Capítulo 13
Eu já estava a sós com Hinata, a levei para o lugar que mais gostava na praia. Acima de algumas rochas bem ao longe de toda aquela confusão, onde dava para observar o mar sem fim que se estendia diante dos nossos olhos.
Ela suspirou.
Agora que a corrida havia cessado e nosso fôlego voltava, junto com a respiração em seu ritmo habitual. Me vi novamente deslumbrado por Hinata, seus cabelos voavam com o vento e minha garganta secou.
Minha boca, em contrapartida, se encheu de água. Toquei seu rosto, para chamar sua atenção, pois Hinata olhava para o horizonte, encantada. Seus olhos se voltaram para mim, brilhantes, antes de ela sussurrar.
— A vista daqui é linda.
— Com certeza, mas não mais que você. — a cantada foi tosca, só que era verdade, droga.
Hinata era linda demais, preciosa demais para que não fosse venerada.
— Obrigada, Naruto. — ela sorriu encabulada, suas covinhas se sobressaíram.
Meu coração disparou como um cavalo de corrida. Os gaguejos de Hinata comigo estavam praticamente no passado e eu não pude deixar de ficar orgulhoso por isso. Significava que ela se sentia bem o suficiente para não ficar tão tímida na minha presença.
— Eu estou irrevogavelmente apaixonado por você. Só quero que tenha certeza disso. — declarei, aproximando meu rosto do dela. — Queria que nosso primeiro encontro fosse mais especial. — lamentei.
— Só de estar aqui com você, Naruto. Já é especial. — sentenciou, meu peito costumeiramente se expandiu de felicidade e amor.
Tornei a beijá-la, dessa vez mais afoitamente, por estarmos sozinhos. Meus pelos se arrepiaram quando seus dedos finos e macios percorreram meu antebraço.
Era um carinho sutil, que me deixava calmo, ao mesmo tempo desperto para outras sensações antes desconhecidas por mim. Eu queria sentir o toque daqueles dedos em outras partes do meu corpo também. Peguei sua mão abaixo da minha camiseta e pousei em meu abdômen.
Hinata ofegou de leve e seus dedos deslizaram pela minha pele. Deixando um rastro de fogo onde tocavam. Estremeci quando ela arranhou de leve minha barriga com as unhas compridas e a puxei para mim com mais urgência. Tudo queimava em meu corpo, era como se Hinata me acendesse com seus toques.
— Hinata... — sussurrei rente aos seus lábios. Minha voz soando falhada, devido aos meus pensamentos estarem meio incoerentes pela nossa proximidade. Se antes meus hormônios estavam descontrolados, praticamente correndo pelas minhas veias. Agora era como se tudo o que eu sentia fosse amplificado. Todos os sentimentos e sensações multiplicados por mil. — Eu acho que te amo. — fiquei com medo de assustá-la com uma declaração tão intensa. Por isso forcei o acho, só que Hinata sorriu entre os meus lábios e sussurrou de volta:
— Eu tenho certeza que te amo.
Êxtase completo, foi como se uma explosão de cores acontecesse em meu interior. Eu finalmente despertava para o amor e tudo isso graças à minha Hinata.
Ficamos assim, absortos um no outro, apaixonados. Não vimos a hora passar, a única coisa que eu pensava era em manter Hinata na minha vida pelo resto dos meus dias.
(...)
Na escola, todos já sabiam que estávamos namorando. Afinal, o pedido veio com direito a mudança de status nas redes sociais e foto de casal no Instagram. Era para ficar claro que agora ela era minha por opção, não porque a forcei a isso. Bom, boa parte da escola sabia por Ino, que perdia uma amizade, mas não uma boa fofoca.
Kiba curtiu a foto e comentou "felicidades". Não entendi o que aquilo significava, se foi sarcástico ou se realmente era sincero. Após, ele me mandou uma mensagem no privado dizendo que queria conversar comigo pessoalmente. Assenti, mentalizando que o que quer que fosse, não me descontrolaria como antes. Tudo entrara nos eixos com Hinata, eu não poria nosso relacionamento a perder por nada desse mundo.
Mandei mensagem para ela e combinamos de nos encontrar na entrada. Eu contei à Hinata que Kiba queria falar comigo, ela me acalmou, dizendo que surgira um boato que ele estava com uma garota do primeiro ano. Que talvez Kiba quisesse falar sobre isso e reatar nossa amizade. Fiquei ansioso para conversar com ele, tanto que acabei não acompanhando Hinata até sua sala. Porque eu queria resolver logo minha situação com meu melhor amigo.
O encontrei conversando entre sussurros com uma garota na entrada da nossa sala. Abri um sorriso involuntário quando vislumbrei um toque carinhoso na bochecha da tal garota. Passei direto, não quis interromper o clima, depois poderiámos conversar.
— Um segundo. — ele pediu e segurou meu pulso. — Espera, Naruto.
Assenti e me afastei, sendo seguido por ele.
— Fala, Kiba. — cumprimentei de forma descontraída.
Ele coçou a nuca e abriu um sorriso em direção à garota, que agora eu me lembrava, chamava-se Tamaki.
— Fui um idiota, te critiquei em todo esse tempo. Enquanto fazia o mesmo que você. — entendi absolutamente tudo, ele se referia a eu correndo atrás da Sakura.
Sendo que Hinata gostava de mim.
Sorri.
— Somos amigos, afinal. — retruquei, fazendo alusão à nossa ignorância.
— Escuta, eu queria pedir desculpas pessoalmente à Hinata. Só que não quero te chatear com isso. Está tudo bem entre nós, podemos voltar a ser amigos? — perguntou — Estou feliz por vocês.
— Também estou feliz por você, mas prefiro que fique longe da Hinata. — brinquei, ele concordou rindo.
— Podemos sair todos juntos qualquer dia desses... — deu a ideia, demonstrando certo desconforto.
Talvez por tudo que se seguiu nas últimas semanas.
— Podemos. — consenti, estendendo a mão num claro gesto de trégua.
Eu queria retomar nossa amizade de onde paramos. Kiba a apertou, abrindo um sorriso que parecia dizer: Finalmente voltamos a ser amigos.
(...)
Na hora do intervalo, eu estava ansioso para contar às boas-novas para Hinata. Além, é óbvio, de enchê-la de carinho. Sakura até tentou me barrar, perguntando se estava tudo bem comigo e pedindo desculpas pelo comportamento do Sasuke na praia. Só que eu estava longe, meu foco era Hinata. Até porque, Neji voltaria para a Coréia hoje e fiquei de levá-lo junto com Hinata ao aeroporto. Na ocasião eu também conheceria Hanabi, minha cunhada. Estava meio temeroso com isso, pelo que Hinata me contou, ela não gostava muito de mim. Apesar de Neji me apelidar de vacilão, nos demos bem, pelo menos após Hinata e eu fazermos as pases. Não sabia se podia esperar o mesmo da irmã dela.
Distraído, demorei para assimilar a cena que meus olhos viram e a voz que reverberou próximo a mim:
— Me solta! — era Hinata, um garoto de cabelos platinados a apertava rente à parede.
Meu sangue subiu, corri até eles, em tempo de ouvir sua resposta desaforada.
— Eu sei que gosta de ficar com vários garotos ao mesmo tempo, não se faça de puritana.
Acelerei a corrida e rapidamente o puxei com toda minha força para longe da Hinata.
— Não encosta nela, seu animal! — vociferei, já fechando o punho para acertar um soco em seu nariz.
— Não faz isso, Naruto. — Hinata segurou minha mão. — Vai se encrencar de novo!
— Mas ele merece. — respondi, ao mesmo tempo que hesitava, não por medo.
Eu só não queria levar outra suspensão e ser obrigado a ficar longe da Hinata novamente. Ou pior, voltar para o castigo, que meus pais encerraram pelo meu bom comportamento.
— Se eu te pegar próximo da Hinata mais uma vez, não responderei por mim. — ameacei.
Ele sorriu de escárnio, precisei usar todo meu autocontrole para não enfiar um soco naquela cara cínica e pálida.
— Fica longe de mim ou contarei ao meu pai e o seu ficará sabendo. — Hinata interferiu brava, da mesma forma que a vi quando Kiba e eu brigamos.
— Tudo bem, esperarei até que esteja pronta para mim. — o garoto revidou, atrevido.
Fiz menção de me soltar de Hinata, mas ela me segurou mais firme. Relaxei.
— O que não vai acontecer nunca. — afirmei, entrelaçando meus dedos aos de Hinata.
Então um vislumbre de lembrança me invadiu.
Aquele garoto chamava-se Toneri, era tipo um parente muito distante da Hinata. Como um primo de terceiro ou quarto grau. Diferente de Neji, aquele eu não gostava nenhum pouco.
Abracei a cintura da Hinata de forma um pouquinho possessiva, confesso. Logo afrouxando o abraço, ela não era minha propriedade. Eu não era o dono dela, de modo que não havia porque agir daquela forma. Hinata era minha namorada e a garota mais importante da minha vida.
Eu precisava agir com o afeto e a gentileza que ela merecia.
(...)
Era o baile de primavera, o último antes da nossa formatura. O tempo passava rápido e em breve nos formariamos. Eu finalmente poderia arranjar um emprego decente e planejar meu futuro com Hinata longe daquele colégio infernal que só me causava problemas.
Olhei ao redor, procurando por Hinata, aquela gravata estava me agoniando. Mas eu quis me vestir bem para a ocasião, Hinata estaria deslumbrante e não queria fazer feio ao lado da minha namorada. Portanto, aquele smoking ridículo foi necessário. Como forma de protesto, eu calçava um allstar branco, porque ninguém merecia sapato.
A escola jazia toda ornamentada, com flores da primavera dispostas em arranjos por todo canto. Além de arcos com bexigas coloridas variando de rosa e branco. Bem bonito na verdade, só que minha ansiedade estava concentrada em Hinata que ainda não havia chegado. Ela viria com a irmã. Neji queria estar presente com a — pasmem — noiva Tenten. Só que não conseguiu, o intercâmbio quase chegava ao final e ele não podia se ausentar por hora. Enfim, observei os casais juntos e felizes, Kiba com Tamaki, Sakura com Sasuke. A fofoqueira da Ino com o estranho do Sai, vi até Hanabi com um garoto do primeiro ano chamado Konohamaru. Mas nada da minha princesa, quando já estava a ponto de procurar por ela, meus olhos a viram.
Hinata vinha andando com um vestido tomara que caia cor creme. Que acentuava o tom perolado de seus olhos e suas curvas nada modestas. Os cabelos enormes balançavam conforme ela desfilava pelo colégio. Eu não conseguia me concentrar em nada que não fosse a garota mais linda do mundo vindo em minha direção. Seus cílios longos e cheios lançavam delicadas sombras em seu rosto. Suas bochechas recalçadas com um sutil rosa claro. Ela sorriu, me desarmando completamente. Suas covinhas me encatavam, ficando em evidência devido ao sorriso largo.
Cara, como eu a amava!
Fui até ela, apesar de minhas pernas não me responderem com a agilidade que eu desejava. A tomei em meus braços e enterrei o rosto no vão descoberto do seu pescoço, aspirando seu cheio adocicado.
— Calma, assim parece que não nos vemos há anos. — brincou, eu sorri rente à sua pele macia.
— Para mim algumas horas parecem uma eternidade. — devolvi, tomando seu rosto delicado entre minhas mãos. — Porque eu te amo, meu anjo, amo como jamais pensei que amaria qualquer outra garota.
Ela sorriu novamente e o som de sua risada foi como uma carícia sutil no meu coração.
— Eu também te amo, Naruto. — declarou, envolvendo minha cintura. — Sempre amei e sempre amarei.
— Então... — hesitei, temendo dizer em voz alta o que se passava na minha cabeça desde o início dos preparativos para o baile de primavera.
Já havia falado com meus pais e eles me apoiaram, desde que tudo não acontecesse muito rápido. Desde que tivéssemos tempo para amadurecer financeiramente. Desde que tivéssemos certeza do que queríamos para o nosso futuro. Desde que eu enfrentasse Hiashi, o pai mal-humorado da Hinata e sobrevivesse para contar a história.
— Então? — incentivou.
Tomei fôlego e falei de uma vez só:
— Aceita se casar com esse cabeça oca, que pretende te amar pelo resto da vida?
Seus olhos arregalaram sutilmente e seus lábios, mais uma vez, formaram aquele ô perfeito que ainda me tirava do prumo. Brilhando logo depois em uma perfeita mistura de expectativa e euforia.
— Sim, eu aceito me casar com você. — ela sorriu e eu selei nossos lábios, em uma espécie de prece sutil.
Uma prece de que nunca permitiríamos que nosso amor acabasse. Era oficial, eu jamais deixaria que Hinata escapasse de mim. Porque meu amor por ela era inexorável. Não pensem que eu não havia planejado um pedido mais íntimo e especial para ela. Hinata era uma princesa, um simples "aceita se casar comigo não parecia ser suficiente". Só que a surpresa estava reservada para mais tarde, quando estivéssemos somente nós dois... Mergulhados no nosso amor, antes, porém, eu queria saber se Hinata me aceitaria. E ela disse sim para mim. Para o garoto mais desmiolado e idiota daquele colégio.
Bom, há quem diga que o amor é cego, eu é que não reclamaria da sorte que tive por Hinata me amar e me ensinar com toda a paciência do mundo o que era amar.
Nesse instante começou a tocar uma música lenta. Já Kiba, que sabia em detalhes do meu plano de pedir a mão da Hinata em casamento. Fez um gesto de ok após falar com o DJ da festa. Eu queria esperar um momento mais propício para pedi-la, mas não dava para controlar meus sentimentos por ela. De modo que o quanto antes iniciassemos a nova fase das nossas vidas, melhor.
— Me concede essa dança, minha noiva?
— Essa e muitas outras... — respondeu sorrindo e pegou minha mão.
Fim.
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