Capítulo 22- Rejeitando confissão
Dia seguinte - 10:00
Eu me encontrava na biblioteca com minha amiga Mi-suk, estudando, soltando um suspiro enquanto apoiava meu queixo na palma da minha mão.
— O que você tem, Livi? — Perguntou Mi-suk em tom preocupado, e voltei meu olhar para o dela, que estava sentada à minha frente.
— Me diga uma coisa, tem como fazer um cara apaixonado por outra garota se apaixonar por você de novo? - disse sem ânimo.
— Bem, deixe-me ver... - ela disse pensativa - torne-se uma grande mulher! Melhore suas habilidades que ele aprecia nela.
— O que isso quer dizer, melhorar minhas habilidades? - Franzi a testa, pensativa.
— É como se você se tornasse uma garota boa de papo. Ou, encontrasse algum passatempo a dois. - Soltei um longo suspiro, me debruçando sobre a mesa. Ela não está dizendo coisa com coisa. Mi-suk é uma boa amiga, mas péssima para dar conselhos amorosos.
Horas mais tarde - Terraço - 12:30
Adoro esse lugar, tem uma bela vista daqui, a brisa tocando meu rosto é tão refrescante. Observava os alunos transitando pelo pátio, enquanto saboreava uma bebida láctea fermentada sabor banana, até que sinto um par de mãos masculinas contra minha cintura.
— Finalmente te encontrei - Constatou Ren, virando meu corpo para frente. - O que acha de dar uns amassos? - Meus olhos se arregalaram. - Quer ir para minha casa depois da aula? - Deixo um riso de indignação escapar e o empurro pelo peito, afastando-o de mim.
— Sem chance! - Reviro os olhos, voltando a beber minha bebida.
— Por que não? Vamos dar uns amassos! Só uns amassos... - Um sorriso se formou em seus lábios, deixando escapar um riso pelo seu semblante de cachorro sem dono. Dar uns amassos na casa dele, isso quer dizer só uma coisa... Logo me lembro das palavras que disse a ele ontem. Eu disse aquilo porque não queria que ele me deixasse, mas não significa que estou pronta para me entregar a ele. Mas o que vai acontecer se isso realmente acontecer? Saio dos meus devaneios assim que sua mão toca a minha, e o observo depositar um selar nela.
— Estava brincando, Livi - ele coloca uma mecha do meu cabelo atrás da orelha - gosto de ver suas reações. Eu sei que você não está pronta e tudo tem seu tempo certo. Não vou te forçar a nada, quero que seja especial para ambos. Lembra que estávamos planejando uma viagem? - assenti com a cabeça positivamente - Então, estava pensando em irmos para a praia. A mesma praia onde nos conhecemos, podemos alugar uma casa para passarmos o fim de semana. O que acha? - eu sorrio em concordância. Mas, se viajarmos juntos, isso significa que vamos fazer sexo, não é? Sinto meu rosto esquentar com esse pensamento.
— Não se preocupe. - Ele segura meu rosto com suas mãos - Até que você seja meu primeiro e único amor, eu não vou fazer nada que possa te deixar preocupada.
— Ren... - murmuro.
— Vamos nos divertir nessa viagem... - ele encosta nossas testas - e fazer muitas memórias. - balanço a cabeça positivamente e logo sinto seus lábios tocarem os meus em um selinho. Eu retrocedo no que eu disse... Ele realmente se preocupa muito comigo. Estou tão feliz!
— Eu também estou animada para essa viagem, Ren. Será uma oportunidade de estarmos juntos e criar memórias especiais - digo com um sorriso sincero.
Ren retribui o sorriso e acaricia suavemente meu rosto.
— Mal posso esperar para te ver sorrir e rir durante nossa viagem. Você é incrível, Livi, e quero que tudo aconteça no momento certo e de forma especial entre nós dois - ele diz com ternura em sua voz.
Fico tocada com suas palavras e sinto meu coração se encher de afeto por ele.
— Você também é incrível, Ren. Estou feliz por termos esse cuidado um com o outro. Estou ansiosa para criar memórias inesquecíveis com você na praia - respondo, sentindo-me mais relaxada e confiante em relação ao nosso relacionamento.
Ren se aproxima mais e me abraça suavemente, o que me faz sentir um calor reconfortante.
— Vai ser uma viagem maravilhosa. E mesmo que nada aconteça além do que você estar confortável, eu estarei grato por estar ao seu lado - ele sussurra em meu ouvido.
Sinto meu coração se derreter ainda mais com suas palavras gentis, e me permito relaxar em seus braços, sabendo que estou com alguém que realmente se importa comigo.
À medida que planejamos os detalhes de nossa viagem à praia, sinto-me mais empolgada e confiante em relação ao nosso relacionamento. Estou grata por ter alguém como Ren ao meu lado, alguém que valoriza minha felicidade e conforto acima de tudo.
Horas mais tarde - 16:40
Ando pelo corredor com o intuito de ir até a sala onde fica os produtos de limpeza, a pedido da meus colegas de limpeza. Hoje era o meu dia e o de mais 6 colegas de classe para limpar a sala de aula. Até que vejo Ren todo sorridente, conversando com alguém. À medida que me aproximo, posso perceber para quem aquele sorriso radiante era dirigido: era para Isabella. Meu coração afundou em tristeza no mesmo instante, mas continuei seguindo meu caminho, ignorando aquela cena que faz meu pobre coração se apertar.
"Por que estou deixando isso me perturbar? Isso está me chateando... Eu realmente estou com ciúmes! Era mentira que estaria bem em ser a segunda opção... Eu quero que ele seja bom para mim! Eu quero que ele me ame profundamente! Eu quero que ele tenha olhos só para mim."
— Livi!!! - antes de virar na direção da voz masculina que me chamava, e eu sabia de quem se tratava, limpei meus olhos marejados.
— Para onde você está indo? - perguntou, passando o braço ao redor do meu pescoço.
— Vou buscar material para limpar a sala antes de ir embora. - respondi sem manter contato visual, apenas continuei olhando para frente.
— Então vou te ajudar a buscar. - disse, todo sorridente.
— Não precisa, eu faço isso sozinha. - disse, tirando o seu braço do meu pescoço. - Depois conversamos. - continuei andando mais rápido, deixando-o parado no corredor, sem entender a minha atitude.
Dois dias depois - sabado
O sol surgiu radiante no horizonte, prometendo um daqueles dias em que a luz parece abraçar cada canto da cidade. Desde o momento em que pisei na rua, fui envolvido por um calor acolhedor que parecia sussurrar: "Hoje é um dia especial".Caminhando até a loja, senti os primeiros raios de sol acariciando minha pele. Uma brisa suave brincava com meus cabelos, me fazendo sorrir involuntariamente. A manhã estava cheia de promessas e otimismo, como se o próprio céu estivesse torcendo por um dia grandioso.
Ao abrir as portas da loja, os raios de sol entraram como convidados de honra. Cada prateleira, cada produto ganhou vida sob essa luz dourada. Cumprimentei meus colegas de trabalho com um entusiasmo contagiante, sabendo que tínhamos um dia incrível pela frente.
O aroma do café fresco pairava no ar, misturando-se com os murmúrios das conversas animadas dos clientes. Era como se a luz do sol tivesse o poder de abrir até mesmo os corações mais apressados. Enquanto organizava os produtos, não pude deixar de sorrir ao observar o movimento da cidade lá fora. Pessoas passavam com passos decididos, algumas com óculos de sol, outras apenas exibindo seus sorrisos mais amplos. Parecia que todos compartilhavam da mesma felicidade que eu.
Atendi cada cliente com um sorriso, ajudando-os a encontrar o que precisavam. A medida que o dia avançava, o sol alcançava seu auge no céu, banhando tudo ao redor com uma luminosidade vibrante. As risadas e os cumprimentos dos clientes preenchiam a loja, criando uma atmosfera de conexão e amizade.
Na hora do almoço, saí por um momento para aproveitar ao máximo o sol. Sentei-me em um banco próximo e fechei os olhos, sentindo o calor acariciando minha pele. A brisa suave sussurrava segredos de tranquilidade, e eu me permiti mergulhar na sensação de gratidão por estar vivo e parte deste dia tão incrível.
Hoje, Olivia viria até o meu trabalho para aproveitar o resto do sábado. Eu a levaria ao cinema. Estava colocando etiquetas nos produtos quando olhei na direção da porta e logo Isabella passou por ela.
— Noona! Você por aqui? - esbocei um sorriso - O que te traz aqui?
— Vim comprar uma água, está muito quente lá fora. - disse ela se aproximando de mim - Não sabia que você estava trabalhando. Estou orgulhosa.
— É, comecei há pouco tempo - sorri timidamente pelo elogio - Você está bem? - disse, me aproximando e percebendo que ela não parecia nada bem. Antes que a mulher despencasse no chão, a segurei em meus braços e a levei até a sala dos funcionários, colocando-a deitada no sofá.
— Eu estou bem, Ren... - o tom de sua voz saiu como um murmúrio.
— Você não parece bem. Vou chamar uma ambulância - disse, fazendo menção de sair, e a mulher segurou meu pulso.
— Não precisa. Eu estou melhorando, só estou um pouco fraca - ela esboçou um sorrisinho na tentativa de me tranquilizar - Estou fazendo uma dieta.
— Dieta! - repeti, desacreditando - Não é bom você fazer algo tão radical que te deixe fraca e anêmica.
— Mas... os homens gostam de mulheres magras, como a Tzuyu do TWICE, não é? - disse, enquanto eu colocava uma manta cobrindo o corpo dela.
— Nem todos! Eu também gosto das mais cheinhas. Para mim, o que realmente importa é a personalidade - soltei um suspiro, observando minuciosamente o rosto pálido da mulher.
— Obrigada, Ren. - ela esboçou um sorrisinho tímido.
— Bem, apenas fique deitada e descanse até você se sentir melhor. Vou preparar algo para você comer. Não adianta dizer não - disse com um tom autoritário, e ela apenas balançou a cabeça concordando, eu saindo da sala.
....
Após ter preparado o macarrão instantâneo, volto para a sala. Ao chegar, percebo que Isabella dormia tranquilamente. Depois de repousar o pote de macarrão sobre a mesinha, me aproximo da mulher e me sento no banco em frente a ela, observando a sua beleza.
"Dieta! Até parece que você precisa disso."
Levado pelo calor do momento, aproximo meu rosto do dela até que meus lábios tocam os dela em selinho.
— Ren... - Me afasto assim que escuto a voz de Olivia. Olho na direção dela e percebo a decepção em seu olhar.
— Livi... - Olivia dá meia-volta e se retira da sala antes que eu possa ir atrás dela. Isabella acorda.
— Faz horas que estou dormindo? - Isabella pergunta enquanto se senta no sofá, soltando um longo bocejo.
— Não muito. Você está melhor? - ela balançou a cabeça positivamente - preparei esse macarrão para você - digo, entregando.
"Não consigo tirar da cabeça a imagem do olhar da Olivia. Eu preciso saber como ela está. Não queria ferir os sentimentos dela."
Olívia On
Sinto como se meu coração tivesse sido pisoteado, está doendo muito; é como se tivesse esquecido como se respira. Caminho pelas calçadas, sem me importar com as lágrimas que escorrem pelo meu rosto. Caminho até uma praça que havia perto, e ao chegar, me sento debaixo de uma árvore.
Como posso culpá-lo? Quiz continuar esse relacionamento mesmo sabendo que seu coração já tinha dona. Mergulhada nos meus pensamentos, sou despertada com a voz ofegante de Ren, que para a minha frente levanto meu olhar. Ao vê-lo, noto que mesmo havia corrido, havia resquício de suor em sua testa.
— Olivia... Eu... eu sinto muito - gaguejou.
— Tudo bem. Eu não estava esperando pelas suas desculpas. Ren, eu estou namorando com você sabendo que está apaixonado pela Isabella... É natural que você queira beijar alguém por quem está apaixonado. - sorri melancolicamente - Mas não foi legal você roubar um beijo enquanto ela estava dormindo. Você deveria ser sincero com ela sobre seus sentimentos para não se arrepender depois. Então... - me levanto - vamos terminar. - Ele apenas me observava pensativo. - Eu realmente pensei que iria conseguir ser segunda opção por enquanto. Mas não podemos mandar no coração, não é mesmo?
— Livi... - ele segura minha mão, olhando fixamente nos meus olhos. Parecia que as palavras estavam presas na sua garganta.
— Ren... - solto um suspiro - Desejo que você consiga ser sincero com seus sentimentos - elevo minha mão livre até seu rosto, depositando um carinho em sua bochecha - para não se arrepender depois.Se não ninguém nunca irá te amar. - Afasto minhas mãos das suas e começo a andar sem olhar para trás.
Horas mais tarde
A Olivia está certa, eu preciso me confessar de uma vez por todas para a Isabella. Não posso continuar assim, não quero viver uma vida cheia de arrependimentos sobre como teria sido se eu tivesse me confessado. Preciso fazer isso para talvez conseguir seguir em frente."
"Me encontro em frente à porta do apartamento da Isabella, segurando uma pequena quantidade de ar nos pulmões e soltando-o lentamente, com o objetivo de reunir coragem para apertar a campainha. 'Vá lá, Ren! Você consegue.'"
"Aperto a campainha após alguns segundos que parecem mais horas, e a porta se abre. Meus olhos se arregalam assustados, já que não era a imagem que esperava ver de Isabella. A mulher estava usando uma máscara preta no rosto.
— Ren? O que você está fazendo aqui tão tarde? - Solto um suspiro, retirando a mão do meu coração pelo susto de vê-la assim.
— O que é isso no seu rosto?! - digo apontando com o dedo indicador.
— É uma máscara de tratamento facial. O que quer?
— Bem... er... - coço minha nuca, procurando as palavras certas, meio que vendo-a assim me desconcertou - Como você está?
— Ah, estou muito bem, graças a você. - Ela esboça um sorrisinho - Entre - disse, dando espaço. Logo em seguida, entro e me sento no sofá.
— Fico feliz que estava se sentindo melhor. - esboço um sorriso acanhado.
— Você quer tomar alguma coisa? - perguntou, sentando ao meu lado.
— Não, obrigada. - novamente coço minha nuca e após um longo suspiro me pronucio - Eu amo esse seu jeito tão cuidadoso, Isabella. - A mulher franziu o cenho, já que era a primeira vez que a chamava pelo seu nome, ao invés de noona - Você está sempre cuidando das pessoas, tem um coração genuíno. Só de estar com você, isso me faz sentir confortável. - Ela esboça um sorriso tímido - Eu amo você, Isabella. - Ela fica boquiaberta por uns segundos antes de soltar um riso e me dar um tapinha no ombro.
— Vamos lá! Você só pode estar brincando comigo!
— Não estou brincando com você!
— Então do que você está falando? Você está com a Olivia, não é?
— Sim, mas durante todo esse tempo... eu estive apaixonado por você, Isabella, desde sempre! - digo, pegando a mão da mulher, que se afastou, se levantando. - Por favor, diga alguma coisa."
— Eu sinto muito. Eu não esperava por isso. Eu nunca nem sonhava com você, como se sentia em relação a mim.
— Bem... Todo esse tempo, eu escondi os meus sentimentos. Mas Livi disse que se eu continuar desse jeito, posso viver uma vida de arrependimento, e ninguém nunca irá me amar. - solto um suspiro, voltando meu olhar para a mulher em pé ao lado da porta - Por isso, tomei essa decisão. Se eu não disser alguma coisa, nada vai mudar. Então eu decidi que, se quisesse continuar te amando, eu teria que te dizer... Você seria capaz de me amar?
— Desculpa... Eu... Eu só consigo te imaginar como um irmão mais novo para mim. - Ela me olha - Tenho certeza de que isso nunca irá mudar. - Me levanto e paro em sua frente.
— Obrigado... Sinto-me melhor por você ser tão direta - forço um sorriso fino e envergonhado - Bem, vou nessa - ela dá espaço e eu abro a porta e me retiro - Tenha uma boa noite - digo sem olhar para trás.
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