Capítulo Vinte
A perda do pilar central
Lorenzo entregou a Liam um livro sobre dons para que pudesse entender como se manifestavam no caso dele possuir mesmo. O menino não demorou a para ter certeza, no livro havia descrições de outros magos que passaram pela mesma coisa, os sentimentos, parecia que Liam estava escrevendo tais palavras. Um descontrole emocional, a impaciência, medo e ódio rodeavam o menino naquele momento, a paz que antes estava em seu coração se tornou uma vaga memória de verões passados.
A primeira que chegou á casa dos Viocuns foi Davina que estava usando o cabelo preso em um coque mal feito, uma blusa rosa e um short maleável azul escuro. Liam agora seu namorado estava terminando de arrumar as coisas de Levi e tentando se convencer de que aquilo de fato era real e estava indo embora.
—Oi! Cumprimentou.
Ele Estava abaixado, juntando caixas de carrinhos que o irmão colecionava, ela o beija antes de dizer qualquer coisa, mostrando que a noite passada não fora um sonho e sim a melhor realidade que já viveu.
—Olá!
—Por aqui já está tudo pronto. No meu quarto também, só falta alguns livros!
Ela sorriu sentando-se na cama de Levi que ficava um tanto distante de onde estava o garoto e sobre o colchão havia um livro chamado "O legado dos Viocuns", ela o pega e questiona a Liam:
—Qual é o legado dos Viocuns?
Ao vê-la segurando involuntariamente ele puxa o livro que flutua até sua mão.
—É uma longa historia! Respondeu.
Ela achou sua atitude um tanto grosseira, mas não quis insistir.
—Tem que me ensinar a fazer isso! Diz ela sorrindo.
—Irei!
Ergueu-se chamou para sair dali, ela o seguiu. Havia caixas pelo corredor, coisas do banheiro e do escritório já prontas para serem levadas e o quarto do menino estava organizado, as cortinas haviam sido retiradas apenas os papeis de parede ficariam para trás, a coruja estava em sua gaiola que parecia um ninho dentro de uma arvore onde ficava protegida junto às demais corujas.
Um tanto cansado Liam se deita na cama olhando para o teto que a noite ficava encantado para parecer com o céu noturno estrelado aquilo lhe trazia paz quando criança era uma coisa que ele queria manter e certamente faria isso no seu novo quarto. Davina também deita na cama ao contrario dele, ficando com seus pés em direção a cabeça dele.
—Onde está Rose?
—Precisou sair. Eu não sei bem para onde, ela faz isso sempre que vem!
—Entendo. Seu pai brigou com você ontem?
—Sim, falou por algum tempo que eu não devia sair com você e tal... Contei a minha mãe sobre nós e ela apoiou de verdade. Ela sorriu lembrando-se da conversa que teve com a mãe.
Ele segurou a mão dela e olhou de longe seu sorriso.
—Não precisava de ajuda?
—Fato! Ele se levantou e pegou um de seus livros sobre magia e entregou a ela. —Estude isso para começarmos nosso treinamento, ajudara você a entender um pouco mais a arte da batalha mágica o que eles não ensinam mais nas escolas! Ele sorriu e ligou um rádio que tinha tocando uma musica clássica a chamou para dançar um pouco, em meio às tantas caixas e malas feitas, um perfeito cenário de mudanças em vários sentidos. Ela deitada no peito dele ouvindo seu coração como um compasso, ele cheirava seu cabelo enquanto a sentia.
As portas se abrem depois de uma breve batida então entra Lorenzo.
—Davina! Ele sorriu. —Seus amigos chegaram Liam, e os rapazes da mudança também! Estão no meu quarto encaixotando tudo lá, já desmontaram a cama e foram agora para os armários de Levi.
Davina sorriu para seu novo sogro, que parecia estar animado ao fazer aquela mudança. Ela não sabia que morar ali era um agrado de Marina que Lorenzo sempre preferiu viver em casas com grandes quintais para correr e sentir o cheiro da terra. Antes de Lorenzo sair Liam o chamou:
—Pai queria falar com o Senhor! Ele então parou para ouvir. —Queria contar que eu e Davina, decidimos começar um relacionamento sério. Ele não sabia como dizer aquilo. –Quero saber se, está tudo bem para o Senhor? O casal entrelaçava o Dedo.
—Como assim relacionamento sério? Já não namoravam? Ele pergunta rindo fazendo Liam relaxa bastante. –Só não quero netos tão cedo! Certo?
—Pai! O Garoto ficou um pouco envergonhado da fala do pai que saiu sussurrando desculpas.
Ele voltou rápido á porta que deixou aberta.
—Bem vinda à família mais uma vez. Se ele te tratar mal fala comigo! Ele sorriu largo e voltou ao seu destino.
—Podia ter contato que ia fazer isso Liam! Ela estava mais que nervosa.
—Desculpa! Eu não pensei direito quando notei já estava falando. Ele sorriu para ela que retribuiu. Deixam o quarto seguindo para recepcionar os recém chegados.
Levi e John conversava e Renan ajudava Marina a retirar a televisão da parede, Liam então supriu sua mãe no ofício.
—Bom já levaram algumas coisas para o caminhão. Anunciou Marina. —Vou fazer o almoço. Falou ela sorrindo para os meninos, estava nervosa e cozinha a tranqüilizava. —Me ajuda Davina? Juro que não serei uma sogra ruim! Falou rindo e puxando a menina que estava muito envergonhada e Liam confuso.
—Papai passou aqui dizendo que estão namorando! Isso a torna o que minha? Perguntou Levi.
—Cunhada. Respondeu John.
Todos tão uma risada.
—John no meu quarto tem uns livros sobre... Bom tem como guardar para mim? Pediu Liam.
—Livros pornôs? Existem livros assim? Não séria revista? Indagou Renan.
—Não Renan! E eu não sei se existem livros assim. Estou dizendo sobre livro de Magia! Respondeu Liam colocando a televisão na caixa.
John vai junto a Levi fazer o que Liam havia pedido. Jane e Léo também apareceram para disponibilizar sua ajuda, (sem duvidas tinham mais ajuda do que precisavam) ele partiu para ajuda Lorenzo com seus artefatos mágicos, e Jane para cozinha retirar as coisas mais delicadas. A campainha toca para surpresa de todos, não esperavam mais ninguém e Lorenzo apareceu na sala logo, eles se entreolhavam, caminhou para frente do grupo que e autorizou Léo a abrir a porta.
Tinham homens os chamados de Humanos naturais, com um distintivo da polícia.
—Lorenzo Viocum? Perguntou o homem que estava á frente entrando sem ser convidado, mostrando que não tinha natureza mágica.
—Sim. Revelou-se imediatamente.
—Recebemos uma denúncia, aqui tem um mandado de busca e apreensão! Ele estendeu o mandado. Léo pega antes que Lorenzo pudesse pegar, ele era advogado entre os humanos por sua natureza mestiça.
Olhou para Lorenzo com uma expressão confusa.
—Revistem tudo. Ordenou o capitão.
Todos estavam confusos em um alto nível.
—De que estou sendo acusado? Perguntou ele vendo as caixas sendo grosseiramente revistadas.
—Trafico de drogas. Comunicou o policial não acreditando que estavam surpresos de verdade.
—Isso é simplesmente ridículo! Falou Marina furiosa.
—Fique calma Marina, deve ser um mal entendido. Falou na esperança que o dia terminasse bem, a final de contas era inocente.
—Vejo que estavam se mudando, indo para longe? Fugindo?
—Estamos apenas usufruindo o direito de ir e vir!
Respondeu Lorenzo, era a segunda vez que estavam sendo revistados.
Davina sabia que seu pai traficava drogas e que talvez ele fosse preso naquele dia, se ela tivesse sorte. Então o pior veio, um policial que fora para o quarto de Lorenzo retornou com uma mala que tinha um fundo falso com doze papelotes de heroína.
O policial que dirigia tudo puxou uma faca rascou um dos papelotes e cheirou.
—Senhor Lorenzo Viocum. Está preso por trafico de drogas, tudo que dizer poderá e será usado contra você no tribunal!
Lorenzo foi imediatamente algemado e Liam cerrava os punhos e Lorenzo olhava para Marina, confuso, mas sabendo que aquilo era alguma armadilha de seus novos inimigos. Davina chegou a avançar para falar algo mais é interrompida.
—Não se preocupem, isso é um engano! Falou Lorenzo para todos.
—Enzo, estará Livre em breve! Falou Leo confiante.
Antes de ser arrastado para fora pediu para falar com sua família, Marina o agarrava e os policiais a afastavam, Davina precisou segurar Liam para que não reagisse. Jane então segurou Marina para que a situação não se agravasse. Não notaram que Renan havia sumido.
—Querida vai ficar tudo bem. Não se preocupe, cuide dos meninos! Liam seja sábio com suas palavras e atitudes.
—Ele terá todos seus direitos, Senhora, mas peço que não deixe o país! Falou para Marina.
Ela acenou com a cabeça. Léo sem ação tentava processar tudo aquilo.
—Vou para delegacia, ligo quando tiver notícias! Cuidado. Ele corre em Jane a beija, passa mão no ombro de Marina que chorava e então sai correndo fechando a porta.
Renan aparece no canto com as mãos no bolso.
—Onde você estava? Indagou Liam.
—Imaginei que não pegaria bem se encontrassem espadas e antigas e alguns objetos que nem eu sei para o que serve. Os mantive invisíveis!
—Agora só precisa saber o que temos que fazer, será que era dele? Perguntou Renan.
—Claro que não. Alguém implantou aqui! Diz Jane ajudando a Irma a se sentar, ela claramente não estava bem psicologicamente, aquilo parecia um pesadelo e a Família não sabia como reagir, tudo que havia sido cautelosamente arrumado agora estava bagunçado ás coisas já presentes no caminhão também foram violadas. A comida já estava pronta, mas não havia fome. Liam abraça sua mãe e irmão enquanto os amigos tentavam resolver a bagunça.
—Eu vou para delegacia! Falou Marina decidida.
—Eu também vou! Prontificou-se o filho mais velho.
—Nada disso. Ficara aqui com sua tia e seu irmão. Preciso que organize tudo aqui ainda precisamos nos mudar, agora mais do que nunca!
—Não devia ir sozinha! Argumentou.
—Vou levar Tito comigo, não se preocupe! Ela pegou em uma das caixas um pequeno baú e retira um anel e deposita sobre seu dedo, pega sua bolsa e sai; Jane então assume o controle.
—Levi venha almoçar. Pessoal, podem se servir! Autorizou a mulher guiando Levi para cozinha.
Mesmo sem ter muito apetite eles resolveram almoçar, Liam mandou uma mensagem para Micaela a menina parecia sempre muito bem informada e logo os jornais mágicos saberiam. Após o almoço o grupo se dispersou em novas tarefas, arrumando que foi bagunçado. Liam e Davina guardavam os livros da biblioteca particular de Lorenzo que ficava em uma parede com um compartimento mágica, tinha um talento para esconder objetos.
Ela parecia inquieta e preocupa mais do que Liam que acreditava no pai e sabia que ele iria fazer o melhor para todos, que se quisesse nenhum nem teria sido preso.
—O que houve queria? Perguntou ele fechando uma caixa.
Ela se aproximou dele bem perto como se fosse contar um segredo:
—Meu pai trafica heroína! Ela estava muito triste.
—Eu sei, todos aqui em casa sabemos! Contou ele para surpresa dela.
—Então por que não fizeram nada para seu pai não ir preso? Ela ficou um tanto indignada.
—Drogas não aparecem do nada na casa das pessoas, Davina, alguém colocou aqui dentro e no mínimo meu pai quer saber quem é e por que. Mas acusar seu pai apenas traria dor de cabeça para você sua mãe. E eu tenho certeza que Gabriel está por trás disso!
—Gabriel? Ele está preso, esqueceu? Perguntou ela admirada, sentia que Liam ainda estava preso no menino, sem saber é claro de tudo que estava além do que os olhos podiam ver.
—A questão é. Meu pai é inocente e Léo vai provar isso, é questão de tempo!
A conversa é interrompida pelo toque do telefone. Era Marina.
—Mãe? Então o que houve?
—Parece que eles têm provas que ligam o prédio a um traficante de drogas, mas são poucas provas contra seu pai, embora tenha sido registrado como flagrante! Léo disse que podem demorar alguns... Não me deixaram falar com seu pai, eu ainda tenho que entrar em contato com o Senado fique perto do seu irmão e não faça besteira. Como vai a mudança?
—Falta pouca coisa. Estamos quase acabando de arrumar a biblioteca do papai. Avisou a Tio Joseph?
—Mandei uma mensagem. Ele havia dito que não iria demorar, não sei se volta!
Ela então desliga a ligação. Contou a todos as novas informações. Então Micaela o respondeu afirmando e naquela mesma semana muitas denuncias haviam sido feitas de "desaparecimento" de magos, senadores até mesmo professores o mais estranho é que ninguém parecia se importar, segundo ela. A informação preocupou ainda mais Liam, todos sabiam que o mundo mágico tinha um forte inimigo, a Irmandade dos homens uma forte organização.
—Por que não usar magia para arrumar as coisas e enviar? Perguntou Davina depois de terem terminado.
—Só da essa idéia agora? Ele riu. —É considerado por alguns magos um desrespeito usa a magia em atividade que possamos fazer assim meu pai me ensinou. A magia é um elo uma ponte, não uma arma ou um atalho. Fora que as pessoas iam estranhar que ninguém viu ou ouviu a mudança! Sabe alguns vizinhos ficam olhando pela porta... Ele riu lembrando-se do início do ano com a menina. Ela solta uma risada controlada.
—Estava esperando meu pai! Afirmou rindo.
—Claro que estava! Ele lhe da um beijo rápido na face.
Gabriel já recebeu algumas notícias que tornaram seu dia bem melhor, ao compartilhar seu problema com seus líderes recebeu um presente, um cordão com uma pedra branca que impediria a maldição de tomar conta de seu corpo, mas se retirasse a maldição se alastraria mais rápido do que agora estava e para prevenir que isso não o acontecesse protegeu a corrente do cordão com um encantamento impedindo-o de se romper ou sair de seu pescoço. Para a outra notícia ele reúne seus guerreiros para informar, todos ao o vê descer as escadas ficam surpresos as partes dele que havia se tornado pedra tinham voltando ao normal, mas a pele ficou acinzentada.
—Reunir todos aqui para dizer que nossa causa e posição iram mudar. Hoje um de meus inimigos está provando um pouco de minha ira, embora ele ainda ira pagar muito caro por tudo que me fez. Mas hoje iremos festejar! Tiago venha aqui. Chamou o amigo que caminhou ao seu lado. —Pessoal esse é o mais novo membro da Força Bruta dos Decretos Mágicos, como capitão de uma das tropas.
Os que estavam presente bateram palmas, por mais que alguns deles estivessem confusos com a situação. Alguns dos garçons contratos entravam pelas entradas da sala de estar para servir comida e bebida aos aliados ali presente. Tiago olha para ele bem confuso.
—Poderia explicar como isso aconteceu? Como posso entrar e já ser capitão? Indagou Tiago.
— As coisas vão melhorar para nós, e agora temos mais poder! Ele sorriu.
Tinham agora um poder jurídico que significava um grande risco a toda sociedade Mágica.
—Quando faremos o encantamento? Perguntou Kaila.
—Ainda preciso de uma última coisa, uma pedra que estará em exposição amanhã em um museu! Explicou.
—Por que você quer tanto chegar ao Senado? Indagou Tiago.
—Não adianta trazer um rei se ele não tiver onde reinar. E eles são os únicos que podem nos impedir. Derrubaremos a democracia, traremos de volta a Monarquia. E você Kaila, será a Rainha escolhida eu aposto. Ele sorrir passando a mão no rosto dela. Ele anda em direção a um grupo de homens.
—Ele está louco mesmo. Afirmou Kaila para Tiago que a olhou preocupado.
—O fogo pode ser poderoso, mas se um dia foi preso é porque tem pontos fracos! Estamos caminhando para uma longa guerra, porque as pessoas vão resistir elas adoram o direito de falar. Comentou demasiadamente preocupado.
—Eu sei que sou bela como uma princesa, mas aviso Tiago, se o barco começa a fundar, serei a primeira a pular!
Ele solta uma risada, ela de fato era sincera e se afasta de Tiago para pegar uma bebida mais leve do que as que estavam sendo servidas e para isso ela precisou passar por um grupo de meninos que começaram a chamar por ela que ignorou. Um deles a seguiu e segurou seu braço.
—A onde vai? Fica mais um pouco. Falou o garoto aparentemente bêbedo.
—Solte-me agora! Falou Kaila furiosa, odiava que a tocassem sem permissão.
Ele segurou mais forte.
—Não pedirei outra vez. Falou ela o encarando, o sorriso nos lábios do garoto nutria a fúria. Antes que ela pudesse tomar alguma atitude, alguém pegou no braço do bêbado e o retirou dela quebrando a mão do garoto.
—Não está ouvindo ela?! Indagou Ítalo.
Quando os comparsas notaram o que acontecia, se aproximaram e armaduras foram invocadas e aquela sala estava prestes a se transformar em um campo de batalha. O ar pesou e algumas espadas foram desembainhadas.
—Não é não! Espero que possa entender isso daqui para frente.
Então soltou o braço do garoto que começou a se lamentar de dor.
—Isso não vai ficar assim! Diz o pai do garoto avançando para cima de Ítalo.
—O que está acontecendo aqui? Perguntou Gabriel ao estranhar o silencio fazendo o homem parar e voltar seu olhar para ele.
Ninguém se atreveu a responder.
—Kaila? Olhou para menina que massageava o braço.
—Já está resolvido. Ítalo me apenas mostrou que os limites devem ser respeitados por bons motivos. Contou ela sorrindo.
—Este verme quebrou o braço do meu filho. Contou o homem que avançou em Ítalo.
Gabriel notou que ter um exército não seria seu maior desafio, e sim mantê-lo unido.
—Ítalo, desculpe-se! Ordenou Gabriel.
No entanto o garoto olhou para Kaila que acenou com a cabeça.
—Desculpe-me. Pediu ele para o garoto, seu olhar frio não condizia com o que seus lábios diziam.
—Só isso? Perguntou o homem. —Vamos embora. Chamou aqueles que estavam com ele.
—Por favor, Sr. Domany reconsidere.
Ele olhou para Gabriel e em uma velocidade absurda ele socou Ítalo no abdômen e o menino cai no chão e Kaila ao seu auxílio.
—Acho que já reconsiderei. Falou sorrindo.
Gabriel retribuiu o sorriso.
—Então podemos voltar á beber! Gritou ele com o copo para o alto e todos voltaram a beber.
Kaila guiou Ítalo para seu quarto no andar de cima onde o garoto nunca esteve. Um quarto simples para casa, com poltronas de cores frias, uma mesa ao canto, armários e uma cama redonda. Ela o colou sentado em uma cadeira bem confortável que tinha ali.
—Eu sei me defender sozinha. Falou ela que não sabia lidar com a situação, já que ninguém nunca a defendeu apenas a desejou. Depositou sobre a mesa seus anéis.
—Estou em sua defesa. É o meu dever! Faço tudo por você. Confessou se aproximando e limpando com a manga da camisa sua boca suja de sangue. —Sempre protegerei uma dama, por mais impendente que ela seja.
—Gabriel errou, ele não devia ter permitido aquilo.
—Ele precisa mais dele do que de mim. É por isso. Não tem problemas! Afirmou ele. —Não estou aqui por ele...
Ela sabia que ter a lealdade de pessoas era algo sábio para o lugar que ela caminhava, mas aquilo cheirava a mais que lealdade. Ela retira seus sapatos sua jaqueta e se deita na cama e o chama, ele retira o sapato e o casado e deita ao lado dela. Ela se aconchega em seus braços, sentir-se amada era um sentimento novo, não sabia como reagir e ali passaram a noite, provando que não era necessário nada mais que um simples abraço para preencher o vazio que existe em certos corações.
Á notícia circulou pelo mundo mágico criando um grande questionamento em todo o Senado e na comunidade Mágica embora o Órgão responsável pela promoção não se manifestou mesmo com uma indagação formal do Senado. Yago se preparava para o pior ainda carregando as suspeitas que Gabriel, faria o pior para o mundo, Julia junto com ele pensavam no que poderiam fazer.
—Isso é preocupante. A Ordem dos Lobos não pode se intrometer nesse assunto, mas meu pai suspeita de um golpe de estado. Contou Julia sentada na sala de onde um dia foi o Quartel General.
—Precisaremos agir. Cedo ou tarde! Fui informado que Gabriel estaria recendo uma encomenda, um artefato mágico chamado "Escarlate" que tem o poder de restituir corpos, curar feridas e doenças mesmo que a pessoa esteja a beira da morte. Eu vou roubar e destruir esse talismã. Contou servindo a menina uma bebida bem gelada.
—Como vão passar despercebido pelo Controle de artefatos mágicos?
—O C.A.M é um setor sujeito a F.B.D.M...
. —E o que eu farei?
—Você por hora, não fará nada. Tentarei destruir, ou esconder! Falou determinado.
Ela não gostou da idéia, mas sabia que Yago entregaria a sua vida pela causa na qual lutava.
—Não queria que fizesse isso sozinho, vai acabar se matando. Deixe-me ir com você...
—É um plano simples, não preciso me preocupar com ninguém além de mim isso é um trunfo que não posso perder. De qualquer modo, avisarei a Liam e Renan e caso precise você os chame.
Ela se coloca de pé andando até uma janela olhando as luzes da cidade.
—Nesse momento Gabriel está formando um exercito e você ai querendo enfrentá-lo sozinho quando nem todos do time que você reuniu poderem vencê-lo.
—Vamos criar nosso próprio exercito então, se é o que quer.
Ele também fica de pé.
—Depois de tudo, por que acha que Liam ainda vai te ajudar?
—Ele quer vingança...
—Vai usar ele... Ela o interrompe. —Ele não é mais uma peça, Yago!
—Não chamei para usá-lo, ele é um mago poderoso com uma arma poderosa. Cedo ou tarde essa briga vai Bater na porta de cada um e todos teremos que escolher um lado. Falou bem sério vendo o rosto dela pelo reflexo no vidro.
—No momento acredito que Liam tem um sentimento maior que a vingança... O medo de perder mais pessoas.
—Se não impedir Gabriel, iremos perder todos!
Ele a abraçou por trás cheirando seu cabeço enquanto ela permanecia com o mesmo olhar, ela se afasta dele quando ouve o som do celular anunciando uma nova mensagem, sua expressão já disse ao menino que era uma notícia ruim.
—O que houve? Perguntou ele preocupado.
—O pai de Liam foi preso por trafico de Drogas, pela polícia dos Humanos! Contou ela.
—Como? Ele não devia ser protegido pelos Antigos? Como acreditar que um Lorde venderia Drogas?! Só o salário dele já compraria uma mansão... É ridículo! Ele ficou indignado.
—Parece que estão dizendo que foi pelas multas que pagou ao Senado, que eles enfrentam um problema financeiro. Com certeza isso foi armação! O que esta acontecendo com Senado? Julia estava bem preocupada como tudo que conhecia mudava de maneira violenta.
—Retira o regente, será que vão atacar eles? Depois do último acontecimento ficou claro para eles o poder de Lorenzo;
—Temos que visitar ele. Falou ela.
Ele negou com a cabeça.
—Não. Vamos ligar por um telefone descartável.
Ele caminha até uma gaveta e pega um celular simples e digita o número do menino.
—Alô! Liam?
—Oi! Quem fala? Perguntou o menino.
—Sou eu Yago. Soube do seu pai, sinto muito. Tome cuidado podem estar armando algo mais sério para vocês.
—Estou ciente. Falou ele. —Por que não esta usando seu numero normal?
—Bom... Vou fazer algumas coisas que podem complicar as pessoas ao meu redor. Então só vou ligar para vocês por números desconhecidos.
—Precisa de ajuda? Sabe que eu farei tudo pela oportunidade de matar Gabriel. Yago olhou para Julia, estava no viva-voz.
—Te chamarei no momento certo! Outra coisa... Recebi um comunicado de que Tiago é capitão de uma das tropas da F.B.D.M, a equipe que era liderada por Vitor que está tido como desaparecido.
O telefone ficou mudo por um instante, Liam sabia que Vitor era o responsável pela investigação sobre a explosão.
—E como eu entro em contato? Perguntou um tanto serio.
—Não entra. Eu entro, se cuide. Ele desliga o telefone.
O casal que deixou sua vida amorosa de lado, começaram a planejar os próximos passos e precisariam ser rápidos.
Liam sem demora informa a notícia ruim que recebeu no status de capitão de Tiago que recebia direitos perigosos para família Viocum. Então é chegado á hora de partir do apartamento, ele fica um tempo no quarto vazio de Larissa, lembrava-se de quando ajudava ela em suas lições e estava pronto de deixar aquela dor para trás e aceitava que
ela agora estava em paz. Um passeio de despedida pela casa e ele tranca e protege com o encantamento após todos saírem.
Os mesmo que ajudaram na mudança agora partiram para conhecer a nova casa, e não demorou a chegar, O portão era de ferro com corujas de pedra que pareciam estar vivas e o símbolo da lua se abrindo para o carro passar, mesmo estando um pouco ansiosos ninguém percebeu quando o portão surgiu, tinha um grande jardim e o carro percorre um longo caminho que ligava o portão á porta. Muitas flores recheavam e luzes iluminavam a noite. Árvores antigas enfeitavam os muros e podiam ver pontos brilhosos voando Liam sabia que eram fadas, um clã que protegia os animais que eram responsáveis por metade da proteção daquela casa, embora Liam julgou não ser necessário informar aquele fato. Grandes portas de madeira já estavam abertas pela equipe que já lá trabalhava móveis antigos e quadros nas paredes um de Lorenzo quando criança junto com outras duas crianças, uma menina de cabelos negros e olhou negros brilhantes em uma pele morena com um sorriso meigo.
—Quem é essa? Perguntou Davina para Liam.
—Minha tia Eva. Aquele que te contei a historia! Falou ele olhando para ela sorrindo, sempre que olhava aquele quadro recordava dos bons e maus momentos, Eva permanecia viva em seus pensamentos e seu sorriso jamais seria por ele esquecido.
A o lado havia o quadro de Liam com seus irmãos assim dando continuidade a linhagem. Uma casa bonita e confortável e grande, o menino não achava que ali gastariam menos e acreditava com todas as forças que seu pai estava escondendo algo.
—Pessoal! Chamou atenção de todos na sala. —Sejam bem-vindos á nossa nova casa! Falou sorrindo tentando disfarça que aquilo tudo também não era novo para ele.
—Essa casa é mal assombrada? Perguntou Renan passando a mão nos objetos e depois olhando para Liam.
—Não! Diz Jane dando uma risada, dentre eles era a única que já havia freqüentado a casa. —Mas a casa é um lugar literalmente mágico, aqui emana magia, então aqui eventos sobrenaturais são mais possíveis de acontecer. Explica a mulher fechando as portas. —Nada que precisem se preocupar, eu espero. Falou a última parte como um sussurro.
—E criaturas mágicas também, por que Isunay pode sentir e eu também.
—Se não mexer com elas, elas não mexem com você. Será que consegue? Perguntou Liam sorrindo.
—Deixa eu te lembrar que fadas não precisam de motivos para mexer com magos...
—Fadas? Tipo fadas de verdade? Perguntou Davina com um sorriso largo e bobo no rosto.
Houve certo conflito entre os presentes sem saber quais medidas deviam adotar, olharam para Jane afim de que revelasse a verdade.
—Essas fadas foram o motivo de Lorenzo querer sair daqui. Algumas delas podem ser bem travessas e agressivas sim. Mas como disse, não se preocupem, vamos colocar a mão na massa.
Agora estavam em um ambiente inteiramente mágico onde o mundo Natural não tinha nenhuma influencia naquele recanto. Davina foi com Jane para cozinha ajudar a colocar os utensílios. Liam ergueu os baús com artefatos mágicos e os guiou até o escritório do pai, lá seria a sala principal da casa tendo uma mesa redonda com algumas cadeiras e atrás dela, uma mesa menor também com uma cadeira grande e vermelha destinada ao Regente do clã e trás uma grande estante. Com a mão Liam movimentou alguns livros de lugar e se abriu uma porta como um cofre, proferiu algumas palavras e o cofre o abriu encaixou os baús dentro e fechou novamente. Seu pai tinha muitos objetos que não ele não sabia que o que serviam, mas lembrava exatamente a organização no apartamento e simplesmente replicou. Tudo estava em seu lugar antes da meia noite.
—Bom! John queria que você ficasse com Levi no quarto dele. Davina... Jane interrompe.
—Davina vai ficar comigo e Renan com Liam. Dormiremos em duplas para caso algo aconteça durante a noite.
—Você é uma pessoa confusa Jane. Diz para não nos preocuparmos e depois fala para ficarmos juntos caso algo aconteça. Ele abre os braços com uma expressão perdida levando os cansados magos a darem risadas.
—É apenas cuidado, Renan.
Após a janta o grupo se dispersou na casa para os quartos restando apenas Liam e Davina no primeiro andar na sala, sentados em um sofá de frente para uma chaminé cujas chamas dançavam melancolicamente.
—Vamos começar amanhã mesmo seu treinamento, Linda. Acho que as coisas vão ficar quentes por aqui. Eu vou te ensinar a chegar aqui sozinha, o endereço é encantado... Protegido e somente com um modo é possível chegar. Comentou-o sorrindo e a beijando.
—Podemos ver as fadas depois? Pediu ela esperançosa.
—Talvez... Ele fita seus olhos diante da luz baixa.
As portas se abrem, então entra Marina e Léo.
—Onde estão todos? Pergunta ela.
Liam se Poe de pé no susto e acaba ficando nervoso.
—Já foram dormir. Conseguimos arrumar tudo. E o papai?
—Foi transferido direto para um presídio. Informou Léo. —Mas vamos dar um jeito, ele vai cumprir o processo em liberdade.
—Tiago foi anunciado como capitão de uma das tropas da Força bruta dos decretos Mágicos. Contou ele.
Os recém chegados se entreolham.
—Quem? Pergunta Marina.
—Basicamente o braço direito de Gabriel, ele estava no julgamento!
Marina então expressa lembrar-se de quem falava.
—Estou exausta filho. Sinceramente um problema de cada vez. Vamos dormir.
—Davina ia ficar com Tia Jane, mas acho que ela vai ficar desconfortável com Tio Léo lá! Comentou-o.
—Ela fica comigo, não tem problemas!
—Em que quarto está Jane?
—No quarto quatro.
Ao ouvir Léo segue direto pelas escadas até o segundo andar, ele demonstrava estar bem cansado.
—Vamos? Perguntou Marina a Davina que deu um beijo em Liam e seguiu. —Fecha tudo hein Liam!
O rapaz ficou ali por mais alguns minutos olhou para os quatros e ouviu um barulho vindo de um dos portais e viu ali uma criança, sua Irma Larissa, ele se assustou e deixou sua armadura tomar conta de seu corpo. A menina logo desapareceu.
—Fadas. Falou Semago, fazia tempo que não fazia contato com o menino. —Elas acham que vocês vão destruir o lar delas e querem mandar vocês embora. Não as deixe entrar em sua mente, conquiste o respeito delas.
—Então o que faço?
—Mostre que veio para destruir e sim para cuidar.
O menino ficou mexido ao ver a garota ali no corredor, as janelas já estavam fechadas restava apenas à porta principal que trancou com ouvindo as trancas internas trabalharem, a porta era bem mais forte do que aparentava. Subiu para seu novo quarto Renan dormia na cama do menino e deixou um colchonete para ele dormir. O garoto não deixaria aquilo barato e quando foi encostar-se ao menino uma serpente apareceu e o impediu de tocá-lo ele sorrir, não esperava menos do amigo. Deitou no chão e aguardou o sono chegar. Ao acordar ele sentiu seu rosto quente e ardendo um pouco caminha para o banheiro o mais rápido que pode, seu rosto estava pintado com pasta de dente, Renan já não estava na cama, e segundo depois entra no quarto, Davina estava com ele.
—Amor! Falou ela com uma voz meiga tentando não rir dele.
Ele começa a lavar enquanto Renan tentava tirar uma foto.
—Renan, você me estressa! Comentou-o com uma voz um pouco rouca.
—Sua mãe já serviu o café. Disse que seu irmão não vai para escola... Sua tia já foi embora disse que volta mais tarde. Contou Davina sorrindo o vendo escovar os dentes pelo espelho.
Ele acenou com a cabeça.
—Vou tomar café e vou para casa também. Informou Renan.
Liam cospe na pia e se vira.
—Queria que ficasse, vou começar o treinamento de Davina!
—Tá bom, eu não queria ir embora mesmo! Ele sorrir e deixa o quarto.
—E Rose? Perguntou Liam.
—Está na casa de parentes, me mandou mensagem a noite dizendo que estava bem! Contou ela.
—Seu pai sabe que está aqui?
—Obvio que não. Para ele eu estou com Rose em algum lugar. Combinamos isso!
—Vou tomar banho. Falou ele retirando a blusa, ela ficou vermelha e caminhou para saída.
—Não demore.
Na cozinha Levi terminava de ajudar sua mãe com as coisas na mesa, e pigarreia na intenção de falar algo.
—Tudo bem querido? Perguntou ela o olhando.
—Tive um sonho estanho. Falou ele desviando o olhar tentando achar palavras para descrever a experiência. —Eu sonhei que via o papai na cela da prisão, eu estava em uma árvore o olhando, ele estava dormindo e então acordou, e chamou á mim, voei e pousei na janela, passou a mão entre a grade e me fez carinho dizendo que tudo ia ficar bem. Eu sentia o vento, senti seu toque. Mãe foi tão real!
Ela sabia que para crianças com natureza mágica, tudo podia significar mais do que aparenta, mas ela não era a pessoa ideal para desvendar esse mistério.
—Pode ter sido apenas um sonho, ou mais que isso, somente o tempo irá dizer. Seu pai logo estará aqui e poderá perguntar a ele. Se tiver outro sonho me conte. Ela sorrir beijando sua testa. —Quero que treine com seu irmão e Davina hoje.
Ele acena com a cabeça vendo o casal surge já na sala para fazer a refeição. A mudança no menino era notória, já não era o mesmo Levi do inicio daquele ano ao olhar-se no espelho nem o mesmo se reconheci as espinhas que surgiam ao rosto e as falhas na voz eram sinais de seu crescimento, sem dúvidas as coisas estavam indo mais rápidas do que ele podia acompanhar e tinha medo não ser quem sonhou um dia em ser.
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