Capítulo 1
Antes de podemos lembrar o que houve naquela viagem, teremos que relembra o que houve antes dela, uma das coisas que mais me apavorou na minha vida.
. . .
15/11/95
Eu realmente não entendia como minha mãe conseguia, ela permanecia com um grande sorriso, como se realmente não se preocupasse com nada, como se tudo estivesse perfeito, ela sorria, mesmo estando despedaçada.
Não fazia nem ao menos um mês que eles havia aberto o divórcio, e lá estava ela, a dizer o quão péssimo era ser casada com um homem egocêntrico e que apenas se preocupava com o seu trabalho, mas para mim ele sempre foi o melhor.
A mamãe havia dito que eu "deveria ser mais feminina", e como sempre, a primeira coisa que veio em sua cabeça ao pensar em ser feminina, era levar-me ao salão de beleza que ela ia a todos os sábados conversar com as suas amigas enjoadas e ter um dia feminino.
Ao que ela nunca havia notado antes, é o imenso fato de eu odiar qualquer coisa indicativa a ser mais parecida como as outras garotas .
Lá estava eu, juntamente a Kelsey, Mary e Dolores, as três melhores amigas que minha mãe tinha, ou algo com que ela poderia falar sobre sua vida miserável.
-Querida, qual cor irá querer pintar as unhas?-Perguntou minha mãe, parando os meus devaneios que já estavam totalmente fluidos.
-Azul, sabe que é minha cor favorita.-Disse a voltar a repousar minhas costas novamente na cadeira.
-Azul? Querida, essa cor é de garoto, não prefere um rosa?
Revirei meus olhos após ouvir o que ela havia dito, literalmente ela não ouvia completamente nada do que eu falava, mas mesmo assim ignorei aquilo, fechando os meus olhos e sentindo a quentura da maquina que repousava-se em minha cabeça, cheia de bob's que cobriam toda a extensão de meu cabelo, enquanto tentava distrair-me com um pirulito redondo de morango, mas, enquanto tentava voltar a pensar, logo ouvir um barulho, e ao olhar ao lado, logo vi o tal som alarmante saindo de um telefone fixo, e logo no momento em que resolvi pegar o telefone, minha mãe com rapidez o agarrou e atendeu.
Meu coração praticamente saiu pela boca ao ouvir o que ela havia dito, fazendo-me pular da cadeira, ignorando o fato de meu cabelo estar completante cheio de coisas estranhas, com algo que parecia ser um afastador de dedos para poder pintar as unhas, ignorando completamente tudo, apenas correndo juntamente a minha mãe em direção ao carro estacionado na entrada, indo rapidamente enquanto sentia minhas pernas praticamente tremerem.
Eu sentia um medo avassalador, esperava por uma noticia que poderia mudar por completo a minha tarde, ou até mesmo a vida, e ao ver o olhar daquela enfermeira, percebi que a noticia não iria ser exatamente a que eu esperava.
O seu trabalho havia dado errado, ele consegui salvar as três criancinhas, mas não a si mesmo. Seu corpo havia sido queimado por completo, e por mais que tentassem, não conseguiram salva-lo.
Ao olhar aquela pequena casa queimando, relembrei daquele dia, e a única coisa que conseguia imaginar era o corpo dele, a queimar, e lá estava eu, imaginando a sua dor.
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