Quebra do Tempo
*** - Mudança de Cenário ou pulo no tempo
ALERTA PARA TORTURA - descritiva e gráfica
Frio, estava frio. Meu corpo tremia por conta da baixa temperatura, não tinha certeza mas deveria ter desmaiado algumas vezes desde que ele me trouxeram para a sala de interrogatório.
-Nanami... Desculpe.
Me virei rapidamente o acertando na nuca, o garoto desmaiou em seguida, tirei minha área de tempo e a liberei vendo as balas acertarem e destruir a árvore que estava atrás de nós.
Eu não suportaria ver a escola destruída de novo, principalmente quando ela ainda estava se recuperando de um ataque, o conselho não gostava muito de mim por eu ser uma estrangeira então eu duvidada que eles se importariam em vir atrás de mim.
Mas se houvesse uma chance, por menor que fosse... Eu tinha que mostrar o caminho, minha trama era infinita poderia os guiar até mim entretanto os comandantes da Gaia pareciam conseguir pelo menos ver um pouco de energia amaldiçoada.
Partindo da teoria que a linha do destino só poderia ser vista por duas pessoas por conta de ser uma maldição especial eu apostei nela como guia. Se isso não desse certo, com certeza estava com sérios problemas.
Tossi a água tentando buscar por ar, minha cabeça estava pendida para trás, um pano no meu rosto e uma água congelante era despejada num ato de afogamento. Meus braços e pernas estavam amarrados junto da cadeira me imobilizando, de igual forma um objeto amaldiçoado estava cravado no meu ombro impedindo de usar energia amaldiçoada ou qualquer tipo de técnica. A água escorria pela ferida fazendo com que ela ardesse e os tons de vermelho vivo escorriam pela minha pele até alcançar o chão de mármore branco.
-Você é uma garota forte [Nome] – eu não conseguia ver mas era Ryker que estava falando, em pouco tempo eu já conhecia a sua voz o suficiente para a odiar absolutamente.
As mãos dele alcançaram o meu rosto tirando os fios molhados da frente dos meus olhos – Quanto mais você resiste a falar alguma coisa ou as nossas brincadeiras – ele apertou o meu rosto entre as mãos – Mais vontade eu tenho de quebrar esse seu rostinho bonito.
Cuspi no rosto dele e ralhei entre dentes – Quebre então, porque você não vai conseguir nada de mim.
O comandante gargalhou e passou as costas da mão no rosto e em seguida me deferiu um tapa, a força fez com que meu rosto virasse e a pele gelada que estava mais sensível começou a latejar, passei a língua na lateral da minha boca sentindo o um novo gosto metálico - Você é insolente, mas mesmo assim tem algo que me atrai, seja boazinha comigo e me diga aonde está Miller e os outros alunos que escaparam.
Eu mantive a minha boca fechada, Ryker segurou a ponta da arma que estava no meu ombro e girou, tranquei meus dentes não me permitindo dar a ele a satisfação de me causar dor – Porque vocês insistem em não colaborar... Estou fazendo uma pergunta.
Mesmo a dor sendo excruciante e com meus músculos contraindo de agonia, mantive a minha boca fechada, não mancharia a honra do vice-diretor Telles. Minha visão começou a ficar embaçada senti a minha consciência se esvaindo lentamente, nesse momento ele soltou o objeto aliviando a pressão.
-É uma pena que eu não posso te matar – ele disse se afastando - Você é essencial para executar o plano da Gaia.
-Vejamos, vejamos... – ele me rondou tirando a lâmina do meu ombro fazendo com que um novo rio de tom carmesim nascesse – É uma bela obra de arte que eu tenho aqui, mas ainda falta um pouco de vermelho.
Ele cravou a lâmina que me impedia de usar energia amaldiçoada na perna direita e mais uma vez eu vi a minha pele se banhando em sangue.
Ele puxou minha cabeça pra trás aproximando o rosto do meu, senti o ar quente da sua respiração bater no meu pescoço.
-Eu vou te quebrar de todas mas maneiras imagináveis e inimagináveis – ele sussurrou no meu ouvido puxando meus cabelos – E quando isso acontecer você não vai passar de uma cadela obediente.
A crueldade dele era sem tamanha, pânico me tomou, era como estar com uma maldição que falava suas intenções com clareza e lentamente, apenas para causar ainda mais desespero.
-Ryker – uma nova voz chamou, essa era séria e autoritária – O que pensa que está fazendo? Tenho certeza que nossas ordens não diziam nada sobre torturar a garota.
-Pacome – ele disse e se afastou levantando as mãos como se estivesse se rendendo – A missão de recuperação é minha, tenho o direito de cuidar da minha prisioneira da maneira que eu quiser não é?
-Não, você não tem, era sua obrigação levar a garota direto para Vega sabe disso. – Então num piscar de olhos os dois avançaram na direção de um ao outro mandando uma onda de choque pela sala Ryker tinha uma adaga em mãos enquanto o outro que eu supus que se chamava Pacome tinha algo que lembrava um bastão.
Os dois se afastaram e logo em seguida o que eu imaginei que fossem soldados entraram na sala e começaram a me soltar, eles me transferiram para uma cadeira de rodas mas mesmo assim mantiveram a lâmina cravada na minha perna.
-Tsc – Ryker disse se afastando – Você sempre se interfere nas minhas coisas.
-Se eu interferisse sempre Telles ainda estaria vivo. – ele rebateu - Levem a garota daqui e tratem seus machucados.
-Ela consegue fazer alguns truques interessantes mantenham essa bela lâmina no lugar onde está se não quiserem ter problemas depois.
Me levaram para uma sala onde algumas garotas colocaram curativos nas minhas feridas para que eu não morresse se hemorragia, na minha perna deram um jeito de enfaixar o ferimento mantendo a arma ainda na minha carne. Me vestiram com algo que se assemelhava com uma túnica grega antiga, o tecido era leve e branco botões prendiam as alças nos meus ombros na cintura um cordão de ouro e a saia que parava acima do meu joelho.
De volta a cadeira de rodas, me levaram para algum outro local foi quando eu comecei prestar atenção nos arredores. É claro que o local era uma instalação gigantesca e julgando pela quantidade de luzes artificiais e ausência de janelas eu imaginava que era subterrâneo. Uma grande porta escura surgiu na minha vista, e atrás dela o que eu encontrei foi ainda mais impressionante.
Não estávamos embaixo da terra, e sim embaixo do mar a minha frente uma parede inteira feita de vidro mostrava uma imensidão de azul, na frente dela uma única figura parecia estar me esperando. O local estava escuro não me deixando perceber nada dos meus arredores, fazendo com que um frio subisse a minha espinha.
Pela silhueta parecia uma figura feminina e isso se confirmou quando se virou e disse
-Finalmente nos encontramos, princesa do tempo.
***
A sala estava completamente cheia de mapas e informações, telas monitoravam o movimento no mercado so submundo, a televisão estava ligada caso houvesse alguma manchete suspeita no noticiário e a mínima informação desse uma pista.
Akio estava investigando tudo que conseguia enquanto Kento-kun seguia desmaiado, as informações que o jovem tinha eram vitais para saber de fato os ocorridos da tarde do dia anterior. Foi enquanto analisava alguns relatórios de voos internacionais que um chamado urgente surgiu, ou melhor chegou até ele.
Sarotu Gojo apareceu na sua frente num piscar de olhos o garoto cambaleava com a mão segurando firmemente o ombro enquanto se escorava na parede da sala, sua feição geralmente cômica e sarcástica estava tomada por dor e confusão.
Sem perder tempo Akio andou até o garoto o ajudando a se manter em pé.
-Gojo-kun – o mais velho disse – O que aconteceu? Está ferido?
O rapaz levantou seus olhos respondendo com uma voz baixa – Não... Eu não.
O assistente ajudou o rapaz a se sentar no sofá da sala enquanto teorizava o que poderia estar acontecendo, Gojo soltou um silvo de dor antes de parecer se acalmar ele estava sem os característicos óculos então era fácil para Akio ver a confusão em seu olhos.
-Você acabou de sofrer da partilha da alma não foi? – o mais velho perguntou enquanto se virava de costas para o jovem – Um link que permite ao outro sentir e ver o que você está sentindo enquanto a linha do destino estiver ativa.
Ele se apoiou com as costas na mesa e cruzou os braços esperando que Gojo respondesse, o mesmo abaixou a cabeça e passou as mãos pelos cabelos claros. Ele não havia acreditado na garota na primeira conversa que eles tiveram, mas sentir havia sido algo completamente diferente e agoniante.
Seu próprio peito se contraindo e apresentando uma sensação nova e desconhecida, porém regada com uma tristeza profunda.
Satoru viu em sua mente a visão clara de um chão de mármore branco manchado por tons claros e escuros de vermelho, a sua frente um homem andava segurando uma arma amaldiçoada. Seu ombro latejava ainda se lembrando da dor excruciante que havia sentido e junto com isso os sentimentos de medo e desespero que pertenciam a garota com qual ele tinha a conexão.
Isso antes da arma ser direcionada para a perna da garota cortando a ligação.
-Eu não acreditei muito quando vocês me falaram – ele começou a falar um pouco culpado, afinal Akio era uma pessoa que ele respeitava. – Mas não tenho como ignorar as imagens e as sensações que não são minhas, ela... Está com problemas Akio.
O assistente se levantou e jogou um caderno na direção do aluno – Tudo que descobrimos na pesquisa sobre a linha do destino está neste caderno, você pode ler com calma depois. Mas nesse momento eu espero que me ajude a encontrar [Nome] já que aparentemente você é o único que pode fazer isso.
Gojo olhou para o caderno em suas mãos, não podia negar que se sentiu ao menos interessado na garota, afinal não era comum ver energia amaldiçoada flutuando como fios ao redor de uma pessoa.
Mas quando o assunto se tornou mais sério e ela de fato explicou o que estava acontecendo, ele havia perdido um pouco da curiosidade, as coisas que davam trabalho demais ele geralmente achava um saco.
-Não vi muita coisa além de um rio de sangue – ele disse – Mas tinha uma arma amaldiçoada, provavelmente uma como a lança invertida do paraíso. Deve ser o que está impedindo essa... Ligação constante.
Satoru franziu a testa e apoiou a mão no rosto - De repente estou me sentindo como um celular – ele murmurou recebendo um riso do assistente.
-Já é algo, encontre Yaga-san e descreva como que era a arma que você viu, podemos começar a rastrear depois disso – Akio falou e continuou – E Satoru, obrigado.
N/A: Eu fiquei muito feliz com esse capítulo pra ser sincera, com o desenvolvimento é claro não o fato da nossa querida [Nome] estar sofrendo nas mãos do Ryker. Mas nossa eu li e reli e mudei descrições umas 5 vezes.
Os planos emocionais daqui pra frente, agora que o Gojo sentiu a veracidade na história ele vai começar a se envolver mais e a colaborar, enquanto descobre seus próprios sentimentos e entende como que essa ligação dos dois funciona.
Passou da curiosidade para "tá legal o que é isso que estou sentindo e porque".
Então esse é o ponto onde a construção do romance começa, apertem os cintos e continuemos nessa viagem espaço-tempo doida.
Peace!
Até a próxima att. Xx
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