A estação de trem construída em 1914 se erguia bem na porta de entrada da capital de Tóquio, o local ideal para viajantes, a fachada de tijolos vermelhos e luzes amarelas fazia parecer que estava em algum local da Europa e não no meio do coração do Japão.

Como esperado o local estava cheio de pessoas, indo e vindo freneticamente. Fossem turistas, funcionários ou trabalhadores que passavam por ali para voltar para o conforto de seus lares.

Satoru assim como eles andava no meio do formigueiro humano procurando por Akira – forçadamente é claro, jamais faria isso por vontade própria -, uma bolsa nas costas era tudo que o acompanhava.

No relógio da estação os ponteiros quase marcavam sete horas da noite, o horário mencionado pelo descendente de Akio-san, parado teatralmente bem no meio do saguão o homem se apoiava na alça da mala de rodinhas.

-Sabia que faria a decisão certa dessa vez. – disse sorrindo sarcasticamente.

-Não é como se eu tivesse muitas escolhas.

Akira deu de ombros – Até teria, se quisesse, mas desse jeito foi mais fácil. Não o julgo faria o mesmo se estivesse em sua posição.

-Não se preocupe como eu disse, não tenho motivação alguma para causar mal. – Akira colocou a mão no paletó e tirou um bilhete lhe estendendo em seguida, era do Tokaido-Sanyo Shinkansen a linha de trem-bala que ligava Tóquio a cidade portuária de Hakata um distrito de Fukuoka.

A cidade tinha templos e santuários conhecidos, mas também era um centro tradicional de produção de bonecas típicas as Hakata ningyo.

-Vamos, eu vou te explicar mais no caminho – ele indicou a direção da plataforma e saiu andando. Não havia mais maneira de voltar.

Assim que entraram viu que o homem tomou a direção para as cabines verdes, que eram consideradas de primeira classe. As cinco horas de viagem seguintes seriam bem confortáveis.

-Sei que não confia muito em mim então vou deixar isso com você, pode analisar nosso itinerário. – o mais velho se jogou na poltrona depois de colocar a própria bolsa num maleiro - Meus antepassados deixaram escrito que um dos possíveis locais para guardar o contrato era uma terra que sofreu um casamento entre mercadores e samurais. Como deve saber isso aconteceu no século dezenove com Hakata e Fukuoka.

-É uma informação bem recente pra algo que deve ter acontecido a mais de alguns mil de anos atrás. – Gojo retrucou.

-Não discordo,  informações que foram passadas de geração em geração sendo transcrita para se adequar a seu tempo, antes disso provavelmente Hakata era descrita como local da batalha de Bun'ei, referente ao marco da invasão dos mongóis.

-Enfim, a história já passou. – concluiu balançando a mão - É um pouco desconhecido, mas uma das famílias que se juntaram aos Zenins a centenas e milhares de anos, supostamente era dessa região e pode ter sido o ramo da qual a ancestral de [Nome] de originou.

Gojo olhou a lista passando os olhos pelos escritos, Nara, Kyoto, Arashiyama, Kamakura, Wakayama, Iwate, Nagano, Miyajima.

-São todos locais com templos – observou.

-Sim, em algum ponto todas essas cidades de envolveram com o mundo jujutsu – Akira concluiu e fechou os olhos. – E de certa forma ou com a sua família, ou com a dela, mesmo que em ramos distantes.

Satoru Não respondeu apenas fez questão de gravar na memória todas as informações que tinha no pequeno documento. Silêncio se instalou entre eles.

-Akio-san... Teve uma boa vida não teve?

Não era tão próximo do antigo assistente como [Nome] foi, mas gostava dele o suficiente para ter ressentimentos em relação a sua morte.

-Pelo que as escrituras dizem sim, viveu uma longa vida teve alguns filhos e passou o conhecimento que tinha para frente. Sem nunca se esquecer do que deixou para trás é claro – de longe aquele foi o tom mais sincero que ouviu na voz do homem e talvez o menos insuportável. Embora estivesse entrelaçada com algum sentimento hostil que Satoru não conseguiu identificar – E fazendo absolutamente de tudo para que as informações chegassem até vocês,  nos dias de hoje.

Akira geralmente era sarcástico e cheio de respostas atravessadas, parecia um tanto quanto normal ali. Quase com Akio-san.

-Não preciso que você goste de mim Satoru-kun – ele disse ainda de olhos fechados – Preciso apenas que você trabalhe e colabore comigo.

-Você só está se fazendo mais suspeito falando esse tipo de coisa. O que está escondendo Akira-san? Fale a verdade e talvez eu possa confiar um pouco em você.

Ele soltou uma risada grave e irônica – Theodore me disse o mesmo quando conversamos pela primeira vez. Vocês se dariam bem, isto é... Se ele estive vivo.

Gojo ainda não estava pronto para a conversa que deveria ter com [Nome] depois que acordasse sobre o verdadeiro pai dela, então sobre essa provocação nem mesmo ele teve com o que responder.

Felizmente Akira deu sequência no assunto - Por que acha que minha família se empenhou tanto para proteger as informações de Akio através dos anos? Não foi apenas boa vontade, embora eu acredite que a sensação de ter um propósito para sua vida tenha sido apreciada pela maioria dos antigos.

Surpresa o tomou e se virando para o homem encarou sua feição séria descobrindo o que era aquele sentimento que havia detectado, não decifrado anteriormente, era rancor – É uma maldição.

Estava longe de ser uma pergunta, era uma afirmação. A única coisa que forçaria alguém a fazer algo nesse mundo era o medo de uma punição, e entre os feiticeiros jujutsu a maldição era a mais comum delas.

Akira abriu apenas um olho para o olhar e o fechou em seguida – Bem que me falaram que você é esperto.

-Qual é a punição para a quebra do contrato? – perguntou o jovem tentando cavar um pouco mais de informação.

-O clássico sabe, morte. – Akira suspirou antes de ajeitar na cadeira, Gojo não achou que era mentira mas também não acreditou que era somente aquilo – Sou Infelizmente apegado demais a minha vida, então vamos seguir com os planos dele até que tudo seja resolvido.

-Você vai conseguir os termos por cima do seu e eu serei liberto do meu – então virando o rosto Akira sorriu cinicamente. – Será bom trabalhar com você Satoru-kun.

N/A: Hellous!

Quem está animade pra saga do Gojo? Eu estou!

*insira aqui sticker do sapo psicodélico*

Uma coisa que eu ainda vejo as pessoas confusas sobre – Akio –san e Akira.

Akira é um homem, descendente do Akio-san.
Akio foi pro passado quase morreu (nesse momento ele teve uma "visão" da Nome chamando ele de pai) e quando acordou encontrou o amor da vida dele que foi a pessoa com que se casou e teve descendentes.

É isso, não tem grandes complicações sobre.

Vejo vocês na próxima atualização, que provavelmente será em duas semanas.

Até mais, Xx