escapar de seu olhar curioso. O coração de Jimin acelerou, cheio de nervosismo, os olhos do bruxo eram tão grandes e tão... Exóticos.

— E-eu... — tentou responder, mas estava envergonhado demais. — Eu também trabalho como entregador... E estava com raiva porque achava que você tinha roubado meus clientes.

— Oh! — o bruxinho respondeu surpreso, tampando a boca com a mão. — Desculpa! Não queria roubar eles!

— Não se desculpe... — A cada segundo de conversa, Jimin ficava cada vez com mais remorso pelas suas atitudes. Por que foi se estressar com um garoto tão fofo? Segurou a aba de sua boina e foi puxando para baixo, como se desejasse que ela o engolisse e o expulsasse da face da Terra. — Você não roubou, só conquistou eles mesmo... Porque seu serviço é melhor e eu não sei voar.

— Melhor? Não acho! Só é diferente.

— Você nem conhece meu serviço pra saber se é bom ou não! — Jimin devolveu.

— Mas você não estaria fazendo entregas se fosse ruim! E tem mais experiência que eu.

— Hm... Não sei, nunca pensei nisso.

E os dois mantiveram-se em silêncio por um tempo, olhando um para a cara do outro enquanto os transeuntes da rua os observavam com curiosidade. Afinal, era um embate e tanto: o entregador da cidade e o recém chegado bruxo.

— Jimin! — Taehyung chamou empolgado, capturando a atenção tímida, mas também curiosa do loiro. — Vamos dividir nossas entregas, e aí tá tudo certo, não?

— Mas você não sairia perdendo nessa, Taetae? — Jimin perguntou, confuso.

— Claro que não! Você não consegue entregar em lugares mais distantes, certo? Como a casa da dona Jisoo.

— Infelizmente não, eu demoro muito pra chegar até lá. Antes eu levava semanalmente uma entrega bem grandona, mas ir todo dia é meio difícil...

— Então, não podemos fazer assim? Faço e recebo entrega de lugares distantes e você fica com o centro da cidade.

— Parece uma boa... Mas não vai te prejudicar? Você já tinha uma clientela boa aqui.

— Não, não, as entregas mais distantes são o suficiente pra eu comprar as minhas coisas — explicou Taehyung antes de aproximar-se mais de Jimin, com um sorriso no rosto. — Eu estava te prejudicando aqui, não estava? Desse jeito ficamos os dois bem!

— A-ah... — Jimin quase morreu de vergonha com a aproximação, com o sorriso quadrado e com a proposta gentil. Taehyung poderia ter muito bem ficado com todas as entregas só para ele, mas quis dividir para que pudesse ter sua parcela também. Jimin não poderia estar mais arrependido do que estava de ter dado a língua pra ele, o bruxinho era tão bonzinho... — Muito obrigado...

— Não agradeça! — Taehyung estava radiante por ter resolvido o conflito, sentia-se tão adulto, bem do jeitinho que seu pai tentou lhe ensinar. — Podemos ir avisando os clientes de hoje da nossa divisão, que tal? Quer vir comigo na minha vassoura?

— Posso...? — Jimin perguntou, os olhinhos brilhando automaticamente de expectativa. Claro que tinha como seguir ele de bicicleta e tudo mais, mas só o pensamento de voar enchia-lhe de encanto, com certeza era incrível. Tinha ficado tão, tão empolgado com a ideia que nem mesmo sua costumeira timidez conseguiu esconder.

— Claro! Pega sua encomenda e sobe aí — Taehyung indicou, tirando a vassoura do ombro para colocá-las entre as pernas.

Jimin assentiu rapidamente, amarrando sua bicicleta em um poste da rua e pegando sua encomenda antes de aproximar-se um tanto hesitante da vassoura. Taehyung riu e chamou para que se aproximasse.

— Segura em mim... É difícil se equilibrar de primeira e a decolagem é um tanto quanto... Bruta — o bruxinho riu, sentindo o braço que não segurava a encomenda do loirinho enlaçar sua cintura.

— Oh! — Jimin exclamou espantado.

— Ah, esse é o Rex — Taehyung olhou por cima do ombro para entender o que tinha acontecido. — Ele gostou de você!

Jimin encarou curioso e encantado o réptil que tinha aparecido de dentro da camisa de Taehyung, movimentando-se de um jeito engraçado. Mudou sua cor para azul, mesmo que não tivesse nada azul ao seu redor e fixou um dos olhos em Jimin enquanto o outro assistia os outros habitantes de Busan observarem animados a cena emocionante de conciliação entre seus serviços de entrega.

— Ele é tão lindo... Nunca tinha visto um camaleão de verdade... — comentou, vendo espantado o animal mudar para um tom de rosa claro.

— Você deixou ele tímido — Taehyung riu alto. — O Rex é um tantinho emocionado, não liga, não... Agora firme-se bem, vamos voar.

Jimin obedeceu a ordem, sentindo o coração disparar quando a vassoura entre suas pernas começou a levitar, empurrando-os para cima e fazendo com que a visão do chão entre seus pés ficasse cada vez mais distante. Como Taehyung disse, era muito difícil de se equilibrar, então abraçou com ainda mais firmeza a cintura dele. Tinha quase certeza que Rex assistia entretido sua inexperiência.

Quando já estavam alto o suficiente, Taehyung começou a voar para frente e Jimin sentiu-se como um pássaro, era incrível. A brisa batia em seu rosto de uma forma tão gostosa apesar de deixar seu narizinho gelado... Parecia certo. No momento que acostumou-se com a movimentação e conseguiu um pouco mais de equilíbrio, tirou sua boina, querendo que seus cabelos também fossem bagunçados pelo vento incrivelmente libertador.

Os cabelos ondulados e negros de Taehyung, em sua frente, também eram puxados para trás de forma adorável, e Jimin ficou observando encantado até perceber que Rex o encarava de um jeito muito estranho... Ficou envergonhado e resolveu encarar a cidade, tão diferente vista de cima.

Nascido e criado em Busan, Jimin conhecia desde a tenra infância todas as ruas e, incrivelmente, quase todas as casas e seus moradores. Então ficou refletindo se algum de seus amigos viria ele daquele jeito, voando livre pelo céu.

A moça que tinha pedido as compras para Taehyung adorou a ideia da parceria, garantindo que requisitaria o serviço certinho de acordo com a distância. O ferreiro, que tinha encomendado algumas roupas pra família por Jimin também concordou; não parecia muito empolgado, mas talvez fosse apenas seu jeito mais sério mesmo.

— Para onde vamos agora? — perguntou Taehyung, sem mais entregas.

— Como você me mostrou uma coisa legal, vou te mostrar um lugar legal também! — Jimin propôs animado, um tanto mais à vontade com o bruxo. — Vai em direção ao oceano.

Apesar de já conseguir equilibrar-se bem, Jimin ainda mantia os braços ao redor de Taehyung, só para garantir. Olhava por cima do ombro dele para apontar melhor as direções até chegarem em uma formação de rochas perto do mar.

— Chegamos! — Jimin pulou animado da vassoura antes mesmo dela ter chegado ao chão. Tirou a boina da cabeça também, enfiando no bolso de suas calças bege. — Toma cuidado que as pedras são escorregadias.

Esperou Taehyung terminar de pousar e apoiar a vassoura por cima de seus ombros para oferecer sua mão. Desacostumado a andar sobre pedras, ainda mais molhadas, o bruxo aceitou a ajuda de bom grado. As bochechas de Jimin ficaram rosas que nem Rex daquela vez, então virou o rosto para que ninguém notasse.

Com paciência e o ensinando a pisar da forma certa, Jimin levou Taehyung até seu lugar especial. Era uma agrupamento de rochas onde as ondas fortes não conseguiam chegar, além de ter uma localização perfeita para assistir o pôr do sol.

Mas o mais especial mesmo era uma pequena piscina natural formada simplesmente pelo formato das pedras, onde era possível observar alguns peixinhos nadando por ali antes de voltarem à vastidão do oceano. Taehyung arregalou os olhos completamente animado com o ecossistema que era visto através da água cristalina.

— Tem um caranguejo! — exclamou feliz, aproximando-se devagarinho da pequena piscina com a ajuda de Jimin, que ficava aliviado em ver que o outro estava gostando. — Ele é tão pequenininho! Que fofo!

Sentou na ponta de uma pedra e Jimin o acompanhou, mais tranquilo agora que as chances de Taehyung cair eram mais baixas. Será que o menino do céu tinha experiência na terra e nas águas? Rex, por outro lado, escapou de dentro das roupas do bruxo para esticar-se em uma pedra e tomar um sol.

— Eu acho mais fácil enxergar nas partes que têm areia no fundo... — comentou Jimin. — Não que vá ser fácil enxergar os bichinhos transparentes em nenhum dos dois, mas os com cores mais escuras é melhor...

Ficaram lá um tempão observando as ondas acalmadas pelas rochas irem e voltarem timidamente, levando consigo os peixinhos da piscina e trazendo novos crustáceos, como se fosse um ciclo da natureza ocorrendo de forma acelerada. Às vezes vinham muitos bichinhos, às vezes a água ficava completamente vazia, e talvez essa fosse a beleza da obra toda.

O sol punha-se preguiçosamente no horizonte e, quando Jimin viu que só restariam mais alguns minutos para observá-lo, levou Taehyung — que despediu-se pesarosamente da piscininha — até uma pedra mais no alto, para que pudessem acomodar-se bem e observar de camarote o sol e seus raios quentes darem seu "até logo".

O grande astro pintado de cores avermelhadas e profundas fazia o mesmo com as poucas nuvens no céu azul e amarelo, e com o reflexo quase infinito que as águas do oceano. Apesar de sempre ter morado perto do mar, Jimin ainda ficava impressionado com a vastidão dele e Taehyung, por outro lado, observava deslumbrado a natureza em sua forma mais pura e exuberante, já que era a primeira vez que a via daquele jeito. Tudo no ambiente o inundava, o cheiro de sal, a brisa bagunçando os cabelos, o jeito que o calor insistente dos raios solares na sua pele esvaía aos poucos e dava espaço a um calor mais brando e confortável, que irradiava das pedras.

Assistiram até não ser possível não enxergar mais nenhuma pontinha do sol, apenas a iluminação que ele ainda permitia que tivessem antes de anoitecer completamente. Jimin resolveu que era aquele o melhor momento de ir, afinal, se ficasse muito escuro talvez fosse mais difícil para Taehyung caminhar pelas pedras em segurança.

— Obrigado por me mostrar tudo isso — Taehyung agradeceu feliz, ajeitando sua vassoura para que pudessem decolar novamente. Encarou o mar mais uma vez, dando um suspiro saudoso.

— Ah... Eu que agradeço pela volta na sua vassoura... E por você ter me desculpado quando fui infantil — Jimin respondeu sem graça, corando enquanto enlaçava a cintura de Taehyung, sentindo-se ainda mais próximo dele.

A resposta, no final, veio de Rex, que encarou tanto ele quanto Taehyung e mudou sua cor para um rosinha claro. Jimin passou um tempão encarando o réptil, curioso sobre o que aquilo significava enquanto Taehyung levava ele de volta para sua bicicleta.

Os dois meninos nem conseguiram trocar palavras de despedida, e acabaram por ficar reféns apenas de sorrisos tímidos e um abraço desajeitado. Um abraço que selava talvez a parceria nas entregas e, quem sabe, uma amizade.

Durante os primeiros dias eles precisaram explicar aos clientes quais tipos de entrega eram de qual entregador, mas logo os habitantes acostumaram-se e espalhavam as informações entre eles, fazendo com que tudo funcionasse perfeitamente. Até mais do que achavam que iria quando propuseram a divisão.

Às vezes encontravam-se durante o serviço, com Taehyung gritando por Jimin quando sobrevoava-o ou o loirinho fazendo-o quando via o bruxo voando de costas. Talvez fizessem entregas ansiando aquelas pequenas coincidências; Taehyung às vezes se via buscando automaticamente uma boina marrom no meio da multidão e Jimin... Jimin parecia só olhar para o céu, até atropelou um hidrante sem querer por aquele motivo.

Sempre que encontravam-se logo antes do pôr do sol, resolviam ir até aquele cantinho de pedra da primeira vez. E, ansiando por mais, os dois entregadores bobos tentavam passar pelo mesmo lugar na mesma hora para que as coincidências fossem mais frequentes e pudessem observar o pôr do sol juntos mais vezes. E dava certo. E em um certo ponto já não virou uma coincidência, e sim uma rotina tímida disfarçada.

Em um desses encontros, Taehyung virou o rosto para observar Jimin. Seu coração foi parar na boca ao observar o quão cativantes as bochechas fartas pareciam ao refletir a luz alaranjada do por do sol, os olhos já pequenos fechadinhos por causa do vento e da luminosidade.

— Como você vai sentir o mar desse jeito? — implicou para afastar a própria vergonha e tirou a boina de Jimin, libertando os brilhantes cabelos loiros. — O vento tem que bagunçar, igual faz com o meu.

Jimin riu, corado, que nem Rex ao seu lado que ficava do mais profundo tom de vermelho ao encarar aqueles dois. Como forma de dar o troco, levou as mãos até os fios negros do bruxo, que sempre lhe encantaram. Talvez agora só tivesse uma desculpa para embrenhar seus dedos nas ondulações macias — e um pouquinho embaraçadas — como sempre quis.

Mordeu os lábios ao observar Taehyung fechar aqueles olhos tão bonitos e exóticos com o contato, mas ficou até um pouco grato porque daquele jeito o bruxo não perceberia o quão corado estava. Tentou pentear os fios rebeldes para trás da orelha dele, mas a brisa insistia em bagunçar tudo, então desistiu e caiu no riso.

— Imagino que o meu esteja todo bagunçado agora também... — riu e Taehyung abriu novamente os olhos para poder rir junto, flutuando, encantado. Os dois, no caso.

— Jimin, no final a gente nem selou o nosso contrato, né... — comentou em um tom despretensioso, mas o coração batia tão rápido no peito que talvez escapasse por sua garganta.

— Que contrato?

— De divisão das entregas... Agora criamos um sistema de entrega ainda mais eficiente pra cidade porque nós dois nos unimos — falou em um tom sério e meio pomposo, que fez com que os dois rissem apesar do nervosismo que crescia naturalmente no ambiente.

— Eu deveria trazer umas folhas de papel da próxima vez pra gente escrever o contrato então? — Jimin perguntou, um pouco confuso com tudo aquilo.

— Ah, eu pensei em algo mais simples... — Taehyung voltou a encarar o pôr do sol, porque não tinha coragem de falar aquilo cara a cara com o loirinho.

— Tipo o quê? — Jimin só ficava cada vez mais confuso de onde o bruxo ia chegar com tudo aquilo.

Taehyung respirou fundo antes de voltar a olhar para Jimin. Apoiou uma de suas mãos na pedra, perto de onde o loirinho estava sentado e inclinou o corpo para sua direção lentamente. Os olhos de ambos brilhavam de expectativa e sorrisinhos tímidos despontaram em seus rostos.

O bruxo aproximou-se até as bocas tocarem de uma forma tão leve que parecia mais uma pluma. Taehyung pedia permissão com os próprios olhos e, quando observou Jimin fechar os seus, entregue, sentiu seu interior vibrar. Cerrou os seus também antes de finalmente unir as bocas em um selinho um tanto bobo e inexperiente, interrompido pelos sorrisos dos dois.

— Calma, acho que desse jeito não selou bem... — Taehyung murmurou baixinho, travesso e sorridente. — Infelizmente vamos ter que tentar de novo...

Trocaram selinhos mais algumas vezes, mas tudo saía um pouco desajeitado, até porque nenhum dos dois parecia ser capaz de parar de sorrir. Mesmo assim, ambos estavam inundados de uma paixão tão pura que aquilo parecia a melhor coisa do mundo e queriam mais e mais. Queriam sentir mais do calor que agora não vinha apenas das rochas, mais da presença do outro, mais dos toques tímidos.

— É oficial então... — Taehyung murmurou contra a boca macia de Jimin, parecendo incapaz de separar-se dela.

— O quê? — Jimin perguntou um pouco distraído, tinha perdido-se com os toques do bruxo e parecia incapaz de despertar. Taehyung riu dele, porque sentia-se um pouco assim também.

Separou as bocas apenas para encostar as testas, e os dois encararam-se, tão pertinho que a perspectiva do rosto um do outro era quase engraçada. Jimin levou suas mãos até o cabelo negro que tanto gostava, embrenhando os dedos pequenos lá, Taehyung riu baixinho e em resposta penteou os fios loiros do outro para trás com delicadeza.

O TaeJi's Delivery Service!

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Bem, espero que tenham gostado! Sei que camalões não mudam de cor que nem o Rex faz, mas se o Tae pode voar em uma vassoura decidi que eu tinha liberdade poética pra fazer isso hsuashuahsa SIM, O CAMALEÃO É BOIOLA E VMIN SHIPPER, NÃO JULGO PQ TAMBÉM SOU

Muito obrigada de novo por ter pedido, agyuuz!! Amei muuuuuuito escrever seus vmin fofos, espero que tenha gostado dos melosinhos também!

Beijinhos de luz e obrigada por ler!

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