capítulo zero. ( why? )

═════ •『 00. POR QUÊ? 』• ═════

A vida de Clar nunca fora fácil. Desde criança havia sido treinada para ser a melhor, não havia espaços para erros. Erros causavam consequências e consequências causavam punições. Essa foi a forma que aprenderá tudo, e da pior maneira possível para uma criança, antes, inocente.

Houve um momento em que se perguntou o porquê de receber treinamentos pesados quando sua irmã gêmea, Clary, aproveitava sua infância como uma criança normal. Nunca obteve sua resposta, e após um tempo nem se interessava mais. Sua missão era mais importante, seu foco deveria estar somente e unicamente nos interesses de sua mãe. Nada mais, nada menos.

Aos cinco anos, sua preocupação era aprender a dar um chute decente. Aos dez, sabendo lutar com plenitude, seu intuito da vez era a manusear armas perfeitamente. Aos quinze a mentir com primor para não ser pega. Aos dezesseis a conseguir se tornar outra pessoa e a passar por situações complicadas. Aos dezoito, seu nome era conhecido e se tornará uma das melhores shadowhunters do mundo das sombras.

Mesmo que tentasse negar-te para si mesma a todo custo, a pergunta sempre martelava sua cabeça quando colocava a mesma no travesseiro para dormir, ou quando seu nome era requisitado para mais uma missão. Por quê?

Por que ela? Por que não Clary? Por que não às duas? Por quê?

Desde que se entende por gente sua morada fora Idris, o país natal dos Caçadores de Sombras, um santuário escondido dos mundanos, dado a eles pelo Anjo Raziel. O país é dito ser rodeado por montanhas com passagens que só podem ser atravessadas durante o verão. A maioria dos Caçadores de Sombras vêm de Idris, e muitos crescem e treinam no local, como acontecerá com a Fray. Seu treinamento variava entre sua mãe e outros professores qualificados.

Sem moleza para a pequena Clar.

Com todos esses pensamentos turbulentos que sempre a atormentam quando o silêncio a acompanha, treinava sozinha como de costume. No seu canto especial na academia de caçadores de sombras, chutava um saco sem parar com toda sua força, para logo, ir para os socos, variando a forma do seu treino, de modo a descontar sua raiva incontrolável e sem motivo aparente. Ninguém se atrevia a chegar perto da garota, sua fama não é uma das melhores entre eles e uma briga seria demais para qualquer um ali.

E no mesmo momento em que Clar treina, um encontro da Clave está sendo feito em Gard, apenas para discutir problemas recentes. E como sempre, o nome de Clar é citado. Contratempos em institutos de variadas cidades estavam afetando o desempenho dos caçadores, e, como decidido pelos líderes, cada caçador específico irá ser designado para cuidar de um caso.

Caminhando tranquilamente, Sage Bleward — mais conhecido apenas como Parabatai de Clar —, se dirigia para a sala de treinamentos, com o intuito de repassar um recado para a garota. Suspiros audíveis poderiam ser percebidos por qualquer um, até pela loira, que parou o seu treino ao perceber seu amigo indo em sua direção, logo, bufando ao perceber a atenção desnecessária de todos nos dois.

— Tão cedo e já está treinando? — Sage perguntou observando o suor escorrendo pela testa da outra, uma careta se formando em seu rosto ao se imaginar assim. — Cruzes.

Clar revirou os olhos, já sabia da fama de preguiçoso de Sage quando se tratava de treinos, então, sempre que podia, o arrastava consigo. Raro eram os dias que não conseguia, e hoje era um desses. Fora no quarto do amigo bem cedo interessada em acordá-lo, sem sucesso. Bleward dormia como uma pedra.

— Talvez se você deixasse de ser tão preguiçoso, poderia me passar no quesito missões com sucesso. — a loira provocou. Este era um ponto fraco para Sage, que continha uma parcela consideravelmente alta de missões fracassadas em seu histórico. O sorriso se alargou no rosto de Clar ao perceber a feição descontente do amigo, os dois viviam com essas provocações diárias, e claro, tinham seus limites e os respeitavam, sem ultrapassar nenhum para manter a calmaria em suas amizades. Todos sabiam o que uma briga entre os dois causaria, lembranças nítidas não os deixavam se esquecerem.

— Por que você não deixa de ser uma metida a besta e vai até à sala do seu mentor? — o moreno reclamou. Sua expressão emburrada quase arrancou um riso da garota, se não fosse pela última parte.

— O que aconteceu dessa vez? — questionou preocupada, mas sem demonstrar, voltando sua total atenção, que antes estava em desenrolar a faixa branca em sua mão, para Sage.

— Melhor ir descobrir, a coisa não parece boa.

Com isso, se encaminhava para a sala de Coleman Partoer, após ser avisada por seu amigo que o mesmo solicitava sua presença. Ao chegar no local, não houve conversas ou obteve alguma explicação. Era somente uma carta.

Uma carta e horas depois, um portal com destino a New York.

A missão da qual foram enviados estava indo de mal a pior, isso não havia dúvidas.

Há exatamente meia hora atrás, o quarteto composto por Jace Wayland, Clary Fray, Isabelle e Alec Lightwood foram convocados para uma missão no centro de New York, com o intuito de matar alguns demônios que iriam perturbar a paz dos mundanos, tinham que ser rápidos, pois o tempo era escasso. Parecia fácil, fariam com facilidade, mas... não foi bem assim. Ao chegarem no local, dragonidae's sobrevoavam os carros e ao redor dos prédios, e mesmo que os mundanos não pudessem ver, seria por pouco tempo se os caçadores não resolvessem o problema. A coisa, realmente, não estava mesmo boa.

Alec Lightwood, sem demora, já atirava flechas em direção aos demônios com o propósito de matá-los, funcionou... Até eles começarem a se multiplicar conforme eram mortos. Um se transformavam em dois, uma grande bagunça.

Corte uma cabeça e duas nascem no lugar.

A tentativa inútil de matá-los os deixaram ainda mais frustrados. O erro deles poderia causar uma catástrofe, muitas pessoas poderiam morrer e tudo dependia unicamente do quarteto.

Ou talvez não.

— O que vamos fazer? — questionou Alec, apontando seu arco e flecha para todas as direções, atento ao demônios, mas sem realmente atirar neles, já que era óbvio o que aconteceria.

Uma flecha cortou o ar, acertando diretamente o coração do demônio, entretanto, não era a de Alec. A ponta não era vermelha como todos conheciam, e sim, verde.

Os quatro se entreolharam e procuraram ao redor para ver quem havia atirado a flecha, um corpo magro, porém, coberto por um capuz foi visto em cima de um prédio, causando a confusão do quarteto.

Enquanto observam a figura correr pelos prédios, dando saltos perfeitamente calculados e atirando fechas com maestria, os demônios morriam, um a um.

marvetes, pegaram a referência, né??????

enfim, demorou, mas saiu, o que acharam????

votem e comentem, einn