23. Mágoas
"estou com os dois pés à beira do abismo
você vai vir e me salvar?
vou dar um passo final"
- hate me | nico collins -
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Dongmyeong e Dongju geralmente almoçavam juntos na lanchonete da faculdade, algumas vezes seu irmão se juntava com outros trainees que ali estudavam deixando o mais velho desconfortável, preferindo assim ficar sozinho, como foi o caso dessa vez. Antes reclamava, mas agora, agradeceu imensamente, poderia colocar seu plano em prática. Foi até a lanchonete, comprou uma lata de refrigerante, olhou para os diversos rostos presentes mas nenhum era quem procurava. Saiu do local barulhento e foi para o jardim do local, logo a frente haviam algumas árvores altas que proporcionava sombras grandes, abaixo delas haviam mesas com bancos brancos, universitários sentavam ali fugindo da algazarra do refeitório. E lá estava ela, próxima ao largo tronco da árvore, sentada sozinha em uma mesa grande.
— Boa tarde. – Son para a frente da menina de cabelos verde-água azulado, difícil definir. Ela parecia inerte em seus pensamentos enquanto tomava café. Dongmyeong pigarreia.
— Ah! – Ela analisa o rapaz. — Boa tarde, moço.
Dongmyeong se senta no banco vazio, a menina franze o cenho, afinal, não tinha convidado ninguém para sentar com ela no almoço.
— Tenho um tema para o seu trabalho de conclusão de curso. – Son diz sem rodeios.
— O quê? – A garota observa o rapaz de cabelos avermelhados a sua frente, nunca o vira na vida. — Como sabe que estou no último ano?
— Já te vi no Kime's Café. – Sim, já a vira na cafeteria de Youngjo, no dia ela trajava uniforme do curso, por isso não foi difícil descobrir mais sobre a garota. — Percebi que muitas pessoas te conhecem aqui no campus.
— Você é esquisito. – A menina se levanta e passa por Dongmyeong, que segura seu pulso.
— Tenho uma proposta, apenas ouça, se for ruim, você pode ir embora e nunca mais falar comigo.
A garota observa o semblante do rapaz, parecia exausto, haviam tantas olheiras sob seus olhos que qualquer um diria tranquilamente que aquilo era algum tipo de maquiagem, seus lábios estavam sem vida e a raiz de seu cabelo tão grande que logo daria quilômetros. Revira os olhos e suspira. Retorna ao seu lugar e aguarda o moço falar. Dongmyeong lhe diz que cursa cinema e também está em seu último ano, precisava fazer seu último trabalho, decidira produzir um documentário sobre a vida noturna de Busan, e era aí que a menina entrava em todo seu plano.
— ... Você faz jornalismo, entraria na parte jornalística. – Son da ênfase na última palavra. — Enquanto eu vou, principalmente, com a parte audiovisual. Vamos descobrir os lugares que os jovens frequentam, as festas.
— Fazer um documentário sobre a burguesia da cidade? – Ela sorri sem graça. — Você é tapado?
— Quem sabe podemos descobrir sob efeito do quê eles se divertem. – Sem ligar para a pergunta da garota. — Tudo o que você quer é um grande furo de reportagem para ser finalmente reconhecida.
A garota a sua frente fizera inúmeras tentativas para conseguir um furo jornalístico durante os quatro anos de curso, seu maior sonho era ser notada pela CNN internacional, assim poderia ir embora do país com um emprego garantido. Dongmyeong conversou com seus colegas, amigos próximos e professores alguns dias antes, descobriu também que a menina vinha de uma família rica e importante, no entanto, seus pais a tratavam apenas como a futura herdeira de toda a rede de advocacia que estavam com eles há gerações, dissera a família que estudaria jornalismo para ter controle sobre a mídia, logo em seguida faria direito, mas seu objetivo era sair do país e não voltar mais.
— Como sabe tanto sobre mim? – A menina estala a língua, uma mania que viera junto com as crises de ansiedade.
— Quando preciso de algo, eu corro atrás. – Son ajeita o cabelo bagunçado pelo vento. — Sei também que seus pais não sabem dos seus planos de ir embora... Imagina o que fariam se descobrissem.
A jovem franze o cenho incomodada com as palavras do rapaz, estava sendo chantageada em pleno campus, pensou em suas possibilidades e sabia bem que seus pais acreditariam em qualquer pessoa, até mesmo em um mendigo, menos nela.
— Meu nome é Kim Dahyun. – Ela estende a mão. — Vai ser um prazer trabalhar com você.
Dahyun sorri largamente, como se toda a conversa anterior tivesse sido anulada. Precisava de um furo, não importava o caminho.
— Son Dongmyeong. – Ele aperta a mão da garota. — Fico feliz em saber disso.
,眼泪。
As palavras de Kanghyun fizeram morada em suas lembranças durante a semana, os dias iam e vinham de forma rápida, nada mais parecia palpável a ponto de poder controlar, não a toa tomou uma decisão que não gostaria de tomar. Pediu ao seu chefe para que o liberasse mais cedo, trocou seu uniforme e saiu da cafeteria, caminhou por entre as pessoas notando como todas pareciam ocupadas demais em seus mundos particulares, era triste pensar como a maioria deixavam coisas boas passar por estarem preocupadas com acontecimentos corriqueiros.
Até mesmo o céu estava soturno, nuvens encobriam o crepúsculo, deixando apenas o vento gélido tatear sua pele. Melancólico chegou ao seu destino, tanto a fachada quanto as paredes do local eram pretas, uma parte era feita de vidro, dando visão aos clientes da academia, lá estava ele. Sentou no meio fio e aguardou sua saída. Como não houve pôr do sol, a noite chegou logo, com ela o vento ainda mais frio. Escutou vozes de um grupo de pessoas saindo do local.
— Vê se não arruma mais treta por aí. – Disse um rapaz.
O grupo se despende e cada um vai para um lado. Menos um.
— Cya?
Giwook se levanta e gira nos calcanhares, vendo seu melhor amigo ainda com hematomas por todo o rosto, provavelmente tomara banho antes de sair, já que não estava suado e exalava seu perfume amadeirado que sempre usava.
— Tava me esperando? – Leedo estranho a atitude. — Tá tudo bem?
— Vim me despedir. – Giwook diz sem rodeios, era menos difícil assim. Viu a expressão de dúvida do amigo. — Agradeço sua amizade, mas preciso de um tempo, por isso vou me afastar.
Giwook não espera o amigo responder e se vira para ir embora, Leedo segura seu ombro, sua cabeça atordoada o fez lembrar da noite em que brigou com Kanghyun, não era do feitio de Lee tomar uma decisão drástica assim.
— Giwook, espera! – Leedo puxa seu ombro para que pudesse olhar em seus olhos, mas sem sucesso. — O que tá acontecendo?
Lee sustenta as lágrimas que queriam descer, sente a garganta se fechando e ar lhe faltava. Sentia o olhar de seu amigo pesaroso sobre seu ombro, gostaria de se virar e gritar. Gritar o mais alto que pudesse. Gritar todas as palavras guardadas por todos esses anos. E assim, finalmente se libertar de tudo o que lhe fez mal. Suspirou pesadamente, sabendo que ainda não era hora para isso.
— Me deixa, Geonhak! – Se afastou rapidamente sem deixar brechas para o amigo, ou seria ex-amigo? Era doloroso demais pensar nisso agora. Apenas foi embora. Deixou Leedo para trás. Era preciso. Porém, seu consciente não acreditava nisso. Lágrimas tomaram seu rosto junto ao vento gélido, caminhou por entre as pessoas e não notou quando o mundo voltara a ser cinza. Tudo voltou ao seu estado de angústia.
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// agora dongmyeong se juntou a dahyun, quais as chances disso dar certo?
// se estiverem gostando, não esqueçam de curtir
// obrigada por ler
// até sexta ❤️
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