Capítulo 17
No silêncio da noite Amanda se encontrava sentada na janela do quarto. Preocupada com o futuro e sem conseguir se decidir com quem se casar.
Um ruído baixo se aproxima daquela janela. Ela olha para baixo e nota a aproximação de um morcego, o qual procurava um lugar para pousar. Amanda esticou o braço na direção do pequeno animal, e ele pula em sua mão. Ela o traz para perto e o coloca em seu colo.
— Por quê tudo tem que ser complicado? — Ela perguntou. O animal apenas a olhou, com seus olhos brilhantes e curiosos. Incapaz de entender suas palavras. Amanda fechou os olhos e respirou fundo.
As palavras de Sunoo volta até sua mente até que então ela acaba dormindo ali mesmo.
Escolha bem princesa — Era a voz de Sunoo
Aquela frase se repetiu várias e várias vezes, a voz do príncipe ia distorcendo até ficar estrondosa, como um trovão.
Escolha com sabedoria princesa. Ou então traições, morte e caos serão as únicas coisas que estarão à sua espera.
As palavras do guardião...
Ela havia se lembrado.
— Princesa?
Amanda abriu os olhos e vê a figura feminina a encarando com preocupação.
— A senhorita dormiu na janela?
Amanda se moveu para sair dali percebendo que o sol já tinha nascido.
— A senhorita parece cansada. Não dormiu direito? — Anne pergunta se aproximando, mas parou abruptamente ao olhar para o colo de Amanda.
— Dormi pouco. — Amanda olha para onde a amiga encarava e viu que o morcego estava aconchegado em seu colo, porém acordado. Ela o pego no colo e o coloca no canto da janela. Depois de olhá-la uma última vez o pequeno animal voa para longe.
— Bem... Eu vim trazer o vestido da senhorita.
— Vestido?
— A rainha mandou as melhores costureiras do reino trabalharem em algo especial. — Amanda a segue até a cama e vê uma caixa grande sobre os lençóis. Anne abre o embrulho e coloca o vestido sobre a cama.
As duas o encararam com expressões diferentes no rosto. Enquanto Anne estava supresa e com um sorriso de orelha a orelha, Amanda estava sem reação. Isso por que o vestido era algo completamente diferente do que a princesa estava acostumada a usar.
Era rosa. Tinha rendas e babados brancos, com flores delicadas e com pequenas folhas verdes nas laterais. As mangas eram bufantes, o que deixou a princesa ainda mais sem graça.
— Eu não posso usar isso.
— Mas... É o traje digno de uma princesa da primavera. A rainha...
— A rainha sabe que eu não gosto de todas essas... coisinhas chamativas. Podia ser um pouco mais discreto, eu vou parecer uma miniatura ambulante de uma cerejeira.
Anne cobriu a boca, evitando rir.
— Princesa, vais ficar linda. A senhorita é linda de todas as formas, até mesmo descabelada. — Anne apontou para Amanda. De fato a princesa estava bem descabelada. — Olhe, eu mesma vou me vestir com algo para combinar com a senhorita.
— Sério? — Anne concorda com a cabeça.
— Me designaram um trabalho especial para a caçada.
— Não acredito que irão tirá-la do meu lado. — Amanda resmungou chateada.
— Vai ser por pouco tempo. Vou fazer o máximo para terminar tudo rápido para voltar correndo e ficar ao seu lado.
— Promete?
— Prometo. Agora vamos deixá-la pronta.
(...)
Uma fileira de pessoas, de um lado e do outro, aguardavam a passagem da princesa. Amanda foi a última a passar. Os funcionários do palácio e todos os convidados especiais estavam olhando para ela. Ela se acomodou em seu lugar com o rosto sério e olhos cansados devido à noite mal dormida.
Ela olha para a cadeira vazia de Anne ao seu lado e suspira, a presença da amiga a deixaria mais confortável, mas agora ela estava sabe se lá onde realizando alguma tarefa estranha.
O rei se aproxima do centro e comprimenta os convidados. Haviam representantes dos outros reinos, e muitas outras autoridades do Reino da Primavera ali, assistindo.
— Finalmente é chegado o último dia. A tão esperada caçada está prestes a acontecer.
A perna de Amanda tremia e ela a balançava com frequência, então a rainha coloca uma mão sobre a perna da filha.
— Tudo está prestes a acabar, acalme-se. Espero que já tenha o escolhido em mente, o resultado desta caçada não vai alterar nada. É apenas uma forma dos homens mostrarem sua agilidade. O importante é a sua escolha. Você decide. — Amanda forçou um sorriso.
Para a rainha as coisas eram diferentes, afinal, a escolha entre princesas eram bem diferentes e bem mais fáceis do que a escolha entre os príncipes.
— Agora, vamos reunir os príncipes. — O rei faz um sinal. As pessoas olharam para um lado e Amanda se virou para aquela direção.
Em fila um por um se aproximam do rei. Os sete estavam com trajes de caçada com o emblema do reino da Primavera. Alguns murmúrios foram ouvidos vindos dos anciões. Amanda até pensou em se virar para eles, mas não conseguia. Ela olhava para cada um daqueles príncipes com nervosismo no peito.
— Bandeiras serão espalhadas pela floresta, quem conseguir coletar o maior número de bandeiras ganhará o passe-livre para pegar o tesouro escondido na floresta. Mas não pensem que será tão fácil conseguir pegar este tesouro, afinal, que graça teria? — Alguns homens altos vestidos com roupas escuras e máscaras de animais surgiram. — Para pegar o tesouro, vocês terão que lutar contra nossos valentes soldados. — O rei diz, agora para os príncipes.
Amanda bufou. Ela não duvidava de que os príncipes fossem fortes, mas ela não imaginava que eles teriam que entrar em combate corpo a corpo com os soldados do rei.
— E agora, a protetora do tesouro com as bandeiras.
Do outro lado surge alguém, Amanda se levanta para ver e seus olhos se arregalaram ao ver Anne. Ela vinha com uma cesta cheia de pequenas bandeiras do reino. Anne usava um vestido rosa com flores, mas um modelo diferete do que a princesa usava e um pouco mais simples, ainda assim, muito belo. Uma parte dos cabelos da jovem criada estavam presos e a parte de baixo estava solta. Adornando o penteado havia uma flor enorme, tão rosa quando o vestido que usava.
— Pode começar. — Anne se curva diante do rei e então, entra na floresta.
Os minutos foram passando. Amanda pensou que o curto tempo que possuía até o fim daquele dia fosse o suficiente para que ela escolhesse um dentre os sete príncipes.
Mas seus planos foram interrompidos quando aquele grupo de soldados mascarados foram até ela e a seguraram de leve pelos braços.
— O que isso significa pai?
— Você, querida, é o tesouro. Vamos ver o quão longe os príncipes iriam para salvá-la. Senhores, podem levá-la até a floresta.
Sua cabeça foi coberta e ela é guiada pelo caminho dentro da floresta. Eles andaram muito tempo com ela, quando enfim eles pararam, os braços de Amanda foram amarrados à uma árvore.
Ela bufou alto, era uma ideia horrorosa.
Anne tinha razão no final das contas. Seja de qual fosse o reino ou classe social, homens continuam sendo homens.
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