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Capítulo 1- Ohana quer dizer "família"

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"Dificuldades preparam pessoas comuns para destinos extraordinários."

-C.S Lewis

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Ohana Mali estava sentada no chão frio de uma sala escura. As pessoas do orfanato costumavam chamar aquele lugar de buraco negro. Era para lá que os malcriados ficavam de castigo, mas ela não era mais uma criança e não era nem um pouco malcriada, as pessoas só não a entendiam. Ela já tinha quase 17 anos, o problema é que ninguém gosta de adotar pessoas com essa idade. Bom, já tentaram, mas sempre desistiam de ficar com ela.

Ela não conhecia nenhum parente de seus pais, na verdade, ela lembrava que os avós não estavam mais vivos e que o pai dela nunca falou nada sobre a família, então ela acabou indo parar em um orfanato.

A menina já havia passado por muitos lares adotivos, 18 ao total, mas as pessoas sempre mudavam de ideia, até mesmo aqueles casais bondosos e pacientes. Ohana já tinha perdido a esperança e ela sempre fazia as mesmas perguntas:

-É por que eu sou estranha demais?

-Será que é porque meu cabelo é cacheado e meus olhos não são claros?

-É por que eu não sou inteligente o suficiente?

-Será que é porque eu sou muito magra?

-Será que é porque eu não sei cozinhar direito?

Ela sabia que não era por nada disso, ela sabia que era por um único motivo, algo que não facilitava nenhum pouco o seu convívio com o restante do mundo.

-Já pode sair... - Marta disse com rispidez. Ela era uma das mulheres que trabalhavam no orfanato. Em sua mente, Ohana a apelidou de Carcereira.

Ela tentou esconder rapidamente o pequeno rádio de pilha e os fones que ela havia conseguido. Aquilo era o único contato dela como o mundo lá fora. O orfanato não era tão ruim para as outras crianças, mas quando você cresce, as pessoas começam a se cansar de você. Ela sabia que quando fizesse 18 anos, iriam chutá-la de lá sem pensar duas vezes.

Marta á levou para o quarto novamente e quando Ohana se deitou na cama, levantou rapidamente e começou a ouvir risadas das outras colegas de quarto que fingiam dormir.

Haviam molhado o colchão inteiro dela, se ela dormisse ali, provavelmente ficaria encharcada e doente. Bom, ela ficaria doente de qualquer jeito, afinal, morava em um dos lugares mais frios do país e teria que dormir no chão, sem direito a um simples travesseiro seco.

Ela se deitou no canto do quarto, se virou para a parede e tentou chorar em silêncio. Ela tentou pensar em coisas boas, tentou imaginar que tudo era diferente, que era apenas um pesadelo que logo passaria.

-Olha só, a Stitch está chorando... – Carla, uma das meninas mais velhas com quem ela dividia o quarto, disse com deboche e um riso irônico.

Ohana odiava quando a chamavam de Stitch. Apelidaram ela assim por causa do desenho, e costumavam fazer piadas, dizendo: "Ohana quer dizer família, ou pelo menos era pra ser".

-Pelo menos ela chora, já basta nunca falar nada- outra menina disse- Acho que o buraco negro engoliu a língua dela, já que ela foi pra lá tantas vezes.

Por motivos do passado, ela havia parado de falar desde pequena, na verdade acho que ela até tinha se esquecido do som da própria voz, depois de anos sem dizer coisa alguma. Isso irritava as pessoas e permitia que outras zombassem dela.

Começaram a rir, mas foram repreendidas pela voz de um dos vigilantes que rondavam os corredores durante a noite. Todas se silenciaram e Ohana ficou quietinha, ela nem percebeu quando dormiu, até entrar em outro pesadelo: Suas lembranças.

(10 anos atrás)

-Eu já disse que não!- Seus pai gritava com a mãe dela, na cozinha- Eu não quero mais ela aqui, ela nem é minha filha de verdade!

Naquele dia estava chovendo muito, Ohana nunca tinha visto uma chuva como aquela. Os jornais anunciaram ser a pior tempestade que a cidade já enfrentou em dez anos. Ela ficou com medo, pois a casa velha estava rangendo muito pois eles moravam em um lugar pobre, e propenso á vários desastres. Ela foi em busca da mãe e acabou encontrando os dois brigando muito.

Ohana estava escondida, ouvindo a conversa. Ela tinha apenas 6 anos, e mesmo sendo tão nova, sabia que não podia chorar ali.

-Nós a criamos ela juntos! Como pode dizer isso?- sua mãe chorava- Ela é sua filha sim!

A menina era muito jovem, mas não parava de pensar: Será que ele não era o pai dela?

-Essa garota só nos trás despesas e mais problemas o tempo todo! Por que ela precisa ir á escola? Ela nunca vai ser ninguém, igual a você!- ele ri de maneira irônica. O teto começa a ranger e goteiras começam a cair- Tá vendo?! Não podemos nem ter uma casa decente, ainda quer mandar ela pra uma escola?

O pai de Ohana nunca foi carinhoso com a filha. Parecia não se importar, e nada do que ela fazia o agradava. Ele era muito agressivo e já havia batido nela várias vezes, simplesmente por não gostar de tê-la ali.

Eles continuaram brigando muito, então quando o pai dela estava quase passando pela porta, encontrou a menina escondida.

-Olha aí!- Ele aponta para ela enquanto olha para a esposa- Além de estranha, fica escutando as conversas!

-Acho que todo mundo da rua consegue!- A mulher retruca.

Ele fica furioso e lhe dá um tapa no rosto. Isso deixa Ohana aflita, o que a faz correr para tentar defender a mãe. Que chance uma menininha teria?

Dito e feito, ela apenas apanhou junto á mãe, que tentava defendê-la também, mas era em vão.

-Pai, para, por favor... – Ela implorava.

-Cale a boca, ou não quero mais ouvir uma palavra! Eu te proíbo de dizer qualquer coisa!- Ele gritou e a menina se calou.

Ela tentou não chorar, mas foi inevitável. Seu choro se misturou ao barulho do vento batendo violentamente nas paredes.

Então, tudo ficou tão caótico que o homem parou de bater e começou a olhar para o telhado. O vento começou a carregar as telhas e as tábuas começaram a cair. Os alicerces frágeis não estavam aguentando.

Eles tentaram sair pela porta da frente, mas as tábuas enormes impediam a saída. O andar de cima começou a desmoronar, a mãe de Ohana a abraçou com força e a menina podia ouvi-la dizer:

-Senhor, proteja a minha filha, por favor...

Sua mãe sempre acreditou em Deus, mas a criança não conseguia entender o motivo, afinal, nada nunca parecia dar certo.

Tudo começou a passar em câmera lenta. Ohana viu a casa desabar, destruindo o pouco que tinham. Ela viu o telhado cair sobre o pai dela, que não suportou o peso. Ela e a mãe seriam as próximas, mas com um gesto ágio, Ohana foi jogada para dentro da pequena lareira apagada pela água da chuva que escorria sem parar.

Ela viu sua mãe desaparecer entre os escombros. Ela queria gritar, mas não conseguia, nada saía de sua boca. Era como se houvesse um bloqueio em seu coração. Ela literalmente viu seu mundo desabar, e seu interior ficar em completo silêncio.

Depois de horas sem se mexer, ela estava quase hipotérmica pelo frio que a água da chuva trazia. Ohana viu bombeiros e alguns vizinhos tentando ultrapassar os escombros para chegar até ela.

-Ohana... –Ela ouviu, mas foi perdendo os sentidos aos poucos.

(...)

-OHANA!- Ela acordou assustada. A inspetora estava no quarto delas, todas as meninas estavam de pé com as camas arrumadas, mas a menina estava no chão, com o corpo todo dolorido e os pulmões doendo pelo ar gelado que respirou durante toda a noite.

Ela se levantou rapidamente e tentou ajeitar sua postura. A inspetora estava brava, o que era injusto, pois o que a menina havia feito de errado? Na verdade, ela é quem havia sido injustiçada.

-Eu quero todas vocês no refeitório agora, depois do café todas vão ajudar na limpeza! E depois, Ohana vai ajudar a limpar a biblioteca com a professora Flora.- A Sra. Garden saiu e as meninas murmuraram.

-Culpa sua, Stitch!- Carla reclamou.

Ohana sabia que a culpa não era dela. Ela tentou fingir que não estava animada para ir ajudar a professora Flora, pois essa era a única coisa que a animava sempre.

(...)

Depois de comer e ajudar a limpar tudo, ela foi correndo para a biblioteca. Ela amava a biblioteca, tanto quanto amava a companhia da professora Flora. Ela era a única amiga que Ohana tinha, a única que gostava dela e a entendia.

Assim que Flora a viu, entregou pilhas na mão da menina.

-Toma, para quando as pilhas do seu rádio acabarem- Ela disse e Ohana sorriu- Você ouviu o concerto de cordas ontem, na estação de rádio?- a menina balança a cabeça positivamente- Foi lindo! Eu até diria que um dia você vai ser como eles, mas você já superou a maioria.

Ohana tinha um segredo, ela tocava violino muito bem. Tudo isso graças à Flora, que lhe ensinou durante anos. Ela levava um violino velho para a biblioteca e deixava Ohana tocar durante o "castigo". Essa era a única vantagem de ficar sempre levando bronca e ter que ajudar a cuidar da biblioteca.

A professora gostava muito dela, já havia tentado adotá-la, mas não tinha condições financeiras boas o suficiente para conseguir provar que conseguiria manter a menina. Mesmo assim, ela sabia que Deus em breve providenciaria uma família para a garota. Ela podia esperar até a moça fazer 18 anos, para acolhê-la em sua casa, mas no fundo, sabia que o futuro de Ohana seria bem diferente.

A menina Mali não conseguia crer em Deus, mesmo com a fé de sua mãe e de sua professora. Ela fazia várias perguntas em seu subconsciente, perguntas nunca respondidas e por mais que tenha escutado várias vezes os conselhos de flora, não conseguia confiar.

-Eu vou fechar a porta e você pega o violino- Flora disse animada- Vou amar ter uma trilha sonora enquanto arrumo as coisas aqui.

Ohana fez o que ela pediu e deixou a professora escolher o repertório. A parte boa é que a biblioteca ficava distante dos outros prédios do orfanato e as portas e janelas eram a prova de som, para que o barulho externo não atrapalhasse ninguém durante os estudos ali.

Ela começou a tocar "Oceans- Hillsong", era a favorita de Flora. Resumindo, a professora mal conseguiu limpar o lugar, pois parava constantemente para apreciar sua aluna tocando com perfeição e sentimento.

Ohana podia não falar, mas sempre que tocava, era impossível não ouvir sua alma quase cantar junto ao som.

(...)

Depois de tocar por uma hora inteira, a moça resolveu finalmente ajudar a professora. Enquanto elas limpavam os livros empoeirados, Ohana começou a tossir bastante.

-É por causa da poeira?- Flora perguntou.

A menina Mali negou com a cabeça.

-Aquelas meninas aprontaram com você?- Ela perguntou e Ohana olhou para o chão.

-Eu garanto que tudo isso vai ter fim um dia, senhorita Ohana Mali- Flora sorriu e isso trouxe esperança.

Existem tantas coisas que ás vezes as pessoas não entendem, uma delas é a paciência. A paciência não é como um cupom que você utiliza em determinada situação, a paciência é uma virtude que tem que fazer parte de você.

(...)

Como era sábado, não teve aula. Todos os órfãos recebiam aulas apropriadas para cada idade, e Ohana estava aliviada por ser sábado. Ela amava ler e estudar, mas não gostava de estar rodeada por pessoas.

Ela esperou o entardecer, que era quando todos podiam tirar uma pausa antes do jantar, e subiu em uma árvore próxima aos muros. Ela podia ver uma pontinha do que havia lá fora, mas o que realmente queria era simplesmente sair.

Ela ligou o rádio e colocou fones para que ninguém a encontrasse. Ohana se esforçou para sintonizar em sua estação de rádio favorita e começou a escutar músicas tocadas por violinistas.

Uma música em especial começou a tocar:

-E agora, em homenagem ao dia em que conheci Jesus Cristo, eu pedi para a orquestra tocar "I surrender- Hillsong"!- O apresentador da rádio anunciou.

Os músicos começaram a tocar e para a surpresa de Ohana, o apresentador começou a cantar. Ele cantava bem, aliás.

Ela não entendia como aquela música estava fazendo em seu coração palpitar, mas ela apenas respirou fundo e se deixou levar pela melodia da música. Ela simplesmente pensou:

"Se você realmente existe e me ama, então me tire daqui e me dê uma família...".

Ohana acabou adormecendo, o que não era algo muito bom para se fazer em uma árvore alta e pouco estável... Em um movimento inesperado, ela caiu e de longe viu flora correndo em sua direção, acompanhada de várias outras pessoas.

Ela piscou uma vez, duas vezes e na terceira vez tudo escureceu por causa da dor.

Estou tão feliz por ter vocês aqui :')

Espero que se juntem a mim até o fim ❤️
Amanhã tem mais!
-Joy

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