Capítulo 06
Violet acordou com os primeiros raios de sol invadindo o quarto, mas não se atreveu a se mexer. Sua cabeça estava pesada, o corpo dolorido, e as ameaças da noite anterior ainda ecoava em sua mente, como um pesadelo que não conseguia se dissipar. Ela se virou de lado na cama, sentindo a vergonha e a culpa apertando seu peito, enquanto tentava ignorar a dor física das marcas deixadas pelas varadas. Cada respiração parecia ser um lembrete do erro cometido.
O silêncio no quarto era quase palpável, e o ar parecia denso com a sensação de desconforto. O som de água corrente do banheiro indicava que Samantha ainda estava lá, provavelmente terminando o banho, dando espaço para a tensão crescer. Violet sabia que precisava enfrentar a situação, mas ainda não conseguia encontrar as palavras certas. O que poderia dizer depois de tudo o que aconteceu? Como corrigir o que parecia irreparável?
Depois de alguns minutos, o barulho da água cessou. Violet apertou os olhos, tentando não pensar no que viria a seguir. Ela ouviu o som de passos suaves no piso, e quando olhou, Sam estava saindo do banheiro. Seu cabelo estava molhado, caindo em fios sobre seus ombros, e seu rosto ainda estava marcado pela exaustão, mas havia algo mais ali. Algo que Violet não sabia se queria encarar.
Samantha a olhou sem dizer uma palavra, seu olhar pesado, mas também cansado. Ela vestia um roupão simples, com os ombros tensos e os olhos sem a ira que Violet esperava. Mas a frieza estava ali, uma barreira que a separava da menina. Sam caminhou até a bancada, pegando uma toalha para se enxugar, mas seu movimento estava lento, como se cada ação fosse um esforço.
Violet engoliu em seco, sentindo o peso do silêncio. Sabia que algo precisava ser dito, mas não sabia por onde começar. A dor no peito era intensa demais, como se a vergonha fosse maior que qualquer palavra que ela pudesse oferecer.
— Sam... — Violet murmurou, finalmente quebrando o silêncio, a voz arrastada e baixa, sem coragem de olhar diretamente nos olhos da parceira. — Me desculpa, eu... eu não sei o que deu em mim. Eu não queria... te magoar.
Samantha, ainda com as mãos molhadas, parou por um momento, os dedos quase tremendo ao se secar. Ela olhou para Violet com uma expressão difícil de ler, mas a raiva da noite anterior parecia ter diminuído, dando lugar a algo mais profundo: tristeza e preocupação.
— Você não me magoou, Violet. — Sam afirmou, a voz baixa, mas carregada de um peso que fazia Violet se encolher ainda mais. — Você me fez me sentir completamente impotente. Eu não sabia o que havia acontecido com você. — Explicou com cautela. — Você sumiu e não me deu notícias. Eu fiquei em pânico a noite toda.
Violet sentiu o estômago apertar. O pensamento de ver Sam preocupada, correndo atrás de informações, tudo isso a fazia se sentir ainda mais miserável. Ela não queria causar aquilo. Nunca.
— Eu... eu não queria que você ficasse preocupada. Eu só... — Violet engoliu em seco, sentindo as palavras escapando sem controle. — Eu queria me distrair. Queria esquecer...
Samantha ficou em silêncio por um longo momento, o olhar distante, como se tentasse processar o que havia acabado de ouvir. Ela então se aproximou de Violet, mas sem a mesma intensidade de antes. A frieza ainda estava ali, mas havia uma melancolia que parecia pesar mais.
— Eu entendo que você tenha seus momentos, Violet. Antes de sumir, conversamos sobre isso, lembra? — Questionou sem aguardar retorno. — Mas você não tem o direito de me deixar no escuro, de fazer o que bem entende sabendo exatamente da sua posição nessa relação. — Pontuou, lembrando que, o que tinham, nem se comparava aos casais normais. — Eu não posso, e não vou, permitir que essa situação fique impune.
Violet sentiu o coração apertado, a dor da culpa transbordando de dentro de si. Ela sabia que Sam estava certa. Ela não tinha o direito de fazer aquilo.
— Eu sinto muito Sam.
Samantha deu um suspiro pesado, seus olhos suaves, mas carregados de um peso que Violet não sabia como suportar. Ela observou a menina por um momento, os dedos ainda levemente trêmulos enquanto ela se sentava na beirada da cama, como se estivesse se esforçando para não perder o controle.
— E vai sentir muito mais, Violet. — Sam garantiu.
Violet sentiu um calafrio percorrer sua espinha ao ouvir as palavras de Sam. A firmeza na voz de sua parceira, combinada com a expressão no rosto, fez seu coração bater mais rápido, e ela sabia que aquilo não era uma ameaça vazia. Sam estava falando sério, e Violet sentiu o peso da gravidade da situação se instalar de vez.
Ela abaixou os olhos, não conseguindo mais encarar a mulher que estava à sua frente. A culpa a consumia de uma forma que palavras não podiam explicar. Ela sabia que precisava fazer algo para reconquistar a confiança de Sam, mas, naquele momento, tudo o que conseguia sentir era um vazio profundo, uma sensação de fracasso.
— O que você vai fazer comigo? — Violet perguntou, a voz baixa, quase um sussurro.
Samantha a olhou por mais um momento, ainda sem dizer nada. O silêncio entre as duas foi quebrado apenas pelo som da respiração ofegante de Violet, que não conseguia se acalmar.
— Vou terminar o que comecei. — Sam concertou a postura, mantendo seu olhar sério e dominante direcionado a menina mais nova. — Vá até a sala e traga a vara. — Ordenou, sua voz firme, decidida.
Violet sentiu um arrepio percorrer sua espinha ao ouvir as palavras de Sam. O tom firme e autoritário de sua parceira não deixava espaço para dúvidas, e a menina soube, no fundo, que isso era algo que Sam faria. Ela estava disposta a ir até o fim, e Violet não tinha a menor ideia de como reagir a isso.
Por um momento, ela se sentiu paralisada, incapaz de se mover, de fazer qualquer coisa além de sentir o peso da culpa pressionando seu peito.
— Sam...
— Agora, Violet.
A ordem veio novamente, mais clara, mais exigente.
A menina engoliu em seco, sentindo uma mistura de medo e vergonha tomar conta de seu corpo. Sem mais palavras, ela se levantou lentamente da cama, as pernas bambas, o coração batendo descompassado. Cada passo parecia mais pesado que o anterior, como se o simples fato de obedecer àquela ordem fosse uma sentença.
Ela caminhou até a sala, as palavras de Sam ainda ecoando em sua mente.
"Vou terminar o que comecei."
O que isso significava para Violet? — Que não havia mais volta, que a situação que ela mesma havia criado a levaria a um ponto sem retorno.
Ao chegar na sala, ela olhou ao redor até que seus olhos se fixaram na vara, ainda na mesma posição de antes, descansando sobre a cadeira. Ela a pegou com as mãos trêmulas, o objeto mais do que um simples pedaço de bambu — era a promessa de algo que ela não podia mais evitar.
No dia anterior, durante o banho, Sam havia subido para ajudar. Ela viu e lavou tudo o que queria e como bem entendia. Limpou, secou e vestiu Violet, mostrando que sim, ela era a autoridade ali — Violet era dela.
Com a vara em mãos, ela a segurou firmemente e, sem coragem de encarar os próprios olhos, caminhou de volta para o quarto.
Quando entrou novamente, Sam a esperava com os braços cruzados, a expressão ainda severa, o olhar fixo na menina. Ela não parecia mais a mulher que Violet conhecia — ou talvez, era exatamente isso, uma Sam que não hesitaria em fazer o que fosse necessário para garantir que Violet compreendesse a seriedade de suas ações.
Violet se aproximou, apoiando a vara no chão com um movimento nervoso, sem saber o que mais fazer. A distância entre as duas parecia ainda maior, mas o peso da situação a obrigava a se manter em silêncio.
Sam levantou-se da cama, pegando a vara com firmeza nas mãos. Seus olhos estavam concentrados, sem uma centelha de dúvida, e Violet sabia que agora não havia mais nada a fazer a não ser enfrentar as consequências.
— Violet, você vai aprender hoje o verdadeiro significado de responsabilidade. — Sam disse, a voz baixa, mas carregada de autoridade.
Violet, com a respiração entrecortada, engoliu em seco. Ela sentia o estômago revirar, mas, ao mesmo tempo, sabia que merecia tudo o que estava por vir.
— Shortinho no chão. — Ordenou apontando a vara para a parte de baixo de seu pijama, parte essa que era a única que cobria o conteúdo mais importante da sua nudez.
Violet hesitou, era impossível não hesitar. A vergonha queimava em seu rosto, e também, em boa parte da sua bunda devido aos ocorridos do dia anterior. Ela apanharia o dobro se não obedecesse, e a presença firme de Sam estava ali para provar seu ponto.
Sem retalhar, Violet obedeceu. Segurando firmemente no cós de elástico, ela puxou a peça até a altura de seus tornozelos e não se tampou — Ela não tinha autorização para se cobrir.
— Se incline sobre a cama. Assim, isso mesmo, bumbum para cima. — Sam orientava, segurando o objeto de punição com firmeza em mãos. Se preparando internamente para o que precisava ser feito. — Quero que me conte todos os motivos de você estar nessa posição agora.
Sam não dava ponto sem nó — Ela sabia o que estava fazendo.
Violet por sua vez, permaneceu em silêncio por alguns segundos. Apertando os olhos em vergonha, exalando pudor e arrependimento não dito.
— Eu te deixei preocupada. — Ela começou, a voz baixa e aparência quebrada contrastando com a menina solta da noite anterior. — Sai sem permissão, bebi. Não atendi suas ligações. Quebrei o nosso acordo. Trai sua confiança. — Ela fez uma pausa, absorvendo suas próprias palavras. — Eu fui irresponsável. — Ela engoliu em seco. Era difícil olhar e encarar os próprios erros. — Não pensei nas consequências das minhas ações e te deixei com medo, preocupada, sem saber onde eu estava ou o que estava acontecendo. Eu te fiz passar por tudo isso sem nem ao menos te dar explicações. — Ela respirou fundo, tentando reunir forças para continuar. — Fui egoísta, só pensei em mim mesma, e te ignorei. — Violet olhou para Sam por cima dos ombros, os olhos lacrimejando. — Eu não considerei o impacto que isso teria em você, e te decepcionei. — Por fim, ela sussurrou, com o coração apertado. — E eu não fui a pessoa que você confiou em mim para ser. Eu falhei com você, e isso é o que mais me dói. — Admitiu chorando.
Sam permaneceu firme em seu posto, por mais que tudo dentro de si gritasse para deixar a punição de lado e abraçar a menina. Ela não podia ser mole quanto aquilo. Ela precisava garantir que Violet entendesse o peso de suas ações, o impacto de tudo o que tinha acontecido. Sam sabia que, ao ceder agora, ao suavizar a situação, poderia estar sendo permissiva e não era essa a imagem que desejava passar a menina.
Ela pensou em um número, uma quantidade que fosse compatível com os limites de sua menina e a seriedade que a situação exigia. Dez era pouco. Vinte era muito. — Quinze, era o ideal.
— Vamos acabar logo com isso. — A mulher sinalizou o início da surra, e Violet se preparou para o impacto. O som da vara cortou o ar, e atingiu a bunda de Violet, marcando o local com uma listra rosada.
O grito de Violet foi imediato, cheio de dor e choro, seguido por uma dor aguda em seu traseiro.
Sam permaneceu firme em seu posto, por mais que tudo dentro de si gritasse para deixar a punição de lado e simplesmente abraçar Violet. Ela inspirou fundo, reprimindo a vontade de aliviar a tensão. Não podia ser mole naquele momento. Precisava garantir que Violet entendesse o peso de suas ações.
— S-Sam... — A menina chorou, a voz embargada, os ombros tremendo levemente.
— Conte, baby. — Sam exigiu, mantendo o tom baixo e controlado.
Violet respirou fundo, tentando organizar os próprios pensamentos em meio ao turbilhão de emoções.
— Um... — Sua voz vacilou, os olhos cheios de lágrimas que embaçavam suas vistas.
Sam desferiu a segunda varada, eram fortes, mas não iriam machucar.
— D-Dois... — A menina tremeu dos pés a cabeça.
A cena era intensa, o coração de Sam parecia querer saltar para fora de seu corpo.
Ela segurava a vara com firmeza, mas sua mão tremia levemente. Não de hesitação, e sim do peso daquela responsabilidade. Sam sabia que Violet precisava entender as consequências de suas ações, mas isso não tornava a situação mais fácil.
Seu peito ainda queimava com a lembrança das horas de angústia que passou na noite anterior. O telefone sem resposta. O medo crescente. A mente imaginando os piores cenários possíveis. Quando finalmente conseguiu uma pista do paradeiro de Violet, o alívio veio acompanhado de uma raiva avassaladora.
Raiva não apenas pelo que Violet tinha feito, mas pelo que a fez sentir. Sam não era do tipo que perdia o controle facilmente, mas naquela noite sentiu-se impotente de uma forma que não estava acostumada. Violet era sua responsabilidade. Seu coração. E pensar que algo poderia ter acontecido com ela sem que ninguém soubesse...
Ela respirou fundo, tentando acalmar os nervos enquanto observava a garota à sua frente. Violet tremia, o rosto molhado de lágrimas, a voz embargada. Sam precisava se manter firme. Não podia deixar que a culpa da menina fosse um atalho para escapar das consequências.
Ela desferiu o terceiro golpe e viu Violet rebolar, tentando conter o grito de dor ao morder os lençóis bagunçados da cama.
— Continue, baby. — Sua voz saiu firme, mas ainda carregava um toque de ternura, mesmo que contido.
Sam não tirava os olhos de Violet, analisando cada pequena reação, cada tremor, cada hesitação. Ela não queria apenas punir — Ela queria ensinar. Queria que Violet compreendesse, de verdade, o que suas ações significavam.
— Três...
SLAP!
— Quatro!
SLAP!
— Aii!! Cinco!
SLAP! SLAP! SLAP! SLAP! SLAP!
A surra seguiu firme, Violet contava todos os golpes, chorando intensamente. Sam não hesitava, e nem podia, não em sua posição. Ela era a autoridade ali e estava provando que ela não recuaria diante da necessidade de impor limites. Era seu papel, sua responsabilidade. Se abrisse mão disso agora, se cedesse à fragilidade de ver Violet chorando, estaria falhando com ela de uma forma ainda pior.
Sam não era cruel, nem gostava de ver a menina sofrer, mas sabia que algumas lições precisavam ser sentidas para serem verdadeiramente aprendidas. Violet havia quebrado as regras, havia colocado a si mesma em risco, e mais do que isso, havia traído a confiança que Sam depositava nela.
SLAP!
— Onze...
SLAP!
— D-Doze...
SLAP!
— AHAIII!! — Violet se contorceu de dor e o que veio em seguida, surpreendeu Sam.
A mulher viu quando a menina cruzou as pernas, tentando conter em vão o que estava vindo. — Violet havia feito xixi.
O constrangimento foi tanto, que o choro da menina se tornou incontrolável. Ela desmoronou — Totalmente vulnerável. — Sam havia quebrado todas suas barreiras.
Sam ficou imóvel por um instante, o choque percorrendo seu corpo como um trovão silencioso. Ela ouviu o soluço engasgado de Violet e, antes que pudesse registrar completamente o que havia acontecido, sentiu o cheiro sutil e viu a mancha se espalhando pelo tecido fino do lençol abaixo da garota.
O constrangimento era palpável. Violet se encolheu, os ombros tremendo descontroladamente, o rosto afundado nas mãos enquanto soluçava. Seu corpo inteiro tremia, e Sam percebeu que ela havia chegado ao seu limite.
Por mais que quisesse manter a firmeza, algo dentro de si cedeu.
Suspirando, Sam largou a vara sobre a cama e se ajoelhou ao lado da menina, suas mãos agora suaves quando pousaram sobre os braços tensos de Violet.
— Baby... — A voz dela soou diferente agora, sem a autoridade cortante de antes. Apenas calor e cuidado.
Violet soluçou mais forte, sua vergonha evidente, sem conseguir sequer levantar o rosto.
— Eu... eu não queria... — Ela mal conseguiu formar uma frase coerente.
Sam não disse nada de imediato. Em vez disso, puxou a menina para si, envolvendo-a num abraço firme. O corpo pequeno e trêmulo se moldou ao seu, e Sam sentiu um aperto no peito.
— Shhh... está tudo bem. — Ela sussurrou contra os cabelos de Violet. — Acabou, amor. Acabou.
Por mais que quisesse ensinar uma lição, sabia quando precisava recuar.
Ela percebeu, então, que não importava o quão firme tentasse ser — Violet sempre teria o poder de fazer com que seu coração vacilasse.
A situação, agora carregada de uma tensão mista entre culpa e desespero, fez Sam sentir o peso de tudo o que havia ocorrido entre elas. Ela sabia que a autoridade que havia demonstrado até aquele momento não era o que Violet realmente precisava agora. A menina estava quebrada, vulnerável, e Sam percebeu que o amor que sentia por ela a faria agir de maneira diferente.
Com um suspiro suave, ela suavizou os ombros de Violet com um toque carinhoso e delicado. Sem hesitar, Sam a ergueu com facilidade, sem palavras, apenas sentindo o peso do momento. Violet, ainda chorando, se aninhou nos braços de Sam, seu corpo encolhido de vergonha e cansaço — Ela tremia. Sam se ajeitou na cama, sentando-se contra a cabeceira e puxando Violet para seu colo com cuidado. A menina se acomodou, enterrando o rosto no peito de Sam, seus soluços suaves, mas incontroláveis.
— Está tudo bem, baby... — Sam murmurou, acariciando os cabelos de Violet com carinho. — Você não precisa mais se preocupar, agora. Não importa o que tenha acontecido, eu estou aqui com você.
Violet, sem forças para dizer nada, se entregou ao gesto, seus braços envoltos na cintura de Sam. O calor do colo e o toque gentil da mulher a acalmavam aos poucos, apesar de ainda estar tomada pela vergonha e pela dor. Sam a segurava com firmeza, oferecendo-lhe o conforto que ela tanto precisava, ciente de que isso, naquele momento, era mais importante do que qualquer punição ou lição.
Sam não pensou mais nas palavras duras que haviam sido ditas ou na vara que repousava sobre a cama. Aquilo tudo ficava para trás. O que importava agora era reconectar, confortar, e fazer Violet sentir que estava segura nos braços dela.
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