Capítulo 1
Naruto.
Fui para a sala intrigado, ontem mesmo eu conversava com Kiba sobre convidar Sakura para o baile de formatura. Quando ele mencionou que queria chamar uma tal de Hinata, que ela era linda e fofa, mas tão tímida que não dava a mínima abertura. Pelas características físicas que ele descreveu, só podia ser a mesma. E hoje cedo lá estava ela, a garota do Kiba, com a Sakura. Coincidência? Pode ser, ou eu chamaria de sorte. Talvez eu pudesse agilizar o esquema dele em troca de ajuda nas provas finais. Pois é, eu estava quase com a corda no pescoço e achava que sozinho não iria conseguir me formar. Ou seja, meu pai me mataria se soubesse desse detalhe, precisava agir antes que isso acontecesse. Desse modo, como Kiba era um nerd, havia a possibilidade de ele quebrar essa pra mim, se em troca eu desse uma força com aquela garota. Não podia ser tão complicado, certo?
Talvez assim eu ainda criasse coragem pra me declarar para a Sakura. Não devia ser tão difícil, levando em consideração que somos amigos de infância e que possivelmente ficarei eternamente na friendzone. Afastei esse pensamento e toquei o ombro do Kiba, aproveitando a distração do professor.
— Ei — cochichei para chamar sua atenção. — Conheci sua garota hoje, a Hinata. Ela é bem bonita, quer que eu ajude a chegar nela?
— Conheceu a Hinata? Onde? — suas palavras saíram meio trôpegas e altas, dei um chute em sua perna para ele falar baixo.
— Cala a boca. — sussurrei entredentes. — O professor vai pegar no meu pé, na hora do intervalo eu a apresento. Daí em diante é com você. — concluí, voltando a me endireitar na cadeira, quando Kakashi virou o rosto em minha direção.
Fiz cara de anjo e olhei distraidamente para o teto, como quem não aprontava nada. Ele bufou e continuou a explicação. As aulas não demoraram a passar, não comigo pensando em formas de chamar Sakura para sair. Portanto, assim que o sinal do intervalo soou, puxei Kiba pelo casado e seguimos em direção à garota dele. Hinata. Ela era bonita, tá legal, linda seria a palavra correta para defini-la. Eu nunca a tinha visto na escola, pelo menos não que eu me lembrasse. Até tinha uma garota bem fofa na minha aula de química há uns dois anos, mas ela tinha olhos castanhos, não podia ser a mesma pessoa. Já que os olhos de Hinata eram perolados e brilhantes, enfim. O foco aqui é encontrá-la e apresentá-la ao Kiba.
Notei uma silhueta de costas próxima do corredor da biblioteca, seus cabelos eram enormes e escuros. Só agora havia notado que batiam na cintura, cobrindo toda a extensão de suas costas. Ela virou minimamente de perfil, quando Sakura saiu do banheiro sorrindo e foi para o lado dela. Vislumbrei o contraste das duas próximas uma da outra, Sakura era maior e mais magra. Hinata menor, mais curvilínea, estreitei os olhos quando ela sorriu de volta. Um sorriso discreto, que evidenciou suas covinhas nas bochechas. Uau, que garota fofa. Kiba tinha bom gosto, realmente.
Balancei a cabeça para me concentrar e seguimos até elas.
— Oi de novo. — cumprimentei, querendo não assustar Hinata.
— Oi, Naruto. — Sakura foi a primeira a responder. — Eaí, Kiba. — emendou sorrindo para ele.
Por um instante senti uma pontadinha de ciúmes quando ela sorriu para Kiba. Abstraí o pensamento, eu não era dono da Sakura. Ela podia sorrir para quem quisesse.
Foi quando a voz doce e suave da Hinata soou, ganhando minha atenção.
— O-oi. — o gaguejo veio junto, no entanto, era até que gracioso vindo dela.
— Conseguiu chegar no horário, Hinata? — perguntei querendo quebrar o gelo.
— Si-sim. — afirmou de cabeça baixa.
Quis tocar delicadamente em seu queixo, para incentivá-la a olhar para cima. Assim todos poderiam admirar seus olhos raros, contudo não ousei ir tão longe.
— Que bom. — foi o que eu disse, sem saber como avançar. — Ah, esse aqui é meu amigo Kiba. — apresentei finalmente. — Kiba, essa é a Hinata, Sakura você já conhece. — tentei soar casual, para que não parecesse algo planejado.
— Prazer, Hinata. — ele avançou e deixou um beijo rápido em sua mão. Achei ousado, mas delicado, levando em consideração a timidez da Hinata.
Ela levantou subitamente o olhar e suas bochechas estavam muito coradas. Os olhos levemente arregalados e com alguma dificuldade conseguiu formular:
— O pra-prazer é meu. — respondeu sorrindo timidamente.
Não sei porque, aquele pra-prazer gaguejado me deixou arrepiado.
— Sakura, posso falar com você rapidinho? — chamei, visando deixá-los a sós.
— Ah — ela pareceu se tocar. — claro — concordou — Já volto, Hina.
— Ta-tá bom. — Hinata aceitou desconfiada e um pouco constrangida.
Parecia um animalzinho, fiquei com um aperto no coração por deixá-la sozinha. Hinata parecia tão vulnerável e desprotegida. Mas Kiba era um garoto bacana, não faria nada para magoá-la ou coisa do tipo. Eu não precisava me preocupar, se fosse outro, talvez eu também ficasse desconfiado. Contudo, podia ser o momento de eu mesmo tomar coragem para dizer o que sentia pela Sakura.
— Já saquei tudo. — por falar nela.
Estávamos sentados no refeitório e eu observava os dois conversando timidamente no mesmo local que os deixei.
— O que? — perguntei meio distraído.
— Kiba gosta da Hinata e você deu uma de cupido, estou certa? — supôs e eu apenas fiz que sim com a cabeça, antes de responder.
— Mais ou menos isso.
— Hinata é uma boa garota, o único problema é a timidez excessiva. — falou, concordei mais uma vez. — Se ele tiver paciência para esperar que ela esteja à vontade. Foi o que eu fiz hoje, sempre a via na aula, mas Hinata era tão tímida que eu ficava meio acuada de chegar perto.
— Entendo, vocês estão virando amigas? — perguntei interessado.
— Talvez, ficamos juntas nas aulas hoje. — afirmou, tombando a cabeça na mão. Eu não tirava os olhos de Kiba e Hinata, agora ele deslizava os dedos pela bochecha rosada dela. Suspirei, por um segundo não pareceu correto toda aquela aproximação. Ainda assim decidi dar privacidade a eles, no mesmo minuto que Sakura balançava a mão em frente ao meu rosto. — Ei, eu tô aqui.
— Desculpe. — meneei a cabeça. — É que a Hinata é bem tímida e delicada, não quero que o Kiba a magoe. — confessei — quer dizer, ela parece ser uma boa garota, como você mesmo afirmou. Não seria correto permitir isso. — acrescentei rapidamente.
— Foi você que o apresentou. — alfinetou, com um v nada sutil surgindo entre suas sobrancelhas.
— Eu sei, eu sei. — levantei as mãos em sinal de rendição. Só espero que ele seja um cavalheiro com ela. — expliquei, focando em seus olhos verdes e desconfiados.
— Olhando de fora dá a entender que ficou com ciúmes. — cuspiu, parecendo, enciumada?
Engasguei com minha própria saliva ao ouvi-la dizer esse tipo de coisa e dei uma risada histérica.
— Por que eu teria ciúmes de uma garota que acabei de conhecer? — me defendi, Sakura analisou minha expressão e assentiu lentamente.
— É o que me pergunto. — devolveu cética.
— Escuta, Sakura. — a cortei de súbito. — Tá a fim de ir ao cinema hoje comigo? — eu quis saber, era melhor convidar logo, seria mais fácil me declarar em um lugar menos opressivo.
— Adoraria. — ela sorriu, suas bochechas coraram levemente e eu fiquei atordoado.
Qual é, parecia que Sakura também se interessava por mim ou foi viagem minha?
— Te pego na sua casa às seis, tá bom? — firmei o compromisso para ela não voltar atrás.
— Tudo bem, Naruto. — aceitou ainda com um sorriso no rosto.
Cara, eu gostava um bocado daquele sorriso. Só que cometi o erro de me virar para espiar o que estava rolando perto de nós, mais precisamente entre Kiba e Hinata. Vislumbrei quando ele se inclinou lentamente sobre ela. E, por incrível que pareça, Hinata demonstrou aceitar essa invasão ao seu espaço pessoal. Achei aquilo demais, qual é, fazia menos de trinta minutos que eles se conheciam pessoalmente. Para que ir tão rápido?
Levantei num átimo e iria até lá, não fosse Sakura me impedir ao segurar meu pulso.
— Aonde vai? — quis saber, entendi que minha atitude denotava incoerência e inventei uma desculpa qualquer.
— Ao banheiro. — respondi, incerto. — me afastando a passos ágeis.
Meu olhar cruzou com o de Hinata por um breve instante e eu senti uma estranha conexão com ela.
Desviei o olhar para o outro lado e fingi não sentir a ligação. Kiba saberia lidar com Hinata, eu não precisaria me envolver.
Foi o que eu disse a mim mesmo, ainda que tenha sentido uma fisgadinha no coração ao tentar me convencer disso.
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