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Capítulo 5- Lar, "doce" lar

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"O problema é que, pessoas extraordinárias e com grandes propósitos, precisam passar por grandes adversidades para que estejam fortes e aprendam a depender do Deus criou toda a história..."

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Sara estava andando de um lado para o outro, se questionando sobre o paradeiro de Evan. Ela estava preocupada, mesmo sabendo que o marido nunca sairia assim se não fosse algo sério.

Ela arrumou a casa para ocupar a mente, mas logo terminou e suas preocupações voltaram. Ela fez três tipos diferentes de chá, mas nenhum deles alcançou o efeito desejado. Em meio ao caos que pairava em sua mente, ela ouviu o barulho do carro adentrando a garagem.

Sara correu rapidamente para a janela e suspirou de alívio ao ver Evan saindo do carro, em seguida, ela viu Violet e sorriu ao perceber o quanto sentia falta de sua amiga, que não via a um tempinho. Porém, em meio ao alívio e saudade, ela levou um susto ao ver a paciente de Evan saindo do banco de trás.

Ohana ficou assustada com a beleza da casa, ela nunca tinha visto uma casa tão bonita. Tinha dois andares, um jardim perfeito, uma varanda aconchegante, e o exterior da casa era da cor de um lindo azul bem clarinho. Tinha uma macieira perfeita, pesada devido aos frutos recentemente maduros. E videiras cresciam pelos muros, com uvas clamando para serem tiradas.

Sara tentou se recompor e não demonstrar a raiva que estava sentindo. Evan havia passado por cima da palavra dela, sem consideração alguma. Quando ele entrou, dava para ver em seu rosto a preocupação de ter que lidar com ela.

Os três estavam parados na porta, Evan olhou para sua mulher e sua expressão parecia dizer "Por favor, vamos conversar com calma, mas não exploda aqui na frente da menina". Ohana olhou para Sara sem entender o que estava acontecendo, mas Evan a direcionou ao andar e cima, onde seria seu novo quarto.

Ele não teve tempo de decorar o quarto para sua nova filha, então ela ficaria com o quarto de hóspedes até ele ser reformado da maneira que ela gostaria. Quando ela entrou, não acreditou no que estava vendo:

Era um quarto lindo, com uma parede azul escura e detalhes brancos nos acabamentos. Duas janelas brancas enormes, uma de frente para a rua e a outra na lateral direita do quarto. Haviam lindas cortinas brancas, bem finas e delicadas. Uma cama com lençóis combinando com a paleta de cores do quarto.

Na janela lateral, tinha uma mesinha com abajur e dava para ver a janela do vizinho, que ficava bem próxima. Tinha uma prateleira de livros em uma das paredes, ao lado de um guarda-roupa. Ohana estava extasiada, ela nunca tinha tido visto um quarto tão bonito e tão perfeito.

Ela ficou paralisada, o que deixou Evan um tanto preocupado. "Será que ela não gostou?" Ele pensou.

-Você está bem? Não gostou? Podemos mudar a decoração quando você quiser, esse quarto agora é seu...

Ohana não iria responder, ele sabia disso. Mas ao ver uma lágrima escorrendo do rosto da menina, realçando um sorriso sincero enquanto ela admirava a vista da janela, Evan sorriu emocionado.

-Vou levar isso como um "Eu amei!"- Ele respondeu isso balançando as mãos, com voz aguda.

Ele deixou a pequena caixa de pertences dela em cima de uma poltrona no canto do quarto.

- Pode se acomodar e descer quando quiser, mais tarde iremos jantar...

Ele saiu, porém voltou logo em seguida:

-Vou pedir para a Sara te emprestar algumas roupas, mas Violet se ofereceu para comprar coisas novas com você amanhã... – Ele suspirou e por mais que a menina estivesse feliz por ter um quarto, ele viu a insegurança no rosto de Ohana- Não se preocupe Ohana, vai ficar tudo bem. É muito para assimilar, mas sei que no fim você vai se sentir parte daqui...

Ele desceu as escadas e a menina Mali ficou ali parada, tentando digerir tudo. Ela decidiu fazer uma lista mental:

Ohana's mental list

-Eu tenho um quarto novo;

-Eu tenho uma família;

-Moro em uma casa linda;

-Tem uvas e maças brotando no quintal

-Não estou mais no orfanato;

-Não vou ver Flora todos os dias e terei que me acostumar com pessoas novas;

-Vou ter que rever os meus conceitos, pois eu pedi á Deus para sair do orfanato e Ele respondeu... E agora? Eu não estava esperando por isso.

Ohana não estava preparada para um sim. Ela se sentiu como aquelas pessoas que oferecem para você um cartão da loja, mas quando você aceita elas ficam sem reação. (Brincadeiras á parte. Não há discriminação alguma com pessoas trabalhadoras que oferecem cartões de loja)

Já no andar debaixo, os problemas estavam bem mais complexos do que na mente da menina. Sara conversava com Violet, tentando entender o que era aquilo tudo:

-Como isso aconteceu?- Sara perguntou sussurrando.

-Evan apareceu durante a madrugada batendo na minha porta, vestindo um pijama e pantufas ridículas. Ele implorou por ajuda, para adotar essa menina, ele disse que era o que Deus queria dele- Violet respondeu.

-O Evan enlouqueceu? Como ele pôde tomar uma decisão dessas sem a minha autorização?!

Evan chegou na sala e pediu para todos falarem mais baixo, afinal, Ohana não tinha culpa de nada e não devia ouvir toda aquela discussão.

-Vamos conversar, Sara- Ele disse sussurrando.

-Agora você quer conversar?!- Ela sussurra, mas com um tom áspero- Você adotou uma menina, sem mim! Sua paciente do hospital! Depois de eu dizer que não!

Evan passou as mãos pela cabeça, confuso e preocupado com toda a situação. Mas, o que ele podia fazer? Ignorar a vontade de Deus? Isso estava completamente fora de cogitação.

-Eu tentei ignorar, mas eu não consegui. Eu orei e minha inquietação não passou até eu sair. Eu sempre soube que o que é de Deus traz paz e naquele momento, quando eu saí na chuva, eu senti paz de verdade sobre aquela decisão...

Sara começou a andar de um lado para o outro, claramente furiosa.

-Eu não estou acreditando... Só pode ser brincadeira...

-Sara, tenha paciência, não é a pior coisa do mundo. Vocês não queriam ter filhos?- Violet disse, mas seria melhor se não tivesse dito...

-Me poupe! Você não tem direito de dizer o que é melhor ou pior para nós, não faz parte desta família! Eu não posso ter filhos, mas nem por isso estou catando os abandonados por aí, só porque o meu marido não sabe separar trabalho e vida pessoal!

Sara tinha passado dos limites. Ela não deveria ter dito aquilo. Suas palavras escandalizaram seu marido e sua amiga, e pior... A pobre Ohana estava escutando tudo do topo da escada. Ninguém tinha notado ela ali, e a mesma garantiu que não a vissem, ainda mais depois daquele escândalo. Agora fazia sentido, por isso a esposa do médico não tinha ido ao orfanato também...

-Desculpa Violet... – Sara suspirou, passando a mão na cabeça- Eu não quis dizer isso...

-Tudo bem... – Violet sorriu tranquila e deu um abraço nela- Eu preciso ir, mas amanhã vou levar a menina para comprar roupas novas- Ela disse, falando com Evan.

Evan estava calado até então, pois ainda estava digerindo as duras palavras de sua esposa. Ele abriu a porta para Violet, que lhe lançou um olhar compreensivo e partiu.

-Você fala como se eu tivesse encontrado um alienígena lá fora e trazido para dentro de casa- Ele disse para Sara. Sua expressão era de completo desapontamento- Ela não é um bichinho novo, ela é uma menina que precisava de ajuda. Você nem se deu o trabalho de conhecê-la e já quer chutá-la daqui.

-Evan... – Sara já estava chorando- Você não entende? Como pôde fazer isso pelas minhas costas? O que eu digo não importa?

-É claro que importa... – Ele disse segurando os braços dela com carinho- Mas a opinião de Deus vem primeiro. Eu te amo e sempre aceitarei quando você disser não, mas se Deus disser sim, eu irei...

Sara não ficou tão feliz com a resposta, ela ainda estava chateada, com raiva e achando que o marido havia tomado uma decisão própria e apenas jogado a culpa para Deus.

-Antes de finalizar o processo de adoção, vamos passar por um processo de adaptação. Você pode pensar até lá, mas por favor, Sara...- Ele disse apoiando a cabeça na testa dela- Não tome decisões precipitadas, baseadas em orgulho e feridas do passado...

Evan saiu, deixando-a sozinha ali. Ele foi tomar um banho, pois estava muito cansado e logo iria preparar o jantar e ver como Ohana estava.

Sara ficou parada ali, se sentindo impotente... Pensando que, por culpa dela, ela não podia dar filhos ao seu marido e isso o deixou desesperado o suficiente para dar o próprio jeito. Mas, ela não deixaria que aquilo ficasse por isso mesmo.

[...]

A menina Mali fechou a porta do quarto, se jogou na cama e suspirou. Ela já estava sentindo falta de Flora, mas pelo andamento das coisas, logo voltaria para o orfanato e Carla iria zombar dela.

Ela olhou para o quarto novamente, e ainda estava maravilhada com o lugar... Contudo, faltava uma coisa: Um violino. Ohana jamais iria pedir isso para Evan, mesmo ele sendo claramente bem sucedido, afinal ele não tinha que mimá-la. Ela sentia falta do violino que Marta tinha confiscado para destruir. Agora, estava completamente sem rumo.

Já estava quase anoitecendo, então ela foi para o banheiro que tinha no quarto dela (Sim meus amigos, finalmente ela tinha um banheiro só dela!). Ohana tomou o banho mais demorado e quente de sua vida, se ela não tivesse receio de acabar com a água do planeta, o banho duraria para sempre. Ela vestiu suas roupas velhas e tentou arrumar o cabelo de um jeito que não ficasse tão estranho, mas era em vão.

Quando terminou de se arrumar no banheiro, saiu e olhou para si mesma no espelho do quarto, e pensou "Será que se eu parecer menos uma moradora de rua, ela pode gostar de mim?". Ela tentou esboçar um sorriso, mas estava tão chateada com a situação, que era melhor sem o sorriso mesmo.

Ela pegou seu rádio e tentou sintonizar em alguma estação, mas estava falhando um pouco, então ela tentou outra distração.

Ohana começou a passear pelo quarto, observando cada detalhe. Quando se aproximou da janela na lateral direita do quarto, viu que a luz do vizinho estava acesa e que a janela estava aberta. Tudo o que ela conseguia ver era: Uma mesinha, uma parede laranjada, um piano no canto, um garoto, uma prateleira muito bonita, espera... Um garoto?

Havia um garoto ruivo que tinha acabado de entrar no quarto, e assim que a viu, parou.

Ele tinha o cabelo meio encaracolado, com um corte legal. Não dava para ver a cor dos olhos por causa da distância (mas pareciam ser claros). Ele tinha várias sardas e era alto, o que o fez inclinar um pouco a cabeça para enxergar a menina.

Ele sorriu e acenou, esperando que a menina fizesse o mesmo. Ao invés de acenar, Ohana deixou os seus instintos e movimentos involuntários falarem mais alto, e fechou a cortina rapidamente.

Ela respirou fundo e tentou raciocinar sobre o que tinha feito. Ohana se sentiu mal, pois tinha sido completamente mal educada, porém, que culpa ela tinha? Os garotos que ela tinha conhecido no orfanato só zombavam dela ou faziam mal à ela. Ela cogitou abrir a cortina novamente, mas foi interrompida quando Evan bateu na porta, pedindo para entrar:

Ela abriu e ele estava sorrindo, radiante, mesmo depois da briga que teve. Ele queria conquistar a confiança de Ohana, tentar pelo menos ser amigo dela para que no fim, ela o aceitasse como um pai.

-Você está bem? Parece nervosa- Ele perguntou.

Ohana não estava tão feliz com a situação na qual todos se encontravam, mas o médico era tão legal com ela, que ela quis pelo menos responder com um gesto. Então, ela balançou a cabeça positivamente. O doutor ficou feliz por não ter sido ignorado e observou-a se sentar na cadeira no canto. Ele sabia que havia algo de errado.

-Tem certeza de que está bem?- Ele perguntou, mas dessa vez, Ohana não respondeu- Você ouviu a conversa?

Ohana olhou para ele e tentou disfarçar olhando para o chão em seguida, mas isso só a entregou. Ele não queria que ela tivesse ouvido toda aquela confusão, ninguém merecia aquilo.

-Sinto muito por isso... Não queria que as coisas estivessem acontecendo assim, mas não se preocupe. A Sara é um pouco durona e passou por muitas coisas também. Tenho certeza de que em breve, vocês duas vão se dar muito bem.

Um silêncio constrangedor pairou sobre o lugar. Evan tentou pensar no que ele tinha ido dizer antes de chegar no quarto, já que ele sempre ensaiava mentalmente a conversa, mas na hora esquecia tudo.

Ele bateu o dedo indicador na bochecha para pensar, como sempre fazia, e isso fez a menina sorrir, pois achava essa mania engraçada. Era quase como a marca registrada dele. Evan viu a menina sorrindo e não entendeu, mas ficou feliz com aquilo.

-O que foi?- Ele riu.

Ohana o imitou, fingindo ser ele pensativo e batendo o dedo indicador na bochecha.

-Ah!- Ele riu mais ainda- Minha mãe sempre ria de mim por causa dessa minha mania, eu nunca consegui largar... – Ele passa a mão na cabeça, rindo de si mesmo, porém fica um pouco tenso ao lembrar dos pais.

-Ah, me lembrei do que eu ia dizer!- Evan exclamou- O jantar está pronto e eu queria saber se você quer comer conosco...

Ohana não queria ir, pois sabia que um clima tenso e pesado iria pairar sobre os três. Vendo a expressão no rosto da jovem, Evan logo se pronunciou:

-Olha, não precisa ir se quiser, mas... - Ele faz uma pausa- Eu que fiz o jantar, você não recusaria uma pizza caseira não é?

Touché¹! Pizza era um os pontos fracos de Ohana. Ela considerava como sua comida favorita! A lista também inclui: uva, melancia, laranja, brigadeiro de leite ninho e muito mais coisas do que esse livro é capaz de conter.

[...]

Eles desceram a escada lentamente. Acho que os dois estavam com medo de encarar Sara. Evan parou na beirada, sinalizando para Ohana ir primeiro, mas a mesma sinalizou para ele ir primeiro. Foi assim durante cinco minutos, até que os dois decidiram ir juntos.

Sara não estava na mesa, nem na cozinha e nem na sala. Ela havia perdido o apetite e se trancou no quarto, para que ninguém a incomodasse. Aquilo deixou Evan muito chateado e entristeceu mais ainda o coração de Ohana, que tentava ser firme por fora.

Apenas Evan notou que, na sala, seu travesseiro e um cobertor se encontravam dobrados. Ele não acreditou que iria dormir na sala.

Quando Ohana virou para olhar, Evan praticamente se jogou para esconder o que estava no sofá. Ele levou uma queda, deixando a menina sem entender nada, as com uma vontade infinita de rir.

-Estou bem- Ele disse do chão, fazendo um "joinha" com a mão.

Eles dois se sentaram á mesa, em frente a uma pizza enorme que daria para todo mundo comer e ficar farto.

-Sinto muito por isso Ohana... – Evan diz- Ela ainda não se acostumou com a ideia, mas eu sei que ela vai. Você ter vindo para cá foi a vontade de Deus...

A menina Mali olha para ele, o que ele queria dizer com aquilo? Evan percebeu a curiosidade dela e sorriu.

-Eu não falei para você, mas ontem durante a madrugada eu não conseguia dormir. Eu orei para que Deus acalmasse meu coração, mas quanto mais eu pedia, mais eu ficava inquieto... Só me senti em paz quando decidi ir atrás de você. Eu sabia que era a vontade d'Ele te dar uma família, mesmo que fosse difícil no início... Que é como está sendo agora...

Ele dá uma pausa, sorri e continua falando:

- Você pode não acreditar n'Ele ou não confia nos caminhos que Ele traça para nós, mas os caminhos d'Ele são melhores que os nossos. Enquanto você gostaria de nunca ter existido, ou ser uma menina simples e normal, Deus traçou planos para que você fosse um exemplo extraordinário de Seu cuidado. O problema é que, pessoas extraordinárias e com grandes propósitos, precisam passar por grandes adversidades para que estejam fortes e aprendam a depender do Deus criou toda a história. Quando eu digo pessoas extraordinárias, não digo pessoas perfeitas ou super habilidosas... Pessoas verdadeiramente extraordinárias parecem não ter nada de importante, até que você olha mais de perto e vê um Deus perfeito segurando seus braços para voar em direção ao céu. Somos todos simples vasos de barro, com tesouros valiosos escondidos dentro de nós.

Ninguém nunca tinha dito algo tão interessante para Ohana, na verdade, ela não entendia como tudo que Evan falava parecia penetrar em seu coração como palavras gravadas pelo fogo. Ela sentiu uma sensação boa ao pensar que Deus realmente tinha escutado ela ao pedir que ele á tirasse do orfanato.

Quando ela estava prestes a devorar aquela pizza maravilhosa, viu Evan de olhos fechados agradecendo á Deus em silêncio. Ela teve respeito á isso e fechou os olhos também, sua oração foi um simples "Obrigada pela pizza" e quando terminou, os dois deram um sorriso e começaram a comer.

Durante a refeição, Ohana percebeu que aquele era o primeiro jantar em família que se sentia bem. Em todos os lares que ela esteve, sempre ficavam cobrando que ela dissesse algo, ou que elogiasse a comida.

Dessa vez, o silêncio era reconfortante e ao mesmo tempo, um alívio para seu novo pai, que tinha dificuldade em encontrar as palavras certas a dizer.

Touché¹- Palavra francesa usada na esgrima quando o oponente é tocado pela espada. Essa palavra também é usada como expressão ao simbolizar que a outra pessoa adquiriu um ponto por seu argumento (Explicação dada por mim).

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