Capítulo 6
Claro que as horas se arrastaram quando cheguei na minha sala, deixei Hinata na dela com um aperto no coração. Eu não queria desgrudar daquela garota tão rápido, precisava de mais tempo para assimilar meus sentimentos. Pensei em Kiba e balancei a cabeça, afastando a imagem do seu rosto desolado quando soubesse que eu lutaria por Hinata. Porque eu lutaria. Ele que me desculpasse, mas estava decidido. Assim como um mais um são dois, eu estava disposto a enfrentar as consequências de desejar ficar com ela.
Podia ser precipitado? Podia, levando em consideração que a vi com Sakura ontem. Só que não era de ontem que a conhecia, passei longas semanas admirando-a em silêncio. Pensando que era bobagem, porque eu gostava da Sakura. E, vejam bem, na época eu devia ter uns quinze anos no máximo. Se já sou infantil e imaturo agora, imagine na época? Não tinha a mínima noção do que era ter real interesse por um garota. Pensava que aquela curiosidade não era nada demais e como Hinata era tímida e não falava com ninguém. Nunca tive coragem de abordá-la, na verdade, se fosse hoje eu agiria completamente diferente. Insistiria nela até que confiasse em mim. Mas, sabem como é, eu era obcecado pela Sakura. Ela era quase o ar que eu respirava, não dava para raciocinar tendo aquele tipo de sentimento equivocado e errôneo oprimindo meu peito.
Fiquei aéreo durante o restante da manhã, não era de se admirar que estava quase levando bomba em diversas matérias. Eu devia estudar ao invés de ficar pensando em garotas, principalmente se uma delas fosse minha melhor amiga e meu amigo gostasse da outra garota em questão. Quando a última aula acabou, disparei feito um foguete para encontrar Hinata. Ela já descia as escadas em direção à biblioteca e sorri internamente por ainda vê-la com a minha jaqueta.
— Oi — falei, sentindo uma felicidade estranha tomar conta de mim.
Era diferente de tudo o que já tinha provado.
— Oi. — ela respondeu, firme, achei sua voz ainda mais doce. Se é que isso era possível.
— Vamos? — sugeri e Hinata fez que sim com a cabeça. — Eu pensei em depois sairmos para almoçar, ou pode ser aqui na cantina mesmo, o que você acha?
— Pode ser, Naruto. — a resposta veio sem gaguejos, uma voz baixa e suave, melodiosa.
Havia possibilidade de existir alguma coisa nela que não fosse digna de admiração?
— Combinado então. — toquei de leve suas costas, por cima da jaqueta, guiando-a para a biblioteca
Hinata pareceu não se importar e me senti esperançoso. Se Kiba podia tentar conquistá-la eu também tinha esse direito.
Que a decisão ficasse nas mãos dela.
Ao chegarmos, não havia ninguém mais além de nós, óbvio. Quem desejaria estudar após o fim das aulas? Talvez um garoto desesperado feito eu? Haviam dois tipos de desespero, diferentemente urgentes, em mim naquele instante. Os estudos e a garota que me ajudaria com eles. Escolhemos uma mesa afastada, e, sem dizer uma palavra Hinata deixou o material ali e seguiu até a prateleira onde estavam os livros de química. A acompanhei silenciosamente, observando o seu caminhar confiante e pensei que ela sabia o que estava fazendo. Hinata pegou quatro livros e colocou no meu colo, franzi a testa esperando que dissesse alguma coisa.
— Vamos começar por estes. — assenti — Eu preciso saber qual seu nível em química. Se tem alguma familiaridade com a matéria. — e não havia hesitação em sua voz. Continuava baixa e agradável, mas sem gaguejos.
Me surpreendi, Hinata devia ser assim, segura, quando não estava com vergonha e dominava o assunto. Queria que ela agisse sempre desse jeito comigo.
— Uau. — me escapou. — Tô encantado! — divaguei, olhando para o rosto delicado da Hinata.
Ela corou e desviou os olhos.
— Ahn por quê? — sua pergunta soou praticamente um sussurro, mal consegui ouvir.
— Porque você é uma garota linda e inteligente. — iniciei, sem querer ser avoado demais ao ponto de assustá-la. — Descobri que eu gosto de ficar perto de você. — num rompante de coragem, toquei de leve a bochecha de Hinata. Ganhando sua atenção.
Novamente seus lábios formaram um ô e eu me peguei olhando desejoso para eles. Kiba tentou beijá-la e não conseguiu, eu não teria chances nenhuma. Seria meu primeiro beijo e algo me dizia que podia ser com ela. Eu gostaria que fosse. Cara, nem a Sakura que era minha melhor amiga sabia que eu nunca tinha beijado na vida. Mas sei lá, com Hinata ali, de repente senti vontade de contar a ela todos os meus segredos. Afastei o pensamento e dei meia volta, retornando para a mesa.
Eu precisava raciocíniar com clareza, ou poria tudo a perder. A pequena evolução que tive com ela. Hinata me seguiu em silêncio e se sentou graciosamente ao meu lado. Parecia ter esquecido o meu toque em seu rosto, estava composta, apesar do leve rubor em suas bochechas.
— Vamos começar então. — propôs e concordei, ainda pensando nas sensações que ela me causava.
Hinata, com toda a paciência do mundo, me aplicou um teste para testar meu nível. Foi rápido, era simples e eu estava com dificuldade em química avançada. Ela corrigiu e aplicou outro mais complicado, comecei a patinar e Hinata prontamente identificou minha dificuldade.
Eu estava bobo, olhava para ela como se nunca a tivesse visto antes. Não perfeitamente, não daquele jeito, tão próximo. Estávamos a menos de dois palmos de distância um do outro, seu perfume tomou conta de todo o ar ao redor. Seus cabelos caiam por sobre seus ombros, tirando minha concentração. Em determinado momento, eu quase não conseguia ver seu rosto. Então tomei a liberdade de afastar uma mexa pesada que o escondia. Colocando-a atrás de suas costas. Hinata estremeceu de leve com a surpresa, mas nada disse. Senti necessidade de explicar meu toque.
— Desculpe te tocar, é que eu quero ver seu rosto.
— Ta-ta tudo bem. — respondeu envergonhada.
Aproveitei a deixa e sugeri que fossemos almoçar. Já estava ficando tarde e eu não queria que ela passasse fome para me ajudar com os estudos. De modo que deixamos os cadernos e os livros na biblioteca e descemos até à cantina. Como o turno da tarde já estava nas salas, não havia ninguém no pátio. Pedi um almoço completo para nós dois e comemos, enquanto eu fazia perguntas simples para Hinata. Como quantos irmãos ela tinha, como eram seus pais, ela respondeu todas as perguntas. Contando que a mãe faleceu há alguns anos de câncer de mama. Senti um aperto no peito e um impulso incontrolável de abraçá-la. De apertá-la contra mim e protegê-la do mundo. Ao contrário disso, apenas disse que sentia muito e fiquei em silêncio. Hinata prontamente o quebrou, dizendo que estava tudo bem. Que eu poderia continuar fazendo perguntas. Me animei e perguntei se ela já tinha reparado em mim nas aulas de química. Da mesma forma que reparei nela, sua resposta me deixou ainda mais curioso:
— Bom, sim, eu reparo em você há bastante tempo. — ela sorriu, afastando o cabelo do rosto.
Uma sensação morna aqueceu meu coração. Foi aí que Hinata olhou no relógio e indicou que precisávamos voltar para a biblioteca. Relutante, aceitei. Vai que ela cansasse de me ajudar e decidisse ir embora? Eu ainda não estava preparado para isso, queria continuar com ela. Ainda que fosse preso em uma biblioteca silenciosa. Com Hinata até o ato insuportável de estudar não parecia mais tão ruim assim.
Continuamos os estudos por mais de quinze minutos, nesse ponto ela começou a me explicar a diferença entre duas questões que eu estava em dúvida na matéria. Hinata ficou de frente para mim e falava calmamente, numa voz articulada, doce e baixa. Eu conseguia ouvi-la perfeitamente, não havia mais ninguém na biblioteca. O silêncio preenchia o local.
Então tombei minha cabeça na mão e fiquei olhando admirado para ela, perdido em pensamentos. Nem percebi em que ponto comecei a sorrir sozinho, mas Hinata notou.
— Por que está rindo? — questionou insegura.
— Eu não estou rindo, estou sorrindo. — esclareci —, é diferente.
— Qual a diferença? — quis saber e meu sorriso se alargou ainda mais.
— Estou sorrindo por estar feliz de estar aqui com você. — expliquei —, e, é que você é muito linda. Eu já não consigo ouvir mais nada só quero ficar aqui, olhando pra você. — essa parte não pretendia dizer em voz alta, apenas escapou.
E novamente os pontinhos rosados começaram a se espalhar lentamente por suas bochechas. Acabei movendo a carteira e chegando mais perto, fiquei a centímetros de distância dela.
Hinata fez menção de baixar os olhos, mas toquei delicadamente em seu queixo. Impedindo que desviasse o olhar do meu.
— Eu cometi uma falta, na verdade foram duas. — e quando dei por mim minhas mãos estavam espalmadas uma em cada lado do seu rosto. — Não devia ter te apresentado ao Kiba, eu não devia ter esperado tanto tempo para me aproximar de você.
Seus olhos claros estavam presos nos meus e foi difícil raciocinar com o magnetismo que surgiu entre nós. Era como se uma espécie de imã me puxasse para Hinata.
— Com tanta menina te rodeando, óbvio que não prestaria atenção em mim. — murmurou irritada e retirou minhas mãos do seu rosto.
Mordi o lábio, surpreso, não esperava essa reação vinda dela.
— Não, eu não era rodeado de garotas. — neguei — Certo, tinha a Sakura, mas ela não conta.
— Claro que conta. — revidou, parecendo injuriada.
— Não, não conta porque ela é só uma amiga que sempre esteve próxima de mim. — especifiquei, querendo deixar claro para ela que Sakura não mexia mais comigo.
Não sabia porquê, no entanto, tinha a urgência de esclarecer esse ponto.
— Naruto, todo mundo sabe que você gosta da Sakura. Eu vi vocês no encontro ontem, lembra? — rebateu — Ah, quer dizer, eu já sei o que aconteceu.
— O que aconteceu, Hinata? — eu quis saber, ouvir da boca dela o que pensava ter acontecido.
Depois eu diria minha versão.
— Toda a escola está falando disso. — respondeu baixo.
— Do que? — insisti. Eu podia falar de uma vez, mas assim não entenderia o que Hinata queria dizer.
Era crucial que eu compreendesse seus sentimentos por mim, se é que existia algum.
— Nada! — explodiu de repente. — Viemos aqui para estudar e é isso o que faremos. — ela se ajeitou na cadeira, pegou a montoeira de cabelos escuros e começou a ajeitá-los em um coque alto e bagunçado.
Me distraindo, o movimento foi tão preciso e gracioso, que em menos de cinco segundos o cabelo estava preso. Expondo o pescoço alvo de Hinata, de perfil, sem todo aquele cabelo cobrindo seu rosto, eu finalmente consegui observá-la melhor. E, cara, como ela era linda. Parecia definitivamente uma fada encantada. Eu estava hipnotizado.
Pisquei, tentando me reorientar, engoli em seco e mordi a parte de baixo da boca. Eu não conseguia dizer nada, estava sem palavras. Minhas mãos formigaram na ânsia de tocá-la novamente. Aquele estranho magnetismo se fez presente e, quando dei por mim, estava com a cabeça tombada de lado, para poder olhar nos olhos de Hinata.
— Desculpe se te irritei. — consegui formular, ainda perdido naquelas emoções tão novas para mim.
— Está tudo bem, desculpe ter me exaltado desse jeito. — respondeu e seu olhar encontrou o meu.
Havia angústia e algo mais estampado neles. Algo que eu ainda não conseguia identificar. Nesse ponto senti aquela mesma urgência de esclarecer que não havia nada entre mim e Sakura. Eu queria que ela soubesse.
— Sakura e eu nem tivemos um encontro ontem, viemos embora assim que vocês se afastaram. — deixei oculto o motivo, porque ainda não me sentia seguro de expor o que pensava sentir por ela.
Temia ser rápido demais e assustá-la.
— Ah, acho que sei disso. — suas palavras soaram meio irônicas e eu não compreendi.
— Se está se referindo aos boatos que estão falando por aí. Não são exatamente verdade. — afirmei, sério, uma rouquidão desconhecida tomou conta da minha voz.
Ficar tão próximo da Hinata já estava me deixando em parafuso. Eu queria tocá-la, puxá-la para o meu peito e envolvê-la no meu abraço. Só nisso que eu pensava, depois, é claro, de sentir sua boca na minha. Nunca quis tanto beijar uma garota como eu queria beijar Hinata. Me contive, tentando não perder o controle e botar tudo a perder.
— Sei. — ironizou, mas percebi que suas pernas tremiam levemente.
Aquele era um indício de que ela estava tão nervosa quanto eu. Esse gesto me fez notar que eu batia levemente as pernas também. Um ato involuntário que eu sequer tinha percebido.
— Sabe, Hinata — limpei a garganta para continuar —, muitas coisas que falam sobre mim não é verdade.
— Me diga uma. — assinalou, eu sorri.
Tinha uma muito boa para contar.
— Eu nunca beijei nenhuma garota.
Seus olhos se arregalaram sutilmente. Mais uma vez aquele ô instigante surgiu em seus lábios e precisei contar até dez mentalmente para não puxá-la para mim e beijá-la ali mesmo.
— Mentira. — duvidou.
— Eu falo sério, nunca beijei ninguém. — reafirmei e quando dei por mim me movia lentamente em direção à Hinata.
Era como se meu corpo tivesse adquirido vida própria, eu não tinha mais o total controle das minhas ações.
— Como? — ela pareceu fazer a pergunta para si mesma, ainda assim, precisei esclarecer.
— Eu estava esperando a garota certa. — não era exatamente isso, eu queria beijar Sakura e esperava por ela. Mas, minha amiga não era a garota certa, então não era exatamente uma mentira.
— Você já sabe quem é essa garota? — Hinata mordeu o lábio inferior e eu fechei os olhos, agora meu corpo tremia bem mais do que ligeiramente.
— Tenho uma ideia — brinquei e abri um sorriso nervoso —, se eu tivesse experiência com garotas ou com beijos. Eu chegaria bem próximo dessa garota, assim. — especifiquei, movendo meu corpo para frente. Isso deixou minha boca a um palmo da sua — Eu envolveria seu rosto, para demonstrar meu carinho... — e minha mão direita pousou na interseção do pescoço e a bochecha da Hinata. Ela fechou os olhos e entreabriu a boca. Como se absorvesse minhas palavras ou melhor, como se esperasse pelo meu beijo. Perdi praticamente os sentidos e sussurrei rente ao seu ouvido: — Eu a acariciaria com ternura — meu polegar traçou o caminho da bochecha à mandíbula macia da Hinata — por fim a beijaria. Ela seria a primeira e possivelmente a única para mim. — para o meu completo alívio, nossos lábios gentilmente se tocaram. Sutil. Foi um leve roçar, deslizei pelo lábio inferior de Hinata com carinho e cautela, mordiscando de leve. Nesse ponto meu corpo acendeu e envolvi sua cintura abruptamente, puxando-a com urgência para mim. Eu queimava, meus braços tremiam e meus pensamentos flutuavam para todas as direções. Sabem aquelas estrelas explodindo que quis evocar ontem? Estavam ali, milhares delas, dançando acima de nós. Eu podia senti-las, da mesma forma que sentia Hinata envolvida em meu abraço protetor. Seu corpo rente ao meu, seus lábios correspondendo ao movimento dos meus. Eu ainda me encontrava um pouco perdido e não tinha certeza se Hinata estava melhor do que eu. Nunca beijara ninguém e não tinha noção do que era certo ou errado naquele momento. Mas não importava a técnica, apenas o sentimento. E o que eu sentia era que, se abrisse os olhos, aqueles corações flutuantes estariam dançando em volta de mim. Brigando por espaço com as estrelas que ainda explodiam em algum lugar daquela biblioteca.
Bom, as borboletas no meu estômago já não somente se agitavam. Elas dançavam uma dança esquisita, uma espécie de frevo que as deixavam sem controle. Eu estava perdido e encontrado. Arrebatado, por que não notei essa garota antes?
— Hinata... — sussurrei rente aos seus lábios, rendido. — Eu gosto de você.
Ela sorriu de encontro aos meus.
— Eu também gosto de você.
Infelizmente não tive tempo de absorver aquela declaração tão preciosa. Porque nesse instante meu castelinho começou a desabar.
— Nossa, tadinha, ser a segunda opção dele deve ser horrível. — Hinata se afastou abruptamente de mim, fiz menção de trazê-la de volta, mas foi em vão.
— Eu o vi tentando beijar a Sakura no corredor da sala, acho que não bastou levar um fora ontem por causa do Sasuke. — a outra revidou.
— É mentira — neguei para Hinata — Não acredite nelas, por favor. — Você não é minha segunda opção. Na verdade, é minha única opção. — garanti, somente para Hinata ouvir. Eu queria que ela acreditasse nas minhas palavras, pois eram sinceras.
— Então por que demorou tanto tempo para me notar? Por que me jogou para o seu amigo como se quisesse se livrar de mim? — praticamente cuspiu as palavras e se levantou num rompante. — O que está rolando, Naruto? Só por que a Sakura não te quer você resolveu bancar o romântico comigo? Ou foi por que eu dei atenção ao Kiba? É uma disputa entre vocês? Quem vai conquistar a otária da Hinata? Você ganhou a aposta, conseguiu me beijar, conseguiu me convencer. Qual prêmio levará nisso? — sua voz era uma mistura de raiva e mágoa.
Meu coração trincou.
— Não é nada do que está supondo, Hinata. — tentei persuadi-la. As garotas assistiam a tudo de camarote. Seríamos expulsos da biblioteca em segundos, eu precisava me explicar antes que isso acontecesse e ela fosse embora. — Não apostei nada com ninguém, não é uma disputa. Eu realmente percebi que gosto de você e fui sincero... — ela me cortou.
— Um pouco tarde pra isso, não? — Hinata riu de um jeito sarcástico, nenhum pingo de hesitação na voz. Nunca a tinha visto daquele jeito, tão confiante e assustadora. — Bem conveniente você reparar em mim quando o Sasuke volta e sua eterna paixão não parece mais disposta a corresponder aos seus sentimentos. Muito conveniente dar um xaveco na tonta da Hinata logo quando ela decide tentar te esquecer e dar uma chance para o único garoto bacana que a tratou como se não fosse invisível. — espera, em algum ponto da conversa eu me perdi. O que Hinata quis dizer com decide tentar te esquecer? Minha cabeça girava em um ritmo alucinante. Ela continuou: — E, para o seu governo, esse também foi meu primeiro beijo, não que signifique algo para você. — com isso encerrou o monólogo, porque não tive sequer tempo de responder.
Ela jogou minha jaqueta desajeitamente no meu colo e observei seus passos ágeis e firmes pelo piso da biblioteca em direção à saída.
O supervisor vinha até mim, indicando a saída também e eu prontamente obedeci. Na verdade, após recuperar o controle do meu corpo. Resolvi correr atrás da Hinata, eu precisava esclarecer aquele mal entendido. Antes, porém, marquei bem os rostos daquelas duas demônias, conjuradas do inferno para me atazanar.
Em um segundo eu tocava o céu e no outro estava no purgatório.
Eu devia merecer, isso que dava bancar o idiota e talaricar a garota do meu melhor amigo.
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