Jungkook

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Os dias foram passando; diria que estavam passando muito rápido. Eu e Jimin estávamos nos aproximando cada vez mais, éramos muito amigos. Às vezes, saíamos para caminhar fora do hospital, e todos os dias trocávamos mensagens. Dessa forma, fomos conhecendo mais um ao outro. Ele me apresentou os dramas que assistia, e eu também compartilhei os livros que lia. Pelo jeito, ele tinha gostado. Sempre ficávamos juntos quando ele vinha aqui.

Confesso que assistir a esses doramas me deixava meio sonhador sobre uma possível relação com Jimin, mas tentava não imaginar muito e controlar esses desejos.

Jimin: Ei... Cadê você, Jungkook?

Eu: Oi, desculpe. A enfermeira apareceu no quarto.

Mochi gatinho: Está tudo bem? Passou mal?

Eu sorri, muito fofo a preocupação dele comigo, e me deitei de bruços para responder.

Eu: Claro, estou bem. Ela só veio falar dos testes que farei amanhã.

Mochi gatinho: Mas você está bem com esses testes?

Eu: Não, nem um pouco. Fico ansioso pelo resultado... É horrível ficar curioso sobre sua própria vida.

Mochi gatinho: Eu até imagino, sinto o mesmo quando minha avó vai fazer.

Eu: E o que você faz para passar essa ansiedade?

Mochi gatinho: Eu saio, me distraio, haha.

Eu: Parece ser bom... - até porque eu estava sempre trancado dentro daquele grande prédio cheio de médicos.

Mochi gatinho: Ei, podemos sair se você quiser, é claro.

Pensamentos de Jungkook: Como esse branquelo consegue falar tudo o que desejo nessa cama? É claro que devo ser o único bobo que fica empolgado loucamente com isso. Pensei por longos segundos em como responder aquele convite.

Eu: A... a claro, aonde vamos?

Mochi gatinho: Ótimo, vai ser surpresa.

Eu: Emoji bravo.

Mochi gatinho: Emoji mandando beijos.

Afundei meu rosto no travesseiro só de imaginar sair com o Jimin daquele lugar. Sorria; meu coração acelerava.

Aish... Droga... - resmunguei.

Não quero gostar do Jimin; na verdade, não quero que ele goste de mim. Afinal, não posso trazer nada de bom para ele, além de incertezas. Acabei me lembrando da despedida com o Taehyung; jamais quis vê-lo chorar, muito menos ser o motivo. Imagina se fosse o Jimin? Eu me sentiria culpado.

Estava meio cansado, então, em meio a esses pensamentos, acabei adormecendo e só acordei no outro dia com a enfermeira entrando no quarto e me chamando.

- Jungkook? Que bom que acordou. Deve estar cansado. Bom dia. - ela desejou.

- Bom dia. - falei, me sentando na cama.

- Seus exames vão começar logo. Se arrume e vá até o prédio principal, por favor. - ela falou antes de sair.

Suspirei antes de sair da cama, indo até o banheiro. Fiz minha higiene matinal e coloquei uma roupa simples: uma calça de moletom e uma camiseta do mesmo material.

Saí do quarto e segui para o prédio principal, onde faria os exames. Eram algumas tomografias e ressonâncias, além de exames bioquímicos. Tudo demorou cerca de longas 6 horas até eu ser liberado. Estava faminto e mal conseguia raciocinar bem.

Eu fui até o refeitório, onde peguei algo simples para comer e me recuperar. Sentei na janela e logo alguém se sentou ao meu lado. Eu olhei.

- Oi, Jimin.

- Olá, Jungkook. Está bem? Parece fraco. - Ele me olhava com um olhar muito preocupado, tão lindo e gentil que me fez sorrir.

- Ah, eu estou bem. Só preciso comer. - Respondi e rapidamente voltei a comer, observando a roupa dele: calça jeans clara, blusa estilo social listrada branca e preta, nos pés um Adidas branco. - Você está muito bonito hoje.

- Claro, tenho que ficar digno de sair com um cara muito lindo. - Rimos.

- Terminei, vou no meu quarto pegar minha carteira, hm? - Dizia me levantando.

- Ok. Eu vou esperar aqui. Vou ver minha vó antes de irmos, ok?

Saímos, ele foi até a sua vó, e eu fui até meu quarto. Me olhei no espelho, arrumei novamente meu cabelo, e assim estava tudo certo. Roupas bonitas e confortáveis, sapatos nos pés. Peguei minha carteira e, por fim, passei meu perfume antes de sair do quarto e ir até a recepção, onde tinha que assinar alguns papéis. Não demorou para Jimin aparecer e também assinar alguns papéis.

- Finalmente. Vamos? - Ele apontou para a porta sorrindo, e eu concordei.

Somente quando saí daquele centro clínico, meu cérebro começou a processar a informação de que eu estava saindo com o Jimin. Mordia o lábio em animação antes de olhar para ele, que sorria. "Ele fica bonito sorrindo" pensei.

- Hm, onde vamos?

- Pegar o ônibus. - Ele manteve aquele sorriso enquanto caminhávamos até o ponto.

- E depois disso? - Falei com uma cara emburrada ao ver que ele ia manter aquele segredo.

- Não se preocupe... Não irei te levar a um motel, Noah. - Eu na hora fiquei vermelho pela fala dele. - Eu vou te levar no centro, senhor vermelhinho. - Ele riu.

Eu abaixei a cabeça, estava com tanta vergonha, e graças a Deus o ônibus chegou. Entramos, eu cumprimentava o motorista, e ele pagava nossas passagens. Esperei por ele para sentarmos, fui na janela como uma criança mimada, olhando tudo do lado de fora, perguntava sobre uma coisa ou outra para Jimin, que calmamente me explicava.

Chegamos ao centro de Seul, e era tudo tão incrível. Preciso me lembrar de me desculpar com Jimin por fazê-lo correr comigo por tantas lojas. Fomos às lojas de roupas, era como uma feira, mas as roupas eram lindas e fofas, tinha também acessórios. Enquanto olhava algumas calças, ouvia Jimin me chamar.

- Ei, Kookie. - Logo olhei para ele, que usava óculos escuros e sorria.

- Uau, desse jeito, eu quem vou ter que ficar no seu nível. - Brincava me aproximando.

- Tá, então começa usando isso. - Ele colocou um chapéu estilo pescador em minha cabeça. - Mas olha só, você continua bonito. - Falou com um ar indignado que me fez rir.

- Como poderia esperar menos? - Falei brincando e devolvi o chapéu e ele os óculos.

Continuamos andando, agora em uma parte mais elegante, havia lojas e vitrines com manequins que exibiam suas roupas.

- Quer comprar? Pensei em passar aqui para você ver uma roupa para a festa/baile, isso se você quiser ir…

- Hum... O baile está chegando, né? - Comecei a olhar a vitrine, escondendo minha decepção ao pensar que só iríamos comprar um terno.

- Sim, está. Pensei em irmos juntos... Quer? - Olhei para ele surpreso. Ele me olhava sem jeito, e acabei ficando corado junto dele.

- Claro, quer dizer, se não tiver ninguém.

- Relaxa, meu anjo. Antes, eu acompanhava somente a minha avó. - Ele falou sorrindo mais tranquilo.

- Ah, mas eu não quero roubar o lugar dela. - Eu ficava até sem jeito só de imaginar Emma Parker com raiva de mim.

- Ela não liga, acredite... Ela nem queria ir no último baile. - Eu ri com a cara que ele fez.

- Então... Você vai me ajudar a escolher uma roupa, né? - Pedi, e ele assentiu com a cabeça me olhando.

- Claro, se você quiser, eu posso até combinar com o meu terno... Iríamos ficar lindos combinando os ternos. - Rimos antes de entrarmos em uma loja.

Fiquei horas ali sem saber qual levar. Eram muitos e lindos. Eu olhava os cabides com algumas camisetas sociais. Enquanto isso, o vendedor abordou Jimin, afinal, eu não sabia o que falar. Resolvi pegar uma camiseta social branca, uma calça preta e o terno preto.

- Mochi, o que acha dessa? - Mostrei para ele enquanto colocava a camisa na frente do meu corpo.

- Lindo. - Ele sorria, e logo o vendedor falou algo. - Ele disse que você pode provar ali.

Assenti e segui para uma das cabines, agradeci ao moço antes de fechar a cortina e me despir. Comecei a colocar a calça social preta primeiro e depois a camisa. Arrumei em meu corpo, e o vendedor entrou, me entregando um sapato preto que coloquei antes de sair e ver Ben sentado.

- Então, ficou bom? - Dizia um pouco tímido, e rapidamente chamei a atenção dele e dei uma voltinha.

- Maravilhoso. - Ele disse, e eu acabei corando.

- Acho que levarei esse, então. - Falei antes de entrar novamente na cabine e me trocar.

Eu confesso que estava com muita vergonha. Eu, um salvador de vidas em uma praia, passo o dia todo de sunga na frente de vários homens, e agora estou com vergonha de um simples homem. Como isso? Depois de me trocar, saí com a roupa no braço e entreguei para o vendedor junto dos sapatos. Jimin disse que os levaria, e fomos pagar.

Saí da loja levando minha sacola nas mãos, e Jimin me olhou surpreso.

- Oh... Não vai perguntar nosso próximo destino? Desistiu? - Ele brincou.

- Claro, você é malvado e nunca me diz. - Cruzei os braços e formei um bico em meus lábios.

- Que fofinho ele ficou bravo comigo. - Ele riu e assim bagunçou meus cabelos, e eu mantive minha carinha. - Não fique assim, hm... Vem.

Ele segurou em minha mão e me puxou até um prédio cujo nome não consegui ler, pois estava surtando internamente por ele estar segurando em minha mão. Quando entramos, fomos até o balcão, e então me dei conta de que era um cinema com visual retrô. Sorria, admirando a decoração; era lindo.

- Kookie? O que quer assistir? - Benjamin me perguntou.

- Ah, eu realmente não faço ideia. Acho melhor você ficar no controle. - Falei sorrindo.

- Está bem, vem comigo. -Compramos os ingressos, um balde de pipoca e refrigerante.

- Eu acho que a enfermeira ia me matar se soubesse que estou comendo isso. - Comentei, ouvindo ele rir.

- A vida só se vive uma vez, você tem que aproveitar um pouco já que está aqui. - Sorria ao ouvi-lo.

E assim entramos em uma sala de cinema, e era um filme muito conhecido aqui na Coreia, um romance. Eu e Jimin prestávamos bastante atenção, às vezes acabávamos um e o outro olhando e falando o que tinha acontecido. A pipoca acabou ficando comigo mesmo, então coloquei no meio de minhas coxas, e acabou que nossas mãos se encontraram no balde de pipoca. Eu corei na hora, senti ele tirar sua mão devagar, eu nem consegui olhar para ele direito, mas eu sentia seus olhos com calma queimarem em mim, o que me deixou mais ainda corado. Logo o silêncio foi quebrado.

- Kookie...? - Eu estava com o rosto virado para frente, ainda bem coradinho, e assim que escutei a voz dele me chamar, meu coração gelou. Não muito rápido, virei meu rosto.

- O... Oi. - Falei olhando para ele.

- Está gostando do filme? - Ele dizia, e eu balançava a cabeça.

- Sim, estou. - Falei com um sorriso no rosto, sentindo ainda minhas bochechas queimarem.

- Ah... Que bom. - Ele falou se arrumando na cadeira e continuou. - Esse é um dos melhores filmes.- Conforme ele ia falando, eu sorria.

- E realmente é muito bom. - Fui bem sincero e olhei para frente. - Eu acho lindos esses romances. Queria um dia viver um romance assim.

- E você vai, Jungkook. - Eu sorri pela resposta do mais novo e logo senti suas mãos acariciarem meu rosto com todo cuidado. Suas mãos gostosas e delicadas em meu rosto, ah, surto. Então virei novamente meu rosto para olhar para ele.

- Acho que não em... - Falei sendo sincero, tinha medo de machucar alguém ou algo do tipo.

- Você é muito bonito, Jungkook, é uma pessoa doce... Vai sim. - Eu senti uma queimação, uma febre bateu em mim de vergonha. A mão dele que estava em minhas bochechas já não estava mais; agora estava em minha nuca. Senti um arrepio, mas ele continuou acariciando com o dedão. - Você ainda vai encontrar alguém que o ame de verdade.

Eu só sorri, mas não respondi. Continuei sentindo as carícias. Poderia dizer com todo o prazer que queria algo a mais do que aquelas carícias em meu rosto. Meu cerne implorava tanto. Sem querer, fui me arrumar na cadeira e acabei colocando a mão em suas coxas, que eram tão fartas, grossas, dava vontade de apertá-las. Vi um sorriso crescer em Jimin. Olhei, passando a língua em meus lábios por costume. Assim que ia tirar minhas mãos dali, ele segurou e deixou minha mão lá. Sem mais delongas, apertou junto com a minha mão, fazendo com que eu apertasse com gosto suas coxas.

- Era isso que você queria? - Ele me perguntou com calma em sua voz. Assim que eu ia responder, ele me puxou com cuidado e, sem muitas delongas, juntou nossos lábios, começando um ósculo calmo, tímido, e meu travado, mas logo foi se soltando, tornando o ato mais intenso. Nossas bocas tinham uma conexão, uma com a outra. Também existia uma certa ansiedade, e como o filme ainda estava passando, não dava para escutar os suspiros de nós dois.

Jungkook soltou um gemido baixinho entre o beijo, na hora que sentiu os dedos de Jimin puxarem seus fios. Eles afundaram mais o ósculo.

Os lábios de Jimin eram carnudos e gostosos, os de Jungkook eram finos, mas tinham um jeito bom e gostoso. Suas línguas habilidosas dentro daquela boca, daquele beijo que parecia estar sedento. Quando dava, ele puxava a língua de Jungkook e a chupava com gosto, dando algumas mordisquinhas nos lábios do garoto. Jungkook nunca quis tanto um beijo como o dele. Jimin conseguia deixar Jungkook molinho só com aquele beijo dele.

Jungkook soltou um gemido baixinho entre o beijo, na hora que sentiu os dedos de Jimin puxarem seus fios. Eles afundaram mais o ósculo.

Jimin sorriu, conseguindo o que queria há muito tempo. Ele encostou sua testa na dele, e os dois continuaram de olhos fechados. Logo, foram abrindo os olhos, e dava para ver nitidamente que Jungkook estava muito mais vermelho, não só nos lábios, mas nas bochechas. Os dois deram uma certa distância, Jungkook todo tímido. Logo, o filme veio ao fim, e Jimin foi o primeiro a quebrar o gelo.

- Vamos. - Ele falou quando o filme acabou, pegando o copo de refrigerante e o balde para devolver.

- Vamos. - Falei ainda bem tímido, com o coração acelerado pelo beijo. Então, peguei meu copo e as sacolas e segui ele.

Ficamos quietos durante o caminho de volta. Eu estava com um pouco de vergonha ainda, então não conseguia falar nada. O sol já estava se pondo, e o céu estava alaranjado. Passamos pelas lojas novamente, e como não estávamos nos falando, olhei as vitrines. Tinha colares lindos, e toquei meu pescoço involuntariamente antes de olhar para frente e ver Jimin, que me olhava sorrindo.

- Ei, Jungkook! Quer ir na pracinha aqui? - Ele propôs.

- Eu quero fazer tudo antes de voltar. - Ele riu e me chamou com a mão para segui-lo. - Então, hoje o dia foi muito bom, né? - Perguntou, e eu gelei.

- Sim, hoje foi. - Falei tímido.

Ele sorriu todo tímido. Eu realmente queria saber o que se passava em sua mente nesse momento. Fiquei um tempinho quietinho olhando a paisagem até ele falar de novo.

- Então... Tá com fome? - Ele tentou puxar algum assunto.

- Não, acabamos de comer pipoca. - Eu ria do seu jeito.

- Pare de rir, estou sendo educado. - Ele falou e se levantou. - Eu queria ficar mais tempo aqui, mas já deu a hora. Temos que voltar.

- Aish... Já deu nossa hora? Olha que eu achei que quando eu fosse mais velho não ia ter horas para voltar. - Falei brincando e me levantei, acompanhando ele até o ponto.

Logo entramos no ônibus e sentamos no fundo, apenas apreciando a paisagem e a companhia um do outro. Eu realmente queria guardar aquele momento na minha mente, aquele perfume doce dele, o calor, o beijo que me fez revirar o estômago, a sua mão me segurando. Eu estava viajando quando ele me chamou para descer, e assim eu fui para fora do ônibus.

- Nossa, foi tão rápido. - Eu suspirei levemente.

- Sim, foi mesmo. - Ele também suspirou, e fomos para a entrada do hospital.

Vi algumas enfermeiras nos olharem enquanto passávamos. Estávamos na recepção, e então ele se virou para mim, tão lindo e fofo, sem jeito.

- Muito obrigado por hoje, Jungkook. - Ele falou levemente corado e sorrindo, meu pobre coração.

- Imagina, eu que tenho que agradecer pelo passeio e pela companhia. - Pensei comigo, então sorri também.

- Sempre que quiser, pode me chamar, mesmo que não queira sair. Não me importo de jogar bola. - Ele propôs sorrindo, e eu ri.

- E fazer um galo novamente em sua cabeça? Não, obrigado. - Ele riu.

- Eu sou forte, relaxa. - Ele falou sorrindo de canto antes de olhar o celular. - Está tarde, preciso ir.

- Claro, fica bem, cuidado. - Acenava, afinal, eu sabia como eram as coisas. Os abraços eram coisa de namorados, mesmo que já tivéssemos nos beijado.

- Você também, fica bem. Espero que tudo dê certo nos seus exames. - Ele acenava de volta antes de sair.

Eu entrei muito sorridente indo até meu quarto. Estava tão feliz, queria mais, queria ficar o tempo todo com ele, me deliciando com aqueles beijos dele, me acabando nos lábios carnudos dele. Eu acabava suspirando ao chegar no quarto. Tomei um banho, troquei de roupa antes de me deitar e dormir pensando no tal baile e nas surpresas que ele me aguardava.

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