A Ordem dos Lobos

O individuo que atacou Liam na escola fora encaminhado diretamente a Ordem dos Lobos, os juízes que estavam afoitos pela aberta desobediência e desrespeito as regras impostas do torneio convocaram os dois reis para entender o que sucedia. Marcos, o Alfa da Ordem, liderava aqueles soldados com sabedoria e força e não deixaria barato aquilo. Chegam diante dele os Reis e o infligidor da regra. Uma sala com estantes de livros em um ambiente opaco e uma fumaça de charuto pairando no ar debaixo da pouca luz. O acusado sentado tendo dois guardas ao seu lado e os Reis a frente da mesa que Marcos estava sentado fumando seu charuto inquieto.

—Manter o sigilo da Magia dos naturais é a regra mais velha que existe nessa cidade. E indispensável no Torneio, uma quebra grave do regulamento. Falou ele com sua voz grossa.

—Pelo que fui informado, ele não usou magia nem armadura. Argumentou Gabriel.

—Nem estava em um território. Rebateu Yago que não fazia contato visual com adversário.

—Era oportunidade deles. Falou Marcos referindo-se aos Negros.

—Foram lentos. Diz Gabriel sendo direto.

—Não é uma corrida! Afirmou Yago. Gabriel solta uma risada irônica.

—Chega! Falou Marcos. —Ele tinha uma clara vantagem sobre o inimigo, o guerreiro negro estava distraído em um lugar protegido repleto de Humanos naturais, adolescentes que nesse exato momento estão tentando entender o que houve. Marcos se levanta. —Serão Penalizados.

—Como? Não está falando serio. Gabriel cerra os punhos em cima da mesa.

—Sua força será diminuída por duas noites. E os Guerreiros negros terão três oportunidades seguidas, como antídoto a sua impaciência.

—COMO? Gritou Gabriel. –Isso não é o que a lei manda. Afirmou e recebeu um serio olhar de Marcos que disse:

—Eu sou a lei.

Gabriel saiu dali junto a sua torre deixando todos para trás chegando até uma porta escrevendo em um caderno ao lado dos portais o destino que ia seguir e quando abriu a porta dava para onde desejou e não demorou em atravessar.

—Mande seus homens terem mais cuidado. Falou Marcos se sentando. —Ele não jogara limpo.

Yago se curvou diante dos Lobos e se retirou fazendo o mesmo processo de Gabriel.

O Rei branco chegou a sua casa após uma rápida caminhada pela rua, La Tiago já o esperava com um doce na boca olhando para um quadro.

—Então? Perguntou ao ouvir a porta se abrir.

—Como planejamos. Deram vantagens aos negros, dei umas batidas na mesa e foi o suficiente para convencê-los que sou um garoto cometendo idiotices. E como pensei, Marcos diminuiu o poder dos nossos, assim eles serão derrotados sem duvidas. Falou Gabriel pegando uma lata de refrigerante da geladeira e começando a beber.

—A menos que os Negros não colaborem.

—Eles querem vencer! Pelo que vi o Rei Negro está motivado a isso, não o conheço, mas sei que tem potencial espero não estar errado.

—Sabe que traremos o caos não é? Pergunto Tiago para ter certeza que continuariam com aquele plano.

—E sobre ele seremos livres dessa moral decadente! Ele toma um longo gole do refrigerante.

—Isso faz mal para saúde. Comentou Tiago olhando para o refrigerante.

—Comer doce dia e noite também. Falou saindo para o quarto.

A cidade não sentia a mudança que ocorria em seus confins, Renan curioso fazia sua pesquisa sobre os integrantes do time oposto de modo que chegou a lugares perigosos até mesmo para um usuário de magia, mas o garoto não era conhecido em nenhum dos lugares em que procurou, de noite caminhou para escola onde tinha esperança de achar algo sobre eles, sem rodeios procurou a professora mais antiga do C. E.M.

—Senhora Helen! Chamou ele a professora batendo na porta de sua sala. A velha senhora usava óculos preso em um cordão no seu pescoço e um vestido de azul de bolinhas com um chalé preto.

—Entre. Respondeu ela ao aluno. —Em que posso ajudar?

—Preciso saber algo de alguém... Começou ele. —Quero dizer, a senhora conheceu um aluno que já estudou aqui, seu nome é Gabriel Gallá!

Ele ficou um tempo pensando olhando para o teto de sua sala.

—Sim, já ouvi esse nome, não cheguei e lecionar para ele! Afirmou. —Mas ensinei aos seus pais.

Renan escuta com atenção puxando uma cadeira para perto e sentando-se.

—E quem são os pais dele?

—Não estão mais vivos! Diz e velha senhora. —Foram executados alguns anos atrás por traição a Sociedade Antiga. Uma covardia em minha opinião! Comentou-a.

—Pensei que a pena de morte tivesse sido abolida! Exclamou ele espantado.

—Não. Apenas não é mais á primeira opção do senado, preferem prisões e retaliações, mas a morte é usada como ultima alternativa em casos graves e extremos! Contou a mulher que teve uma mesa no senado na época.

—O que eles fizeram então?

—Eu não para falar a verdade. Afirmou ela. —O delator denunciou diretamente a Ordem dos Lobos, e eles se encarregaram de aplicar a pena.

—Como aplicaram uma pena que não foi ditada pelo senado? Indagou confuso.

—Não se engane achando que a política é reta e justa. Alguns no senado acreditam saber o que é melhor e agem segundo seus propósitos, assim também é na Ordem.

—Pode ter algo relacionado com o fato da Ordem ser um Órgão mundial?

—Talvez...

—Se eles foram traidores, por que escolher o filho deles como Rei?

A mulher não responde, retira seus óculos esfregando os olhos com cansaço.

—É uma pergunta curiosa meu filho. Fala ela sem ter uma resposta. —Mas se está nesse torneio, não fique procurando imperfeições e corrupção, porque sem duvida achara.

Renan se levanta no mesmo momento sabendo que teria que sair dali com rapidez, não havia mencionado está no Torneio, ela não devia ter essa informação o que da vida ao que dizia, levar os fatos a Yago era sua melhor chance de compreender tudo.

—Não diga a ninguém que fiz essas perguntas! Pediu ele entendendo quê via apenas a ponta do iceberg.

—Nem você quem lhe deu respostas!

Renan acenou com a cabeça e saiu da sala um pouco nervoso, desconfiado olhando para os lados e seguindo em direção a saída. Os alunos esbarravam nele como em câmera lenta, pronto para usar a força se fosse preciso para sair dali, mesmo que aquilo que temesse fosse abstrato. Ele sai do C. E. M em destino ao campo de concentração de dos Guerreiros negros, mas seu celular toca quando caminhava na rua deserta, a voz do outro lado da linha era de Yago.

—Vá para Fortaleza branca, ao norte de onde você está em uma quadra de basquete. Tome aquele lugar!

—Preciso falar com você depois... Mas eu irei sozinho? Perguntou ainda nervoso.

—A principio! Respondeu se preocupando com o tom de voz do amigo.

Renan desliga o celular e caminha rápido para o lugar indicado, a lugar não aparentava estar deserto apenas fechado. Ele abre o cadeado com um encantamento simples, adentra no lugar com luzes apagadas.

—Não devia ter vindo sozinho! Falou uma voz em meio á escuridão.

—Já que me viu chegando, não devia ter esperado! Rebateu invocando sua armadura e seu elmo de serpente. A escuridão recebe fortes faíscas de luz das espadas colidindo, a mente de Renan não estava plena na batalha, tinha medo. Um golpe no rosto protegido pelo elmo faz sua armadura que tinha um espírito de um antigo animal imperial se comunicar com ele dizendo:

"Concentre-se aqui garoto"

—Fique quieta Isunay, não posso lutar com você falando na minha mente! Respondo quando distante do adversário.

"Ele esta fraco, não tem por que você demorar nesse combate"

Renan não responde, apenas desvia dos ataques do inimigo que nem conseguia ver o rosto, mas devido ao elmo conseguia ver o calor de seu corpo. O bispo Negro desvia de um forte ataque do Bispo branco, e por trás fere seu calcanhar fazendo cair, Renan lança duas adagas em suas costas que penetram sua armadura fraca o ferindo, ele rasteja para longe chegando até um ponto iluminado pela lua. O guerreiro ferido se Poe de joelhos com sua espada em mãos, a lamina tremia. Rapidamente Renan com um ataque corta a garganta do inimigo, o sangue escorre devagar pela armadura, e pelas batidas do coração fazem respigar sobre a negra armadura de Renan, o corpo cai ao chão e ele estende a mão e uma peça saindo da armadura voa em sua direção. Um bispo Branco, ele adiciona em seu antebraço em um compartimento especial. O território da Fortaleza branca foi tomado e agora um território negro. O bispo negro pode ver no telhado os guerreiros da Ordem dos Lobos. Voltando as ruas sua mão tremia, acabava de á sangue frio retira a vida de um ser humano e notou que ali um pouco de si também morreu. Sua moto surgiu em uma fumaça na medita em que sua armadura se desfazia.

Liam no hospital estava acamado, sua tia conversava no telefone com a Irma sobre o ocorrido e seus irmãos a orla da cama aguardavam acorda, até que cansada de esperar Larissa diminui os sedativos e com uma palavra literalmente o faz despertar.

—Liam! Diz Levi surpreso e feliz, achava muito emocionante aquela ação na vida de seu irmão.

—Levi! Ele acaricia a mão de seu irmão.

—Então quantos socos você deu no valentão? Perguntou Larissa curiosa.

—Não dei! Respondeu para decepção dos pequenos.

—Como não? Indagou a menina.

—Não podia. Não era o lugar!

—Como não era? Deixou-o bater em você para que os naturais não desconfiassem de nada? Perguntou Levi desapontado.

—Sei que parece uma atitude idiota, mas eu não conseguiria lutar com ele sem usar magia, era do dobro de mim! Informou recordando. —Onde está John?

—Foi em uma reunião convocado pelo Rei Negro em seu lugar. Parece que você está com três costelas quebradas! Mas já conseguiram estabilizar as outras coisas, tipo colocar seu maxilar no lugar. Falou Larissa. —Papai ficou furioso. Quis abrir um processo contra o Rei branco, mas seu pedido foi negado, afirmaram que À Ordem dos Lobos já havia tomado uma atitude, ele não se conformou e foi até o Conselho e ainda não voltou.

—Enzo devia estar aqui. Falou Jane a porta. — E Não querendo fazer o impossível. É mais fácil eles revelarem a magia do que pararem esse torneio. Ela chega perto do sobrinho e beija sua testa. — Sua atitude foi exemplar, mostrou a eles quem é você! É preciso ter muita força para entrar em uma briga, mas é preciso muito mais para não entrar.

—Não fiz por mim! Fiz por todos. Ele sorri de lado para tia.

Lorenzo então chega ao quarto caminhando para o filho o abraçando forte ignorando seus gemidos de dor.

—Pai! Falou ele sendo espremido, então Lorenzo o soltou.

—O que o Conselho disse? Perguntou Levi.

(O Conselho são os magos responsáveis pela formação de leis mágicas)

—Que os juízes do Torneio que são responsáveis pelas penalidades. Responde o pai se distanciando. —Terá alta ainda hoje. A sua escola foi comunicada e a proteção redobrada. Eu contratei seguranças para nosso prédio.

—Alguma organização conhecida? Perguntou Jane.

Negou com a cabeça puxando Larissa para perto e fazendo carinho em seu cabelo.

—Leva as crianças para casa?

—Claro! Ela sorriu e beijou Liam. —Vai sair cedo amanha?

—Vou, e não sei se mandarei as crianças para escola. Muito obrigado Jane!

Ela chama os sobrinhos para sair dali. O Torneio sempre chamado de amaldiçoado, o manchado pelo vermelho do sangue, Lorenzo preferia que seu nome fosse esquecido e toda historia de seus antepassados ao ver o nome de um filho morto nos livros.

—Eu fiz mais um pedido ao conselho!

—Qual? Perguntou sentando com certa dificuldade.

—Que o retirasse do Torneio. Falou de cabeça baixa, sabia que o desejo era egoísta. —Eles falaram que você podia sair por pertencer a uma família antiga, mas sofreria todas as conseqüências também.

—Pai eu não vou sair! Diz ele decidido. —Eles nos atacaram, o mundo saberá como os Viocuns lutam mais uma vez.

—Os Viocuns tinham castelos, exércitos, cavalos, dinheiro e apoio de outras grandes famílias e mesmo assim quase foram instintos. Tomara que seja diferente, espero que sejamos mais sábios e menos confiantes.

—Sei que está preocupado meu pai, mas vou ficar bem! Ele sorri tentando tranqüilizar o pai, não adiantava, mas Lorenzo sorri.

Os brancos informados do confronto e da perda se reuniam no novo Quartel, uma bela menina de croppet negro mostrando seu abdômen e uma saia como um véu negro até seus pés relevando um short por de baixo, uma pesada maquiagem deixando seu rosto mais misterioso, Kaila a rainha branca.

—Pedro era um grande guerreiro! Diz Gabriel como palavras de conforto aos seus.

—Não! Interrompe Kaila. —Bons guerreiros sobrevivem e vencem. Isso faz um bom guerreiro, vitorias!

—Estamos fracos. Falou Tiago retirando um pirulito da boca que estava preta diante dos corantes do doce. —Desvantagem. Isso o atrapalhou, temos que ser mais pacientes.

A decisão do ataque de Liam em meio aos humanos Naturais fora da Rainha branca agora alvo de criticas.

—Pacientes é claro! Ela sorri como se uma piada muito engraçada lhe fosse contada. —Vamos nos concentrar no que há de vir. Diz ela mexendo os dedos como se segurasse algo.

—Chega! Pronunciou-se Gabriel. —O próximo passo pode ser os cavalos é o território mais próximo.

—Os campos estão muito bem protegidos meu Rei! Diz um dos gêmeos, o cavalo branco do Rei, Ícaro.

—Não duvido que esteja. Gabriel sorrir. —Agora não podemos dar mole ou bobeira. O rei se senta em uma cadeira no canto. –Está quieta Davina... Comenta vendo a garota no canto atrás da rainha.

—É o que acontece quando não se tem o que dizer! Responde deixando um clima tenso.

—Não aprova o que fizemos com Liam? Pergunta Ícaro.

—Sinceramente? Não! Segunda atitude que nos prejudicou. Afirma ela desencostando da parede.

—Davina está certa! Fala Kaila cruzando as pernas. —Quando não se tem nada para falar, é melhor ficar quieto. Todos nos estamos aqui como literalmente peças e não devemos questionar nossas movimentações. Ela se levanta. —Estão dispensados.

—Estamos? Perguntou Tiago a Gabriel.

—Se a Rainha disse. Falou ele também se pondo de pé. — Quero apenas falar com os gêmeos, os demais podem sair. E conforme o rei falou, os guerreiros fazem uma fila para se teletransportar pelo portal. Os gêmeos se aproximam do Rei da Rainha e do bispo.

—Estamos convencidos que serão os próximos a serem atacados. Começou Tiago a falar.

Os irmãos se entreolham.

—Eu quero que percam a luta. Falou Gabriel sendo direto. Ambos fazem uma expressão perdida e confusa. —Antes de morrer é claro. Complementa.

—Não entendo! Falou Ícaro, o mais orgulho.

—Não precisa. Falou Kaila depois de um pigarreio. —Para vencer é necessário sacrifícios.

—Isso fica entre nós! Pede Gabriel caminhando até janela que costumeiramente olhava.

—Sim! Compromete-se ítalo.

—Podem ir. Permite Gabriel sem voltar a olhá-los.

Eles saem pelo portal.

—Eles serão mesmo úteis? Perguntou Gabriel a Kaila.

—Sim. Tem sangue poderoso em suas veias, isso será um trunfo para nos no tempo certo. Respondeu ela também seguindo para saída. —Boa noite rapazes!

—Boa noite. Responderam os dois juntos. Tiago a seguiu com olhar até partir.

—Ela é muito bonita. Afirmou o bispo. —Mas seus espinhos são mais venenos.

Gabriel rir caminhando em direção as escadas para meditar os antigos ritos que praticaria em breve.

Como os Brancos, os Negros também estavam juntos em uma pacifica reunião recheada pelo gosto da vitoria e um ar de preocupação de Renan notado apenas por poucos.

—Uma vitoria não significa vencer o Torneio, mas é estar mais próximo! Falou Yago.

—Estamos sujeitos a mesma covardia que assolou Liam? Pergunta Diego intrigado e não contagiado pela vitoria.

—Possivelmente... Mas creio que nem todos terão a mesma sabedoria de Liam!

—Sabedoria? Indagou Felipe o cavalo negro, tinha olhos verdes intensos. —Eu não chamaria assim.

—Ter lutado teria dificultado as coisas para o Conselho Humano! Comentou John para defesa de Liam. —E seria difícil de mais explicar se aquilo se tornasse uma batalha.

—A Ordem dos Lobos que se virasse para explicar. Retruca Felipe.

—Quem dera se a banda tocasse nesse ritmo. Falou Renan suas primeiras palavras após sua vitoria. —Não podemos confiar muito neles.

—Eles nos protegem á séculos. Diz John confuso com o comentário.

—Protegem? Colocando pessoas para se matarem para que eles usem magia? Por que não procurar outro meio? Perguntou indignado.

—A Ordem não interfere em tradições dos povos, o Torneio é cultural. Esclareceu Yago ao ver John ficar confuso com a fala de Renan.

—Sabemos que foi difícil para você ter que matar alguém! Diz Julia, a Rainha Negra. Não era muito alta, mas avantajada em seus atributos de mulher e seus cabelos longos e com seus olhos castanhos á deixavam encantadora.

Renan não responde, apenas fica olhando para o chão.

—Precisamos planejar o próximo ataque rápido. Antes que eles façam algo. Diz Yago.

—Os cavalos? Perguntou Diego retirando atenção de Renan de volta para o Torneio.

—Sim! O campo Real, o cavalo da rainha. Agora protegeram seu rei deixando sua rainha desprotegida, já que estão mais fracos. Explica Yago se levantando.

—Será? Indaga Renan deixando todos ainda mais confusos. —Se eles não estiverem focados em vencer?

—E por que não estariam? Felipe se Poe de pé encarando Renan um tanto nervoso.

—Estão dispensados! Yago fala alto para todos. —Preparem-se! Assim eles se despedem e o Rei pede para Renan e a rainha ficasse. —Me diga o que está acontecendo Renan?

—É algo maior do que nós, Yago! Não sei se devo falar para vocês... Expressa ele com muito medo, evitando olhar nos olhos.

—Tão serio assim? Pergunta Yago.

—Sim! To falando de tipo um golpe de estado! Revelou.

—Então não tem nada haver com o Torneio. Concluiu Julia.

—Ao contrario, tem tudo haver com o Torneio. Explicou e dividiu com eles aquilo que descobriu de forma que a pulga que estava em sua orelha passou para os amigos. —Seu pai não é da Ordem dos Lobos? Perguntou a Julia. —Ele pode ter respostas.

—Sim, ele é! Respondeu ela se levantando muito pensativa. —A pena de morte, é aplicada no caso de crimes graves e a Ordem aplica sim essas penas, mas sempre é deliberada pelo Senado a menos que seja algo contra própria Ordem daí agem segundo acharem melhor. E mesmo assim o Senado é informado.

–Mas isso não diz que é um golpe de estado. Diz Yago.

—A menos que ele tenha um plano muito poderoso, Por que ele estaria perdendo de propósito? Indagou.

—E se os pais dele foram mortos pela Ordem dos Lobos, dependendo ele estaria hoje sobre a guarda deles e jamais exerceria cargos públicos. Conclui Julia seu raciocínio. –No caso de Traição a Sociedade Antiga seria ainda mais grave a relação dele com o governo.

—Foi exatamente isso que eu pensei! Falou cheio de energia.

—Julia, acha que isso está relacionado? Perguntou Yago.

—Pela Lista que Liam lhe passou, não tem nenhum nome da relação que fiz de possíveis nomes, Ou seja, ele escolheu pessoas fracas no termo de combate, salvo exceções.

—Escolher pessoas fracas e enfraquecê-las... Diz Yago passando a mão pelos cabelos.

—Sim! E o que faremos a partir dessas informações? Denunciar? Pergunta Renan.

—Sem provas? Nunca! Diz Julia. —Se de fato tiver alguém planejando fazer algo de mal, se revelarmos que sabemos de algo correremos risco. Para levar isso ao Senado teremos que ter boas provas. Falarei com meu pai quem sabe ele não tem algo mais para ajudar.

—A professora me disse praticamente para não confiar no Senado, nem na Ordem dos lobos! Contou Renan o que mais retirava sua paz.

—A Ordem é justa. Seus lideres são analisados pelos liderados é difícil algo de errado ficar errado, meu pai mesmo já fez muitas denuncias e foi atendido em todas elas. Explicou Julia voltando a se sentar lançando seu cabelo para frente. — Como saber que essa sua fonte é totalmente confiável?!

Ele não soube responder, apenas o conflito dentro de si crescia.

—Mas se for mesmo um golpe de estado, eles teriam tomar o Senado a força? Yago encara os companheiros não vendo lógica.

—O Senado tem um exercito praticamente juntando toda sua força militar, teria que ser uma guerra aberta! Diz Julia.

—Se eles estiverem tentando chamar atenção dos Humanos Naturais, e fazer o Torneio não acabar e a magia não ser renovada?

—O que ele ganharia com isso? Pergunta Yago ouvindo a teria de Renan.

—Pode ser vingança! Diz Julia.

Muitos pensamentos e teorias os deixando cada vez mais perdidos.

—Certo... Vamos com clama! Aconselhou Yago. –Eu vou descobrir quem escolheu a Ordem dos Lobos como juiz desse Torneio. Julia tente descobrir o Maximo com seu pai, Renan descanse está muito tenso, precisa estar bem para quando precisarmos!

—Me deixe informado! Pediu o menino se levantando e cumprimentando Julia com um abraço e a Yago também com um curto abraço e segue para o portal mágico.

Julia se levanta e abraça Yago forte.

—Tome cuidado. Não sabemos onde estamos nos metendo Ela sorrir para ele e também segue para o portal deixando Yago que a vê partir, talvez ela de fato não soubesse onde estava indo, mas ele certamente sabia.

As horas se passaram e a noite foi intensa para os participantes daquele Torneio. Lorenzo se preparava para ir ao Congresso levando Levi consigo deixando Jane para ajudar Liam que naquela manha recebeu á primeira visita após a alta; a campainha toca Jane tomava uma caneca de café e encara a porta por alguns segundos e do interior da casa Larissa vem para atender sem medo abre a porta.

—Quem são vocês? Perguntou olhando para os garotos a porta e rapidamente Jane foi até a porta.

—Eu sou John! Diz o mais novo e mais baixo.

—Me chamo Renan! Viemos ver Liam. Explicou ele.

—São da escola dele? Perguntou Jane.

—Sim! Estudamos no C. E. M. Respondeu Renan discretamente mostrando seu anel de serpente.

—Larissa, chame seu irmão... Vocês podem entrar! Diz Jane abrindo o caminho e fechando a porta. —Estão no Torneio?

—Sim! Respondeu John olhando cada detalhe do apartamento, do pequeno muro que separava a da sala de jantar da sala estar que não era muito grande, uma bela Televisão e livros em uma instante uma mesa de centro com livros abertos, uma bela e luxuosa casa. Liam então surge na sala.

—Renan! John! Cumprimentou a eles alegre.

—Ficamos preocupados, mas vejo que está melhor! Expressa John surpreso pelo garoto não estar mais com olho roxo e nem inchado, seu rosto estava normal como se não tivesse acontecido.

—Os remédios que me deram foram bem efetivos! Comentou-o convidando-os para que sentassem no sofá e assim o fazem. —E a influencia da armadura. Terminou ele sorrindo. —Então como foi à reunião?

—Eu tomei a Fortaleza Branca! Não foi difícil. Contou Renan se apoiando nos joelhos. —E vamos continuar atacando.

­—Parabéns! Diz Liam ao ouvir a notícia com um sorriso largo.

—Acha que isso tudo é uma estratégia do inimigo? Indaga John para Liam.

—Precisa ser muito astuto para sacrificar guerreiros! Responde Liam.

—No xadrez às vezes fazemos isso, sacrificamos para vencer! Diz Jane intrometendo-se no assunto. —Mas não é como no Xadrez, perder uma peça é diferente de perder uma vida.

—Ou seja, não é um momento para fazer jogos! Concluiu Liam.

—Talvez ele esteja preparando algo que lhe der mais que vantagem, mas garanta o torneio! Diz Jane.

Eles continuam á prosear ali acompanhados de uma bebida gelada e petiscos, Liam sabia que cedo ou tarde teria que batalhar com Davina e tirar sua vida era uma coisa que lhe roubava o sono e se afastar da menina seria o ideal para não dificultá-lo no futuro, e isso se tornava uma tortura.

Todos da família Viocum ficaram satisfeitos que Liam não poderia ir á escola normal, ninguém entenderia sua cura milagrosa e isso lhe deixava mais tempo si e o Torneio, o mesmo também tentava se capacitar mais para em seu próximo combate ser exemplar como prometeu a seu pai.