10. Desconhecido
"eu quero te amar, mas é melhor eu não tocar (não toque)
eu quero te abraçar, mas meus sentidos me dizem para parar
eu quero te beijar, mas eu quero isso demais (demais)"
- poison | alice cooper -
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Ambos ficaram ali trocando fumaças de boca em boca, até que suas percepções de tempo e espaço ficassem alteradas, notaram a ampliação da capacidade de perceber cores, a sinestesia passou a fazer parte de suas essências, Giwook não se sentia revigorado assim há tanto tempo que a sensação sentida agora era além de felicidade, era como se correntes de energia invadissem suas veias tomando o lugar do sangue. Sentia-se capaz de tudo agora.
Kanghyun notou a desinibição do garoto ao fim do cigarro, se aproximou um pouco mais dele, observou atentamente seus olhos e notou suas pupilas dilatadas, podia ser apenas o efeito, mas poderia ser por estar feliz por estar ao seu lado. Colocou cada mão nas coxas de Giwook, queria sentir mais um pouco dele, o garoto era como uma criança, Hyungu admirava sua ingenuidade.
- Quero que fique perto de mim nessa festa. - Kanghyun nota o olhar confuso de Lee. - Fui eu quem te chamou, então mais ninguém nessa festa pode chegar perto de você.
- Com esse tanto de gente? - Giwook olha aquele lugar enluarado, até mesmo ali tinha bastante gente. Sorri ao pensar na ideia que ninguém poderia se aproximar dele.
- Não quero saber. - Hyungu coloca o polegar direito sob o queixo do garoto, fazendo-o se virar pra encará-lo. - Só quero te proteger, podem ter pessoas ruins aqui.
Giwook não questionou, afinal, o loiro estava certo, pessoas ruins estavam em todos os lugares, sentia-se grato por ele buscar protege-lo. Kanghyun se levanta e Lee faz o mesmo, ambos caminham novamente para a estrutura cinzenta. O olhar de Giwook agora captava as coisas ao seu redor com certa profundidade e com cores vibrantes, era como se o mundo, agora, tivesse ganho mais vida, os sons pareciam dançar em sua mente, alguém, em algum lugar do universo, aumentou o som das pessoas e coisas. Hyungu segura sua mão, rumam para a fogueira. Talvez pelo calor produzido pelo fogo, Cya sentia seu corpo quente, a necessidade de gastar toda a energia que suas células passaram a fabricar, era tão grande quanto agonizante e urgente.
Puxou Kanghyun para uma dança desengonçada, passos incertos, movimentações sem ritmos, apenas dançavam Ramones animados, gritavam tão alto quanto podiam, nada além disso existia no momento. Tudo estava tão distante para Giwook, que era incapaz de se recordar do que tinha feito antes de chegar ao local. Kanghyun se aproxima lentamente, ganhando seu espaço próximo ao garoto. Lee sente as mãos do loiro em sua cintura, apertando e o forçando a dançar mais perto, sua mente parecia flutuar, parecia difícil tomar decisões. Kanghyun aproxima seu rosto lentamente, até que pode ver seus lábios tão próximos que poderia sentir seu gosto.
Era inegável o quanto queria aquilo, por isso, buscou diminuir a distância entre eles, começou a fechar as pálpebras vagarosamente e antes que fechasse completamente viu Son Dongmyeong a sua frente. Seus suaves olhos o observando antes de fechá-los para o beijo, seus lábios carnudos formando um leve bico pedindo por aquilo.
Kanghyun retorna com os olhos fixos em Giwook, para logo em seguida, Dongmyeong voltar.
Balançou a cabeça atordoado. Empurra o loiro, deixando ele com uma expressão de pura e genuína indignação.
- O que tá fazendo, Giwook?
- Tenho... - Lee olha ao redor e nota alguns olhares em sua direção. - Vou embora.
Não podia simplesmente voltar para sua casa nessa condição, decidiu, então, vagar pela cidade até que sua mente pudesse processar mais de duas informações sem ficar completamente conturbada. Tentou buscar em sua memória tudo o que aconteceu naquela festa, as cenas pareciam de um sonho, as pessoas pareciam borrões e tudo estava tão incrivelmente colorido.
Apenas quando estava com a mão na maçaneta, notou que suas pernas o levaram exatamente para onde não queria ir. Abriu a porta e adentrou. O hall de entrada parecia tão mais iluminado, a TV estava ligada e pôde escutar perfeitamente o que as pessoas diziam nela, sentiu um nó no estômago ao notar que as vozes eram conhecidas, pois era sua e de seu namorado. Se recordava daquele dia...
Escutou passos arrastados, Dongmyeong caminhou até ele com o semblante triste, parou a sua frente e deitou a cabeça para o lado avaliando sua situação.
- Já sei! - Ele ergue o dedo indicador. - Foi passar um tempo sozinho.
Dongmyeong sempre falava primeiro. Ele franze o cenho ao notar o novo corte e cor de cabelo de seu amado. Se aproxima e passa as mãos em seus fios.
- Por que você fez isso?
- Mudar um pouco, Dongmyeong. - Ele ruma para a cozinha com Son em seu encalço.
- Você não disse que ia mudar assim.
- Desculpa, Dongmyeong. - Giwook abre a geladeira e pega uma garrafa pequena de água. - Não sabia que precisava consultar você antes.
Dongmyeong balança a cabeça negativamente, a decepção estava estampada em seu rosto como uma máscara piscante. Observou Lee bebendo toda a água do recipiente de uma só vez.
- Uma mudança assim é algo importante, Wook, e por que tem me chamado de "Dongmyeong"? - Desde que se conheceram na infância, Giwook o chamava pelo diminutivo, ouvir todo seu nome saindo de sua boca lhe doía.
- Não é o seu nome? - Giwook caminha para fora da cozinha, mas Son para na entrada a sua frente.
- Nunca imaginei que escutaria isso de você. - Suas lágrimas passam a molhar suas bochechas frias, as palavras de Lee fizeram com que seu coração partisse em tantos pedaços que seria impossível reconstruir, se pudesse escolher entre isso e um tiro no estômago, o tiro doeria menos. - Que cheiro é esse?
Dongmyeong puxa a camiseta de Lee, chega perto o suficiente para que pudesse sentir o cheiro de sua boca, logo em seguida o afasta bruscamente.
- Você bebeu... VOCÊ BEBEU? - Son coloca as mãos na cabeça tentando entender os últimos acontecimentos. - Você não bebe!
- Tem razão. - Giwook sai da cozinha e entra no corredor para ir até o quarto. - Eu não bebi, Dongmyeong. Eu usei droga.
Dongmyeong puxa o braço do garoto, fazendo ele olhar em seus olhos, pôde observar suas pupilas dilatadas, o cheiro que sentira fora apenas de tutti-frutti, não sentiu cheiro de álcool em momento algum, jogou o verde e colheu tão maduro que já estava podre. O conhecia tão bem que sabia exatamente quando mentia, quando dizia a verdade, conhecia cada uma de suas emoções e foi exatamente isso que deixou Son tão triste; Giwook estava sendo sincero.
- Eu não consigo acreditar que você fez isso... - Obviamente acreditava, mas queria que tudo não passasse de um pesadelo.
- Não posso passar a vida toda nessa monotonia, quero viver um pouco.
- Seu conceito de viver é um pouco distorcido. - Dongmyeong solta o seu braço. Olhando tão profundamente em seus olhos como se pudesse ver as profundezas da alma de Giwook. - Eu namoro com um desconhecido.
- Na verdade, Dongmyeong, só você namora nessa relação. - Sem dizer mais uma única palavra, se dirige ao quarto e fecha a porta, a fazendo bater tão forte que poderia ter acordado todo o prédio.
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// mais um capítulo
// enfim estou aqui passando pano pro meu namorado giwook aiai esse giwook
// imagina dançar com kanghyun assim nossa
// obrigada por ler e continue comigo q as coisas vão começar a ficar animadas
// até o próximo capítulo
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