36# - Lamentações e Estratégias
O dia seguinte foi negro na capital. Choro e pranto por todos os lados, e a morte do imperador havia seriamente a corte imperial. Meiji, seu filho, organizou a cerimônia para que todos pudessem despedir-se de seu pai, então Terui e seus companheiros compareceram.
- Aquele desgraçado não tem limites - disse Akutsu - envenenou o Imperador, como ele se atreve.
- Estou sentindo pena de Meiji, porque ele tem praticamente a nossa idade - respondeu Naomi.
- Eu vou tentar falar com ele - Terui levanta e vai ter com Meiji, mas ao chegar perto é parado pelos guardas que protegiam o novo imperador.
- Quem é você, o que queres com o imperador - disse um deles mau humorado.
- Eu só quero falar com ele...
- Terui? - Meiji havia visto ele - Deixem-no vir até mim.
- Como estas? - disse Terui sentando ao seu lado - Lamento mesmo pela morte de seu pai.
- Obrigado, mas agora tenho de tomar o lugar dele, e tenho medo de acabar pior que ele.
- Não digas isso, nós estaremos sempre aqui para proteger você.
- Fico feliz por ouvir isso, é mais tarde passe pelo palácio, preciso te mostrar algo.
- Está bem, eu irei.
A cerimônia foi calma e sem imprevistos desnecessários. Após o enterro, cada família foi em sua casa, mas o luto iria continuar durante algum tempo. Já em casa, Terui e seus amigos conversavam:
- Quando vocês acham que a guerra vai começar? - perguntou Akutsu.
- Ainda ninguém sabe, mas será muito em breve - respondeu Hikaru triste.
- Vai correr tudo bem - Terui levantou - Meiji me pediu para ir ao palácio, alguém quer ir comigo?
- Eu - disse Mizuki levantando, Naomi queria, mas foi lenta demais - Não tenho nada de interessante para fazer.
- Certo, vamos - abriu a porta e os dois saíram.
No caminho, Mizuki resolveu desabafar.
- Olha, desculpa por aquelas coisas que fiz pra você na academia.
- Para ser sincero, até já tinha esquecido, mas aceito as tuas desculpas.
- Ainda bem, mas...espera aí, é normal a entrada estar assim vazia?
Eles estavam bem na frente do palácio real e não havia absolutamente ninguém.
- Claro que não é, a porta está entreaberta, pega na tua espada, iremos entrar para ver o que se passa.
Entraram lentamente e esconderam-se de imediato, porque haviam várias homens vestidos de preto da cabeça aos pés e entraram no salão principal às pressas.
- Mas o que está acontecendo aqui - perguntou Mizuki assustada.
- Isso iremos descobrir agora mesmo, me siga e esteja preparada - respondeu Terui avançando.
Foram até a porta, e quando iam encostar-se nela, a mesma abriu sozinha e eles acabam dando de cara com um salão cheio de samurais de preto. Um deles retira a máscara e revela ser Meiji e começa a rir.
- Têm de ver as vossas caras agora, mas apesar do medo, vi determinação. Eu sei que não iriam deixar serem capturados sem dar luta.
- O que vocês estão fazendo aqui vestidos assim, quase que nos mataram de susto - reclamou Mizuki.
- Acalmem-se, é só uma simulação, todos irão voltar aos seus postos agora - Meiji estalou os dedos e a maioria saia de sala, ficando apenas eles e dois generais - Terui e a sua amiga, você irão me acompanhar enquanto os generais ficarão de guarda.
Foram até uma mesa grande onde havia um mapa bem preciso do Japão e os seus vizinhos.
- Acho que já sabes que uma guerra irá começar em breve contra o clã Tokugawa, é tudo indicava que estávamos com toda vantagem: tropas, armas e estratégias, até que... - Meiji apontou para uma zona que estava perto da costa sul do Japão - Um espião nosso informou-nos que o clã estava explorando um templo muito antigo da era dos primeiros dominantes da chama, encontraram um artefacto antigo, que pode favorecer fortemente eles na guerra.
- E o que o artefacto faz? - perguntou Mizuki curiosa.
- Contém um demônio poderosíssimo, que no passado atormentava a terra, mas felizmente os primeiros dominantes da chama derrotaram-no e aprisionaram ele em um vaso decorativo de ouro - Meiji sentou-se - E se ele usar isso, será o nosso fim.
- Ele não fará isso - Mizuki e Meiji olharam surpresos para Terui - Não arriscaria a vida de seus homens assim, ele pode ser impiedoso, mas a honra dele está acima, então será o último recurso.
- Uhm, que boa maneira de pensar, mas..., achei melhor previnir - Meiji estalou os dedos outra vez e apareceu um homem mascarado ao lado dele - Acho que já conhecem este homem, Noby.
Retirou a máscara, Terui e Mizuki ficaram espantados, como é que ele estava vivo?
Mizuki começou a lacrimejar e andou até ele, dando um leve soco em seu ombro.
- Nós choramos por você, até um funeral fizemos - Abraçou ele chorando - Como pode!
- Eu acho que devo a vocês um pedido de desculpas e uma explicação.
- É melhor teres uma boa explicação para fingires a tua morte - disse Terui com uma cara séria.
- O meu pai é que ordenou, ele apenas aproveitou o momento - Interviu Meiji - Ele foi a melhor indicação, mas para o disfarce dar certo, ele tinha de morrer, não o culpem pela vossa dor.
- Eu acho que já fiquei aqui por tempo demais - disse Noby incomodado - Só vim para informar que Yoshinobu já está mobilizando as suas tropas e o artefacto já está em sua posse.
- Que desgraçado, eu irei informar os generais para reunirmos as nossas tropas também - respondeu Meiji pensativo - Pode voltar, reúne mais informações.
- Sim, meu senhor - Noby colocou a máscara e olhou para Terui - Um dia compreenderás.
Desapareceu em um instante, deixando eles três sozinhos.
- Então, quem quer um chá?...
Fim de Capítulo.
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