13. Semitério
"a lua está cheia, o ar está parado
de repente, eu sinto um calafrio
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esqueletos dançam, eu amaldiçoo este dia
e a noite quando os lobos uivarem
escute atentamente e poderá me ouvir gritar
eu não quero ser enterrado num cemitério de animais
não quero viver minha vida outra vez"
- pet sematary | ramones -
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Os dias deixaram de ser constantemente monótonos para frequentemente estranhos. Todos a sua volta pareciam diferentes, Leedo se afastou, Dongmyeong parecia estar sempre inerte em seus pensamentos e Kanghyun não apareceu mais no café, nem mesmo respondia suas mensagens. Tudo estava ruim. Precisava conversar com alguém, mas tinha apenas Kim e ele estava longe, era uma atitude típica do rapaz quando alguém o magoava, Giwook estava acostumado, estranhou as primeiras vezes que brigaram, pois Leedo ficava semanas sem conversar, até que o mesmo lhe explicou que precisava de tempo para não fazer algo que pudesse se arrepender depois, já que não gostava de se arrepender.
— Boa tarde, moço, será que pode me atender? – Giwook é forçado a voltar sua mente para a cafeteria, uma jovem estava a sua frente, como um unicórnio com a roupa toda colorida.
— Desculpe. Qual é o pedido? – Lee se aproxima do balcão, analisando a menina de cabelos verde-água com rosa.
— Frapuccino e... – Ela apanha o menu e busca por algo. — O que é isso? – Aponta para uma imagem.
— Pão doce recheado com goiabada. – Era uma receita nova de Youngjo.
— Então quero isso também. Vou sentar naquela mesa. – Ela aponta para uma mesa vazia próxima a janela.
— Tá bem. Como se chama?
— Dahyun, por quê? – A garota o observa desconfiada.
— Procedimento padrão para anotar o pedido. – Giwook se segura para não revirar os olhos, a menina a sua frente o irritou apenas por estar respirando o mesmo ar que ele.
Lee organiza a bandeja e leva o pedido para a menina unicórnio, que o agradece, embora sua expressão demonstrasse raiva, era uma pena não poder lhe lançar seu melhor olhar de desprezo. Retorna ao balcão e deixa sua mente vagar por todos os acontecimentos das últimas semanas, se dando conta, finalmente, como as coisas haviam mudado desde que conhecera Hyungu, era como estar em uma montanha russa, quase todo o tempo há uma nova subida ou descida, enfim, surpresas. Ainda não sabia lidar com tudo isso.
Clientes entraram. Clientes saíram. E mais um dia se findou.
Era o fim do expediente quando recebe uma mensagem de texto de Geonhak.
•LeeDodo•
— Hoje cheguei a conclusão que não estou mais puto com você, apesar de ainda ter vontade de te amarrar até que sua sanidade retorne ao seu corpo. Boa noite, CyA!
•Giwook•
— não é a minha sanidade que precisa retornar e boa noite, dodo
O garoto caminha pela calçada contente em saber que ao menos seu amigo voltara ao normal, um de seus maiores medos era perder Geonhak, o considerava imensamente, apesar de suas diferenças, conseguiam se entender como ninguém e isso era o que mais importava. Tão alheio estava em seus pensamentos que não notou as vitrines decoradas de maneira grotesca, com sangue espalhado pelos vidros, mãos e pés decepados, abóboras entalhadas, além dos típicos bonecos do Drácula e bruxas, era noite de Halloween, jovens e adultos caminhavam fantasiados, aparentemente havia uma festa próximo dali.
Um carro preto se aproxima lentamente do garoto, deixando Giwook assustado, o Impala 67 estaciona pouco a frente dele, logo abre a porta e o loiro sai de dentro, mantendo a porta aberta, sorri lateralmente aguardando Lee se aproximar.
— Te encontrei. – Kanghyun vestia calça jeans skinny rasgado e uma jaqueta jeans surrada, não usava camiseta, deixando seu corpo e tatuagens a vista.
Giwook, embora tentasse, não conseguia num primeiro momento desviar sua atenção, sentia as bochechas queimarem, e volta seu olhar para os olhos penetrantes do rapaz.
— Você me procurou? – Lee aponta pra si mesmo incrédulo.
— Sim. Precisei trocar de celular, então perdi seu número. – Ele apoia um braço sobre o capô do carro e o outro no vidro erguido, deixando sua barriga e tórax ainda mais a mostra. — Fui na cafeteria umas vezes e não te vi, mas ninguém escapa de mim.
— Não tentaria escapar. – Giwook nega com a cabeça, lembrando da última festa, quando saiu correndo sem dar ao menos uma única explicação.
— E se tentasse, eu não deixaria. – Ele segura a mão de Giwook, guiando até a porta do passageiro. — Feliz halloween, Lee Giwook, vou te levar a uma festa.
— Não sei se devo... – Não sabia explicar o porquê, mas sentia-se receoso.
Hyungu se abaixa para dentro do carro, aproximando seu rosto do garoto, olhando fixamente nos olhos do menino. Lee sentiu sua respiração e hálito de menta, seus olhos eram como um buraco negro, profundo e sem constelações.
— Você quer mesmo perder a oportunidade de ir se divertir? – Kanghyun sorri de lado. — Venha comigo.
Era difícil negar um pedido do loiro, ser contra algo que ele pedisse era como ir contra alguma lei, então Lee aceitou, relutante. Kanghyun lhe explicou que iriam a uma festa a fantasia, portanto, precisavam de fantasias. Foram até um shopping e o rapaz mais velho fez questão de pagar as vestes. Hyungu decidiu se fantasiar de Erik, de O Fantasma da Ópera, o que não foi tão difícil, precisou de uma boa roupa e a máscara, enquanto Giwook se fantasiou de Eric Draven, do filme O Corvo, comprou peruca comprida, roupas escuras, e por fim, uma atendente da loja lhe fez a maquiagem.
— Onde vamos? – Giwook tomava seu refrigerante azul, o loiro dirigia para fora do centro turbulento da cidade.
— Estamos chegando, Eric. – Hyungu olhou para o garoto e sorriu. — Será apenas coincidência que somos xarás de fantasia?
Lee sorri ao se dar conta disso, muito embora, O Fantasma da Ópera era chamado apenas de O Fantasma, seu nome real era Erik.
Após um longo percurso, finalmente chegaram ao destino, e para surpresa de Lee Giwook, o local era o antigo cemitério da cidade, ali já não havia mais espaço para enterrar os defuntos, por isso mudaram o local, deixando ali os mortos mais antigos. Não a toa era um local sombrio, na parte mais alta da cidade, por isso a neblina era densa e fria. Saíram do carro e foram até um mausoléu em ruínas, as plantas tomaram conta do local, parecia não ser limpo há séculos. Um grupo de pessoas estavam reunidas por ali, todas fantasiadas, não muito longe montaram uma fogueira grande que clareava e aquecia os presentes, música alta saía de uma caixa de som ao lado da construção, tocando, ironicamente, Pet Sematary.
— Finalmente cheguei! – Kanghyun se aproxima do grupo de braços abertos.
Giwook contou por cima, aparentemente haviam vinte e cinco pessoas aproxidamente. Kanghyun cumprimentava todos, deixando Lee perto da entrada do mausoléu, o vento gélido parecia craquelar sua maquiagem.
— Não devia ter vindo. – Yonghoon fantasiado de zumbi fumava um cigarro comum.
— Por quê?
— O que te leva a crer que uma festa num cemitério abandonado é uma boa opção? – Ele coloca o cigarro na boca e puxa a fumaça, deixando sair pelo nariz. — Devia repensar seu conceito de divertimento.
— Mas...
— E aí, irmão! Daora que veio. – Harin, fantasiado de Coringa, abraça desajeitado o mais baixo. Ainda segurando o ombro do garoto, lança um olhar enviesado para o amigo. — Yonghoon, você é um pé no saco, mano.
Yonghoon dá de ombros e se afasta dos dois revirando os olhos com lentes brancas, se sentia como um idoso em festa infantil. Sua vontade era de, definitivamente, enfiar seu pé no saco de quem teve a ideia de fazer uma festa ali.
— Aí, galera! – A pessoa que Jin queria enfiar seu pé no saco se aproxima da fogueira. Giwook nota que é o mesmo rapaz que anunciou a banda de Kanghyun no show. Hoje estava fantasiado de algum tipo de palhaço. — Vejo que temos carne nova no pedaço.
— Ninguém mais usa essa expressão, babaca. – Yonghoon acende mais um cigarro. Todos olham para ele como se fosse uma aberração.
— Pra quem não me conhece, sou Kim Hongjoong. – O rapaz passa a mão em seu mullet louro escuro. — Escolhi esse lugar, porque finalmente descobri a história desse mausoléu horrível. Só conto a história se toparem de brincar de verdade ou desafio comigo.
Todos estouram em gritos positivos, estavam curiosos e era impossível negar tal brincadeira, os presentes se sentam na grama seca, Giwook faz o mesmo, sozinho, já que Harin se sentou ao lado de Yonghoon um pouco mais distante. Kanghyun chega por trás de Lee, se sentando ao lado, cochicha em seu ouvido que caso sinta medo, que o abraçasse, fazendo o coração do garoto acelerar.
— Aliás, não vejo a hora de ser desafiado a te beijar.
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// primeiramente
// o cemitério com S foi intencional, inspirado 100% em pet sematary do filme e música, sou MUITO fã do filme sério (tanto os antigos quanto o remake) e do ramones também jkkkkkk
// pra entender o porquê do S assistam ao filme 😼
// bom agora sim
// o q acharam desse capítulo?
// particularmente acho esse cap meu xodózinho pelas referências que tem dos meus filmes favs
// enfim é isso, obrigada por ler
// até quarta ❤️
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