Capítulo Três
Pela manhã cedo, Dylan se levantou, tomou um banho quente e voltou para a estrada. A neve caía bem pouco e isso era bom. Porém minutos após estar bem longe de Clearville e perto de seu destino, seu estômago ronca de fome. Porque raios não tomou café da manhã no hotel antes de sair? Agora teria que suportar a fome até encontrar um restaurante na estrada ou uma nova cidadezinha.
Seguindo o mapa de papel e o seu GPS, se continuasse naquele ritmo, chegaria no Wisconsin pela madrugada de hoje, porém como ainda faltavam alguns dias para o natal e ele já estava bem adiantado em seu percurso, resolveu relaxar e ir com calma na direção. Seria bom para pôr seus pensamentos em ordem. Com toda a pressa, ele mau pôde comprar comida ou biscoitos para ir comendo durante a viagem, porém lembrou-se de umas barrinhas de cereais que estavam no porta luvas. Aproveitando o pequeno trânsito, desembrulhou uma e comeu rapidamente, porém aquilo não mataria a sua fome.
—Senhor, que eu encontre algum lugar para parar e comer, senão vou desmaiar de fome neste volante! —orava em voz alta.
Ele ficou surpreso consigo mesmo, quantos anos já fazia que não orava? A sensação de falar com Deus mesmo em poucas palavras, o animou bastante, e logo resolveu continuar orando em voz alta, para suportar aquele trânsito chato que pegou na estrada.
Logo o trânsito se dissipou e ele voltou a viajar tranquilo, orar ao Senhor lhe fez ficar mais calmo e distrair sua mente, logo após passar um cruzamento, viu uma placa que com certeza era resultado de suas orações, ela dizia "Seja bem vindo a Alexandria".
—Obrigado, Jesus! — ele comemora dando um soquinho no ar.
Estacionando seu carro perto de um restaurante dali, Dylan observa a cidade. Parecia ser muito pacata e tranquila, e os habitantes dali estavam bem no clima de natal, fazendo bonecos de neve e patinando numa pista na praça. Ainda sentindo a barriga roncar, ele entra no restaurante, decidido a tomar uma café da manhã completo.
Entrando lá, todos os clientes o olham chegar. Devia ser porque ele era novo na cidade, ali devia ser o tipo de lugar em que todos se conheciam. Sentindo-se tímido, Dylan senta-se numa mesa no canto e começa a olhar o cardápio.
—Bom dia, forasteiro. O que vai querer? —pergunta a garçonete, uma moça simpática e com um sorriso alegre.
—Bom dia, quero a opção número sete. Café da manhã completo. —pede ele timidamente.
—Certo. — ela anotava em seu bloquinho. —Resolveu passar o natal por aqui?
—Não, estou só de passagem. Vou para o Wisconsin.
—Logo vi que não era daqui. — ela dá um risinho. —Com licença.
Minutos depois ela retorna com tudo o que ele pediu. Enquanto o servia, a moça resolve perguntar.
—Me diga, como veio parar em nossa cidade que é só mais um pontinho no mapa?
—Bem, acredito que ela surgiu como resposta de minha oração. — ele dá um sorriso e começa a atacar as panquecas.
—É cristão? — ela senta-se de frente pra ele, parecendo curiosa.
—Bem, sou. Mas estive afastado por muitos anos, porém estou voltando.
—Isso é muito regozijante! — ela sorri. —Também sou cristã, meu pai me levou desde criancinha a igreja. Esse restaurante é dele, trabalho aqui desde que me formei na escola.
—Legal. Você se daria bem numa cidade grande.
—Sério? Meu pai tem medo que eu vá. Meu sonho é conhecer Nova York.
—Sou de lá.
—Nossa, eu estou conversando com um cara nova iorquino! Isso é demais!
Dylan ri com a empolgação dela.
—Sou Catherine Wilson, mas todos me chama de Cath. — ela estende a mão à ele.
—Dylan Cooper. — eles dão um aperto de mãos.
—E então, cara de Nova York,vai embora ainda hoje?
—Bom acho que passarei a noite por aqui. Tem algum hotel ou pousada que eu possa ficar?
—Bem, não há hotéis em Alexandria. — ela faz uma expressão triste.—Mas posso lhe arranjar um lugar.
Catherine se levanta da mesa e retorna ao balcão para servir mais clientes e mesas. Dylan termina de comer seu café e se sente logo satisfeito. Quando o movimento diminuiu por lá, ela retorna a mesa dele com um sorriso alegre.
—Arrumei um lugar para você passar a noite.
—Não precisava, Cath. Vou pegar a estrada logo, logo.
—Nada disso! Meu pai disse que há lugar suficiente na nossa casa para um forasteiro, e nada de recusar o meu convite. — diz ela num sorriso. —Vai que pegue uma tempestade de neve na estrada! Melhor ir apenas amanhã de manhã, mocinho.
—Tudo bem, já que insiste. — diz ele se rendendo.
Logo, Dylan conhece o pai dela. Era um senhor muito simpático e que fez questão de ajudar ele com as malas e a se hospedar.
—É pequeno o quarto, mas tem aquecimento.
—É mais que suficiente, senhor Wilson. Sua filha tem um enorme coração. —agradece ele.
—Minha menina é um anjo, como minha esposa era. Ela gosta de ajudar as pessoas, porém agora está com esse sonho de ir para Nova York e tenho medo dela se decepcionar por lá. — diz o senhor numa expressão triste e cansada.
—Catherine é esperta, se dará bem por lá. Sei que deve ter ouvido isso várias vezes, mas os filhos criam asas e os pais tem que deixá-los voar. —aconselha Dylan.
—Nem me fale, rapaz! — ele ri. —Mas fique à vontade, o banheiro fica lá embaixo, caso queira tomar um banho e se trocar.
—Obrigado!
Anneliese não parou nem um minuto durante a noite para dormir. Estando a base de café, sentia-se um verdadeiro zumbi de The Walking Dead.
O dia já escurecia quando ela chegou em Alexandria. Nunca ouvira falar daquela cidadezinha, mas estava agradecida por Deus ter ouvido suas orações e a ter apresentado aquele lugar de refúgio, já que na noite anterior se recusara a parar em Clearville. Sua mente e pensamentos se voltavam para Dylan, será que ele estava perto de chegar?
Entrando num restaurante bem amigável que viu, ela entra por lá sendo observada por todos dali. Talvez fosse raro eles verem turistas por ali. Cansada, por pouco não adormece no balcão.
—Moça, tudo bem com você? —pergunta a garçonete, preocupada.
—Claro. Só tirando o fato de que eu durmi muito pouco e até agora estava dirigindo sem parar. — responde ela, bocejando em seguida.
—Aceita um café?
—Chega de café, quero um chocolate quente, por favor.
—É pra já.
Enquanto aguardava seu pedido chegar, ela tentou falar com Tyler, porém não havia sinal ali no restaurante. Frustrada, Anneliese guarda seu celular na bolsa e procura ficar em alerta. Assim que tomasse seu chocolate quente, procuraria um hotel ou pousada para dormir.
—Aqui está, mais alguma coisa?
—Não, obrigada. —agradece ela sorrindo à garçonete.
—Parece que você não é daqui.
—E não sou mesmo. Sou de Nova York.
—Uau, já é o segundo turista de lá que eu conheço hoje. —se anima ela.
—Na verdade, estou por essa estrada a ponto de cometer uma loucura.
—Como assim? Que tipo de loucura?
—Loucura de amor. Estou atrás do homem que eu amo para me declarar à ele. —suspira ela. —Tudo bem, pode me chamar de louca.
—Não, isso é tão emocionante! É como nos filmes!
—Só que em Hollywood tudo parece mais fácil. — Anneliese ri com aquilo.
—Me diz, como é esse seu amor?
—Ele é o meu chefe. O amo em segredo há um ano.
—Adoro histórias como essa. A propósito, sou Catherine Wilson, mas todos me chamam de Cath.
—Anneliese Hart. —as duas dão um aperto de mãos.
As duas conversam por minutos, depois de ter terminado seu chocolate quente, Anneliese descobre através de Catherine que não há pousadas e hotéis por ali.
—Não se preocupe, pode ficar essa noite em meu quarto. Não a deixaria dirigir a noite toda e sozinha. —assegura ela.
Logo após ela estar sendo hospedada na casa de Catherine, a moça leva um susto ao ver seu chefe e amor de sua vida por lá.
—Dylan!
—Anneliese!
Os dois se abraçam e riem com a coincidência.
—Se conhecem?
—Claro. Ela é minha assistente há um ano. — responde Dylan sorrindo. —A propósito, o que faz aqui em Alexandria, Anneliese?
—Ela me contou que está atrás de seu grande amor. — Catherine responde por ela.
—Sério? Que emocionante então. — responde ele surpreso.
—Eu estou muito cansada, amanhã conversamos melhor, Dylan. — diz Anneliese, a fim de fugir daquela conversa.
—Claro, também vou dormir. — diz ele bocejando. —Boa noite, meninas.
—Boa noite. — responde elas ao mesmo tempo.
Minutos depois dele ter saído, Anneliese se vira para Catherine dizendo.
—Bem, é ele.
—Vai contar amanhã?
—Não sei, estou confusa.
—Conta logo, não perca aquele gato. — diz ela num risinho.
Logo ela resolve ir dormir, pois precisava de uma boa noite de sono para assimilar tudo o que aquele dia maluco lhe trouxe.
***********************************************************************************
1496 palavras.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro