Capítulo Cinco
A manhã chegou rapidamente, e a neve resolveu dar uma trégua. O dia parecia que tinha nascido com uma sensação especial,pois era véspera de natal. Passando por Green Bay, Dylan e Anneliese olham encantados para as decorações, luzes, bonecos de neve e os presépios montados ao ar livre. Em uma rápida parada e antes de entrarem em Milwaukee, os dois tomam café com George e Martha, e logo descobrem que o casal também era cristão e iriam rever os filhos e netos neste natal.
—Foi um prazer conhecer vocês dois. —diz George num sorriso alegre. —Que hoje à noite, quando estiverem em família, nunca se esqueçam do real significado dessa data festiva.
—Jesus Cristo. —diz Dylan sorrindo e sentindo-se em paz por dentro. —Quero também dizer que foi ótimo conhecer vocês. Durante essa nossa viagem, Deus nos mostrou de várias maneiras que Ele cuida de nós.
—Sim, e Ele também é capaz de conceder os desejos de seu coração. —diz Martha, olhando para Anneliese, que abriu um sorriso tímido.
—Vamos retornar à estrada, sei que devem estar loucos para chegar em casa e estar com os seus familiares. —George se levanta da pequena mesa e retorna ao volante.
Meia hora depois da viagem ter retornado, Anneliese arruma as suas coisas e logo encontra a bolsa com pães e bolinhos arrumados por Catherine. O chocolate quente havia sido consumido por Dylan na noite anterior.
—Olha só, escondeu essas guloseimas de mim durante esse tempo todo? — ele faz beicinho e finge-se de ofendido.
—Eu havia esquecido, desculpe. — ela ri com as palhaçadas dele. —Pode pegar quantos quiser.
—Esses bolinhos de chocolate estão com a cara boa. —Dylan mete a mão na bolsa e pega um bolinho, porém um bilhete vem junto com ele. —O que será isso? Parece um recado da Catherine.
—O que ela escreveu? — ela estranha aquilo e tenta ler, porém ele começa a ler o bilhete em voz alta.
—"Querida Anneliese, foi um prazer acolhê-la e hospedá-la em minha casa, jamais esquecerei seu jeito risonho e seus cachos ruivos. Que nessa viagem você não perca a chance de se declarar ao gato do Dylan e que venha ser feliz no amor, como todos os filmes mostram. Ps: Desculpe pela bateria do seu carro, quis dar uma pequena ajudinha para que viajassem juntos". — ele encerra a leitura, com uma expressão de choque e surpresa.
Anneliese não sabia se ria ou chorava, porque raios não verificou antes aquela bolsa? Mas também pudera, como iria imaginar que Catherine escreveria um bilhete comprometedor daquele? E além disso foi ela quem detonou a bateria do seu carro, tudo para que Dylan viajasse ao seu lado. Bela tentativa de cupido.
—Será que podemos conversar sobre isso? —pergunta ele em voz baixa.
—Dylan, não precisa falar nada. — o rosto dela queima de vergonha. —Ok, eu amo você. Eu estava o tempo todo atrás de você. O amo desde que comecei a trabalhar para você.
—Porque não me disse nada? Porque escondeu isso de mim?
—Olhe só para mim e para você, acho que talvez eu não faça o tipo de mulher que combinaria com um CEO rico e bonito como você. — a voz dela embarga. —Sou apenas uma garota boba.
—Não, você não é isso. — ele a toca no queixo, o levantando delicadamente.—Lembra daquilo tudo que falei sobre você? Eu disse a verdade. Você não é uma garota boba, e é injusto que pense isso de si mesma.
—Eu já entendi. — ela se afasta dele, balançando a cabeça. —Dylan, você não é obrigado a me amar. Assim que chegarmos a Milwaukee, vou embora.
—Eu não quero que vá embora! — pede ele, a segurando pelo braço. —Fique aqui comigo, não vá embora assim.
A conversa é interrompida por George.
—Pessoal, estamos em Milwaukee. Acho que é hora de nos despedirmos.
Dylan e Anneliese se olham, ela estava confusa e sem saber o que fazer diante daquele momento. Ficaria sem ter a certeza que poderia ser amada ou iria embora para não se ferir e preservar suas emoções?
George e Dylan soltam o carro do reboque, Anneliese aguardava por ele na calçada e com as malas. Um vento frio circulava por lá, porém o clima entre os habitantes era de alegria. Era dia de festejar e estar entre os entes queridos. Depois deles terem se despedido novamente do casal que os acolheu e os trouxe seguro ao destino final, era hora deles decidirem qual seria a relação que teriam daqui para a frente.
—Porque não quer que eu vá embora? —questiona ela, com as mãos no bolso e sentindo o vento frio bater em suas bochechas.
—Porque eu quero te conhecer melhor, Anneliese. — ele segura as mãos dela com carinho, e olhando profundamente em seus olhos. —E por incrível que pareça, quando me contou sobre esse seu grande amor que no caso era eu, senti um pouco de ciúmes.
—E porque sentiu ciúmes? —ela não consegue conter uma risadinha.
—Durante todos esses anos, fui um cara que tive tudo, menos a minha paz interior e amor. E você tem tudo o que eu sempre procurei em uma mulher.
—Tenho?
—Claro que tem. — ele sorri. —Que neste dia, eu não seja só o Dylan que retornou para casa como o filho pródigo, mas que eu seja também o cara que encontrou o amor, sendo que ele estava o tempo todo ao meu lado. Como eu pude ser tão idiota e não ter percebido nada antes? Você cuidava de mim o tempo todo, se preocupava sempre quando eu estava triste, cansado e doente, me fazia rir com as suas piadas e seu jeito bobo mesmo quando eu estava estressado. Eu quero você, Anneliese, preciso de você!
—Também preciso de você, Dylan. — diz ela num sorriso doce e a voz embargada.
Ela põe a mão no bolso e retira de lá o visco de natal que ganhou de Catherine, o pegando com delicadeza, Anneliese o coloca nas mãos de Dylan, sentindo seu ser em um misto de sensações que envolviam alegria, amor, felicidade.
—Um visco? Você sabe o que significa isso, não sabe? —pergunta ele num sorrisinho maroto.
—É a tradição. — ela dá de ombros, rindo.
Sem esperar, Dylan a puxa para seus braços, unindo os seus lábios no dela, num beijo delicado e cheio de paixão.
—Feliz natal, Anneliese. — murmura ele.
—Feliz natal, Dylan. — diz ela num belo sorriso.
Logo depois, os dois estavam na frente da casa dos pais dele,vendo qual o momento certo que entrariam.
—Preparado?
—E se eles não gostarem da minha visita?
—Claro que irão! Você é filho deles! — ela segura forte em sua mão, o encorajando.
Respirando fundo, ele bate na porta e ouve uma voz lá de dentro dizendo um "Já vai!". A casa de seus pais não mudou nada, era a mesma de antigamente,o que fez uma sensação nostálgica tomar conta de Dylan. A porta se abre, uma senhora elegante e usando um suéter de natal surge ali, e ao ver quem era a visita, seus olhos se enchem de lágrimas.
—Filho!
—Mãe!
Os dois se abraçam fortemente e choram juntos, logo em seguida, um homem já de idade surge na porta e fica emocionado com o que vê. Rapidamente o abraço é desfeito, se tornando um abraço triplo.
—Dylan, você voltou! — exclama seu pai, banhado em emoção.
—Voltei, e nunca mais vou abandonar vocês. — responde ele, sorrindo e secando as lágrimas.
—Entre, meu filho, está frio aí fora, e a neve logo voltará a cair. —pede sua mãe.
—Só um momento,mãe.
Ele volta para onde deixou Anneliese e logo a traz junto de si, e arrastando as malas.
—Pai, mãe, essa é Anneliese, minha namorada. — diz ele num belo sorriso.
—É um prazer conhecê-la, querida.— a mãe dele o abraça. —Entrem, fiz chocolate quente e biscoitos de natal.
Entrando em seu lar e de mãos dadas com Anneliese, Dylan sorri de alívio e agradecimento. Havia passado por uma longa viagem, onde conhecera pessoas inesquecíveis e ainda conheceu o amor de sua vida. Aquele sim, foi um natal diferente e para mudar. Era hora de escrever uma nova história para si mesmo.
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*1375 palavras.
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