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Velhos hábitos não morrem, certo?
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Vocês já sentiram a inexplicável sensação de realização depois de conseguirem transar com a pessoa dos seus sonhos?
Jungkook sentia isso tão forte que, em certos momentos, parecia que iria explodir de felicidade extrema. Ninguém sabe muito bem como explicar isso. Quer dizer, é só a realização de um sexo com outra pessoa, não é algo mirabolante, como descobrir a cura do câncer, por exemplo. É só sexo.
Bom, na teoria, é para ser assim, mas todos sabemos que, na mais pura realidade, não é. Um simples momento de prazer entre duas pessoas, misturado com todas as sensações e sentimentos envolvidos e reprimidos, principalmente se for por muito tempo, torna-se um furacão dentro de nossos corações. E é aí que mora grande parte dos perigos, já que, de acordo com a ciência, tudo isso não passa de um conjunto de hormônios e genes diferentes combinados para que uma futura vida venha forte e com saúde.
Mas a maioria das pessoas não se deixa levar por fatos científicos, preferindo acreditar que aquilo tudo é o destino ligando duas vidas em uma, algo de dentro que os chama e arde quando estão juntos, mas que chega a doer quando estão separados. A vontade nunca é saciada por completo, e o que era para ser puramente carnal mistura-se com o que nos faz humanos.
Emoções.
E cá entre nós, que chatice seria viver num mundo onde nada é destino, apenas acaso; nada é fantasticamente ilusório, apenas científico?
Na manhã de domingo, cerca de uma noite após terem falado com os pais do moreno, Jimin e Jungkook haviam perdido a conta de quantas vezes haviam transado, pois ambos pareciam ter um reservatório infinito de energia quando se tratava de unir os corpos. Sendo puramente químico, a vontade nunca parecia ter fim; a cada foda, ela aumentava. Era como se estivessem tentando compensar todas as oportunidades perdidas ao longo dos três doloridos anos que ficaram separados.
Eles facilmente se matariam se ficassem mais de três dias presos dentro do mesmo cômodo. Isso não os assustava, impressionantemente.
Até acordarem naquele domingo como se tivessem sido atropelados por um ônibus.
— Eu tô morto! — exclamou o loiro, uma careta de dor explícita no rosto bonito, algo que Jungkook achou uma graça.
— Você costumava ser mais resistente — soltou com um sorriso, oferecendo uma garrafa de água ao loiro pouco antes de roubar um selinho do mesmo, ainda deitado na cama.
— Nem vem! Experimenta você levar na bunda várias vezes seguidas durante a madrugada. Foram o quê? Cinco? Seis vezes? — Nada jamais poderia ser comparado à careta que Jimin fez ao realmente tentar lembrar-se dessa informação.
— Sete.
— Pior ainda!
— Você parecia estar curtindo muito, anjo. Como era mesmo? "Você é o melhor nisso, Jungkook, não para!" — provocou com um sorriso, alegre demais.
Jimin deu-lhe um olhar atravessado, logo antes de deixar um tapa no ombro do moreno.
— Besta.
— Ai, doeu! — reclamou, rindo enquanto esfregava o local onde levou o tapa. — Mas olha, não fui eu quem ficou gemendo meu nome como se fosse uma oração, né?
Jimin sentiu as bochechas esquentarem e puxou o travesseiro para cobrir o rosto, completamente envergonhado. Um feito inédito, pois só Jungkook conseguia deixá-lo assim depois da mudança em sua personalidade.
— Cala a boca, Jeon! — murmurou, a voz abafada pelo travesseiro.
— Jeon é o cacete! — resmungou, fazendo uma careta, mas logo riu sozinho, achando a cena adorável, e puxou o travesseiro de volta, inclinando-se para deixar um beijo demorado na testa de Jimin.
— Você é tão lindo quando fica assim, sabia? — sussurrou com um sorriso carinhoso.
— E você é insuportável. — Jimin revirou os olhos, mas não conseguiu segurar o sorrisinho que escapou.
Jungkook o abraçou, apertando-o contra si.
— Insuportável, mas inteiramente seu, e você gosta disso.
— Tsc. Infelizmente... — Jimin respondeu, fingindo irritação, mas logo enfiou o rosto no pescoço de Jungkook, deixando um selinho na pele cheirosa após o banho. Afinal, havia acordado primeiro. — Tá, talvez eu goste disso. Só um pouquinho.
— Só um pouquinho? — Jeon riu, fingindo indignação. — Acho que vou ter que te convencer de novo mais tarde.
— Nem pensar! — Jimin retrucou, afastando-se do moreno rapidamente. — Hoje você vai fazer massagem nas minhas costas, e é só isso!
— Tudo o que meu anjo quiser. — Jungkook murmurou, deitando-se na cama enquanto Jimin se levantava, procurando a mochila com suas roupas.
Totalmente pelado.
Jungkook franziu o cenho de modo safado, puxando o ar entre os dentes pouco antes de morder minimamente o lábio, avaliando o belo material que Jimin exibia pelo quarto.
Cheia de marcas de tapas.
O que fez o moreno rir sozinho ao sentir a ardência na pele. Os arranhões começavam em seus ombros e desciam pelas escápulas até a parte baixa de suas costas.
Enquanto o loiro se banhava, sua mente tinha flashbacks de memórias lindas... lindas e maravilhosamente quentes da noite passada.
Isso porque nem estava ligando para a bagunça que se encontrava no quarto, com roupas e lençóis sujos espalhados pelo chão, móveis fora do lugar... Qualquer um que entrasse ali saberia exatamente o que haviam feito.
— O que é que você tá pensando com essa cara, hein? — o loiro perguntou ao sair do banheiro poucos minutos depois, vendo a expressão tentadora que Jungkook fazia sem motivo aparente.
O moreno abriu os olhos, enxergando o agora noivo, já enrolado na toalha branca.
— Em você e no espetáculo que você chama de bunda.
Jimin revirou os olhos dramaticamente, mas não conseguiu conter o sorriso que ameaçava escapar.
— Se continuar assim, vou cobrar aluguel pela admiração excessiva.
— Aluguel? — Jungkook arqueou uma sobrancelha, divertido. — Por esse patrimônio, anjo, eu pago condomínio completo, IPTU e ainda faço manutenção todo mês.
Jimin bufou, pegando uma camiseta qualquer da mochila e jogando-a sobre a cabeça. Enquanto isso, Jungkook continuava deitado, exibindo um sorriso satisfeito.
Poucas coisas nesta vida são simples como os homens. Quer dizer, eles só precisam de uma vida sexual ativa para ficarem de bom humor durante dias, mesmo que os problemas sejam jogados neles sem preparo algum. Bastava olhar para Jungkook e ver a prova viva.
— Aliás... — Jungkook continuou, apontando para as marcas de suas palmadas em Jimin. — Essas tatuagens novas... bem abstratas, né? Acho que vão precisar de mais sessões...
Jimin jogou a toalha que estava usando no moreno com precisão cirúrgica, cobrindo-lhe o rosto.
— Nada de novas sessões! — decretou. — Será que esse seu fogo nunca tem fim?
Jungkook tirou a toalha da cara, rindo alto.
— Você me conhece, sabe bem que não. Ainda mais com você tão perto.
Jimin balançou a cabeça, revirando os olhos de forma teatral enquanto puxava a bermuda e se vestia. Tanto ele quanto Jungkook sabiam que não passava de drama. Era claro como água que, se um deles realmente quisesse mais sexo naquela noite, assim teriam, sem objeções.
— Tô com fome. — Mudou de assunto; seu estômago era mais urgente. — Quero café da manhã!
— Isso é uma reclamação ou um pedido para que eu te alimente? — O moreno olhou para ele com uma sobrancelha arqueada.
— É uma exigência! Vamos! Só você sabe fazer os ovos como eu gosto. — O loiro apontou para a porta com pressa.
Jungkook soltou uma risada malandra, sentando-se e procurando uma camiseta qualquer no meio daquela bagunça.
— Verdade, os meus ovos são os melhores.
Jimin rapidamente fez uma careta de tédio.
— Mais uma piadinha de duplo sentido e eu corto sua língua. — Ameaçou, já caminhando em direção à porta, sozinho.
— Espera, espera! Já tô indo!
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— Pelo amor de Deus, alguém aqui tem leite? Minha manhã depende disso!
Jimin levou um pequeno susto quando a porta da cozinha foi arrombada por um Taehyung de cara amassada, pijama e cabelo bagunçado, passando por ela como um furacão.
— Cadê a educação? Nem um "bom dia"?
— Bom dia, casal meloso. Agora, cadê o leite? — Colocou a tigela sobre a bancada, ignorando completamente as provocações. — O prédio do Hoseok é precário, viu?! Não tem uma caixinha de leite sequer lá!
O loiro continuou sua tarefa de preparar o café. Sabia que Tae conseguia ser mais dramático do que ele mesmo quando queria. Jungkook abriu a geladeira e puxou uma caixa de leite quase vazia.
— Últimas gotas. Quer dividir em quantas vezes?
— Se você quiser sobreviver, me dê isso logo. — Tae arrancou a caixa das mãos de Jungkook e começou a despejar o líquido no cereal.
O moreno torceu o rosto, revirando os olhos diante do desespero do outro, fazendo Jimin soltar um pequeno riso. Aquela era uma das primeiras interações entre os dois sem que estivessem rodeados por uma aura chata.
O loiro terminou de pôr o café na garrafa térmica preta, mas antes que pudesse encher sua própria caneca, a porta da cozinha se abriu novamente, revelando Hoseok com um sorriso largo e uma expressão suspeitamente animada. Ele parecia pronto para sair, pois um cheiro de lavanda invadiu o ambiente junto com ele.
— Você nem me esperou sair do banho, Tae! — reclamou, fazendo um pequeno biquinho. — Bom dia, pessoal! — O ruivo anunciou, mudando rapidamente a expressão e avançando até o balcão com a energia de quem já tinha tomado três cafés. — O que temos de bom aqui?
E ainda eram apenas nove da manhã.
— Aparentemente, gente esfomeada. — Jimin respondeu com sarcasmo, olhando de lado para Taehyung. — Só espero poder tomar meu café antes que mais alguém apareça aqui.
— Tarde demais. — Jungkook apoiou o queixo no próprio punho, próximo ao loiro, e olhou para as escadas, onde Miranda e Yoongi desciam juntos. — O bicho-preguiça e o pigmeu ali já acordaram.
— Falando mal de mim tão cedo? — Yoongi perguntou, pegando sua caneca do armário e indo direto para a garrafa de café ao lado do loiro, como um robô programado.
— Eu diria que cedo é o horário perfeito, já que você ainda tá muito grogue pra retrucar a verdade. — Hoseok respondeu, piscando divertido para Miranda atrás dele.
— Não fala assim do meu docinho, Hobi. — A morena, vestindo um short liso e uma camisa de Yoongi, entrou na brincadeira. Sabia que o humor do namorado não era dos melhores ao acordar.
— Docinho? — A voz de Jimin saiu indignada. — Está mais para um café forte e bem amargo.
— Igualzinho a esse que você fez. Será que não sabe passar um simples café?! — Yoongi rebateu, fazendo careta após um gole e se afastando do loiro.
— Se tá tão ruim assim, faz você!
— Faria, se você não tivesse acabado com o pó!
— Quem tá cheirando pó?!
A voz escandalosa de Seokjin adentrou os ouvidos de todos. Ele foi seguido por um Namjoon bocejando e segurando uma travessa cheia de panquecas prontas.
— Nós. Todo mundo aqui virou traficante. Isso virou reunião da gerência da boca, por acaso? — questionou Taehyung. — Todos combinaram de vir pra cá, é?
— A gente trouxe panquecas.
— Agora vi vantagem, passa pra cá!
— Bom dia! — Namjoon cumprimentou a todos, piscando rapidamente ao ter a travessa tomada de suas mãos por Taehyung, que a levou para o centro da bancada.
— Ah, falando em reunião da gerência, vocês souberam da última?! — Jin começou, colocando sua caneca de café na bancada e encarando todos com um brilho de fofoca nos olhos.
É claro que ele não estava ali apenas para servir panquecas aos amigos e arrastar Namjoon junto. Precisava compartilhar suas últimas descobertas, ou então era capaz de explodir sozinho de tanta ansiedade.
— Fofoca! Conta logo! — Os olhos de Hoseok quase saltaram do rosto enquanto mordia uma panqueca que Taehyung tinha acabado de pôr em seu prato.
— Não sei se eu conto... — Fez suspense. — É pesado!
— Abre logo esse bico, pelo amor de Deus!
Normalmente, aquela fala seria dita por Jimin, a segunda pessoa mais curiosa daquela roda. Fora Jung Hoseok, porém, ele se impressionou ao perceber que aquela não era sua voz, e sim a de Jungkook, que até então estava quieto, apenas ouvindo tudo.
— E depois eu que sou a fofoqueira, né!? — Miranda alfinetou o moreno.
— E nem isso faz direito! — Jeon respondeu, fazendo Yoongi e Jimin prenderem a risada.
— Quietos! — Tae falou alto, calando todos. — Eu quero saber da fofoca de uma vez, se matem depois.
— Ok, ok, ok. — Jin retomou a palavra e então olhou para os lados, desconfiado, certificando-se de que não havia mais alguém na cozinha. — Parece que o professor de Geometria foi pego no flagra se atracando com um cara na biblioteca da universidade!
O silêncio caiu por um breve momento, e até Taehyung, que estava prestes a colocar calda de chocolate na panqueca, congelou com o frasco na mão.
— O quê?! — Hoseok quase engasgou com a própria saliva. — O Lee?! Aquele que parece um robozinho de tão perfeito e cheio de moral?
— Ele mesmo.
— Espera aí, ele é gay!? — Namjoon, que até então estava se servindo em silêncio, questionou com o cenho franzido. — Aquele cara é gay?
— Você era hétero até uns dias atrás, dá um tempo. E o que mais tem nessa universidade são viados, parece até a parada gay coreana. — Yoongi revirou os olhos.
— Esse cara não é o professor que tentou me tirar pra burro no meu primeiro dia? — Jeon tombou a cabeça para o lado, olhando para Jimin, embora todos tivessem ouvido a pergunta.
— Sim, é. — O loiro confirmou, pegando um pedaço de panqueca melada em chocolate e oferecendo ao moreno, que prontamente comeu. — Ele é um porre de tão metido. Não me surpreende que tenha feito algo assim, algumas encaradas dele são esquisitas.
— E quem era a pessoa com ele? — Miranda perguntou, os olhos arregalados de curiosidade.
— Dizem que foi com o estagiário de lá, o baixinho de cabelo enrolado. — Seokjin sussurrou, como se alguém pudesse ouvir fora dali.
— Mas na biblioteca? Esse lugar não é cheio de câmeras? — A morena arqueou uma sobrancelha, parecendo confusa.
— Esse é o ponto. Parece que estavam desligadas. — Jin continuou.
— Isso tá com cara de que vai dar muita merda. — Namjoon balançou a cabeça. — O garoto não é menor de idade? Puta que pariu, ele pode ser afastado do cargo.
— Do jeito que essa universidade funciona, eu não duvido que façam de tudo pra encobrir isso. — Jungkook comentou, recebendo um olhar e uma torcida de lábios de Jimin. — E não me olha assim, anjo. Você sabe que é verdade.
— Infelizmente, eu sei.
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Yoongi costumava achar que nunca chegaria o dia em que tivesse vontade de passar vinte e quatro horas dentro do quarto deitado, acompanhado de outra pessoa, que diga-se de passagem, não parava quieta um instante sequer.
Bom, ele gostava de ver Miranda desfilando pelo quarto vestida com uma de suas camisas e nada além de uma calcinha por baixo, era uma visão espetacular, e isso meio que o fazia distrair-se do som da voz dela lhe contando sobre coisas não tão interessantes assim.
Não que ele não desse ouvidos a ela, estava sempre atento quando era algo importante, mas Miranda parecia esquecer que o moreno não ligava muito para o que acontecia com as pessoas fora de seu círculo de amizades. No entanto, por outro lado, adorava quando a mesma falava, pois assim tinha uma desculpa para admirá-la sem precisar um bobo com cara de apaixonado.
O moreno achava que disfarçava bem, mas era tão transparente quanto Jungkook ao admirar o próprio noivo.
Deu a ideia de assistirem filmes a tarde inteira, já que não estavam muito afim de sair e mesmo assim, queriam aproveitar cada minuto que tinham grudados um no outro, cada segundo, cada milésimo parecia pouco pra matar toda aquela saudade e desejo de se fundirem em um só, e ainda sim, não seria suficiente.
O filme rodava, com ambos deitados na cama, porém, Miranda não foi capaz de perceber o momento em que sua atenção direcionou-se para um pequeno toque que começou de maneira carinhosa e firme, como Yoongi costumava ser, no entanto, bastou um instante para aquilo tomar um teor que parecia... Quente. As mãos grandes dele alternavam entre as duas coxas que estavam em torno de sua cintura, apertando e massageando firmemente.
— O que você quer, hein? — questionou, vendo o moreno se aproximar de seu pescoço para inalar o cheiro, e um arrepio subiu pela nuca. Que porra?
— Nada — a resposta veio em um tom sacana. Os olhos felinos estudando as feições da cacheada deitada em seu peito, que sentia-se na mira de um predador — Mas se você quiser, estou aqui.
Uma mordida leve em seu pescoço fez a morena fechar os olhos em deleite, para sua desgraça, o Min percebeu, a sensação que se apoderou de seu corpo foi avassaladora. Silenciar aquela descarada era semelhante a ganhar o maior dos prêmios.
Em contrapartida, a única certeza que Parker tinha era que Yoongi não passava de um demônio desgraçado. Completamente louco, e a alegrava saber qual era a causa daquela loucura. Eles eram loucos, uma loucura mútua e recíproca. Loucos por seus corpos, pelo aroma das peles aquecidas que contrastavam com o ar gelado. Cada detalhe parecia surreal aos olhos, a mais bela amostra da perfeição.
Estavam tomados pela paixão que fazia o errado parecer certo, a mesma que toma sem perceber, o sentimento maldito de saber o poder que uma pessoa tem sobre si apenas por respirar. Assustador e reconfortante, insano, não é? Esse é o significado de se estar apaixonado por alguém e, movidos por esse sentimento, as bocas se uniram, com fome, carinho e saudade... Porra, saudade. Saudade da boca de alguém que está sempre presente, embora nunca pareça suficiente, existe a necessidade pelo mais, sempre o mais, e quanto se quer alguém, a necessidade é simplesmente incontrolável, se torna única, suficiente. Capaz de fazer alcançar seu limite. E os dois se sentiam assim no momento, na verdade, sempre.
Pouco importava que tenham feito a mesma coisa na noite passada pelo que parecia uma eternidade, nunca seria suficiente.
A dança dos lábios, das línguas, sentindo que poderiam morrer fazendo aquilo, porque valeria a pena.
A destra do moreno passava pelo corpo da cacheada, agora em seu colo, sedenta por mais. Pelo encostar de peles, a maciez, ter em seu braços como nada antes. Porque era suficiente para trazer a felicidade, bastava e preenchia. A definição de opostos, no entanto, se completam, assemelhando-se a um quebra cabeça com uma peça essencial perdida sendo finalmente encontrada, trazendo todo o sentido onde não havia. Porque não existem arrependimentos se aquele for o destino final.
— Puta que pariu... — sussurrou ofegante, separando-se do outro para tomar o ar que lhe foi roubado. — Você destruiu o meu cabelo, filho da puta.
Yoongi sorriu sacana, revirando os olhos pela defensiva mentirosa.
— Cala a boca, ele continua lindo. — falou, sentindo a textura macia dos fios castanhos. — Mas eu posso destruir outra coisa se você deixar.
Em resposta, teve um tapa estalado no peito, arrancando um gemido abafado deste que se questionou como uma coisa tão pequena pode ter a mão tão pesada.
— Me manda calar a boca mais uma vez e eu te mato. — grunhiu irritada, as bochechas levemente vermelhas. — E quem disse que é você quem vai me destruir? — sussurrou, mordendo os lábios cheios.
A garota levantou e o puxou junto, deixando Yoongi parado em sua frente.
Ela desceu lentamente sem esperar por resposta, até os joelhos encostarem no chão. Rapidamente seus dedos seguraram a bainha da cueca que o Min usava, retirando-a com lentidão, apertando vez outra o membro duro, tendo os fios puxados em conjunto.
— Você está brincando comigo, não é?
Em resposta a isso, Parker apenas riu sacana.
Ah, estava, e como estava.
— Eu? Jamais — ergueu os olhos inocentes, a falsidade implícita — Você é o impaciente aqui. — como resposta, o de cabelos brancos segurou alguns fios entre os dedos, forçando-a a olhá-lo de baixo. — Viu só?
O toque agressivo foi estranhamente excitante.
Um tanto estranho, porque nunca foi do tipo a favor de domínio, no entanto, Min Yoongi se mostrou ser o primeiro de muitas coisas, então não era tão surpreendente.
— Você quer minha boca aqui, não quer? — uma provocação não era de todo mal, certo?
Ela passou a língua levemente pela glande avermelhada, como a bela atrevida que era. Yoongi não acreditava que era uma puta submissa na cama, achava? Se achava, sentia pena dele. Precisaria fazer por merecer se quisesse.
Vagabunda. Pensou.
— Você sabe que sim, filha da puta.
A cacheada mordeu os lábios, sentindo-se plenamente satisfeita. A confirmação combinada ao olhar tomada pela luxúria e desejo direcionados a seu rosto a enchia de um prazer quente e delicioso. Os malditos muros do moreno se desfazendo diante de suas orbes escuras. Gostava de pensar que eram apenas das suas, e algo do em seu interior confirmava.
E quando o pau pulsante saltou para fora, não pôde conter o arregalar delas. Talvez ele realmente a destruísse, mas isso estava longe de ser ruim. Era bom, muito bom. Ao notar tal reação, o moreno sorriu. Um sorriso satisfeito demonstrava o quanto tinha o ego amaciado naquele momento. Nenhuma mulher teria o mesmo efeito que Miranda Parker tinha sobre seu corpo, a mente totalmente à mercê. Aquela mulher acalmava seus conflitos e os trazia de volta simplesmente por respirar. Sua perdição tinha nome e sobrenome, estava em sua frente, o admirando como uma vagabunda sedenta por um pau. O seu.
E a vez de sua própria obsessão dar as caras foi quando finalmente os lábios dela o tomarem como seu, passando a língua de baixo para cima em uma tortura prazerosa. Miranda agia como uma vadia faminta, e se aquela fosse a visão do inferno, Yoongi estava disposto a se tornar companheiro do diabo, teve a certeza desse fato quando o membro foi abocanhado por lábios carnudos e molhadas indo e vindo, o empenho quase palpável para abriga-lo por inteiro o levava ao céu.
Os olhares se encontraram, os mesmos que expeliam o prazer compartilhado que ficaria marcado por aquelas paredes como uma tatuagem permanente de lembranças promíscuas de um ato muito bem aproveitado.
Parker encarava seu homem, o mesmo que ficaria guardado na memória eternamente, em um canto especialmente para aquela visão porque era o que merecia. As pupilas dilatadas, lábios entreabertos, a pele pálida suada e corada, os fios grudados na testa... Ah, o moreno era a definição de surreal. E ele era seu, todo seu.
Em contrapartida, Min levou as mãos até os cachos novamente ao sentir sua glande ser chupada assiduamente, as mãos pequenas deslizando em torno do membro inchado enquanto tinha gemidos graves proporcionados a seus ouvidos. Uma melodia suja e insanamente incrível. Mas nada o preparou para ter seu pênis tocando a garganta alheia e descendo por ela lentamente até quase alcançar o final.
O deixava incrédulo e admirado como apenas uma boca era capaz de o levar tão além.
— Puta que pariu... Isso, continua assim...
E a morena obedeceu ao que seus lábios deslizaram por toda extensão grossa e recuando, só para voltar novamente a abrigá-la sem cerimônia, mais veloz a cada vez que repetia aquele ato, e ela fez, incansavelmente, diversas vezes.
— Eu vou... — avisou, deixando a frase pairar no ar, sabendo que se Miranda continuasse mantendo aquele ritmo, teria a boca cheia de esparma brevemente.
Em resposta, os movimentos tomaram frequência maior, enquanto dedos curtos habilidosos estimulavam os testículos.
Yoongi estava praticamente em seu limite e, movido a isso, afastou Miranda de seu pau abruptamente, lhe dando o vislumbre da boca úmida, o suor escorrendo pelo rosto, as piscadas lentas, cansadas.
Ela estava linda como nunca.
— Se você não parar agora, sabe muito bem o que vai acontecer — era verdade. Ela sabia, mas isso poderia não a faria parar. Nunca.
Aquela era uma luta interna entre duas pessoas insanas que prezavam por seu orgulho. Ambos almejavam pela combinação de seus prazeres somados ao contemplar o alheio. Admiração. Adoração.
— Sei... Então faz isso aqui ó — apontou o indicador para os lábios separados — Enche minha boca de porra, como eu sei que vai fazer.
Ainda com a mulher que não deixava de revirar seu juízo, Min empurrou o membro contra a cavidade bucal dela, estocando, ditando a maldita velocidade. Estava no controle e permaneceu assim por alguns segundos, e quando estes finalizaram, Parker sentiu o líquido quente encostar em sua língua e descer deliciosamente.
— Satisfeita?
— Ainda não... — passou as unhas levemente pelas coxas dele, subindo gradativamente até alcançar o abdômen e fincá-las ali, erguer a face contendo um olhar sugestivo — Acho que só vou ficar quando você foder outro lugar.
E para o terror do homem à sua frente, a morena ergueu os joelhos do chão, distanciando os pés. As mãos indo ao encontro da blusa grande que vestia e a retirando vagarosamente, deliciando-se com as orbes de Yoongi sendo guiados por cada um dos movimentos que fazia. Hipnotizado e encantado eram puro eufemismo para definir seus sentimentos.
A estrutura da mulher parecia ser esculpida por algo celestial, porque, porra, aquilo não poderia ser real. A beleza jamais poderia ser comparada a nada já visto. Ela parecia conhecer bem suas virtudes, pois só assim poderia fazer algo de algo tão "corriqueiro" a coisa mais sensual feita. E piorou ao vê-la abaixar o short curto que usava. Finalmente o moreno teve os olhos abençoados com o que tanto sonhava desde que encontrou aquela cacheada maluca e tão... Tão gostosa. Perfeita.
Perfeição, definição dada àquilo onde não há erro ou falha; supremo; o grau mais elevado de exatidão. Para explicar a existência de Miranda Parker naquele instante, apenas essa palavra seria suficiente, ou talvez não. Suas coxas torneadas, a cintura ridiculamente fina, seios médios poderiam ser tranquilamente comprados a um labirinto, porque era assim que Yoongi se sentia, perdido em cada traço dela, e, sinceramente, encontrar a saída desencadearia o pior dos martírios.
— Cuidado com baba, amor — o divertimento em sua voz era notável — Quer tirar? — apontou para a peça íntima de renda preta que usava, se aproximando novamente da cama.
— Com muito prazer, mas antes... — introduziu dois de seus dedos longos na entrada quente dela, iniciando os estímulos devagar. Uma pequena vingança não seria de todo mal, não é? — Você é tão apertada, porra... Gostosa pra caralho.
A morena jogou a cabeça para trás inebriada pelos movimentos de vai e vem em seu interior. Min definitivamente sabia o que estava fazendo, e conforme eles tomavam rapidez, agradeceu estar sendo segurada firmemente, pois, se não, suas pernas trêmulas sederiam.
— Eu sei... — gemeu manhosamente, quase sem reconhecer a própria voz — Desgraçado.
O moreno arrepiou-se dos pés à cabeça ao ter aquele som atravessando seus ouvidos, introduzindo os dígitos mais fundo.
— Não quero gozar agora... — externou, um tanto irritada. Atingir o ápice apenas com os dedos parecia um tanto... Humilhante, no entanto, o moreno demonstrou querer o exato contrário quando alcançou um ponto que a fez apertar os olhos, sem conter o gemido alto — Então vai ser assim... Ok.
Sua mão circulou o pau, começando a bombear impiedosamente. Já estava duro por tão pouco... Cacete.
— Para — pediu, um tanto desnorteado, tentando manter firmeza — Eu mandei parar, porra! — suas mãos acertaram o rosto alheio fortemente, sendo respondido por arfares e uma risada sacana.
Ela definitivamente estava brincando com fogo, porém, para o azar do moreno, Miranda gostava de se queimar, sendo a personificação da própria brasa ardente. Ele sabia disso, mas não o suficiente.
— Que mão leve... Esperava mais.
Yoongi perdeu qualquer capacidade para segurar seus desejos, apertando a cintura a sua frente, encaixando-a em seu colo. Miranda sorriu ao sentir o cacete desgraçadamente rígido contra sua boceta molhada, excitada. Implorando para ser preenchida.
— Vamos descobrir se você é tão boa engolindo meu pau como fez com meus dedos, amor — e sem pestanejar, rasgou finalmente a única coisa que bloqueava-o de ter a versão totalmente despida de sua namorada.
Sem dúvida uma das favoritas.
— Ou se você é tudo o que o que falam, amor.
Já livres de qualquer impedimento, seus corpos se conectaram. E, porra.... Parecia algo divino. Yoongi estava no paraíso proporcionado pelas paredes de sua mulher, porque ela era sua e de mais ninguém. Apenas o pensamento de imaginar outro alguém estando em seu lugar era o pior tormento que provará, despertando o pior de seu ser. Esse é o poder que Parker tem, trazer à tona seu pior e melhor, e torcia para que ela conhecesse apenas a primeira opção. Estar dentro da cacheada era a pior droga, a mais letal, pois, estava disposto a tudo apenas pela proporção daquelas sensações, a levavam a outra realidade, uma que não desejava deixar nunca, o sonho viciante.
Vício... Caralho, havia se tornado um maldito viciado pelo aroma da pele, os gemidos, aquela maldita boceta, tal qual o pecado mandado direto do próprio diabo com o objetivo de mergulha-lo na perdição irreversível. Se pudesse, diria a ele com fervor, em alto e bom som "você conseguiu". Naquela noite, a vida lhe mostrava outra vez que, nem em outra vida, encontraria outra que o deixaria desorientado dessa maneira e, se um dia prezou pelo controle, agradeceria todos os dias pela bagunça trazida por aquele demônio em forma de mulher.
Não tenho mais... Não tenho mais medo de te amar. Gostaria de gritar para o mundo a dona das correntes que cercam meu coração.
Antes tendo os movimentos guiados por suas mãos, agora Miranda demonstrava saber bem até demais o que fazer para enlouquecer um homem, e Yoongi se declara a prova viva do talento pecaminoso que a pertencia. Os cabelos lindos emaranhados, a face avermelhada, lágrimas finas escorrendo lindamente eram semelhantes às artes de Van Gogh, no entanto, Min sentia-se um deus, pois todo o mérito por ela era seu e não deixaria de ser.
A morena tinha as coxas doloridas graças ao esforço posto em cada um de seus movimentos, todavia, cada segundo valia a pena quando finalmente tinha seu desejo realizado. O poder emanando de suas veias graças ao comando a entregue, principalmente por Yoongi, que tanto prezava por seu próprio. Ele era bom, porra, e como era. Provavelmente não contaria isso, mas aquele, com com certeza estava sendo o melhor sexo de sua vida. O Min era o melhor em muitas coisas e o primeiro delas.
— Ah... — gemia entrecortado, sem vergonha de expor a própria satisfação, piorando quando o moreno começou a impulsionar para cima.
Tê-lo dentro de si era melhor que qualquer remédio para o que quer que fosse, porque quando entrava o mundo parecia deixar de existir, e junto a ele suas preocupações, negativas, chateações. Estranhamente poderia comparar a situação com o efeito anestésico e eufórico, a euforia a dominava por estar onde estava, sentir o que sentia, mesmo que isso talvez a assemelha-se e à pior das putas, enquanto permanecesse ali, não significaria nada. E, mesmo que sentisse algum tipo de desconforto pela força e brutalidade posta no ato compartilhado pelas dermes quentes, seu prazer era acentuado a cada segundo, algo esquentando em seu interior, suas unhas afiadas ficavam nos ombros de Yoongi ao ponto de marcá-lo, aumentando os movimentos.
— Isso... Puta que pariu, assim...
Diversas vezes o moreno analisava sua namorada, a singularidade de seus detalhes, cada um parecia ser desenhado justamente para ser tocado e observado por ele. Apenas por ele. Ninguém jamais a veria da maneira que estava agora, por ela, faria de tudo, se tornaria perfeito o suficiente para que, comparado a si, todos parecessem pouco, da mesma forma que se sentia. Todas as mulheres do mundo, se comparadas a Miranda, estariam extremamente abaixo. Totalmente irrelevantes. Nunca nada seria capaz de se igualar a morena, ainda que, em seu universo, a existência apenas dos dois bastasse, e jamais conseguiria imaginá-lo sem aquele conjunto impecável entre petulância e perfeição.
No fim das contas, cada um de nós escolhe uma razão para lutar e existir, a cacheada de sorriso cativante, voz doce e língua solta era a sua. Seu anjo em sua forma mais viva e pura.
E ele a venerava com merecia.
— Eu vou... Porra... — a morena jogou a cabeça para trás, se controlando para não revirar os olhos, mas aquilo era bom pra cacete — Odeio que você seja tão bom nisso. Que droga.
Min riu quando afundou a cabeça em seu pescoço, sentindo o perfume misturado ao suor que a deixava ainda mais linda do que era. Nunca fora fã assíduo da mitologia grega, no entanto, aquela mulher poderia ser intitulada sua Afrodite, pois sentia em cada célula do corpo fervente rendido a ela, uma loucura e devoção desconhecida e insana. Cada curva de sua estrutura bem feita, os olhos negros que transmitiam a noite sem que precisasse olhar para os céus. Ela era o seu céu, aquele que carregava a imensidão das estrelas, a grandeza celeste de fim desconhecido ou... Será que há um? Seu peito palpitava todos esses sentimentos simultaneamente em um único contato com Miranda, mostrando para si a noção de que, aquilo sim, seria infinito. Talvez fosse assustador, e era, mas quando está do lado de quem te proporciona sua paz, torna-se impossível sentir algo além dela.
Ao vê-la ter seu ápice, sentiu-se o ser mais poderoso já existente, o melhor deles. Ele causou aquilo, ele era o dono de sua noite, de seu prazer, seria pra sempre. A posse que o dominava fazia-o ser facilmente apontado como doente, porém que problema há nisso se era a verdade? Miranda Parker era sua doença lancinante e a cura eficaz. A dor, o conforto...
Era tudo.
Sua admiração cresceu consideravelmente quando, embora visivelmente exausta pelo orgasmo, ela continuava com os movimentos, instalando toda sua força restante no ato.
— Puta que pariu, caralho... — suspirou, mordendo levemente a pele escura do ombro exposto e tão bonito — Você é maluca...
— Por você eu sou — admitiu descaradamente. Talvez para outros homens ou situação diferente sua mente gritasse para jamais verbalizar isso, mas Yoongi se mostrou digno dessas e todas as palavras boas que pudesse dizer, por vezes elas nem pareciam o suficiente — Sou sua...Sou a sua mulher. Completamente louca por você.
Dizem por aí que palavras tem seu valor, assim como ações, a segunda tendo maior impacto. A combinação das duas coisas, enquanto a morena pronunciava tais afirmações, seus atos demonstrando tanta paixão o mergulharam ao ápice e paixão de uma única dona.
Ambos estavam exaustos, peitos subindo e descendo rapidamente, então os olhares se encontraram, uma mútua e linda formada instantaneamente... Tão linda quanto inacreditável.
Uma música tocando no subconsciente quase compartilhado, vinda do profundo da mente, em um dos momentos em que finalmente você se vê vivendo a letra que um dia ouviu e disse "porra, que idiota". Novos significados nascendo a cada mínimo.
Who gon' pray for me...?
Take my pain for me...?
Save my soul for me...?
Quantas vezes ambos, em silêncio faziam estas perguntas, malditamente se alojando e martelando nas mentes por vezes doloridas, no entanto, ali, naquele silêncio onde só o que ecoava pelas paredes eram os gemidos, peles se chocando, os corpos conectados em um só como deveria ser. Quando Yoongi percebeu, já possuía a Parker em seus braços novamente, dessa vez, a observando de cima, cada uma das reações bonitas, necessitadas... Necessitadas por seu amor, afinal o que faziam ali, os segredos que guardavam não refletiam apenas ato carnal, mas demonstração da confiança e amor compartilhados por vozes silenciosas e corações gritantes. Diante disso, finalmente foi respondido, pois aquela a quem observava era a resposta para todos os questionamentos. Agora, perante a eles, o nome dela brilhava, como um anjo da guarda.
Ela oraria por si...
Ela tomaria sua dor para para si...
Salvaria sua alma por si...
Como já fazia, no silêncio da noite, adorando cada detalhe seu em silêncio e velando por eles.
Talvez um dia tenha achado o amor idiota, a simples história falsa, existente apenas em livros de romance, contada em tantas versões diferentes e um mesmo resultado... Se viu pagando com a língua ao se transformar em seu refémsem perceber, encontrando-se no fundo poço, e pedindo aos céus que não o arrancasssm dali, porque era onde queria estar.
Entrando e saindo, vendo Parker revirar os olhos, arrepiar-se da cabeça aos pés, os contorcendo, pareceu encontrar o tesouro mais precioso de sua vida. Ele era nada mais que a parte que completava sua alma, o transformava em um completo devoto.
Miranda estudava as sensações, ações... Uma por uma, buscando guardá-las como um presente cedido pelo universo, grata por, em meio a tantos, ter sido justo e generoso para consigo, prometendo jamais deixá-lo ir. Era uma em um milhão e reconhecia isso. Afinal, o quão raro é o amor verdadeiro? Olhar para alguém e pensar "eu confio em você para me acompanhar pelo resto vida, ser parte do futuro que quero para mim, construí-lo para que caiba nós dois"
Amar alguém é entregar uma arma em suas mãos, confiando que não a terá enterrada diretamente no coração, perfurado justamente por um dos pelos quais ele bate. Olhando para aquelas orbes bonitas, que pareciam devorar sua alma, conheceu outra vez a perdição. Só restava pedir por misericórdia, porque Yoongi tinha todas as armas apontadas para seu peito, sendo imensuravelmente poderoso sobre tudo que era seu.
— Meu Deus... — balbuciou quando teve um ponto específico acertado com maestria, o Min sorrindo automaticamente ao contemplar as lágrimas escorrendo pelo rosto bonito — Você é bom pra caralho nisso, eu te odeio tanto.
Queria ficar ali para sempre. Para si, aquele poderia ser comparado ao melhor lugar do mundo. Tinha o seu mundo nas mãos. Talvez o universo inteiro.
— Odeia como eu faço você se sentir bem como ninguém? — riu nasalado, beijando a derme macia entre os dedos, deixando marcas visíveis. Marcas do inesquecível, para quem quisesse ver e pensar no quanto possuiu aquela mulher — Então me odeie... Me odeie da forma como faz agora, engolindo meu pau como uma puta, e eu vou ser o cara mais feliz do mundo.
Miranda se revirava nos lençóis, encharcando-os com saliva e suor, afinal, sequer conseguia manter a boca fechada.
É, talvez realmente estivesse agindo como a pior das vadias, mas sabe a verdade? Foda-se. Tinha certeza que outra pessoa em seu lugar estaria igual ou pior. No entanto, nem dessa forma sua petulância a deixava. Sua função era igualar os jogos.
— Esse é o melhor que consegue fazer? — questionou sedutoramente, fincando as unhas no abdômen pálido — Não superou minhas expectativas, meu amor...
Porra...
Aquele foi o estopim para Yoongi, ela queria ser fodida como a porra de prostituta? Que seja. Atendendo ao pedido, o Min enterrou com toda sua força uma, duas, três vezes... Até o fôlego da morena se tornar escasso e a voz quase nula graças aos gemidos sofridos e guturais. Os dígitos encontraram os fios úmidos, puxando-os impiedosamente outra vez.
— É assim que você quer, filha da puta? — sibilou entre dentes, sentindo um aperto considerável em torno de seu pau — Porra... Você fez isso de propósito, caralho?
Miranda apenas riu, como uma criança disposta a conseguir o que queria a todo custo.
— O que acha? — fechou os olhos fortemente em busca de algum resquício do foco que a abandonava, separando as pálpebras em seguida — Se quiser me impressionar, vai ter que fazer melhor que isso.
— Você quer que eu te machuque, não é? — o aperto em suas mãos se intensificou — Puta masoquista do caralho.
Min estava secretamente impressionado pela resistência da namorada. Ela despertava em seu peito os desejos vindos direto do inferno. Talvez o próprio diabo o temesse agora, no entanto, estava pouco se fodendo.
Era um caçador tomando sua presa.
— Queria tanto me foder, não queria? — provocou, a dor excitante tomando o couro cabeludo — Então fode com força, ou essa vai ser a última vez. Você escolhe.
O moreno travou o maxilar até doer, então começou a socar a cavidade alheia tão forte e rápido que provavelmente quem passasse por perto, ouviria o barulho dos movimentos brutos. Tão brutos ao ponto de trazerem a tona soluços da boca pingante de saliva da Parker. Ela estava chorando, literalmente chorando, por prazer.
Aquela visão o levava a um lugar insano, a dona de sua insanidade estava diante de suas ires. Porque, se ela o pedisse de qualquer maneira, principalmente com aquela voz manhosa pertencente a uma verdadeira vadia, se tornaria a porra de um capacho, na verdade, já reconhecia ser. Sedento, faminto e louco, completamente louco por aquela mulher.
— Não para... Por favor, não para — implorava em um tom baixo — Puta que pariu, Yoongi...
Caralho!
Seu nome soava tão bonito quanto dito daquela forma, o deixava submerso no fogo quente e mortal, tomando toda sua estrutura gradativamente. Um veneno injetado direto no sangue.
— Você não passa de uma vagabunda sedenta por um pau, amor — zombou quando pernas bonitas e torneadas cruzaram-se em sua cintura para que aumentasse a profundidade.
Porém, sua destra foi rápida afastando sem piedade.
— Não, não... Você vai gozar quando e como eu quiser — quase gargalhou ao ouvir a morena resmungar, protestando — Não é a única que sabe jogar esse jogo, linda.
— Desgraçado... — xingou, os movimentos diminuindo em seu interior — Eu te odeio...!
Min riu, gargalhou. Totalmente satisfeito. Sabia ser o pior dos filhos da puta naquele instante, e isso era bom, pra caralho.
— Tudo isso por causa de um pau? Quanto descontrole...
Miranda tinha o peito incendiado pelo puro ódio graças ao deboche que não abandonava a voz sedutoramente grave, não deixando de admirar os músculos definidos, o rosto bem desenhado... Aquela boca maldita. Odiava que Min Yoongi fosse tão gostoso.
— Vai se foder! — bradou, verdadeiramente irritada. Estava furiosa pela porra de um cacete.
É, sua dignidade descia diretamente pelo ralo.
— Prefiro foder você, é mais gostoso — acariciou as bochechas rubras. Se o olhar de Parker pudesse o matar, já estaria a sete palmos da terra — Mas só vou continuar se você pedir. As palavrinhas mágicas, conhece?
Não, ele não poderia ser tão descarado assim, poderia?
Filha da mãe!
O Min estava atacando seu maior ponto fraco, a dignidade. Desejava ver até onde seria capaz de ir para senti-lo.
E, dando se por vencida, Parker respirou fundo. Estava prestes a cometer um assassinato ou quase.
— Me fode, p-por favor...
Cacete... Aquelas palavras foram melhor que qualquer orgasmo de sua vida. O coração batendo forte, as mãos suadas e o sorriso presunçoso adornando os lábios róseos eram sinal claro desse fato.
— Não ouvi, pode repetir? — as orbes incrédulas de Miranda o fuzilaram automaticamente — Ok, não está mais aqui mais aqui quem falou. Mas, olha só... Um pouco de educação não matou ninguém.
— Você é quem vai morrer se não... — seu timbre foi convertido em um gemido mudo à medida que Yoongi começava a enfiar sem qualquer piedade, acertando a direto em seu ponto malditamente estratégico.
— Calada. Você fala demais — provocou, rente ao ouvido da cacheada, sem interromper as estocadas.
Era isso que ela queria, afinal, não?
Aquele homem levava sua visão até às estrelas, o corpo às nuvens.
Ele era o único capaz de domar seu orgulho, mas lá estava ela, surpreendendo a si mesma ao agradecer por isso. Era sua melhor noite, porém nunca diria isso a ele. Ainda restava uma centelha de orgulho em seu ser... Bom, minúscula, mas estava lá.
Merda, ele era realmente bom no que fazia, e se tornou ainda melhor ao abocanhar seus seios, iniciando sucções fortes e lentas. Seus pêlos se arrepiando, o maldito tremor assíduo. A cavidade bucal quente era boa demais pra ser real... Tanto que questionava-se estar alucinando pela combinação de prazeres. Analisando aquele momento, percebeu que Yoongi não blefava ao se gabar das tais qualidades na cama. Ele era, realmente, insanamente habilidoso. Habilidade definia pouco, falando sinceramente.
Ele ia tão fundo e rápido, doía, entretanto, o arrependimento passava longe de sua mente extasiada. A dor deliciosa, seus olhos rolando para baixo das pálpebras.
— Não para... E-eu vou... — anunciou, espasmos a alcançando juntamente ao calor intenso. Sabia estar no limite.
— Mas já? — o moreno alfinetou, o próprio orgasmo dando as caras, fazendo o possível para se segurar o máximo — Vai, goza... Goza pro teu homem.
Após algumas investidas profundas, a cama encharcou-se. O orgasmo tão intenso que novas lágrimas encheram seus olhos.
Quase um crime de tão gostoso.
Yoongi continuou os movimentos velozes, buscando o próprio ápice, milésimos depois, estavam juntos em um novamente..
As testas suadas se uniram, um beijo quente, bruto se iniciando. As línguas em uma dança ardente e conectada. Pessoas que se completavam como uma só. Perfeito ou além. O reconhecimento mútuo de que eram e seriam um do outro eternamente. A devoção tomando os corações, unificando-os.
Tendo a total noção de que tudo, absolutamente tudo só seria maravilhoso como era se estivessem juntos. O efeito singular e igualitário, compartilhando parte do que eram e do que se tornaram, juntos, para sempre, juntos. Tal como dois corpos que possuíam a mesma alma.
Após se separarem, o único companheiro presente foi o silêncio e olhares dominados pela paixão sincera e doce. Tão doce quanto pecaminosa.
— Isso foi... Uau — Yoongi foi o primeiro a pronunciar.
— Com certeza, mas... — pigarreou, a garganta arranhando. Os olhos se reviraram em tédio ao ouvir uma risada baixa do outro, deixando um tapa forte no peito alheio — Se eu não conseguir andar amanhã ou sentir dor, juro que corto teu pau fora. Eu juro.
— É você quem sai perdendo — riu, a abraçando carinhosamente. O local golpeado ardendo levemente — Mão pesada da porra.
— Não tanto quanto a sua — desceu o olhar para a nádega avermelhada.
— É, mas você gostou — sorriu convencido.
— Não posso negar.
E era, não só disso, como também a imensidão do amor que sentia por cada parte daquele homem, que reconheceu por si mesmo, ser seu.
Observavam o teto sem saber o que se passava pelas mentes de quem estava ao seu lado. Porém, compartilhavam o mesmo pensamento, entregando seus corações a quem eles pertenciam, um ao outro.
Eu sou sua, você é meu. Para sempre. Ainda que o mundo desapareça. Em outra vida, continuará sendo seu.
Por que eu não tenho mais medo de amar.
Talvez não esteja assustado justamente porque te amo.
Se pensar, me assusto com o que seria capaz de fazer por você, porque te amo.
Porque te amo...
Te amo...
Te amo.
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Jungkook sempre achou os cabelos de Jimin a parte mais confusa e incrivelmente linda dele por completo.
Com o passar do tempo, havia se tornado comum olhar um jovem desfilando por aí com o cabelo pintado de loiro, mas este deitado ao seu lado contradizia todos eles sendo um perfeito coreano com características tão únicas e naturais, os fios dourados e os olhos azuis que não se encontram por aí nem procurando muito.
Altamente verdadeiro, nada é artificial ali.
E Jungkook se perguntava como era possível alguém simplesmente nascer assim, lindo, perfeito, único, por dentro e por fora?
E que ato heroico havia feito em sua vida passada para merecê-lo?
O moreno não tinha resposta para isso, e não se importava em descobrir tão cedo.
Estava feliz, plenamente feliz, a sensação era como andar sobre nuvens cor de rosa a cada segundo que passava ao lado de seu noivo.
E quebrando a quarta parede, o moreno sentia uma ligeira tristeza da mulher que contava sua história com Jimin, pois sabia que em seu peito, ela dava a eles a coisa mais bela que não tinha e que nunca teria.
Um amor puro.
A sensação de estar completa, que pertencer a quem te pertence, de ser amada do jeito que quer e sabe que merece. De ter alguém que vai estar lá pra te levantar se você cair. Alguém que te olhe e tenha medo de te perder. Que guarde as falhas para si quando está com você.
Que te encaixe em planos que não fazem sentido se você não estiver neles.
Ele torcia pra ela encontrasse algo desse tipo um dia, mas enquanto não, só poderia agradecer por ela espelhar em seu relacionamento com Jimin algo raro de se encontrar.
Seus pensamentos foram interrompidos quando um suspiro longo, deitado em seu peito enquanto aproveitava o calor reconfortante do abraço em que estavam envolvidos. Estavam a alguns minutos assim, apenas sentindo a respiração um do outro.
— Jungkook... — começou hesitante, mordendo o lábio, pensando se realmente não estava cedo demais para
— Hm? — murmurou o moreno, acariciando os cabelos macios do loiro.
— A gente precisa conversar com a minha mãe.
Jungkook arqueou uma sobrancelha, olhando para ele.
— Sobre nós? — perguntou, com um tom que misturava curiosidade e uma pontinha de apreensão.
Jimin assentiu devagar, seus dedos brincando distraidamente com a barra da camisa de Jungkook.
— Sim. Acho que já passou da hora, sabe? Eu... quero que ela saiba sobre você. Sobre a gente. — Ele levantou o olhar, encontrando os olhos escuros de Jungkook. — Não quero esconder isso de novo, sabe? Como foi no começo.
Jungkook permaneceu em silêncio por um momento, apenas observando a sinceridade nos olhos de Jimin. Então, sorriu de leve e segurou o rosto do loiro entre as mãos, deixando um beijo suave em sua testa.
— Tudo bem, a gente faz como você achar melhor. E você já falou com meus pais, nada mais justo.
— Mesmo? — Jimin perguntou, a voz baixinha, mas cheia de esperança.
— Mesmo. — Jungkook respondeu com firmeza. — Se para dar certo dessa vez, eu tenho que enfrentar qualquer coisa, até sua mãe... bom, eu tô preparado.
Jimin sorriu.
Um sorriso que aqueceu o coração do moreno de dentro para fora, essa sensação estava cercando-o desde que se resolveram, e era tão bom... que às vezes lhe dava vontade de chorar, emotivo como nunca foi na vida, mas com seu noivo ali do lado, era impossível.
— Podemos ir hoje? — perguntou o loiro.
Jungkook ia concordar de imediato, pois o quanto antes resolvesse todos os seus empasses, melhor. Porém, recordou-se uma pequena informação.
Levantou uma sobrancelha e arqueou os olhos para Jimin.
— Sua mãe não ia fazer dedetização na casa de vocês?
Jimin abriu um pouco mais os olhos, lembrando-se da mentira inocente que contou para conseguir ficar no quarto com Jungkook. Pensando nisso, o loiro abriu aos poucos um sorriso contido e culpado que dizia: "é que assim..."
Jungkook riu baixo, deixando um beijo na testa dele.
— Você é uma pestinha!
✩。:•.───── ❁ ❁ ─────.•:。✩
Mais tarde naquele mesmo dia, Jimin ligou para a mãe rapidamente para dizer que jantaria em casa, e que provavelmente levaria uma terceira pessoa junto a si, a mais velha logo deduziu que poderia ser um dos amigos do filho, estes que ela já estava mais do que acostumada a receber as vezes, portanto, não houveram objeções.
Jimin estava nervoso, de certa forma, porém não entendia tal ansiedade já que, sua própria mãe foi quem lhe aconselhou a tentar consertar as coisas com Jungkook.
O moreno se encontrava pior já que não sabia dessa parte, em sua mente ainda acreditava que Jina o odiava com todas as forças pelo que fez ao seu filho há três anos atrás, lembrava bem do tapa merecido que recebeu dela e do quando havia doído encarar o olhar de decepção depois de conseguir a confiança daquela mulher, coisa que não foi nada fácil.
Enquanto dirigia o caminho guiado por Jimin, pensava no discurso pronto que gostaria de ter para explicar o que aconteceu, obviamente omitindo as partes que certamente a morena não gostaria de saber. Não gostaria de imaginar o que Jimin sentiria ao ver que sua decisão de ficar consigo não foi aceita pela mãe, e agora com motivos muito mais fortes que antes.
— É aqui.
Jeon foi retirado da linha de raciocínio quando a voz do loiro se tornou audível, e pode perceber pelo timbre que voz que ele também se encontrava nervoso com o que estavam prestes a fazer.
No entanto, Jimin foi o primeiro a pegar na mão dele como forma de consolo, sentindo-o visivelmente gelado e tenso. Deixou um sorriso tranquilo escapar.
— Vai dar tudo certo, confia em mim.
Jungkook fechou os olhos e respirou fundo, assentindo duas vezes.
— Certo, mas se ela ameaçar me dar uma vassourada na cabeça, você é quem vai me levar pro hospital!
O loiro riu baixo enquanto o via sair do carro, e fechar a porta, logo fazendo o mesmo e se aproximando do noivo à medida que andavam pela calçada, a mãos se encontrando instintivamente no meio do caminho até a fachada da casa bem cuidada.
Ambos se olharam antes que Jimin apertasse a campainha da porta, mesmo que estivesse com a chave. Eles esperaram por cerca de dez segundos até que a porta fosse destrancada e por fim, aberta.
— Não acredito que perdeu a chave de novo! Essa já é a terceir— a mulher de cabelos amarrados, vestida com calça moletom e camiseta, perdeu as palavras quando observou que não apenas o filho estava ali na porta. — Vez...
Jina sentiu o coração acelerado de repente, olhando bem agora para o rosto daquele a quem conhecia e lembrava bem, mas que não via há anos. Seu olhar vacilou entre o filho e Jungkook, e a expressão inicialmente surpresa logo se tornou fechada, séria.
Jimin apertou um pouco mais a mão do noivo, um gesto sutil de encorajamento, e pigarreou.
— Oi Mãe... — Jimin começou, a voz baixa e controlada.
— Oi Sra. Park... — Jungkook disse logo atrás, os olhos pretos bem abertos e apreensivos, quase como se estivesse preparado para tudo no mundo, menos lidar com aquela mulher que lhe estudou dos pés à cabeça em uma fração de segundos.
Jina olhou para ele mais um pouco, o que para o moreno pareceu uma eternidade, antes de surpreendê-lo quando os olhos castanhos sorriram para si, ele pôde ver como eles se tornaram felizes antes mesmo do pequeno repuxar no canto dos lábios.
E se surpreendeu mais ainda quando a mulher a quem tinha medo no passado deu dois passos à frente rodeando seu corpo com os próprios braços, prendendo-o em um abraço apertado.
Jungkook perdeu o fôlego por um segundo e pelo susto, soltou a mão de Jimin enquanto sentia o corpo da mais velha junto ao seu, mas foi preciso apenas isso para se deixar levar, abraçando-a de volta com força. Desde que se conheceram, Jina nunca havia sequer demonstrado um gesto de carinho físico por sua pessoa, nem mesmo depois de simpatizar com ele quando aceitou seu namoro com Jimin, mas agora, ela o apertava contra si apesar da pouca altura, exatamente como fazia com Jimin.
Como uma mãe abraça um filho.
O loiro observava aquela cena com um carinho transbordando nos olhos azuis, temia por um instante que tudo desse errado e aquela visita desse mais problemas do que soluções, mas não, tudo não poderia ser mais perfeito.
Jina finalmente soltou o moreno, olhando no fundo dos olhos dele, e a forma como brilhavam lhe fez sorrir pequeno. Ele não mudará nada por dentro, ainda era o mesmo garoto atrevido, impulsivo e extremamente carinhoso de sempre.
— Senti sua falta, moleque.
A frase dita por ela fez ambos sorrirem com graça.
— Também senti sua falta, Sra. Park. — ele disse com a voz carregada com certa emoção, os olhos pretos um pouco brilhantes.
Tamanha era o alívio que cercava o peito do moreno por ser recebido daquela forma, ele lembrava bem da última vez que se viram e não foi nada agradável, mas ali, é como se tudo tivesse sido apagado, assim como ele próprio e Jimin haviam feito.
Jungkook ainda sentia o calor do abraço em sua pele quando Jina desviou o olhar para Jimin, que os observava com um sorriso satisfeito. Ela arqueou uma sobrancelha, cruzando os braços diante do peito.
— E você, Park Jimin, não vai me dar um abraço também?
O loiro soltou uma risada baixa e deu um passo à frente, envolvendo a mãe com carinho. O perfume familiar o fez fechar os olhos por um breve instante, como se aquele momento selasse algo dentro dele.
— Estava esperando. — brincou, apertando-a com força.
Jina riu contra o ombro do filho, afagando-lhe as costas antes de se afastar e analisar os dois à sua frente. Seus olhos dançaram entre Jungkook e Jimin, e então ela soltou um suspiro leve, como se carregasse algo consigo há muito tempo.
— Vocês dois... — murmurou, balançando a cabeça devagar, mas com um sorriso carregado de ternura. — Ficam bem mesmo juntos.
Jungkook coçou a nuca, sem jeito, ele nunca esperou ouvir aquele tipo de coisa, principalmente vindo daquela mulher.
— Obrigado. — Jungkook respondeu, olhando de relance para Jimin antes de encarar Jina novamente. — Espero que agora possamos fazer isso dar certo do jeito certo.
O silêncio que se seguiu foi breve, mas significativo. Então, Jina sorriu e estendeu as mãos, segurando as de ambos.
— Já estão fazendo.
Jimin apertou a mão da mãe com carinho, enquanto Jungkook sentia algo leve e acolhedor preencher seu peito. Ele olhou para Jimin, que já o encarava com um olhar brilhante. Pela primeira vez em muito tempo, tudo parecia estar exatamente no lugar certo.
— Vamos entrar? — Jina sugeriu. — O jantar está pronto, e eu vejo nos olhos dos dois que temos novidades.
Jungkook e Jimin trocaram olhares cúmplices antes de rirem.
— É uma boa hora pra dizer que vamos nos casar?
A mulher deu uma risada.
— Vocês e suas brincadeiras.
Os três conversaram muito enquanto comiam à mesa, literalmente jogando todas as cartas na mesa embora não fosse mais necessário. Tudo fluiu bem, leve e descontraído. Jina não depositou nenhum tipo de fé quando Jimin falou sobre casamento quando chegaram, mas isso mudou de figura quando o assunto voltou à tona novamente.
— Mãe, não é brincadeira! — ele repetiu pela terceira vez.
— Vocês não têm idade para se casar, e nem maturidade. — ela disse descrente, não por mal ou qualquer outra coisa do tipo, pelo fato de que os dois ainda eram tão jovens, tinham tantas coisas pra viver juntos antes de um compromisso tão sério...
— Me perdoe pelo atrevimento, Sra. Park, mas eu não pretendo voltar atrás no pedido, eu amo seu filho de todo coração, quero ele ao meu lado pra sempre. — começou de peito aberto, mesmo que tivesse resolvido as coisas, não voltaria atrás em sua palavra de maneira nenhuma a respeito do compromisso que assumiu com Jimin. — Se a preocupação é com a faculdade, pode ficar tranquila, pretendemos fazer isso depois da formatura, não vai atrapalhar ninguém nos estudos.
A mulher sorriu pequeno enquanto o encarava, ele havia mudado tanto, parecia tão determinado a fazer as coisas certas dessa vez que já veio com um discurso pronto. Nem mesmo lembrava a sombra de um Jungkook de três anos atrás, já era um homem feito, maduro e responsável, e tinha uma vaga ideia de como ele conseguiu desbloquear todas aquelas qualidades, afinal, aprender com a dor dos próprios erros muda qualquer pessoa, ela sabia bem, pois havia passado pelo mesmo, mas de maneira diferente, é claro.
Vendo daquele modo, realmente não tinha o porque de colocar empecilhos no meio daquela escolha, a decisão era deles e sabia que no fundo, eles fariam isso mesmo que o mundo inteiro fosse contra, pois funcionam dessa maneira e sempre foi assim, passando por cima de tudo para ficarem juntos, inclusive os sinais ruins, porém, agora parecia tudo voltado a certeza de que estavam no caminho certo.
Park Jina chegou a engolir em seco quando o pensando que Jimin não encontraria pessoa melhor que Jungkook para dividir a vida bateu em sua mente, pois achou que jamais fosse pensar esse tipo de coisa, mas olhando para ele, realmente, não imaginava e não existia homem que aquele.
— Você parece determinado a tirar o meu sobrenome dele, não é moleque? — brincou enquanto levava o copo de suco até a boca. — Seus pais já sabem disso?
— Já sim, eles ficaram felizes com a nossa escolha.
— Bom, parece que só falta minha benção... — arrumou a postura, juntando as mãos por cima da mesa e olhou para eles seriamente. — Quero que sejam felizes, eu não vou me opor se é isso que querem. — piscou os olhos, deixando o sorriso aparecer. — E faço muito gosto disso.
Jimin e Jungkook abriram um sorriso praticamente ao mesmo tempo, as mãos encontrando uma a outra por cima da mesa e sem perceberem, elas se juntaram, Jina percebeu como pareciam em perfeita sincronia um com o outro, e só aquele gesto deixava mais do que claro o amor que flui de ambos, era tão espesso que quase podia ser tocado.
Pequenas lágrimas se acumularam no canto dos olhos castanhos.
— Meu bebê vai se casar! — ela exclamou com uma voz embargada.
— Mamãe! — Jimin prontamente se levantou da mesa, seguindo até ela e lhe abraçando lateralmente, praticamente no mesmo estado que a mesma.
Jungkook soltou um riso baixo ao observar aquela cena e o quanto eram parecidos, tinha que confessar, estava um pouco emotivo por presenciar e fazer parte daquele momento, mas ainda sim teria que manter sua pose.
— Vem aqui você seu moleque! — Jina o chamou agarrada ao próprio filho. — Se vai entrar pra família é bom ir se acostumando. — alertou.
A pose do moreno se desmanchou e ele foi, abraçando-a pelo outro lado.
— Posso me acostumar com isso.
O abraço durou por uns bons segundos, isso até Jimin resolver provocar um pouco mais a sua mãe.
— Mamãe, que acha de ser avó?
✩。:•.───── ❁ ❁ ─────.•:。✩
A segunda chegou rápido, bem mais rápido do que todos gostariam, e isso significava voltar para as aulas imediatamente.
Graças a todo boato envolvendo o professor de geometria que circulou entre a boca dos alunos da universidade durante todo o final de semana, muitos deles não sabiam como ficariam as aulas dali por diante, ainda estavam no começo do ano, mas a grande maioria estava acostumada aos métodos de ensino do antigo professor, inclusive Jimin e Taehyung.
Quem seria capaz de lidar com tantas turmas de diferentes cursos ao mesmo tempo?
— Ele podia ser um pau no cu do caralho, mas era competente. — Tae expressou sua opinião enquanto permanecia concentrado no cubo mágico em suas mãos.
Jimin suspirou, apoiando a cabeça na mesa, estava um pouco sonolento, quase não havia dormido na noite passada, e os motivos não poderiam ter sido melhores. Nada haver com algo sexual, mas era a última noite que passaria junto com Jungkook no mesmo quarto, infelizmente, já que os supervisores voltariam a fazer as rondas normais pelos dormitórios e não gostaria de meter o namorado e agora noivo em problemas. Sendo assim, ambos apenas ficaram até tarde conversando sobre tudo e nada ao mesmo tempo, abraçados e curtindo o próprio mundo.
Jungkook também não estava muito enérgico, a prova disso era o moreno sentado ao seu lado e de Taehyung naquele auditório, com os fones plugados nos ouvidos e a cabeça sobre os braços, olhos fechados enquanto recebia um carinho do loiro em sua cabeça.
— Acho estranho a reitoria não ter feito nenhum comentário a respeito ainda. — Namjoon se pronunciou, sentado uma cadeira abaixo dos outros três, concentrando no site da faculdade como se a qualquer momento as respostas para a fofoca fossem aparecer.
— Se ele tivesse dado um aviso, não seria tão misterioso. — Tae respondeu, girando o cubo mágico em suas mãos como se aquilo fosse a coisa mais importante do mundo.
— Eu só quero um professor normal, que apareça na aula e explique como resolver aqueles infernos de teoremas. É pedir muito? — Hoseok resmungou ao seu lado.
Todos agora sentavam próximos uns dos outros, embora o auditório fosse imenso.
— Sim. Professores normais não existem — Jimin rebateu. — Eles sempre têm algum defeito. Ou são chatos, ou são exigentes, e têm um péssimo gosto musical.
Jungkook abriu apenas um dos olhos, encarando o loiro.
— Você, falando mal dos professores?
— E eu menti?
Antes que Jungkook pudesse responder, o barulho de passos ecoou na sala.
Os quase cinquenta pares de olhos se voltaram para a porta de entrada ao mesmo tempo, e tinha algo muito incomum naquele homem. Quer dizer, ele nunca foi visto pelos corredores da universidade, e isso era um certeza já que seria impossível para qualquer pessoa passar por ele e notá-lo.
Afinal, não é todo dia que se vê por aí um estrageiro de olhos azuis e cabelos loiros vestido com terno e gravata, pronto para dar aula em uma universidade coreana.
Jungkook sentiu uma estranheza sem tamanho ao encarar aquele homem a sua frente, um desconforto que por algum motivo, lhe fez retirar os fones e procurar a mão do namorado ao seu lado, estranhando mais ainda quando sentiu a palma da mão fria contra a sua. O moreno tirou os olhos do homem de terno e gravata para encarar Jimin lateralmente.
O loiro estava pálido, muito mais do que já costumava ser, rígido enquanto encarava o mesmo ponto que o moreno, pode vê-lo ligeiramente engolindo em seco, os olhos bem abertos e fixos como se tivesse visto um fantasma, ou algo tão assustador quanto.
— Tudo bem, anjo? — perguntou baixinho, preocupado.
E a situação facilmente era comparada a isso, pois Jimin ainda adorava filmes de terror, mas não havia nada que odiasse mais do que fantasmas do passado que aparecem na vida das pessoas quando tudo aparentemente está perfeito.
Ainda mais daqueles de carne e osso.
Seu coração batia rápido, preocupado, mas não sabia com o que exatamente, sabia que estava em choque, que Jungkook estava lhe olhando e provavelmente preocupado também. Não conseguia parar de encarar aquele homem que acabará de entrar, vendo os detalhes do rosto dele e os comparando com uma pessoa que conhecia bem, - talvez não tão bem assim. - mas sua memória jamais lhe pregaria uma peça a respeito daquilo.
Gostaria de saber o porque, Jungkook era a única coisa de sua antiga vida que Jimin queria de volta, a única, mas parecia que o destino queria que o loiro resolvesse todos os seus problemas envolvendo assuntos inacabados, mesmo que não fosse de sua vontade ou agrado, a prova disso era irrefutável.
Pois seu pai estava ali, na sua frente.
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Bem, por onde eu começo?
Desculpa pelo sumiço, e eu não vou chegar aqui depois de meses e inventar alguma desculpa pra vocês. A verdade é que eu não estava conseguindo escrever, não da maneira que gostaria, e eu sinto muito mesmo por deixar vocês no escuro.
Esse é um péssimo hábito que eu gostaria de mudar, o ato de sumir não é legal, é horrível na verdade, e eu me odeio por fazer isso com vocês, que sempre tiveram consideração por mim.
Eu só peço que respeitem o meu tempo, no último ano as coisas foram de mal a pior em todos os estágios da minha vida, tem tempos que melhora e piora, parece uma eterna montanha russa, e isso é cansativo demais.
Gostaria de agradecer a minha melhor amiga, responsável por me ajudar de todas as formas que eu nem consigo descrever durante todos esses meses, e também responsável por escrever uma parte muito importante deste capítulo junto comigo.
jjkpjmoon
Sunny, você é demais!
TPUA esta em reta final, estamos cada vez mais próximos de nós despetir da primogênita ;(
Obrigada a todos que leram e esperarão aqui, de todo coração, eu amo vocês!
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