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Jungkook

Os dias passaram mais rápido do que eu esperava, e o tão esperado baile chegou. Confesso que estava extremamente ansioso por essa festa. Afinal, fazia bastante tempo que não ia a uma, e não havia ninguém melhor para me ajudar com tudo isso do que o Taehyung, meu melhor amigo.

Como sempre, me levantei um pouco tarde, por volta das 17h. Fiquei enrolando, olhando algumas coisas no meu celular. Depois de um belo banho quente, já era um pouco mais de 20h. Peguei uma blusa de moletom no meu guarda-roupa, vesti-a e peguei um pente para arrumar meus fios. Sentei na cama enquanto mexia no celular e liguei rapidamente para o Taehyung, esperando que ele atendesse logo. Estava bem ansioso.

Ligação ON

Jungkook, você não tem nada para fazer, né? - ele perguntou com a cara de quem já estava em sua cama, pelo jeito já dormindo.

Aish! Não reclama! Você falou que iria me ajudar... promessa é promessa - disse, fazendo um bico nos lábios, e ele riu imediatamente.

Já decidiu como vai deixar o cabelo? E se vai passar aquela base que te falei? - ele perguntou, e eu sorri prontamente.

Não, pensei em deixar uma metade para trás e a outra para o lado, sabe? E só vou passar levemente aquela sua base, que nem sei de onde você tirou, homem - respondi, olhando minhas coisas.

Então faça isso, vai ficar lindo demais... e passe algo nos lábios para dar uma corzinha, só para beijar seu príncipe (um lip tint) - disse, e eu acabei rindo.

Fica quieto, Taehyung. Cala a boca, sua suja... - respondi, começando a arrumar meus fios e limpando a pele para aplicar a cor.

Você não manda me calar, viu? Sua sorte é que estou longe - ele brincou, negando suavemente com a cabeça.

Ficamos conversando enquanto eu me arrumava, e assim que terminei, ele me ajudou a organizar algumas roupas e acessórios. Depois disso, vesti o terno e os sapatos, ficando completamente pronto bem a tempo do carro que iria me pegar junto com os outros pacientes do hospital.

Desliguei a ligação depois de me despedir de Taehyung e coloquei o celular no bolso do meu terno. Saí do quarto sem saber o que me esperava naquela grande noite.

Jimin

Hoje era o dia mais esperado por mim, o dia do baile. Justamente hoje, acabei recebendo mais tarefas para fazer. Aparentemente, a empresa queria desenvolver um evento e, por conta disso, eu iria sair mais tarde do que havia planejado. Felizmente, consegui uma carona com Hansol, um sunbae meu.

Namjoon era um rapaz bem alto e forte, que poderia me quebrar em cinco pedaços (estou brincando, claro). Ele parecia uma geladeira Electrolux, e eu adorava perturbar ele com esse apelido carinhoso. Seus cabelos brancos, cortados no último estilo da moda, destacavam ainda mais seu rosto magnífico, a ponto de causar inveja a quem o olhasse. Com 23 anos, Namjoon era um rapaz estudioso e esperto demais. Seus olhos castanhos e sua pele branquinha o faziam parecer um bebê grandão.

Assim que terminei minhas tarefas, fui para casa com todo cuidado para que ninguém me escutasse. Tomei um banho demorado, retirando todo o suor do dia do meu corpo. Depois, comecei a me arrumar impecavelmente, afinal, era o meu grande dia. O que o amor não faz conosco, não é?

Vestido em meu terno, que combinava com o de Jungkook — composto por uma camisa social, blazer e calças, todos na cor preta — e com o cabelo penteado para o lado em um topete, coloquei meu perfume favorito antes de sair. Peguei minhas coisas, como meu celular, o convite e uma folha com uma declaração. Antes de pegar o relógio que havia comprado para Jungkook, percebi que não estava em seu lugar, o que me causou uma raiva imensa. Estava quase atrasado e, como não gostava de chegar tarde aos meus compromissos, fui até o quarto do Ban Sook, com bastante raiva e impaciência.

Como ele não era criativo em seus esconderijos, passei a mão abrindo tudo até achar o relógio em cima de uma caixinha no seu closet. Respirei fundo, saindo do lugar imediatamente, não querendo que meu irmão ridículo me pegasse e impedisse de sair de casa.

Respirava fundo, tentando controlar o ódio que sentia por Ban Sook, o menino imprestável. Como ele conseguia ser tão escroto? Só porque era um dos donos da máfia? Meus pensamentos eram tão intensos que aumentavam meu ódio.

Quase em sincronia, Namjoon ligou avisando que já estava na frente da mansão. Fui até ele, entrei no carro e seguimos para o salão onde ocorreria o baile de primavera.

Emma Park

E lá vamos nós para mais um ano de baile ruim. Pelo menos, dessa vez terá uma declaração, o que me deixará mais feliz. Espero que tenha champanhe bom e alguns acompanhamentos decentes. Cheguei ao salão há algum tempo, garantindo uma mesa mais reservada para poder jogar truco e beber escondida de Jimin, meu neto tão coruja.

Estava sentada à mesa, conversando com algumas amigas que vieram, o que me deixou ainda mais feliz. Até que uma delas comentou sobre um garoto de outro país muito charmoso que estava entrando. Eu sabia quem era. Levantei-me para ver, mas Jimin não estava com ele. Respirei fundo, estreitando o olhar. Como assim? Cadê ele?

Ele parecia um pouco perdido e nervoso pelo salão, sendo abordado por mulheres. Eu não ia deixar isso passar. Vou ligar para o Jimin.

Jungkook

Havia chegado ao salão há pouco tempo, um pouco desconfortável por ser minha primeira vez ali e não conhecer muitas pessoas, mesmo morando com elas no hospital. Não interagia muito, mas dei uma volta em busca do meu par, que aparentemente ainda não havia chegado. Respirei fundo e olhei meu celular, sem mensagens dele.

"Droga," pensei comigo.

Estar em uma festa sem meu companheiro parecia atrair mais atenção das mulheres, embora eu fosse gay. Apesar de parecerem tímidas nos doramas, a maioria naquele lugar tinha atitude, e era disso que eu precisava.

Ao entrar em um grande cômodo, deparei-me com um espelho com uma moldura antiga e uma pia totalmente de mármore, um charme. Olhei minha imagem no vidro e sorri contente, estava feliz no momento.

— Tenho que confessar que estou muito lindo — falei sozinho dentro daquele cômodo. Fazia tempo que não me arrumava assim e acabei lembrando de tudo que aconteceu antes de vir para aquele lugar: a praia, as fotos tiradas durante a viagem com Taehyung, todas arrumadas mesmo para praias diferentes, as apresentações em que participávamos. Eu realmente amava estar naqueles lugares. Mas parece que o amor gosta de brincar comigo.

Jimin

Namjoon estacionou o carro e descemos juntos. Graças a Deus chegamos. Não queria ter atrasado, mas tive que quase me matar para achar o presente de Jungkook que Ban Sook tinha escondido. Vovó estava muito estranha, falando de forma subjetiva que eu não conseguia entender. Tinha medo dela acabar bebendo mais do que deveria.

— Obrigado pela carona. Estava muito atrasado. Não sei o que seria se você não tivesse me dado essa carona — comentei enquanto íamos para a entrada. Eu confessava que estava tão ansioso que minhas próprias mãos suavam de um jeito que não conseguia evitar. Minha cabeça só pedia para que Jungkook estivesse ali e que ele não tivesse desistido por causa da minha demora.

— Que isso, não foi nada. Você veio com sua avó novamente? — Namjoon perguntou, rindo baixo enquanto arrumava seu casaco.

— Você vai ver... — sorri confiante. Ele ficaria de queixo caído ao ver meu companheiro.

— Nós nos encontramos depois então. Vou ao banheiro antes de ir tirar as fotos — ele disse antes de nos afastarmos um do outro.

Resolvi dar uma olhada e uma volta pelo salão em busca de Jungkook, mas acabei encontrando minha avó.

— Até que enfim chegou — ela comentou enquanto me aproximava dela, e sem eu perceber, deu um peteleco na minha testa de forma reprovadora. Em seguida, me abraçou, e eu dei um beijinho em sua testa.

— Ai, para com isso! Perdão, as coisas no escritório ficaram agitadas além do normal — expliquei. — Mas o que você estava falando no celular?

— Você é lerdo ou se faz? Puxou isso de quem? Jungkook estava sendo paquerado por um monte de garotas — ela falou, e eu levantei a sobrancelha desconfiado daquela história. Não que ele não fosse gato, lindo, mas tantas meninas assim? Mesmo sabendo o que ele gostava de verdade

— A senhora viu onde ele está? — perguntei.

— Eu o vi perto das escadas... olha lá — ela apontou para a escada com a cabeça, e eu olhei.

Entrei em choque na hora. Jungkook estava cercado por um grupo de garotas, todas sorrindo e tentando puxar conversa. Ele parecia um pouco perdido, como se não soubesse como lidar com a situação. Aquelas garotas estavam encantadas, e eu não conseguia acreditar no que estava vendo. A raiva e a insegurança começaram a tomar conta de mim.