Quantos zumbis ja matei?
–Zuka zama zom zom zom, Zuka zama zom zom.– Cantarolava uma garotinha sentada na grama em frente à sua escola.
Olhei bem pra ela e espere, ela sou eu. Eu me lembro daquele dia, foi à uns três meses antes de tudo começar.
–Zuka zama? – Perguntou um garotinho se sentado ao seu lado, o dia em sí estava maravilhoso, crianças corriam por todos os lados indo cumprimentar seus pais, pessoas andavam tranquilamente nas ruas sem se preocuparem com qualquer tipo de ataque eminente de um zumbi.
Me sentei em frente as duas crianças cuja menina eu reconhecia como sendo eu aos dez anos.
–É, minha mãe que inventou. Me faz sentir melhor – Ela sorriu me fazendo sorrir também e o garotinho olhou pra grama pensativo.
–Sou Carl.
–Alex. Zuka zama ! – Ela gritou e eles riram, sua risada fez com que eu risse também.
–Ah, minha mãe chegou, tchau Alex – Disse se levantando.
–Tchau – Ela sussurrou. –Você é um garoto estranho Carl.
Acompanhei o garoto com o olhar, ele não aparentava ter mais de dez anos talvez a idade que eu tinha na época. Ele abraça sua mãe que logo se ajoelha para ficar da sua altura, foi quando ele começou a chorar, não sabia porquê mas ele não conseguia parar de faze-lo.
Reparei que havia um policial ao seu lado, coitado deve ter perdido alguém.
– Alex acorda!! – uma mãozinha pequena estava sacudindo minha cintura.
– me deixa – disse tampando o rosto com os braços. – Para de enxer o saco.
– Alex eles estão aqui – disse choroso.– levanta.
Depois de perceber onde eu realmente estava arregalei os olhos, um grupo de uns seis ou oito errantes vinham em nossa direção, suas bocas abertas provocando um som estranho, estavam famintos eu pude perceber, mas não me convidariam para o jantar pois eu era o jantar.
– Corre Thomas – disse pegando sua mão, eu sabia que passar a noite na floresta não era uma boa ideia, mas era melhor que dormir na estrada.
As perninhas de Thomas mal aguentavam seu corpo enquanto corriam, os galhos secos caídos no chão dificultavam nossa corrida.
Foi quando eu avistei um carro, corri o mais rápido que podia com Thomas ao meu lado.
– Parem, parem por favor – gritei indo em sua direção. O homem no volante ao nos ver para o carro e grita para entrarmos.
– Vocês estão bem? – Pergunta depois de entrarmos, aceno um sim com a cabeça e ele sai em disparada para onde quer que ele estivesse indo antes.
Olho para o lado e Thomas estava branco de tão assustado que estava.
– Ei Thomas – ele me olhou com aqueles olhinhos verdes – Zuka zama – disse sorrindo demonstrando confiança.
Ele assentiu e pude ver que ele se acalmou.
Quando eu era pequena não conseguia dormir em meu quarto, pois morria de medo. Minha mãe então inventou uma musiquinha que só nós poderíamos conhecer, depois disso toda vez que eu estava com medo eu a cantava.
Depois do que aconteceu me perdi dela, eu tinha somente dez anos na época, foi quando conheci o pai de Thomas. Ele era apenas um bebê cuidar dele era a maior prioridade, quando Thomas se sentia assustado por causa dos errantes eu cantava para ele.
Então à alguns meses nosso acampamento foi atacado, fuji com Thomas e desde então estamos sozinhos. Ele depende de mim para sobreviver, e eu faria qualquer coisa para mantê-lo vivo.
– Eu sou Rick – disse o homem me tirando de meus devaneios.
– Alex e esse é Thomas – ele sorriu para o homem. – Você pode nos deixar aqui, só não queriamos ficar lá pois havia vários deles.
O homem me olhou pensativo pelo visor do carro.
– Quantos zumbis já matou? – disse por fim, eu não havia entendido de princípio o motivo da pergunta, porque depois de seis anos após um apocalíptico ele me perguntaria isso?
– Não sei, vários, centenas talvez milhares – disse depois de muito pensar.
– Quantas pessoas já matou? – disse enfatizando a palavra "pessoas", senti meu peito doer, o buraco que eu custara fechar começava a se abrir novamente.
– Uma – sussurro, e então as lembranças invadem minha mente.
– Ethan! – gritei ao avistar o garoto à minha frente. Estava tudo um caos depois que os errantes haviam invadido nosso acampamento.
– Alex, ainda bem que te achei – disse se aproximando, seus olhos azuis me encaravam.
– Você está bem? – dizia preocupada com ele, Thomas chorava ao meu lado.
– Eu estou bem – respondeu o maior. – Venham.
Corremos por algum tempo até que Thomas começou a reclamar de dor. Encontramos uma cabana e nela ficamos, então foi quando reparei em uma mancha vermelha no abdômen de Ethan.
– Ethan, está sangrando? – gritei indo até ele verificar a ferida.
– não, não, tudo bem. Thomas dormiu rápido não?
Havia algo de errado com ele, por que mudara de assunto assim? E o pior passou em minha cabeça.
– Ethan, me diz que você não...– ele fitou o chão, coloquei minha mão em minha boca em estado de choque, uma lágrima rolava em meu rosto.
– Alex não se preocupe eu estou bem – respondeu secando minhas lágrimas, seu rosto estava tão perto do meu, seus olhos azuis olhavam os meus.
Então ele me beijou, o mais sincero e doce beijo.
– Eu estou bem, estou com você e é o que importa – disse com nossas testas coladas.
–Por que? –murmurei, ele não podia morrer, não ele.
– Eu preciso que faça algo por mim – eu já sabia o que ele queria que eu fizesse, neguei com a cabeça já começando à chorar. – Eu preciso que você faça.
Ele me entregou sua pistola, seus olhos não se desviaram dos meus nem por um segundo e depois de tanto exitar , a peguei, minha mão tremia e meus soluços machucavam minha garganta.
Olhei pra ele e o beijei novamente, enquanto o beijava posicionei a arma em sua têmpora.
E então atirei.
– E por quê? – ouvi o homem dizer enquanto eu lembrava.
– P...Porque ele... – tentava segurar meus soluços. –Porque ele queria que eu o fizesse.
O homem que ainda me fitava pelo visor desviou o olhar para a estrada. Nem sei por que eu estava contando isso para ele, nem o conhecia.
Talvez por seus olhos transbordarem simpatia ou por gratidão pelo que ele havia feito por mim, confiava nele isso é o que importava.
– Eu tenho um grupo, não estamos muito longe, lá é seguro, tem comida e água para todos.
–Tem crianças?– ouvi Thomas perguntar entusiasmado.
– Tem sim e todas adoram conhecer gente nova – olhei pensativa para o garoto ao meu lado, seus olhinhos brilhavam com a possibilidade de conhecer outras crianças, por ter crescido nesse ambiente mórbido, ele só tinha à mim e os outros adultos.
– E então? O que diz Alex? – Perguntou. Thomas olhava pra mim, seus olhos imploravam para que eu aceitasse a oferta.
–Tudo bem– um lugar com comida e água, com outras crianças pro pequeno brincar era uma ótima ideia.
Depois de um tempo na estrada pude avistar uma prisão ao longe, não havia muros mas demandas de cercas bem altas e duas torres jaziam na frente. Um coreano abriu o portão principal.
– Alex, não temos uma cela sobrando então você terá que dividir com meu filho ele é da sua idade – arregalei os olhos, dividir cela com um garoto? To fora.
– Não se preocupe – disse ao ver meu olhar de espanto – Thomas pode ficar com a Carol.
– Quem é Carol? – ele perguntou confuso.
– Carol é uma amiga minha, ela ajuda a cuidar das outras crianças – sorriu para ele ao sair do carro, logo ele abriu a porta para sairmos, muitos olhares curiosos se voltaram para nós.
Segui Rick prisão a dentro e ele me mostrou onde ficava a minha suposta cela, o lugar era bem sujinho, mas admirável.
Ele me levou até minha cela, havia uma beliche no canto direito e uma mesinha no canto esquerdo que continha varias revistinhas em quadrinhos.
– Meu filho, Carl, não está agora, sinta-se a vontade, logo a gente te chama pra comer algo.
Concordei com um aceno e fui em direção a beliche, deitei na cama à cima e fitei o teto, finalmente eu poderia dormir sem me preocupar com os errantes.
Rick disse que seu filho se chamava Carl, eu conheço esse nome, só não consigo me lembrar de onde.
Me assustei com um barulho como se estivessem conçando a garganta, olhei para a grade e vi um garoto de mais ou menos minha idade. Ele era um pouco mais alto do que eu, seu cabelo comprido reprimido por um chapéu de xerife, e seus olhos tão azuis quanto...
Não, seus olhos me lembraram os de Ethan, mas havia algo a mais neles algo que eu não sabia explicar.
– Você deve ser a Alex.
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Oi pra quem ta chegando agora e oi pra quem não ta entendendo oq ta acontecendo, pois então, estou revisando a fanfic e consertando algumas palavras escritas errado e alguns furos na estória, mas não se preocupem não vai mudar nada no enredo é apenas uma correção
pra quem ta chegando agora espero que gostem e nao se esqueçam de votar
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