Capítulo 39
Peguei um copo de café e sentei em frente ao computador na minha mesa. Tinha muito trabalho pela frente.
O Guilherme tinha ficado de me buscar para irmos almoçar juntos e eu estava fazendo de tudo para meu horário da manhã passar voando.
Senti um nó começar a se formar na minha garganta e do nada meu coração ficou acelerado. Peguei o celular e mandei uma mensagem para o Gui.
Está tudo bem? Estou com uma péssima sensação.
A resposta veio em instantes.
Está tudo bem. Se vemos ao meio-dia.
Ele estava meio estranho, mas já que tudo estava bem, foquei em fazer o que tinha que fazer.
Quando deu a hora do almoço, vi o carro do Guilherme estacionar na frente do jornal. Peguei minhas coisas e fui até ele.
-Oi - cumprimentei ao entrar no carro.
Ele nem me respondeu e já colou sua boca na minha, me dando um beijo que me deixou sem fôlego.
-Quanta saudade - sorri.
-Muita - ele concordou, ligando o carro.
Arrumei o cinto de segurança.
-Passou aquela sensação ruim? - ele me perguntou.
-Um pouco, mas ainda parece que tem um nó na minha garganta - reclamei.
Ele franziu a testa.
-Espero que não seja nada.
-Eu também.
Fomos conversando até chegar no restaurante onde iríamos almoçar. Peguei minha bolsa para sair do carro, mas meu celular tocou.
-Espere - falei ao Guilherme, procurando o meu celular na bolsa.
Vasculhei entre papéis e balas até achar o meu celular que ainda não tinha parado de tocar. Li o nome do Lucas na tela e o nó na minha garganta aumentou.
-É o Lucas - falei ao Guilherme.
Trocamos um olhar assustado. O Lucas quase nunca me ligava.
-Atende - o Gui mandou.
Atendi.
-Alô? - murmurei, com meu coração na mão.
-Meli, Meli... Eu preciso de ajuda - a voz afobada do Lucas chegou aos meus ouvidos.
Busquei a mão do Guilherme, quando consegui alcançar, entrelacei nossos dedos.
-Fica calmo. O que aconteceu? - perguntei.
Do outro lado da linha, o Lucas tentava controlar a respiração.
-A Flavia, ela... ela.
-Lucas, me escuta. Você vai parar se gaguejar e me dizer o que está acontecendo, senão eu não posso te ajudar - quase gritei.
Arrumei o celular no viva-voz.
-Está saindo água da Flavia - o Lucas disse.
O Gui soltou a minha mão e começou a rir.
-Gui - chamei sua atenção, mas ele não parou de rir. - Como assim água, Lucas?
-Eu não sei. Eu acho que ela está mijando nas calças - ele disse.
Soltei uma risada.
-Se ela está se mijando, por que você está me ligando? - perguntei já irritada.
-Porque ela está gritando de dor.
Antes que eu pudesse me dar conta que a Flavia estava entrando em trabalho de parto, o Guilherme pegou meu celular é falou com o Lucas.
-Lucas, você mer o troféu de pai do ano - o Gui disse, ligando o carro novamente.
-Por que? Eu só estou fazendo o meu papel. Me ajuda, meu Deus - o Lucas gritava desperado no celular.
O Guilherme não estava ajudando muito a controlar a situação.
-Lucas, a Flavia está em trabalho de parto. Leva ela pro hospital que eu e a Melissa já estamos indo pra lá.
Eu já estava roendo as unhas.
-Trabalho de parto? Não brinca comigo. Ela me disse que a bolsa estourou, não tem nada a vê com isso - o Lucas discordou.
Meu irmão realmente dava um ótimo pai.
-Leva ela pro hospital.
-Mas...
Peguei o celular da mão do Guilherme, fazendo ele poder dirigir com as duas mãos e amenizar nossos riscos.
-Lucas, a Flavia está em trabalho se parto. Se você não quer fazer você mesmo o parto, leva ela agora mesmo pro hospital - falei.
Não veio nenhuma resposta do Lucas e depois de uns segundos, ouvi q voz da Flavia.
-Amiga, não quero te assustar, mas seu irmão está um pouco nervoso e talvez não consiga me levar pro hospital - a Flavia.
Ouvi um grito vindo do Lucas.
-Lucas, sou eu que estou com dor e vou ganhar um bebê, então vá pegar a bolsa - ouvi a Flavia gritando com ele.
-Fla, fica aí que eu e o Guilherme estamos indo te buscar.
A Flavia soltou um gemido de dor, enquanto o Guilherme tomava o caminho da casa do casal que seriam pais e estavam malucos no celular.
-Só não demora - a Fla pediu.
-Pode deixar - desliguei.
Joguei meu celular dentro da bolsa e me virei para o Gui.
-Acelera, porque o Lucas está mais nervoso do que a Flavia - reclamei.
-Lucas sendo Lucas - ele riu.
O Guilherme pisou fundo no acelerador e em poucos minutos eu já estava descendo do carro.
Nem bati na porta e já fui entrando.
-Flavia? - chamei, entrando na sala de estar.
-Aqui - ouvi uma voz carregada de dor.
A voz estava vindo do quarto deles, corri até lá. Quando cheguei na porta, vi a Flavia deitada na cama, se contorcendo de dor e suando. O Lucas estava ao seu lado, segurando sua mão.
-Vamos? - perguntei.
Ela concordou com a cabeça.
Me aproximei do casal que estava uma pilha de nervos e pedi ao céus que eu também não surtasse.
Com um pouco de dificuldade, a Flavia se sentou na cama.
-Pega a bolsa, Lucas - mandei.
Ele pegou a bolsa rosa no chão e eu coloquei uns dos braços da Flavia em volta do meu pescoço. Ela se levantou e começamos a caminhar lentamente.
-As contrações está de quanto tempo? - perguntei.
-De dez em dez minutos - ela respondeu, fazendo uma careta de dor.
Antes que pudéssemos passar pela porta do quarto, a Flavia parou de andar, se apoiando na batente da porta.
-Fla?
-Está tudo bem? - o Lucas perguntou.
Nesse momento, ouvi o maior grito agonizante que eu já ouvi sair da boca da Flavia.
-Vamos - ela disse.
Demos um passo e seguimos o caminho.
Aquele grito da Flavia deve ter chamado a atenção dos vizinhos, por sorte nenhum apareceu para ver o que tinha acontecido.
Ao ver que estávamos saindo da casa deles, o Guilherme pulou do carro e foi me ajudar a levar a Flavia pro carro, enquanto o Lucas fechava a casa.
-Vai ajudar o Lucas - o Gui mandou, quando se aproximou.
Deixei a Flavia com ele e corri para ajudar o Lucas.
Ele estava tremendo e não conseguia arrumar a chave na fechadura.
-Está tudo bem? Deixa que eu fecho - ofereci, já estendendo a mão.
-Eu não sou tão burro que não consigo nem fechar uma porra de porta - ele gritou.
Não respondi aquele gesto grosso, era aceitável ele estar nervoso, afinal ele estava prestes a ter uma filha. Até eu estava nervosa.
Ele tentou arrumar a chave na fechadura e como as suas dez tentativas anteriores, ele não conseguiu.
-Lu...
-Eu consigo - ele garantiu.
O peguei pelos ombros e o afastei daquela porta.
-Fica calmo - mandei.
-Eu vou ter uma filha, não tem como ter calma - ele gritou.
O soltei e tomei a chave de suas mãos trêmulas.
-Vai dar tudo certo. Agora se você não quer perder tempo tentando fechar essa porta, entra naquele carro e vai ajudar a sua esposa que precisa de você. Eu fecho a porta - gritei.
O Lucas deixou um suspiro sair, mas não reclamou e correu para o carro com a bolsa rosa em mãos.
Fechei a porta em menos de cinco segundos e corri para o carro, que saiu cantando pneu quando subi.
-Tudo bem aí? - perguntei, me virando para trás.
A Flavia estava no meio do banco, com as pernas abertas e pingando suor. O Lucas estava ao seu lado, a olhando como se fosse aquela fosse a última oportunidade de ele vê-la.
-Cinco em cinco minutos - a Flavia disse sobre as contrações, com os olhos fechados e com os dentes trincados.
Olhei para o Guilherme e sem me olhar, ele pisou mais ainda no acelerou.
-Já ligou para a sua médica? - perguntei.
Ela concordou com a cabeça.
-E já decidiram o nome? - perguntei.
Os dois futuros papais estavam tão nervosos com o nascimento da filha, que ainda nem tinham escolhido o nome dela. Inventaram a desculpa que iriam escolher a hora que vissem o rostinho dela, que era para achar um que combinasse.
-Só na hora - a Flavia respondeu, soltando um sorriso fraco.
Seguimos rumo ao hospital. O Lucas tentava transmitir paz e tranquilidade para a Flavia, mas não adiantou de muita coisa. Ele estava mais nervoso que ela.
O Guilherme não tirou os olhos da estrada em nenhum momento e focou em ir o mais rápido possível para o hospital.
-Já estamos chegando - avisei.
De olhos fechados, a Flavia abriu um sorriso.
O Guilherme estacionou o carro no estacionamento do hospital. Enquanto ele descia do carro para ajudar a Flavia a descer, eu corri até a portaria do hospital e pedi ajuda.
Uma enfermeira foi comigo, levando uma cadeira de rodas, onde arrumamos a Flavia.
A levaram para dentro do hospital.
-Você não vem, amiga? - a Flavia perguntou.
-Vou ligar para a família - avisei.
Ela concordou com a cabeça e ela entrou no hospital, acompanhada do Lucas e da enfermeira.
Peguei o celular e disquei o número da minha mãe.
-Alô? - ela atendeu.
-Mãe, sua netinha já vai nascer - comuniquei.
Minha mãe soltou um grito de alegria, que tive que afastar o celular do ouvido.
-Já estão no hospital? Eu estou indo.
Antes que eu pudesse responder, ela desligou.
O Guilherme estava esperando eu terminar a ligação, assim que desliguei o celular corremos para o hospital.
Encontramos a Flavia e o Lucas logo na entrada, passando algumas informações para a secretária.
-Me leva para o trabalho? - perguntei ao Guilherme.
Ele assentiu. Me dirigi até a Flavia, que se contorcia de dor na cadeira de rodas.
-Eu preciso ir trabalhar, mas qualquer coisa, pede para me ligarem que venho correndo - avisei.
Ela segurou a minha mão.
-Tá bom. Obrigada por tudo.
-É isso que amigas fazem. Fica com Deus - arrumei a mão sob sua barriga. -Logo a madrinha volta, princesa.
Dei um beijo em sua barriga, quando ergui os olhos, a Flavia já estava com os olhos marejados, não sei se era por causa da dor ou pelo meu gesto.
Dei um abraço nela e um beijo em sua testa. Fui falar com o Lucas antes de sair.
-Me liga qualquer coisa - pedi.
Ele se virou, deixando a secretária falando sozinha.
-Você vai me deixar sozinho? - ele perguntou aflito.
-Eu tenho que ir trabalhar, mas logo eu já volto. Não se preocupe, vai dar tudo certo.
O abracei e sai correndo, antes que é pedisse para eu ficar e eu ficasse.
O Guilherme pisou ainda mais no acelerador e em poucos minutos eu já estava na frente do jornal.
-Depois do trabalho eu venho te buscar - ele avisou.
-O.k - dei um selinho nele e pulei do carro, indo enfrentar mais um pouco de trabalho.
A tarde passou voando e a cada cinco minutos eu ligava para minha mãe, para saber se a minha afilhada já tinha chegado ao mundo. Nada.
Eu já tinha ruído todas as unhas da minha mão esquerda e já estava partindo para a esquerda quando olhei no relógio. O meu expediente já tinha acabado.
Juntei minhas coisas e corri para a frente do jornal. Enquanto eu esperava o Guilherme, comecei a roer uma das minhas unhas da mão esquerda. Eu estava nervosa e aquela demora do Guilherme não ajudava em nada.
Logo o Gui estacionou o carro na minha frente. Subi rapidamente no carro.
-Vamos logo - pedi.
Ele pisou fundo no acelerador.
-Está sabendo de alguma coisa?
-Não, nada. Só quero estar lá quando ela nascer.
No caminho até o hospital, rói mais duas unhas e já estava quase indo pedir para o Guilherme um calmante, mas quando olhei para o lado, já tínhamos chegados no hospital.
Desci do carro e corri para dentro do hospital, sem nem esperar o Guilherme. Passei correndo pelas enfermeiras que andavam pelos corredores e só parei quando vi minha mãe sentada numa cadeira.
-Cadê tudo mundo? Já nasceu? Está tudo bem? - eu perguntava tão rápido que nem dava de entender.
Minha mãe levantou e arrumou suas mãos sob meus ombros.
-O Lucas está lá dentro com a Flavia e só estou eu aqui. Ainda não nasceu. - ela respondeu.
Pirei.
-O quê? Desde aquela hora? Mas já faz horas - quase gritei.
Minha mãe fez eu me sentar numa das cadeiras da sala de espera.
-Demora de sete a doze horas, calma - minha mãe disse, com uma calma de outro mundo.
Minha mãe estava prestes a ter sua primeira neta e estava calma, como se estivesse esperando um bolo ficar pronto.
-Eu sou madrinha, a senhora avó. Como não está nervosa? Como não está pirando? - perguntei.
Nesse momento senti uma mão sob meus ombros, nem precisei me virar para saber que era o Guilherme.
-Uma das enfermeiras me deu um calmante, eu estava perguntando informações para cada enfermeira que passava - minha mãe ria.
-Acho que você está precisando de um também, Lissa - o Gui sugeriu.
Me afastei de seu toque.
-Não preciso de calmante, preciso de informações - falei, já me levantando.
Antes que eu pudesse dar um passo em direção à recepção, o Guilherme surgiu em minha frente e me empurrou, até eu cair sentada na cadeira novamente.
-Você vai ficar sentada aí. Eu pergunto - ele disse, com a voz brava.
Eu já estava o deixando bravo. Eu só queria saber notícias. Não é todo dia que nasce uma afilhada sua.
O Guilherme voltou poucos segundos depois. Em uma de suas mãos tinha um copo d'água, que ele me estendeu quando parou na minha frente.
-Toma - ele mandou.
-Eu durmo com calmamentes. Eu não vou dormir - cruzei os braços.
Ele bufou.
-É só água com açúcar.
Peguei o copo de plástico de suas mãos. Não parecia ter nada de diferente naquela água meio branca pelo açúcar.
Virei o copo e tomei tudo em um gole. Entreguei o copo ao Guilherme.
-Soube de alguma coisa? - perguntei.
Ele jogou o copo numa lixeira e sentou-se ao meu lado.
-Elas não sabem de nada, só sabem que ela ainda está lá.
-Que porcaria de hospital é esse que ninguém sabe de nada? - gritei.
Os olhos de algumas pessoas caíram sob mim, só não mandei todos pastarem porque ainda me sobrava um pouco de educação. Era melhor rezarem para ele pouco não se esgotar e eu pirar naquele hospital.
-Fica calma, Melissa. Um parto não acontece em cinco minutos - minha mãe disse, ao meu lado.
Bufei e fiquei quieta.
Eu balançava a perna conforme ia roendo as unhas e olhando a hora a cada cinco minutos.
Depois de vários minutos sem notícias, eu já estava prestes a fazer um escândalo naquele hospital que não dava as informações para quem estava à horas sentados naquelas cadeiras duras. Só não fiz isso porque um sono tremendo tomou conta de mim.
Eu não acredito que cai no conto de água com açúcar. Eles tinha moído o comprimido na água, eu estava tão nervosa que nem notei que aquilo não tinha gosto de água com açúcar.
-Aquilo não era água com açúcar, né? - falei.
Minha mãe e o Guilherme me olharam.
-Era o único jeito de você ficar quieta - minha mãe disse.
-Pois não funcionou - bocejei.
O Guilherme foi se aproximando de mim.
-Cinco, quatro...
Deixei minha cabeça cair no ombro dele.
-Eu não posso dormir - bocejei.
-Eu te acordo - o Gui garantiu.
-Três, dois...
-Um - resmunguei, fechando os olhos.
Não consegui vencer aquela batalha suja contra o sono e assim que fechei os olhos, eu já estava em outra dimensão, não ouvido e nem vendo nada.
Eu estava começando a correr por um campo florido, o vento batia no meu rosto e a sensação de liberdade invadia cada pedacinho do meu corpo, mas antes que eu pudesse correr mais, um barulho de porta batendo, me fez pular da cadeira.
-Que foi? Nasceu? - perguntei olhando ao redor.
O Lucas estava ajoelhado na minha frente, seu olhos estavam vermelhos e tinham um brilho que eu jamais tinha visto.
-Nasceu - ele contou.
Me joguei em seus braços. Eu estava tão orgulhosa.
-Meu Deus. Que felicidade! Que orgulho! Está tudo bem, né?
O Lucas me girou um pouco no nosso abraço, antes de me por no chão e me soltar.
-Está tudo ótimo. Já podem ir ver elas.
Peguei na mão do Guilherme, que estava sentado, e o puxei para irmos de uma vez.
O Lucas foi no guiando até o quarto onde a mais futura mamãe e a princesa do dia, estavam.
A cada passo dado meu coração se enchia de amor e mais nervosismo. Parecia que era uma filha minha que tinha nascido.
O Lucas abriu a porta e entramos. Meu olhos se encheram de lágrimas quando vi a minha amiga deitada na cama, com os cabelos molhados de suor e segurando um bebê em volto em cobertores rosas.
Minha mãe já foi correndo na frente.
-Parabéns. Ela é linda - minha mãe disse, passando a mão na face da neta.
-Pode pegar - a Flavia ofereceu.
Minha mãe não esperou fazerem o convite duas vezes e já foi pegando aquele embrulho e indo para um canto.
Fui me aproximando da Flavia e me sentei numa cadeira que tinha ao lado da cama.
-Oi - ela disse.
-Oi - peguei na sua mão.
Ela me olhou com seus olhos brilhantes e senti que ela estava explodindo de felicidade. Sempre foi o sonho dela ser mãe.
-Eu te vi crescer, eu passei por poucas e boas com você. E agora você é mãe - sussurrei.
Ela apertou minha mão.
-Orgulhosa? - ela perguntou.
-Não cabe em mim tanto orgulho - declarei.
Ela me olhou, me chamando para um abraço. Me levantei e a abracei. Deixei umas lágrimas caírem em sua camisola do hospital.
-Eu nunca vou te abandonar, prometo - ela prometeu, com voz de choro.
-Eu também - sussurrei.
A soltei e vi seus olhos vermelhos sorriso para mim, sorri de volta.
Minha mãe começou a se aproximar com a minha afilhada.
-Quer pegar sua afilhada? - a Flavia perguntou.
-Óbvio - respondi, me levantando.
Minha mãe me entregou aquele pingo de gente. Fiquei com medo de derrubá-la, mas ao pegá-la o medo sumiu.
-Como é o nome? - minha mãe perguntou.
Meus olhos fixaram no rosto daquela princesa que eu segurava.
-É Bruna - o Lucas respondeu.
A Bruna tinha o nariz e os olhos do Lucas, já a boca era pequena igual a da Flavia. Sua pele era levemente morena, uma mistura dos tons dos pais.
-Significa alguma coisa? - o Guilherme perguntou.
-Significa da cor morena. Da cor do fogo - a Flavia disse.
Olhei para a Bruna pequena em meus braços. Eu mal sabia o que sentir, o que dizer. Meu irmão tinha uma filha com a minha melhor amiga, uma princesa que era minha afilhada.
Me afastei um pouco daquelas vozes e fiquei num canto com a Bruna. Apenas eu e ela.
Ali sozinhas, segurei uma das pequenas mãos dela.
-A madrinha promete nunca te abandonar - sussurrei, brincando com sua mão.
Aquele amor que eu já sentia por aquele serumano, era estranho e mágico ao mesmo tempo. Eu teria uma amiga mais nova pro resto da vida.
Me inclinei e toquei o meu nariz no dela. Juro que vi um sorriso brotar naquela pequena boca.
***
Capítulo todo fofinho... Tive que dedicar esse capítulo só pra isso e também porque quero que a história não chegue ao fim 😪
O nome da nossa princesa, veio de outra. Obrigada por tudo bruna915713
Votem e comentem se acharam esse capítulo fofo ❤
Até semana que vem. 😘
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