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Love Game


-Pare de roubar – joguei as cartas na minha frente – Você não tem vergonha Akira? Você está furtando uma adolescente debilitada.

O homem estava sentado na outra ponta da minha cama e entre nós tinha um monte de pacotes de doce, enquanto isso ele sorriu puxando mais alguns pacotes em sua direção enquanto as cartas de baralho voltavam para a minha mão para embaralhar.

-Não estou roubando, você que é extremamente ruim – o homem abriu um pacote de doce e virou o conteúdo na boca. Construir uma amizade ele disse, no fundo acho que ele só queria uma desculpa para poder agir como um adolescente. – Já que eu ganhei, tenho direito a uma pergunta não é? Foi o que combinamos.

Arrumei o baralho na minha mão – Infelizmente, o que quer saber?

-Vamos manter as coisas simples, sua estação favorita do ano – coloquei as cartas na frente dele e em seguida na minha.

-Outono – respondi – Gosto de como as folhas ficam alaranjadas, e o clima mais frio. Mas ainda não tão congelante.

-Justo, aceito essa resposta – ele virou as cartas e manteve o olhar sério, eu ganharia dessa vez com certeza. Estava tão concentrada que não vi a figura que se materializou do nosso lado.

-E eu achando que Akira estaria te torturando com as conversas chatas dele, mas parecem estar se divertindo bastante.

-Satoru-kun – Akira sorriu de lado, o pior lado dele começando a aparecer – Chegou numa hora proveitosa [Nome]-chan acabou de apostar a camiseta.

Senti meu rosto esquentar e lancei o travesseiro que me servia de apoio na direção dele, do jeito que eu podia é claro, já que as minhas forças estavam longes de serem iguais foram um dia. Então, mal fez cócegas nele.

Antes que eu pudesse fazer mais alguma coisa, a luz que estava acima de nossas cabeças estourou, e eu senti um puxão sendo feito na minha própria energia amaldiçoada. Assim como no dia em que o poste estourou.

-Satoru – chamei, os olhos dele se mantinham fixo em Akira, o maxilar travado e as mãos em punho. – Estamos apostando doces, apenas isso.

O homem sentado na minha cama sorriu cínico – Vou chamar a manutenção para trocar a lâmpada. A propósito, ganhei essa também.

Ele saiu da cama e em seguida do quarto me deixando a sós com Gojo, joguei as cartas na minha frente e em seguida me inclinei para assaltar a pilha de guloseimas de Akira. Enquanto isso, a única luz que entrava era a que passava pela porta aberta.

Os olhos de Satoru brilharam na minha direção, energia e matéria. Precisávamos ter cuidado em como manejar a nossa energia amaldiçoada, principalmente quando estávamos perto um do outro, balancei a cabeça o encarando.

-Nós precisamos conversar – disse com o tom de voz sério – Preferia que estivéssemos fora do hospital, mas o momento é um tanto quando propício.

-Hum... Conversar sobre o quê? – sua personalidade virou do 180° graus – Métodos de matar e enterrar Akira? Não é muito o meu estilo, mas posso abrir uma exceção pra você.

-Apenas pare com isso – falei – De agir como se fossemos... Algo concreto. Eu sou grata por ter me escutado e me salvo, mas antes disso a última memória que eu tenho de você, é falando que se recusava a me ajudar a descobrir o que acontecia com o contrato.

-Você duvidou de mim naquela época – falei lembrando da nossa discussão. – Achou que fosse um esquema pra dar em cima de você.

-Sei dos sentimentos que apareceram, acredite em mim, eles estão aqui também. Mas não significa que sejam cem por cento meus ou seus – continuei -, o contrato e toda essa história de sermos pessoas reencarnadas, ou repetição de eventos tanto faz. São lembranças daqueles que vieram antes de nós.

Dei uma pausa antes de finalizar.

- O que escolhemos fazer com eles, continua sendo uma escolha minha ou sua. 

Ele olhou para baixo, acho que ele não está acostumado a ser encarado de frente dessa maneira. – Quando eu senti o que você estava sofrendo na mão de Ryker, foi a primeira vez que eles apareceram, pode ter sido por conta da linha, ou seja lá o que for. Mas eu sabia que precisava te achar, cada fibra do meu corpo gritava por isso.

-A minha mente me condenava por ser tão tolo em debochar de você, talvez você nunca tivesse passado pelo que passou. Sei exatamente o que recebi do meu eu antigo e o que sinto agora.

-Não quero que você se sinta obrigado a alguma coisa, por culpa, remorso ou arrependimento. O que aconteceu já foi, você não mudaria nenhuma das suas ações porque você é assim Satoru – tomei uma pausa e continuei. – Você não me deve nada e eu não devo nada a você.

-Eu gosto de você [Nome] – o rapaz respondeu –, genuinamente. O meu eu antigo te ama como se fosse a coisa mais importante que existe na face da terra. E não é esse sentimento que eu estou falando, é um novo muito mais inocente e inexperiente do que esse que fica martelando no fundo da minha cabeça.

-Por quê? – perguntei – Por que agora? Não pode esperar que eu acredite que passei da novata do primeiro ano para interessante de uma maneira natural, você não gosta de mim.

-É algo muito feio tentar nomear os sentimentos dos outros [Nome]-chan – Satoru se aproximou – Se serve de alguma coisa eu te achei interessante no momento que fatiou aquela maldição bem acima da cabeça de Akio-san. A estrangeira de olhos bonitos e a linha vermelha flutuante.

-Você a viu, por que nunca disse nada?

-Não achei que alguém iria acreditar, afinal akai ito deveria ser apenas uma lenda. Na luta com o Toji... Você estava lá também, eu poderia ter partido naquele exato momento se não fosse pela sua técnica.

Joguei a minha cabeça para trás a apoiando na parede – Quando eu estava apagada, de alguma maneira encontrei com a minha ancestral. A linha que vemos não é a akai ito, é uma algema, nos prende um ao outro mais do que nos guia a se encontrar.

Olhei para o lado – Não estou falando que não te quero por perto, seria hipócrita se falasse isso. – disse mais para mim mesma do que para ele - Mas tente ser meu amigo antes de...

Não consegui terminar a minha própria fala, sabia o que eu sentia embora fosse algo muito recente pra minha consciência, o sentimento esteve crescendo dia após dia enquanto eu tentava escapar da própria escuridão da minha mente.

Ele era tão livre para decidir suas ações quanto eu.

- Se quer que eu prove que o que sinto é verdadeiro, tudo bem, respeito a sua decisão. – nesse ponto ele já estava ao lado da minha cama, Satoru se inclinou na minha direção se aproximando do meu rosto - Mas sabe de uma coisa [Nome]-chan não é incomum amigos se apaixonarem.

Antes que eu pudesse responder ele beijou a minha bochecha e se afastou – Te vejo amanhã.

-E a propósito – parou e sorriu - Akira está blefando, essa rodada é sua.







N/A: Lembretes! Finalmente lembrei de comentar.

Sobre essa conexão deles, vi que tem gente comentando sobre ACOTAR, bom eu li os livros.

Mas a parte da história que mencionava essa ligação já existia antes disso, inclusive foi uma pessoa (maravilhosa) que leu um trecho de Sýndesis antes de eu postar que mencionou a série pra mim, como uma boa referência de como trabalhar esse aspecto. (Nessian meu tudinho)

Gojo e Nome, o que falar... Ambos passaram por muita coisa sem realmente ter tempo para parar e pensar sobre a relação deles, juntos. Sim a maior parte dos sentimentos veio do passado, e existe algo novo por parte de ambos. Mas não posso ignorar a história que veio antes do arco de Prometeu, eles mal interagiram.

Então por favor não desistam de mim, e acompanhem a saga de Gojo Satoru para conquistar Nome e sua cabecinha dura.

Até semana que vem! Xx

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