Refrescante e azedo como chá de Limão
Era um tanto desconfortável para ambos permanecerem naquele silêncio por tantos minutos enquanto o gelo em seus copos tilintava à medida em que derretiam dentro daquele chá gelado de limão.
ㅡ Então... Você queria me perguntar alguma coisa? ㅡ Jungwoo questionou pouco confiante.
ㅡ Sim...! Quer dizer, não. Não exatamente...
Brevemente Karin correu o olhar para os cantos da lanchonete pouco movimentada em que estavam.
ㅡ É sobre a última vez que nos vimos, não é? ㅡ ele estava cansado do suspense ㅡ Na doceria, na outra noite.
Quando Karin telefonou e convidou Jungwoo daquela forma, acreditou que a coragem para trazer tal assunto havia sido suficiente. No entanto aqui estava ela com as pernas bambas e um coração acelerado. Não conseguiu responder devidamente, embora concordasse timidamente com a cabeça.
ㅡ Você deve ter ficado surpresa pela forma em que agi... Sinto muito.
ㅡ Se lembrou do meu irmão naquela hora? ㅡ Karin mais confirmou do que perguntou.
Ele sorriu ligeiramente embaraçado.
ㅡ É engraçado como podem ter passado anos e mesmo assim eu me lembrar dele como se tivéssemos nos conhecido ontem. ㅡ umedeceu a garganta com um gole do chá gelado.
Pelo calor do momento, Karin alcançou a mão do universitário num aperto gentil e delicado.
ㅡ Deve ter se assustado por se deparar com ele assim... ㅡ não conseguiu evitar o semblante entristecido ㅡ Eu não sabia de nada até então... Me desculpe, eu realmente sinto muito.
Jungwoo fixou seus negros olhos intensamente nos de Karin. O silêncio quis se estender, porém ele a lançou um largo sorriso melancólico exatamente como havia o feito na primeira vez em que se conheceram. Tudo o que ela mais queria agora era abraça-lo.
ㅡ Por favor, não diga isso. ㅡ quase que um murmúrio ㅡ É mais do que posso aguentar. ㅡ com sua mão livre, ele tocou o peito onde descansava seu coração abatido ㅡ Não me diga que sente muito... Está bem?
Karin frisou os lábios na busca de se manter forte, já havia chorado por tempo demais e não seria educado, nem saudável para os sentimentos de Jungwoo lhe trazer tal cenário agora. Um suspiro acabou sendo liberado assim que ela imaginou quantas vezes ele já não devia ter escutado esse tipo de frase.
"Sinto muito"
"Me desculpe"
ㅡ Tudo bem. ㅡ acariciou as costas da mão dele com seu polegar ㅡ Eu posso imaginar como deve estar se sentindo agora.
Ele negou, entretanto, sem deixar de a fitar com doçura ele concluiu:
ㅡ Acredito que no fundo você não faça ideia... ㅡ agora ambas suas mãos apertavam a de Karin ㅡ Mas me senti tranquilo por você ter dito isso... Obrigado.
Por mais que a adolescente quisesse os libertar daquela tensão e eliminar qualquer vestígio de dor que assombrasse Jungwoo, aquele encontro entre os dois fora mais curto do que ela desejava que fosse. Não havia muito a se falar a não ser assuntos delicados que poderiam trincar a relação que os dois construíram. Por isso, Karin preferiu caminhar com um passo de cada vez no próprio tempo de Jungwoo. Sua real intenção ali fora concluída. Ambos agora tinham noção sobre como seus passados se entrelaçaram e a forte presença que possuíam na vida um do outro.
ㅡ Jungwoo... Não quero que acabe.
O universitário se impressionou com a sentença da garota enquanto se encontravam no ponto de ônibus.
ㅡ Não sei de que forma vê isso, como pensa em mim, em nós dois... E estou bem com isso por enquanto... Só não quero que vire um estranho agora.
Apertou a saia de seu uniforme com medo por ter exposto seus sentimentos daquela forma.
ㅡ Por favor não desapareça da minha vida. ㅡ os lábios se apertaram em pura aflição.
Com um riso baixo, Jungwoo concordou após alguns segundos processando o que ela havia dito.
ㅡ Eu não tinha intenção de fazer isso e não faria nem que fosse a melhor opção. ㅡ sorriu e apontou brevemente ao ônibus que estava prestes a partir ㅡ Esse não é o seu?
Com um ligeiro grito baixo e aflito, Karin velozmente se aprontou para adentrar o coletivo antes que o motorista a deixasse para trás. No momento em que Jungwoo a viu se virar para observa-lo antes de seguir para dentro, ele acenou. Rapidamente a adolescente desceu os degraus e alcançou o universitário para se despedir com um beijo em sua bochecha. O ato fora tão repentino que o garoto ficou sem reação até vê-la dentro do ônibus em movimento.
Karin sabia que seu coração poderia explodir batendo tão forte daquela forma, contudo se arrependeria se não tivesse feito aquilo. Jungwoo se tornou algo que ela se recusava abrir mão agora.
Com um sorriso, Jungwoo levou suas mãos aos bolsos e passou a caminhar. Poderia demorar a chegar em casa por decidir ir andando, no entanto ele queria sentir a brisa lhe tocar o rosto e deixar o sentimento doce o preencher após tanto seu coração estar amargo. Nenhum dos dois sabiam como aquilo poderia acabar, muito menos se iria de fato começar, porém o tempo era o único a quem podiam confiar esta tarefa agora.
Taeil se via organizando a mesa de jantar quando Karin atravessou a porta de casa. Os pais a cumprimentaram com um semblante preocupado e assim permaneceram durante todo o jantar.
ㅡ Ei, vocês poderiam parar com isso?
Taeil comentou antes de levar uma boa colherada de arroz a boca.
ㅡ Não é agradável ter uma refeição em família quando a família fica encarando desse jeito. ㅡ seu foco agora fora a sopa.
ㅡ Já conversamos sobre isso. ㅡ fora a vez de Karin falar ㅡ O que foi feito não tem volta e eu já disse que entendi e estou bem. Agora parem de fazer essa cara e voltem ao normal pelo amor de Deus.
ㅡ Sinto muito, querida. ㅡ o pai dirigiu a palavra à filha.
ㅡ Sim, sim, está tudo bem, não foi o que acabei de falar? ㅡ um bico ㅡ Vocês já me prometeram nunca mais me esconder as coisas, está tudo bem de verdade, então parem com isso é desconfortável...
ㅡ Voltem ao normal senhor e senhora Min, seus filhos precisam de vocês.
A mãe encarou o mais velho com uma careta.
ㅡ Precisam... É claro que precisam, Karin é avoada, mas ainda é só uma menina e você?
ㅡ Pronto, o que eu fiz?
ㅡ Volte pra faculdade! ㅡ ela exclamou.
ㅡ Que horror, com a mais nova é "ela é só uma menina" e comigo é me expulsando de casa. ㅡ uma careta, entretanto ele não parou de degustar sua refeição.
ㅡ Chega, sem mais disso, nem disso. ㅡ a mulher recolheu os pratos do filho mais velho ㅡ Não vai comer minha comida sendo ingrato com o dinheiro que gastamos com a sua vontade de estudar.
Taeil expressou bem seu descontentamento enquanto o pai apenas os ignorava terminando seu jantar em conjunto da filha mais nova.
ㅡ Ah, mãe!
ㅡ Pare de birra, você não é mais uma criança Taeil...! Seja responsável, vai voltar a estudar ou não, o que vai fazer agora?!
ㅡ Tá legal, fiquei com medo do futuro e fugi como um covarde! Pronto, essa era a resposta que queria?!
Todos se calaram e fitaram o filho mais velho da família Min se levantar e seguir ao corredor impaciente.
ㅡ Taeil...!
A mãe cogitou segui-lo, porém fora impedida pelo marido. Confusa ela encarou o homem que negou levemente com a cabeça.
ㅡ Ele está irritado. Deixe-o sozinho agora.
Karin detestou ver a face frustrada e perdida de Taeil quando ele libertou aquelas palavras. Ela se pegou presa a imagem do irmão perfeito, responsável e protetor por tantos anos que acabou se esquecendo que ele também era humano. Ele também precisava de ajuda e atenção.
O jantar na residência Min se finalizou mais silencioso do que o de costume aquela noite.
Haviam tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo que bastou Karin se deitar em sua cama após o banho para adormecer num piscar de olhos. Minji e Hyesoo que nunca haviam brigado a sério antes, agora se encontravam ignorando uma a outra. Pela primeira vez Jeno parecia bastante sincero a respeito de seus sentimentos enquanto que Jaemin, por outro lado, estava agora em conflito a respeito dos seus. Havia também Jungwoo, que mesmo com seu maior segredo exposto não deixava de ser misterioso.
Enquanto cada um adormecia presos em seus próprios dilemas, Taeil gastou sua noite conversando com a Lua.
Capítulo 17 ➜
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